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Língua e Gramática Portuguesa III

Unidade II: As condições de produção dos textos


Trabalho Prático avaliativo parcial – Ano 2022

Análise dos gêneros de texto em torno do livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender:
1. Identifique os gêneros de texto presentes nos cinco exemplares apresentados. Descreva suas principais características/ marcas
reconhecíveis como pertencentes a esse gênero. Comentado [1]: Muito bem classificado e analisado

Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5


Noticia. Reportagem Comentário Nota oficial Entrevista
de falada.
reportagem.
Gênero

Características/ *Informa sobre *Presença *Aparece *O *Texto oral.


marcas um da voz do embaixo do cabeçalho *Responde a
reconhecíveis. acontecimento autor da título diz: “Nota uma
real. personagem. “comentário oficial...” estrutural Comentado [3]: marcador explícito de gênero
*Título que
*Pretende s” *Linguagem dialogal. Comentado [2]: Isso pode chamar-se de "marcador de
antecipa o gênero explícito"
informar, *Texto formal. *Alternância
acontecimento
para chamar a mas também curto. *Emite um no tempo das
atenção do formar *Assinado posicioname falas
leitor. opinião. pela pessoa nto sobre (entrevistador
*veiculado em *Linguagem que escreve. um fato /entrevistado)
um meio formal. *Acompanh recente por *Relação de
digital de *Presença de a data e hora parte de um hierarquia
comunicação. discurso do momento órgão oficial. entre a pessoa
*texto direto e que foi feito. *Representa que pergunta
relativamente indireto. uma voz de e a pessoa que
curto com
autoridade. responde.
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linguagem *Presença de *Carrega a *Veiculado *veiculada em


clara e vozes de subjetividad em um um portal de
objetiva. autoridade e do autor. portal de vídeos.
*texto em que *Emite juízo uma
terceira pessoa
sustentam o de valor faculdade
(impessoal)
*discurso
exposto pelo sobre aquilo (UFPR)
indireto. repórter. que
*Linguagem *Veiculado comenta.
formal. em um meio *Pode
virtual de responder a
comunicação um outro
*O texto está comentário.
assinado. *Veiculado
*Pertence a em um
uma secção portal de
específica do comunicação
jornal .
(educação)

2. Identifique, na medida das possibilidades, os seguintes parâmetros do contexto físico da produção dos textos:
Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5
Lugar de Infere-se Infere-se São Pode ser Brasil Brasil
produção: Brasilia. Paulo. desde
qualquer
parte do
mundo. Pelo
uso da língua
portuguesa na
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variante
brasileira e
pelo
conheciment
o do assunto
pode se
inferir Brasil
como lugar
de produção.
Anterior ao dia Anterior ao 08/06/2011 Anterior ao Anterior ao dia
Momento 14/05/2011 dia dia 20/05/2011
de 19/05/2011 20/05/2011
produção:

Emissor O texto não Tatiana Klix Paulo Associação Ederson


(autor/es): está assinado. Fernandes. Brasileira de Granetto y
Linguística. Ataliba
Castilho.
Receptor Leitores do Leitores do Qualquer Brasileiros Brasileiros que
(leitor/ouvi jornal O Globo portal iG pessoa que lê que tem tem
nte): digital. os conheciment conhecimento
comentários. o sobre a sobre a Comentado [4]: Está bem. Então, tomando em conta as
correições feitas no ponto seguinte em relação ao
polémica que polémica que DESTINATÁRIO, você poderia refletir mais sobre os
gerou a gerou a destinatáros dos comentários?
distribuição distribuição do
do livro “Por livro “Por uma
uma vida vida melhor”
melhor”
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Suporte e Suporte: meio Suporte: Suporte: Suporte: Suporte:


contexto de de portal de portal iG. Portal da Youtube.
circulação: comunicação comunicação. Contexto de Universidade Contexto de
digital. Contexto de circulação: de Paraná. circulação:
Contexto de circulação: Brasil. Contexto de Brasil.
circulação: Brasil. circulação:
Brasil. Brasil.

3. Identifique os parâmetros do contexto de produção sócio-subjetivo:

Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5


Lugar social Âmbito Âmbito Âmbito Âmbito Âmbito
(âmbito): jornalístico. jornalístico y jornalístico. académico jornalístico
de educação.
Posição social Jornalista ou Repórter. Cidadão AssociaçãoEderson
do emissor redator do brasileiro. Brasileira de
Granetto:
(enunciador): jornal. Linguística.
jornalista
Ataliba
Castilho:
gramático
brasileiro.
Posição social Cidadão Cidadão Cidadão Cidadão Cidadão Comentado [5]: Essa seria a imagem do RECEPTOR, isto
é, aquele grupo de pessoas que, por diferentes circunstâncias,
do receptor brasileiro com brasileiro brasileiro brasileiro. brasileiro com é sucetível de ver / ouvir esses textos. tema a ver com o
(destinatário): acesso à com acesso à com acesso à acesso à mundo físico. ORA, a posição social do receptor (que o
transforma em destinatário do texto) é também uma imagem
internet. internet. internet. internet. que o prdutor textual constroi para escrever seu texto e tema a
Finalidade e Comentar Pretende Dar a Dar a Dar a conhecer ver, sim, com aquela que você descreveu em parte no quadro
anterior ("
objetivo/s sobre um informar, conhecer uma conhecer um um Brasileiros que tem conhecimento sobre a polémica que gerou
(função social acontecimento mas também opinião. posicionamen posicionament a distribuição do livro “Por uma vida melhor”)
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do texto e recente de formar to com o com respaldo


intenções do interesse da opinião. respaldo cientifico.
produtor): população. cientifico.

