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Introdução

O presente trabalho tem como tema: momentos históricos da educação e suas características,
qual serão analisadas as transformações que a educação sofreu desde o período primitivo,
período antigo, idade media, idade moderna até na idade contemporânea. Porem, importa referir
que Podemos dizer que o homem torna-se homem, na identificação do outro como outro de si, é
um ser social, criativo, capaz de interagir entre si e transformar a natureza. Essas transformações
espelham-se na Educação nos diferentes períodos; as mudanças ocorridas na nossa história
reflectem-se no modelo pedagógico.

O ser humano, enquanto criador e criativo, mostra ao mundo as transformações que vão
ocorrendo, tanto com a sociedade, quanto com o próprio homem, através da arte, contando sua
história, mostrando suas angústias, anseios e vitórias. Desta forma, escolhemos algumas imagens
para ilustrar tais representações estéticas.

Objectivo geral

 Compreender os momentos históricos da educação.

Objectivos específicos

 Conhecer o conceito de educação;


 Descrever as transformações da educação;
 Identificar as características da educação desde o período primitivo a idade
contemporânea.

Metodologia

Para a elaboração deste trabalho recorreu-se ao uso do método bibliográfico que consistiu na
recolha das informações que dizem respeito a este tema acima supracitado em livros
electrónicos. Para melhor compreender o conteúdo deste tema usou o método de comparação das
informações que culminaram com a realização deste trabalho.
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MOMENTOS HISTORICO DA EDUCAҪÃO E SUAS CARACTERISTICAS

Conceito de educação

A Educação é a forma de construção de conhecimentos e atitudes necessárias para integração do


homem à sociedade. Portanto, acontece em dois momentos distintos: primeiro, como educação
familiar, segundo, como educação erudita.

É preciso fazer um retrocesso na história da educação com a intenção de entender o fazer


pedagógico, observando que o homem é um ser histórico, que retoma seu passado para projetar o
futuro.

O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos


sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e
experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação
no presente. Pensar o passado não deve ser compreendido como exercício de saudosismo,
mera curiosidade ou preocupação erudita. O passado não é algo morto: nele estão as
raízes do presente. É compreendendo o passado que podemos dar sentido ao presente e

elaborar o futuro, (ARANHA, 1989, p.12)

Transformações históricas da educação

A respeito da educação podemos observar diferentes momentos que são de fundamental


importância para a história de nossa humanidade: Período Antigo, subdividido em Primitivo,
Antigo e Medieval, Moderno, destacando-se o Renascimento. Como algo inerentemente humano,
a educação se transforma e o processo educacional segue as normas e os padrões de cada período
histórico, respondendo às necessidades de cada sociedade, (ARANHA, 1989, p.12).

Segundo (AMADO, 2007, p. 34), as transformações sofridas pela Educação nos seguintes
estágios são: período primitivo, período antigo, idade média e idade moderna.

A Educação no período primitivo e suas características

Na perspectiva de BRANDÃO (2005, p. 34), a arte Rupestre, feita na parede das cavernas,
exposta acima, representa o período de 4.000 a.C. Acredita-se que teriam uma finalidade
ritualística, ou talvez uma forma de educação e comunicação por meio da arte.
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O período primitivo corresponde à pré-história. Anterior à escrita, a educação primitiva tem


como objectivo ajustar a criança em seu ambiente físico e social através da aquisição das
experiências. O saber, neste período, é disponível a qualquer pessoa, não existe divisão social.
Os chefes de família são os professores. As mudanças na educação ocorrem com a revolução
neolítica, onde é fixada uma divisão educativa, paralela à divisão do trabalho, ou seja,
homem/mulher (ARANHA, 1989, p. 35).

A educação no período antigo e suas características

Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a
civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia
Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que
serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder
militar e carácter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no
autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade
entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logo
(conhecimento) seu ideal educativo mais importante (ALVES, 2012, p. 40).

O exercício da palavra, assim como a retórica e a polémica, era valorizado em função da prática
da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas,
considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus
alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma
matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha
ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam
de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica, (ARANHA apud GADOTTI, 2000,
p. 51).

Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático


contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do
conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o
sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade, (idem).

A educação tem como princípio a formação do cidadão, completo e virtuoso, para tanto é
necessário um modelo que abranja corpo e mente; concomitantemente com o surgimento
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do pensamento filosófico surge a palavra Paidéia. Por volta do século v a.C. é criada a
palavra Paidéia, que de início significa apenas ‘criação dos meninos’ (pais, paidós,
‘criança’). Mas com o tempo, a palavra adquire nuances que tornam intraduzível.
(ARANHA, 1989, p. 37).

