Aceitação e conexão – onde se encontram necessidades de
aceitação, pertencimento, afeto, honestidade, inclusão, lealdade, confidencialidade, etc. Pessoas que não tiveram essas necessidades supridas no decorrer da sua infância, geralmente se sentem abandonadas, menosprezadas, não conseguem estabelecer vínculos estáveis com as demais pessoas, consequentemente se envolvem em relacionamentos destrutivos e destinados ao fracasso. Acreditam que não se adequam a sociedade e que não são bons o suficiente, se sentem inferiores e indignos de receber carinho e afeto, desta forma creem que as pessoas a sua volta o irão abandonar, ou que são egoístas e o magoarão tendendo assim a se isolarem socialmente.
Autonomia e Competência – as necessidades que se encontram
neste domínio são de orientação, apoio e auxilio na realização de tarefas, nos estudos, a enfrentar e resolver problemas cotidianos, ao mesmo tempo dando autonomia e incentivando para enfrentar desafios de forma independente. Quando os pais/cuidadores cercam uma criança de cuidados excessivos e assumem suas tarefas, impedindo assim o desenvolvimento da sua independência e autonomia, muito possivelmente quando essa criança se tornar adulto terá dificuldade em resolver seus problemas sozinho e assumir responsabilidades, não conseguindo chegar a conclusões e tomar decisões, sempre com receio de que algo de ruim possa lhe acontecer, por consequência se sentem fracassados e incompetentes.
Limites realistas – essas necessidades básicas consistem em
limites realistas, ou seja, ensinar para a criança de maneira firme, porém afetuosa e compreensiva o que é certo ou errado e a respeitar as emoções e espaço das demais pessoas. Quando os cuidadores/pais são excessivamente tolerantes e permissivos, consequentemente essa criança pode se tornar um adulto arrogante, inconsequente, egocêntrico ou narcisista. Tornam-se pessoas que se acham superiores aos demais, não respeitam a regras nem ao espaço do outro, pois acreditam ser dignos de benefícios diferenciados. Por não tolerarem fracasso, muitas vezes fogem de responsabilidades e situações conflituosas.
Espontaneidade e lazer – são necessidades de autonomia para
expor suas ideias, opiniões, seus desejos e sentimentos sem repressão, como também sensatez em distinguir o tamanho da importância às necessidades das demais pessoas. Adultos que não tiveram essas necessidades básicas atendidas, provavelmente vivenciaram a infância em torno da aceitação condicional, agradando e fazendo a vontade dos outros e ao mesmo tempo inibindo características próprias para se sentirem/serem aceitos e amados. Geralmente filhos de pais egoístas que priorizam primeiramente as suas necessidades do que as da criança. Como consequência essas crianças, quando já adultos tendem a se doar demasiadamente ao outro, considerando primeiramente a demanda da outra pessoa e não levando em consideração suas aspirações e necessidades. Por não se achar importante tende a suprimir as suas emoções, até mesmo a própria raiva que muitas vezes fica inconsciente, para desta forma se sentir querido e reconhecido pelos demais, sendo assim inclina-se a tomar decisões que não lhe trazem prazer.
Liberdade de expressão e emoções válidas – neste domínio são
onde se encontram necessidades básicas como, incentivar a criança a expressar seus sentimentos e emoções bem como lhe transmitir, de forma honesta, em gestos e palavras o quanto ela é querida e amada. Orienta-la de que perder, assim como ganhar, faz parte da vida e desta forma lhe aconselhar, a saber, lidar com possíveis frustrações. Uma infância com cuidadores hipercríticos e rígidos, em um ambiente familiar com alto nível de cobrança e escasso espaço para espontaneidade e lazer faz com que uma criança se torne um adulto com pensamentos e ideias pessimistas e negativas, de que as coisas não sairão como o planejado, que algo de ruim poderá acontecer, está sempre indeciso, preocupado e apreensivo. São indivíduos que não conseguem expressar suas emoções e sentimentos por receio de serem jugados, são vistos como distantes, insensíveis, frios, reservados ou indiferentes. Desenvolvem padrões rígidos e inflexíveis quanto as suas próprias realizações, a si mesmo e as pessoas a sua volta, por ser perfeccionista acredita que erros são inadmissíveis. O ambiente familiar saudável, principalmente na primeira infância, é essencial no desenvolvimento de esquemas adaptativos, ou seja, formas/modos saudáveis de enfrentar as situações adversas, com equilíbrio adequado.