4-Identifique e analise, em cada texto, escrevendo em um parágrafo, as variações presentes (diatópica/ diastrática / diafásica ou estilística
/diamésica /diacrônica) dando algum exemplo. Também, analise o grau de monitoramento de cada um dos textos, quer dizer, de que
forma cada texto se adequa ao contexto de circulação, ao gênero, ao público, etc. Comentado [6]: Muito bem analisado e exemplificado

Em todos os textos predominam as variações diafásicas e diamésica, além de um alto grau de monitoramento pelo fato de ser a maioria textos do Comentado [7]: lembre de usar formato "justificado" do word
para todos os trabalhos em geral.
gênero jornalístico e acadêmico. Exemplo de variação diamésica e que tem a ver também com o monitoramento é a posição do pronome obliquo
“-se” após o verbo: “Diante de posicionamentos virulentos e alguns até histéricos, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINGUÍSTICA,
ABRALIN, vem a público manifestar-se a respeito” (na oralidade e em gêneros com menos grau de monitoramento é utilizado antes do verbo).
As variações diamésica e diafásica, geralmente respondem à variação diatópica da cidade que funciona como centro económico e político de um
país ou região. Por tanto, a variação diatópica “paulista” está presente também. É possível extrair alguns exemplos de variação diastrástica na cita Comentado [8]: Portanto
da notícia (texto 1): "nós pega o peixe" e "os menino pega o peixe". Por outra lado, nos comentários da reportagem (texto 3), a pesar de não
responder a um gênero altamente monitorado a maioria as participações respondem a um grau de monitoramento alto pelo fato de estar Comentado [9]: das
respondendo ao que é falar bem, por exemplo o comentário de Álvaro Souza: “Lamentavelmente, constata-se que não há um projeto de educação
e cultura para as crianças e jovens brasileiros”. Contrariamente, na entrevista ao professor Ataliba Castilho, podemos perceber um grau de
monitoramento mais baixo por se tratar de um texto oral. Neste último texto podemos perceber a variação diatópica própria do professor, por
exemplo, na pronunciação do [r] e do [t].

5. Infra-estrutura geral do texto:


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Todos os textos possuem título. Os que respondem ao gênero jornalístico escrito (textos 1 e 2) possuem uma introdução que antecipa o fato
que irá se desenvolver, um desenvolvimento que, no caso da notícia, relata o acontecimento e, no caso da reportagem, apresenta as diversas
argumentações sobre o assunto tratado. Na entrevista oral (texto 5) a introdução é feita pelo entrevistador apresentando o assunto que será Comentado [10]: dos dois posicionamenyos, a favor e
contra
tratado e ao entrevistado, o desenvolvimento é uma alternância de perguntas e respostas e o no desfecho é resumido o posicionamento do
entrevistado. Sobre o plano do texto dos comentários (texto 3) podemos dizer que é curto e que não responde a uma forma muito estruturada
e todos apresentam assinatura, data e hora de publicação. Finalmente a nota oficial da ABRALIN (texto 4), responde a forma de introdução,
desenvolvimento, conclusão. Na introdução é apresentado o assunto principal e antecipa o posicionamento do emissor, no desenvolvimento
são apresentados e desenvolvidos os argumentos que respaldam o posicionamento do emissor e na conclusão se reforça o posicionamento
exposto.

6. Mecanismos de responsabilização enunciativa:


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-Como se manifesta a voz do autor? Ele utiliza a primeira pessoa do singular ou do plural? Ele mascara sua própria voz? O autor
recorre a vozes de autoridade / vozes sociais? Escreva um parágrafo para cada texto fornecendo exemplos e indicando N° de
parágrafo ou linha