Subdivisões da Educação Grega

Existem subdivisões na Educação Grega. O período, conhecido como homérico, visa à formação
do nobre. A criança permanece com a mãe até os 7 anos de idade. A infância era uma fase de
passagem, a partir deste momento a criança passava a frequentar locais próprios para o seu
desenvolvimento, sendo que existe uma divisão educacional por género, assim, a menina fica em
casa aprendendo as artes do lar. A escola permanece sendo o local da elite, a cultura Grega é
transmitida através de eventos sociais (BRANDÃO apud ALVES, 2005, p.37).

Esparta e Atenas são as principais cidades-estado deste período e apresentam modelos


diferenciados de Educação; Esparta volta-se para a formação do guerreiro, a partir dos 7 anos o
menino era retirado do seio familiar, passando aos cuidados do Estado. A Educação era pública,
rígida, voltada, principalmente, para as actividades físicas, não descuidando do estudo da música,
canto e dança. Conforme a criança cresce, a disciplina aumenta. O guerreiro Espartano é educado
para suportar a dor e obedecer. A mulher tem destaque neste período, participa de actividades
físicas e de festividades, (idem).

Atenas difunde a educação a todos os cidadãos livres, devido a sua grande influência e,
por se tratar do berço da filosofia, o ideal do povo ateniense é o culto, os rapazes eram
instruídos nas letras e filosofia, pelos mestres, na primeira fase era acompanhado pelo
pedagogo (escravo que tinha como função orientar as primeiras letras e a actividade
física, por volta dos 18 anos após um rito de passagem adentrava a vida cidadã, os mestres
são os filósofos, (ARANHA, 1989, p. 40).

Educação Romana

Na perspectiva de GADOTTI (2000, p. 48), a educação romana possui carácter prático e


formação civil e familiar. O cidadão possui consciência do direito romano.

O pai é figura central, a mulher possui valorização na família, possuindo um papel educativo,
para a formação do futuro cidadão. A partir do século II a.C., as escolas organizam-se segundo o
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modelo Grego, existem também escolas destinadas às classes inferiores para a formação
profissional (idem).

Educação na Idade Média

Segundo ALVES (2012, p. 51), podemos reconhecer traços da tradição espartana na educação
medieval. Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a
educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja Católica.

Cabe ressaltar que até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela
garantia da subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios círculos
familiares, sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente influenciados pelo
pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento inicia-se
uma nova era para o Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos
discursos sobre os objectivos da Educação.

O conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu
dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o
desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais: o conhecimento
passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da autoridade do professor
enquanto sujeito detentor do saber (idem).

Características da educação na Idade Média

Quanto a característica da Educação nesta época pode-se notar que era desenvolvida e
subordinada à Igreja. Todo conhecimento está a serviço da fé, este deve revelar as verdades de
Deus a autoridade indiscutível está presente nos textos sagrados. A razão deve conciliar-se com a
fé. Este conhecimento é reservado ao poder eclesiástico. Desenvolvem-se, neste momento
histórico, diferentes modelos pedagógicos para classes sociais distintas, surgem os colégios com
alunos e professores, os quais servem a autoridade da igreja, ou outro poder que a represente. A
função pedagógica é a evangelização, a revelação das verdades divinas e a salvação das almas
para a vida eterna, (ARANHA, 1989, p. 43).
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A educação na idade moderna

Sob o ponto de vista de HORTON (2003, p. 48), O renascimento é o período compreendido


entre os séculos XV e XVI; neste contexto, diversos acontecimentos promovem uma mudança na
concepção de homem, da própria sociedade e a nível educacional.

Foi esse modelo de educação escolar centrado na figura do professor como transmissor do
conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionado pela Revolução
Industrial e a consequente urbanização e aumento demográfico. Além disso, o fortalecimento e
expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo acesso a escola enquanto
direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de
direitos e deveres e capazes de exercê-los perante a sociedade.

É impressionante a preocupação com a educação no Renascimento (sobretudo em


comparação com a Idade Média), não só pela produção teórica dos pedagogos, mas
principalmente pela proliferação de colégios e manuais para alunos e professores. Educar-
se torna-se uma questão de moda e uma exigência dentro da nova concepção do homem
(ARANHA, 1989, p. 94).

A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo hierarquizado e autoritário de educação


que caracterizou as instituições escolares até então passou a ser questionado por educadores
como Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos Estados Unidos. Impulsionados pelo
desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, e
com críticas a pedagogia tradicional e a forma como os conteúdos curriculares eram impostos
aos alunos, esses e outros educadores passaram a reivindicar a participação activa dos alunos no
processo de aprendizagem. Desta forma e como mencionado anteriormente, essas propostas
resgataram princípios atenienses de educação ao valorizar a experiência anterior do aluno e seus
conhecimentos prévios à aprendizagem escolar, (idem).