Texto 1: A voz do autor se manifesta na terceira pessoa mascarando a sua voz já que uma das características da notícia é a objetividade
para apresentar um fato ou acontecimento de interesse da população: “Para os autores do livro, deve ser alterado o conceito de se falar
certo ou errado para o que é adequado ou inadequado.” (parágrafo 1, linhas 5). O autor recorre a vozes de autoridade para sustentar a
informação fornecida na noticia: “Em nota encaminhada ao "Jornal Nacional", o Ministério da Educação informou que a norma culta da
língua será sempre a exigida nas provas e avaliações...” (parágrafo 4, linha 1).
Texto 2: A voz do autor se manifesta na terceira pessoa e mascara sua própria voz introduzindo vozes de autoridades que tomam
posicionamentos contrários: “De um lado, estão linguistas que defendem a obra que prega que o aluno pode falar “os livro” ...De outro, os Comentado [11]: A autora apresenta apenas
posicionamentos contrários através de outras vozes? Quando
que acreditam que esta prática limita a ascensão social dos próprios alunos.” (parágrafo 2, linha 4 e 10). a autora menciona "os linguistas" isso poderia considerar-se
Texto 3: Pelo fato de se tratar de comentários, os autores manifestam sua voz na primeira pessoa: “Nunca vi tanta incompetência.” (primeiro uma voz social.
comentário). Não introduzem vozes de autoridade. Comentado [12]: Acho, sim, que se introduzem vozes
Texto 4: Neste texto podemos encontrar trechos em primeira pessoa, quando é exposto o posicionamento da Associação: “entendemos sociais (tanto de defensores do livro quanto de detratores do
livro) para ora apoiar ora rejeitar sua incorporação. Revisar.
que o ensino de língua materna não tem sido bem sucedido”, e trechos na terceira pessoa, para dar sensação de objetividade quando são
presentados os argumentos que respaldam o posicionamento expressado: “Uma constatação é o fato de que as línguas mudam no tempo...”
Texto 5: Neste texto oral a voz do entrevistador está mascarada, utilizando maiormente a terceira pessoa: “O livro Por uma vida melhor,
da editora Global, considera válido o uso na linguagem oral de expressões gramaticalmente erradas...”. Contrariamente a voz do
entrevistado está explicita, já que o objetivo da entrevista é justamente levantar essa voz de autoridade e saber a opinião do entrevistado
sobre o assunto: “Este livro, eu acho que não foi lido pelas pessoas que estão levantando estas questões todas...”

7. Descrição do gênero: levando em consideração todos os aspectos analisados escreva um parágrafo no qual se apresente uma
descrição das características genéricas do ARTIGO DE OPINIÃO.

O artigo de opinião é um gênero textual de tipo argumentativo, opinativo, dissertativo e tem como intencionalidade apresentar um ponto Comentado [13]: no qual predomina a argumentação...
de vista ou posicionamento sobre algum assunto socialmente relevante. Quanto ao momento de produção podemos dizer que foi escrito
antes da data de publicação, num lapso temporal não muito longe do acontecimento ou motivo do qual está se dissertando ou opinando, já
que, o artigo de opinião tem como objetivo também persuadir e formar opinião no leitor por tanto tem que ser uma questão de
atualidaderecente. Em relação ao lugar de produção, hoje em dia, com o avanço das tecnologias e a imediatez da comunicação podemos
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inferir que foi escrito desde qualquer parte do mundo, mas o emissor tem que ter conhecimento do contexto cultural, onde o artigo irá
circular para poder por situar os seus leitores. No que diz respeito ao emissor pode aparecer ou não o nome da pessoa física, mas o papel
social do autor será de jornalista ou colunista do jornal onde será publicado o artigo. O destinatário será qualquer pessoa que costume ler
(ou não) o meio de comunicação onde o artigo será publicado e, no caso de ser publicado em um meio de comunicação digital, o
destinatário deverá ter acesso a internet. Acerca do contexto de circulação, pode aparecer em jornais, revistas ou sites, ou seja, está Comentado [14]: revisar
relacionado à atividade social jornalística. Costumam ser textos em terceira pessoa para mascarar a própria voz do autor e causar sensação
de objetividade. Geralmente, trata de temas polémicos e para fundamentar os argumentos apresentados são utilizados recursos como Comentado [15]: muito bem mas dependendo do papel
social do emissor podem usar a primeira pessoa
dados estatísticos e discursos de autoridade. O plano textual apresenta um título, que deve chamar a tenção do leitor, uma introdução,
onde é apresentado o assunto do qual irá se dissertar e os principais argumentos que sustentam a dissertação. No desenvolvimento são
ampliados os argumentos apresentados na introdução e são introduzidas as diferentes vozes de autoridade ou dados estatísticos.
Finalmente, no encerramento será reafirmado o tema e colocada uma conclusão, que remeterá ao texto em sua totalidade. DevePode /
Tem como objetivo convencer e chamar àa reflexão do leitor.
Quais são os tipos de discurso que predominam?

Observe, a modo de exemplo, parte da descrição do gênero notícia :

A notícia:

A notícia inscreve-se dentro da prática social jornalística e apresenta um conteúdo temático no qual é possível identificar fatos de relevo e interesse
geral em relação ao momento sócio histórico em que ação de linguagem ocorre. Quanto ao contexto de produção a notícia situa-se, como já
vimos, no quadro da atividade social jornalística, atividade essa que comporta certas regras e normas próprias do mundo social. Quanto ao
momento e o lugar de produção, destaca-se que, pelas características do próprio gênero, assume-se que quem escreve o faz desde o lugar em que
os fatos ocorreram, mas não é possível comprovar este fato. Quanto ao momento da produção, ele é bem preciso, posto que ocorre em algum
momento depois do fato relatado e antes do momento da publicação no meio de comunicação. Quanto ao emissor, nem sempre aparece o nome
da pessoa física e sim o próprio nome do jornal. Porém, en tanto enunciador, o autor escreverá desde sua função social de jornalista que deve
transmitir de forma objetiva os fatos. Já quanto ao destinatário da interação, será o de leitor habitual (ou não) do meio de comunicação no qual
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o texto circula ou, no caso do jornalismo digital, internauta que tem acesso ao meio de comunicação digital e, em ambos os casos, esse leitor terá
conhecimento geral da realidade social. O contexto de circulação e a prática na qual se insere determinam o grau de monitoramento do texto que
deve ser alto. O plano textual, muitas vezes regulado pelo meio de comunicação em que é publicado,apresenta um título, um lide no qual se resume
o principal da notícia e o corpo do texto, podendo conter fotos ou não. Quanto aos tipos de discurso, é comum observar sequências de narração
e de relato interativo, com presença de deícticos espaciais e temporais que fazer referência ao lugar dos fatos relatados. Quanto aos mecanismos
de textualização, as notícias caracterizam-se por marcadores temporais e espacias. Quanto aos recursos enunciativos espera-se que a voz do
autor seja objetiva na exposição dos fatos, portanto não deveria enunciar na primeira pessoa do singular ou plural, e sim na terceira pessoa. É
comum, porém, o recurso a vozes de personagens através do discurso direto ou indireto e o recurso a vozes sociais.

8. Produção escrita:

A partir da discussão sobre o livro “Por uma vida melhor” como forma de intervir no ensino de língua na escola, vamos pensar o caso da
proibição da linguagem inclusiva na escola na cidade de Buenos Aires. Com a ajuda dos diferentes textos sobre esse caso argentino,
disponíveis na aula virtual, e com seus conhecimentos teóricos sobre discurso, língua e gramática desenvolvidos nas aulas desde a
perspectiva sociolinguística e glotopolítica, escreva um artigo de opinião sobre a proibição dessas formas linguísticas na escola. O artigo
será publicado na seção de opinião do jornal Brasil de Fato (https://www.brasildefato.com.br/opiniao). Lembre-se de situar o leitor
brasileiro nessa problemática específica e no contexto argentino.

Respeite o esquema que temos treinado na oficina de produção escrita. Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas. Respeite os 5 parágrafos:
introdução, 3 parágrafos de desenvolvimento dos três argumentos principais, e conclusão.

SOBRE A PROIBIÇÃO DO USO DA LINGUAGEM INCLUSIVA NA ARGENTINA.

Na Argentina, o uso da linguagem inclusiva já é um fato. Não só na oralidade, como também na escrita. Diversos órgãos públicos e casas de estudo
têem adoptado este uso da língua em documentos oficiais, circulares e materiais didáticos. Porém, apesar de todas essas iniciativastudo isto, o
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governo da Cidade Autónoma de Buenos Aires proibiu seu uso nas escolas. Alguns dos argumentos são os seguintes: , que1) a deformação do uso
da linguagem tem um impacto negativo no processo de aprendizagem, 2) que é fundamental estudar corretamente a gramática para permitir aos
estudantes combinar corretamente as palavras em uma oração, e, finalmente, 3) que os usos da linguagem no ensinamento da língua em educação
não são terreno onde o professor ou professora possa impor a sua preferêencia linguística particular. Mas, são esses argumentos são válidos para
proibir o uso da linguagem inclusiva nas escolas?

Em primeiro lugar, afirmar que um determinado uso da língua é uma deformação não é muito acertado já que a língua não se deforma, se transforma. Comentado [16]: Muito bom!

Através do tempo a língua vai se adaptando àas necessidades de comunicação da sociedade que a fala. Paula Salerno, doutora em letras pela
Universidade de Buenos Aires, diz ao respeito que “a língua não está isolada, existem falantes que a usam” e acrescenta “a transformação da
linguagem enriquece o processo de aprendizagem, oferecendo brindando novas ferramentas de comunicação”.

O segundo argumento refere-se utra das questões argumentadas é àa da correta aprendizagem da gramática. Neste sentido, Eduardo Bonnin,
reconhecido linguista, professor da Universidade …. e investigadorpesquisador do CONICET argentino afirma que a letra E (principal manifestação
da linguagem inclusiva na variedade do espanhol rio-platense) está proposta para atuar com as regras de marcação de gênero em espanhol. Comentado [17]: esclarecer o que está sendo defendido
aqui

Em terceiro lugarFinalmente, outro dos argumentos expostos é que os professores não podem impor sua preferência linguística particular na hora Comentado [18]: não entendi

de ensinar a língua. Mas, o governo da Cidade de Buenos Aires pode sim impor a sua preferência linguística? Polémico! Comentado [19]: com "finalmente" parece que você vai
concluir

Em conclusão, foi demonstrado que os argumentos utilizados pelo Ministério de Educação da Cidade de Buenos Aires para proibir o uso da
linguagem inclusiva nas escolas não paerecem/são muito acertados. Existem argumentos que sejam verdadeiramente válidos para proibir uma
manifestação linguística existente e concreta? É um chamado àa reflexão.

Muito bem organizado. Revisar bem a redação pensando no leitor.

Considero que o texto está muito bem oranizado e responde ao esquema de artigo de opinião. Porém, é necessário ainda trabalhar algumas questões,
como repetições desnecessárias (“argumentos”) e esclarecer melhor qual é a ideia que defende Bonnin.
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Análise dos gêneros de texto em torno do livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender:
1. Identifique os gêneros de texto presentes nos cinco exemplares apresentados. Descreva suas principais características/ marcas
reconhecíveis como pertencentes a esse gênero.

Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5

Notícia Artigo de Comentário Nota oficial Entrevista


opinião (oral) Comentado [1]: Uma das principais características do artigo
de opinião é o posicionamento sobre um assunto e a defesa
Gênero desse posicionamento com recursos argumentativos e
opiniões. Você encontrouy isso no texto?