Características da educação no período Moderno

Segundo ARANHA (1989, p. 92), existem várias características da educação no que diz
respeito a época moderna, na qual se destacam as seguintes:
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 A Educação do século XVII esforça-se pela obrigatoriedade da escola, criando leis,


programas e níveis para tal. Porém, o monopólio das escolas permanece com a
Companhia de Jesus, que representa o modelo tradicional com base na Escolástica;
 O pensamento pedagógico moderno é realista. Segundo ele, o conhecimento deve partir
da compreensão das coisas, voltado para a vida prática;
 As universidades permanecem calçadas nos ideais medievais, as academias
correspondem às necessidades sociais, pois, privilegiam matérias mais práticas.

A educação no período contemporâneo

As influências do século XIX, como a urbanização acelerada e o capitalismo industrial, criam um


panorama de forte expectativa com relação à educação, devido à maior complexidade do
trabalho, que exige mão-de-obra especializada. Acontece a universalização da escola secundária,
clássica para a elite burguesa e técnica para a formação do trabalhador. As linhas filosóficas que
orientam este período são o Idealismo, de Fitche, Schelling e Hegel, as idéias socialistas, e o
desenvolvimento das ciências humanas.

Características da educação no período contemporâneo

Segundo BRANDÃO apud ARANHA (1989, p. 92), existem várias características da educação
no que diz respeito a época contemporânea, na qual se destacam as seguintes:

 O ensino universitário é ampliado e reformulado, aparecendo as escolas politécnicas,


tendo em vista as necessidades decorrentes do avanço tecnológico.
 Surgem as escolas da primeira infância, cujo precursor foi Froebel, seus “jardins da
infância”. A preocupação geral com a educação leva também à formação de várias
escolas normais visando a preparação para o magistério (ARANHA, 1989, p.176)
 Surgem preocupações com a formação da consciência nacional e com a metodologia.
Bem como, pedagógicas com fins sociais, salientando a formação da criança para a vida
em sociedade.
 A Educação associa-se ao bem-estar social, ao progresso e à transformação. A psicologia
passa a influenciar a educação infantil, procurando uma metodologia adequada ao seu
processo de aquisição do conhecimento.
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Conclusão

A história da humanidade é permeada pela produção do conhecimento, que pretende transformar


homens e mundo. Cabe a nós, seres éticos e responsáveis, usar desse conhecimento, procurando
tirar o que temos de melhor para contribuir com a vida em sociedade.

Dentro de cada um de nós sempre cabe mais um saberzinho. Antes se pensava que tinha uma
idade para aprender e depois outra em que a pessoa só servia para trabalhar ou para ‘ter filhos’.
Mas hoje a gente sabe que aprender pode ser por toda a vida. Eu sempre posso ser alguém
melhor do que eu já sou. Eu sempre posso aprender com os outros, com os livros, com o mundo,
e saber melhor o que eu já sei. E eu sempre posso aprender o que eu não sei. E muita coisa de
tudo isso a gente aprende quando aprendeu bem a ler e escrever (BRANDÃO, 2005, p.50).

Importa concluir que Em função dessa trajectória histórica, cabe salientar que a Educação não
atendeu sempre aos mesmos tipos de objectivos e toda a sua análise requer, antes de tudo, um
intenso esforço de reflexão e contextualização. Através deste caminho pode-se melhor
compreender métodos e teorias educacionais, pois observamos traços presentes nas práticas
educativas actuais que remetem a herança deixada pelos modelos educativos analisados até aqui.
Se, de um lado, está o valor da disciplina e do conhecimento a ser transmitido pela escola; e, de
outro lado, a ideia de que o conhecimento é construído e consequentemente ninguém ensina nada
a ninguém de forma definitiva; é importante a constatação de que essas correntes de pensamento
não se excluem, uma vez que nos dias actuais é necessário conciliar o valor do conhecimento ao
valor do engajamento dos alunos como estratégia para sanar as exigências de um mundo em
contínuo desenvolvimento e marcado pelo fluxo constante de informação disponível a uma
ampla gama de pessoas situadas em diferentes regiões do mundo.
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Referências bibliográficas

ALVES, Luís Alberto Marques. História da Educação. Faculdade de Letras da Universidade do


Porto, 2012.

AMADO, Casimiro Manuel Martins. História da Pedagogia e da Educação. Universidade de


Évora, 2007.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1989

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O menino que lia o Mundo: Uma história de pessoas, de letras e
palavras. São Paulo: Editora UNESPE, 2005.

COTRIN, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e Grandes Temas. 16ª Ed. São Paulo:
Saraiva, 2006.

HORTON, Myles; FREIRE, Paulo. O Caminho se Faz Caminhando: Conversas sobre educação
e mudança social. Petrópolis, RJ: 2ª ed., 2003.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas Actuais da Educação. Revista São Paulo Perspectiva. São
Paulo, 2000.

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