Características/ Manchete Manchete Autor Autora Entrevistador


marcas Meio Meio Data Data Entrevistado
reconhecíveis. Data Data Registro mais Título Meio
Registro Registro informal Registro Registro
formal formal Menor grau formal formal
Plano textual Plano textual de Plano textual Plano textual
estável estável monitoramen estável mais ou menos Comentado [2]: Uma das principais características do artigo
de opinião é o posicionamento sobre um assunto e a defesa
to estável desse posicionamento com recursos argumentativos e
Plano textual opiniões. Você encontrouy isso no texto?
menos
estável

2. Identifique, na medida das possibilidades, os seguintes parâmetros do contexto físico da produção dos textos:
Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5
Lugar de Brasil São Paulo, Brasil Paraná, São Paulo,
produção: Brasil Brasil Brasil
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Momento 14/05/2011 19/05/2011 04/06/2011 20 de maio 20 de maio de


de 0:00 / 11:00 16:29 de 2011 - 2011
produção: atualizado 0h00 (atualização)
03/11/2011
22:04
Emissor Sem Tatiana Klix Álvaro Souza Maria José Ederson
(autor/es): informação Foltran, Granetto
presidente da (entrevistador)
Abralin e Ataliba de
professora da Castilho
UFPR (entrevistado)
Receptor Usuários/leitor Usuários/leit Internautas Usuários/leit Internautas
(leitor/ouvi es de jornais ores de leitores do ores do Portal usuários de
nte): digitais (e da jornais artigo de da UFPR Youtube e
globo.com digitais opinião subscritores ao
especificamen- canal da
te) Univesp TV
que assistiram
à entrevista
Suporte e Jornal O Globo iG São Paulo iG São Paulo Portal da Canal no
contexto de versão digital, Seção Seção Universidade Youtube da
circulação: em Globo.com Educação Educação Federal do Univesp TV,
Seção Paraná: que faz
Sociedade http://www.u transmissão ao
fpr.br/portalu vivo de seus
fpr programas

3. Identifique os parâmetros do contexto de produção sócio-subjetivo:


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Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5


Lugar social Jornalismo Jornalismo Jornalismo Academia/ Jornalismo
(âmbito): Educação
superior
Posição social Jornalista/ Jornalista/co Cidadão Abralin – Jornalista
do emissor Comunicador municadora brasileiro Associação (Ederson
(enunciador): Brasileira de Granetto) e
Linguística professor/lingu
ista (Ataliba de
Castilho)
Posição social Brasileiros Brasileiros Outros Acadêmicos, Internautas
do receptor adultos adultos internautas professores e brasileiros
(destinatário): interessados brasileiros estudantes da adultos
nos temas de preocupados área de interessados
educação com a linguística nos assuntos
educação de educação e
língua
Finalidade e Informar sobre Apresentar as Manifestar Posicionar-se Obter e dar a
objetivo/s um assunto posições desconformi- sobre um conhecer
(função social que representa diversas dade e se assunto com informação
do texto e uma novidade sobre um posicionar argumentos sobre um
intenções do assunto sobre um científicos assunto
produtor): assunto (Granetto)
Defender uma
posição com
argumentos
científicos
(Castilho)
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4-Identifique e analise, em cada texto, escrevendo em um parágrafo, as variações presentes (diatópica/ diastrática / diafásica ou estilística
/diamésica /diacrônica) dando algum exemplo. Também, analise o grau de monitoramento de cada um dos textos, quer dizer, de que
forma cada texto se adequa ao contexto de circulação, ao gênero, ao público, etc.

No primeiro texto, a notícia, observa-se a variação diatópica do português brasileiro com suas características próprias. Nele não é possível
identificar algum regionalismo. Também é possível notar a variação diastrática, que corresponde à língua utilizada por um determinado grupo
social, sendo ela a variação empregada pelos jornalistas ao escrever notícias e artigos ou falar nos meios audiovisuais de comunicação. Já a variação
diafásica ou estilística, que tem relação com as mudanças que ocorrem de acordo com a situação em que o indivíduo se encontra, se apresenta com
um registro formal. Isto é, porque o meio de circulação, o contexto no qual esse tipo de textos se produz e circula (jornalismo), requer esse tipo de
registro. A variação diamésica tem a ver com o meio de comunicação empregado, isto é, a fala, um documento escrito, um e-mail, uma mensagem de
texto, etc. Assim, a notícia faz parte de uma variação específica que inclui textos escritos do gênero jornalístico. Por sua vez, a variação diacrônica,
que refere às mudanças linguísticas e aos diferentes estágios pelos quais qualquer língua passa no decorrer do tempo, observa-se no uso de
vocábulos e expressões próprios do português brasileiro contemporâneo. Por fim, é possível afirmar que o grau de monitoramento, isto é, de que Comentado [3]: Muito bem fundamentado

forma cada texto se adequa ao contexto de circulação, ao gênero, ao público, etc., é alto.
No segundo texto, o artigo de opinião, observa-se também a variação diatópica do português brasileiro, mas não é possível identificar algum Comentado [4]: revisar

regionalismo A variação diastrática apresenta-se através das estruturas, expressões e termos empregados pelos jornalistas para escrever notícias ou
artigos, como neste caso. A variação diafásica ou estilística é própria do registro formal. Quanto à variação diamésica, o artigo faz parte de uma
variação específica que inclui textos escritos do gênero jornalístico. Por sua vez, a variação diacrônica é própria do português brasileiro
contemporâneo. Por outro lado, pode-se afirmar que o grau de monitoramento é alto.
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No terceiro texto, o comentário, nota-se a variação diatópica do português brasileiro, sem se identificar regionalismos. Também não é possível
identificar uma variação diastrática específica, mas pode-se inferir que o autor do comentário é um adulto com um nível alto de escolaridade. Por
outro lado, embora os comentários apresentem uma variação diafásica própria do registro informal, este apresenta mais características do registro
formal. Existem, no entanto, alguns erros de digitação relacionados com o baixo grau de monitoramento do gênero. Quanto à variação diamésica,
o comentário faz parte de uma variação específica de textos escritos que permitem a interação entre autores e leitores e leitores entre si. Por fim, a
variação diacrônica é própria do português brasileiro contemporâneo. Comentado [5]: Muito boa análise

No quarto texto, a nota oficial da Associação Brasileira de Linguística, verifica-se que a variação diatópica é a mesma que nos textos anteriores:
aquela do português brasileiro sem a identificação de regionalismos. A variação diastrática corresponde à linguagem específica utilizada no
ambiente acadêmico por parte de professores e estudantes. A variação diafásica ou estilística apresenta-se, por tanto, através do registro formal Comentado [6]: Me parece que por ser uma associação de
linguistas seja mais um ambiente científico-acadêmico
requerido por esse ambiente. Quanto à variação diamésica, a nota oficial constitui um tipo específico de gênero de texto que costuma ser publicado
por organismos ou instituições com algum peso na esfera da sociedade onde se desenvolvem. Assim, é comum que as notas oficiais sejam
publicadas em canais de comunicação próprios, neste caso através do site da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por sua vez, a variação
diacrônica é característica do português brasileiro contemporâneo. Por fim, quanto ao grau de monitoramento, é possível afirmar que este é alto.
No quinto texto, a entrevista oral, a variação diatópica é aquela do português brasileiro. Neste caso é possível identificar uma variação regional
que corresponde a aquela falada no estado de São Paulo. A variação diastrática corresponde à linguagem específica utilizada no jornalismo
(entrevistador) e na academia, sendo Ataliba de Castilho um reconhecido professor e linguista. A variação diafásica ou estilística apresenta-se
através do registro formal próprio desses ambientes. Quanto à variação diamésica, a entrevista oral (audiovisual) constitui um tipo específico de
gênero de texto que segue determinadas normas de realização. Por sua vez, a variação diacrônica é característica do português brasileiro
contemporâneo. Por fim, é possível afirmar que o grau de monitoramento é alto. Comentado [7]: Muito bem analisado
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5. Infra-estrutura geral do texto:

-Plano do texto: Descreva, em um parágrafo, o plano textual de cada exemplo (tem título? tem uma introdução, um desenvolvimento,
uma conclusão? Que tipo de informação é introduzida em cada parte? o plano textual é estável ou instável? Etc.)

TEXTO 1:

A notícia apresenta um título (MEC distribui livro que aceita erros de português) e uma introdução na qual se explica o sistema de
distribuição do manual de português para estudantes jovens e adultos do ensino fundamental e médio e a posição dos autores do mesmo. Apresenta
também um desenvolvimento no qual são citadas as vozes de Heloisa Ramos e do Ministério de Educação, mas não assim uma conclusão. Pareceria,
aliás, que o texto deveria continuar, mas conclui com o ponto de vista defendido pelo MEC a respeito do assunto. De qualquer forma, é possível
afirmar que o plano textual é estável e responde às características próprias de uma notícia.

TEXTO 2:

O artigo de opinião apresenta um título (Entenda a polêmica do livro que defende o “nós pega” na escola) e um lide (Obra distribuída pelo Comentado [8]: revisar

MEC provoca debate sobre o papel da língua popular na sala de aula). Também apresenta uma introdução na qual a autora manifesta sua opinião
sobre o assunto (aceitar a expressão “nós pega o peixe” como parte de uma linguagem adequada causa estranhamento e – em alguns casos –
indignação de brasileiros zelosos pela língua culta.). No desenvolvimento do texto, Klix define o assunto como uma polêmica antiga entre linguistas.
A seguir, a autora cita diferentes vozes especializadas como as de Bruno Dallari, Evanildo Bechara, Marcos Bagno e da Academia Brasileira de
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Letras. Observa-se logo abaixo um apartado que se apresenta sob o título “Ensino da língua culta é consenso” e funciona como conclusão do artigo
de opinião. Nele, a autora afirma que existe consenso na necessidade de ensinar a língua culta na escola e introduz outras duas vozes autorizadas
no assunto (as dos professores Magda Soares e Alcir Pécora). Por outro lado, é possível afirmar que o plano textual é estável e responde às
características próprias de um artigo de opinião.

TEXTO 3:

TEXTO 4:

A nota oficial apresenta um título (Língua e Ignorância), uma introdução na qual se apresenta o assunto (a polêmica a respeito do livro Por
uma vida melhor, distribuído pelo PNLD do MEC) e um desenvolvimento no qual a Abralin (por meio de sua presidente) manifesta sua posição
através de diferentes argumentos com base na linguística (que não trabalha com a dicotomia certo/errado). Por fim, apresenta uma conclusão na
qual a autora visa esclarecer que o uso de formas linguísticas de menor prestígio não é indício de ignorância (aliás, que ela não está ligada às formas
de falar ou ao nível de letramento). Por outro lado, é possível afirmar que o plano textual é estável e responde às características próprias de uma
nota oficial.

TEXTO 5:

Na entrevista oral existe uma introdução na qual o entrevistador coloca a problemática em contexto e faz a apresentação do entrevistado, o
professor Ataliba de Castilho, como especialista no assunto. No desenvolvimento da entrevista o jornalista faz perguntas sobre a polêmica pela
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presença da frase “Nos pega o peixe” no livro Por uma vida melhor e o professor expõe os argumentos que lhe permitem defender a inclusão
daquela frase no manual de português. Castilho explica também como é que funciona a variedade popular do português brasileiro e seu contraste
com o padrão culto da língua, apontando que, sem dúvida alguma, tem de se ensinar este último nas escolas. O professor salienta, aliás, que
conhecer e utilizar o padrão culto permite se promover socialmente. Já no final da entrevista, e a modo de conclusão, o jornalista faz um resumo
das duas questões principais sobre a polêmica: quem critica o livro não o leu e não conseguiu situar a problemática no atual quadro dos problemas
de ensino público no Brasil. Por outro lado, é possível afirmar que o plano textual é mais ou menos estável porque embora o entrevistador conte
com uma lista predeterminada de perguntas, ele pode reformular, acrescentar ou tirar algumas delas, dependendo da dinâmica que se desenvolva Comentado [9]: Muito bem a descrição do plano textual em
todos os textos. Parabéns!
com o entrevistado.

6. Mecanismos de responsabilização enunciativa:


-Como se manifesta a voz do autor? Ele utiliza a primeira pessoa do singular ou do plural? Ele mascara sua própria voz? O autor recorre a
vozes de autoridade / vozes sociais? Escreva um parágrafo para cada texto fornecendo exemplos e indicando N° de parágrafo ou linha

TEXTO 1: Comentado [10]: Muito bem

A voz do autor se encontra oculta. Existe o uso predominante da terceira pessoa e de formas impessoais, características do gênero notícia.
Recorre-se também a vozes de autoridade através da cita direta e indireta, como pode se observar nos exemplos a seguir:

Uma das autoras do livro, Heloisa Ramos afirmou, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que não se aprende a língua
portuguesa decorando regras ou procurando palavras corretas em dicionários. (2° parágrafo, linha 12)
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O ensino que a gente defende é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas de comunicação para
que a desenvoltura linguística aconteça - disse Heloisa Ramos. (3° parágrafo, linha 16)

(...) o Ministério da Educação informou que a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas que o livro
estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade. (4° parágrafo, linha 19)

TEXTO 2: Comentado [11]: Teríamos que discutir a classificação que


você deu ao gênero. Bem identificadas as vozes de
autoridade, chamadas por Bronckart, vozes de personagens
A pesar de se tratar de um artigo de opinião, a autora não utiliza a primeira pessoa, nem do singular nem do plural. Ela recorre, em lugar
disso, a vozes de autoridade que representam as diferentes posições sobre o assunto. Vários são os exemplos:

“Para a linguística, não é um problema descrever a maneira como as pessoas falam, mas isso é diferente de dizer que o uso popular é
desejável”, explica o linguista Bruno Dallari (...) 3° parágrafo, linha 19.

“Aceitar o ensino da língua popular pode provocar o efeito contrário, deixando apenas para a elite o uso da norma culta”, complementa
Dallari. 3° parágrafo, linha 31.

(...) o imortal da Academia Brasileira de Letras e gramático Evanildo Bechara, autor da Moderna Gramática Portuguesa, afirmou na
semana passada que o aluno não vai para a escola “para viver na mesmice” (...) 4° parágrafo, linha 35.

(...) a preocupação da ABL foi transformada em uma nota em que a instituição diz estranhar certas posições teóricas dos autores de livros
que chegam às mãos de alunos dos cursos Fundamental e Médio. 4° parágrafo, linha 42.
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Na defesa da obra, Marcos Bagno (...) explica que o livro está de acordo com parâmetros curriculares do Ministério da Educação (...) 5°
parágrafo, linha 45.

TEXTO 3: Comentado [12]: Muito bem

O autor do comentário, Álvaro Souza, emprega a primeira pessoa do plural em repetidas ocasiões, escrevendo em seu nome e o de todos os
brasileiros. Observa-se isso nos seguintes fragmentos extraídos do texto:

“O quadro que observamos é totalmente desanimador.”

“Sem isso, seremos no futuro marionetes (...)”

“Triste é constatar que nesse ritmo jamais poderemos ser classificada como Nação Desenvolvida.”

Por outro lado, Souza não recorre a nenhuma voz social ou de autoridade para afirmar, por exemplo, que “uma nação precisa de um grande
projeto, para se consolidar como tal. Sem isso, seremos no futuro marionetes, manipuladas por uma minoria que detém o poder em suas mãos, a
serviço dos interesses estrangeiros, vilipendiando nossas riquezas e nossa cultura.” Assim, não é possível identificar a qual minoria ele se refere
nem quais são esses interesses estrangeiros.

TEXTO 4: Comentado [13]: Muito bem


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A autora da nota oficial escreve em nome da Associação Brasileira de Linguística e, por isso, utiliza a 1° pessoa do plural. Ela mesma representa
uma voz de autoridade no assunto (como presidente da Abralin e professora da UFPR) e, por tanto, não recorre a vozes de autoridade ou sociais.
Em lugar disso, recorre aos fatos estipulados pela linguística, ciência na qual apoia seus argumentos. Apresentam-se a seguir alguns exemplos:

“Por outro lado, entendemos que o ensino de língua materna não tem sido bem sucedido, mas isso não se deve às questões apontadas.” 6°
parágrafo, linha 42.

“Uma constatação é o fato de que as línguas mudam no tempo (...)” 4° parágrafo, linha 18.

“Outra constatação é o fato de que as línguas variam num mesmo tempo (...)” 5° parágrafo, linha 23.

TEXTO 5:

O entrevistado, professor Ataliba de Castilho, representa ele mesmo uma voz de autoridade para o assunto da entrevista. Sendo assim, apoia
seus argumentos em dados científicos e fatos da história do sistema educacional brasileiro. Ao perguntarem a ele se concorda com o livro, Castilho
responde fazendo uma contextualização da problemática. Ele afirma que existe uma má interpretação do livro e um preconceito linguístico por
parte de um grande setor da sociedade. A problemática não tem relação com a concordância ou a discordância porque não se trata de uma visão
pessoal, mas de se fazer um análise objetivo do livro e da realidade brasileira a respeito da língua portuguesa e seu ensino.

7. Descrição do gênero: levando em consideração todos os aspectos analisados escreva um parágrafo no qual se apresente uma
descrição das características genéricas do ARTIGO DE OPINIÃO

Observe, a modo de exemplo, parte da descrição do gênero notícia :


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A notícia:

A notícia inscreve-se dentro da prática social jornalística e apresenta um conteúdo temático no qual é possível identificar fatos de relevo e interesse
geral em relação ao momento sócio histórico em que ação de linguagem ocorre. Quanto ao contexto de produção a notícia situa-se, como já
vimos, no quadro da atividade social jornalística, atividade essa que comporta certas regras e normas próprias do mundo social. Quanto ao
momento e o lugar de produção, destaca-se que, pelas características do próprio gênero, assume-se que quem escreve o faz desde o lugar em que
os fatos ocorreram, mas não é possível comprovar este fato. Quanto ao momento da produção, ele é bem preciso, posto que ocorre em algum
momento depois do fato relatado e antes do momento da publicação no meio de comunicação. Quanto ao emissor, nem sempre aparece o nome
da pessoa física e sim o próprio nome do jornal. Porém, en tanto enunciador, o autor escreverá desde sua função social de jornalista que deve
transmitir de forma objetiva os fatos. Já quanto ao destinatário da interação, será o de leitor habitual (ou não) do meio de comunicação no qual
o texto circula ou, no caso do jornalismo digital, internauta que tem acesso ao meio de comunicação digital e, em ambos os casos, esse leitor terá
conhecimento geral da realidade social. O contexto de circulação e a prática na qual se insere determinam o grau de monitoramento do texto que
deve ser alto. O plano textual, muitas vezes regulado pelo meio de comunicação em que é publicado, apresenta um título, um lide no qual se
resume o principal da notícia e o corpo do texto, podendo conter fotos ou não. Quanto aos tipos de discurso, é comum observar sequências de
narração e de relato interativo, com presença de deícticos espaciais e temporais que fazer referência ao lugar dos fatos relatados. Quanto aos
mecanismos de textualização, as notícias caracterizam-se por marcadores temporais e espacias. Quanto aos recursos enunciativos espera-se que
a voz do autor seja objetiva na exposição dos fatos, portanto não deveria enunciar na primeira pessoa do singular ou plural, e sim na terceira
pessoa. É comum, porém, o recurso a vozes de personagens através do discurso direto ou indireto e o recurso a vozes sociais.

O artigo de opinião:

O artigo de opinião inscreve-se dentro da prática social jornalística. Ele pode ser encontrado principalmente em jornais, revistas e nas redes
Comentado [14]: Cuidado com essa denominação porque
sociais, e é publicado normalmente por jornalistas ou colunistas. Este gênero apresenta um conteúdo temático com fatos de relevância e interesse corresponde a outro conceito. Uma tipologia textual é uma
classificação. Os gêneros textuais não responden a uma
classificação porque são ilimitados e estão em constante
geral em relação ao momento sócio histórico no qual aem que ação de linguagem ocorre. O aArtigo de opinião é um tipo de texto em que o autor mudança conforme à evolução das atividades sociais, "são
relativamente estáveis".
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apresenta o seu ponto de vista sobre um determinado assunto. Trata-se de um texto predominantemente de caráter argumentativo, já que o autor
precisa construir uma argumentação baseada em dados e informações confiáveis para demonstrar a validade do seu ponto de vista. Isso é feito com
o objetivo de convencer o leitor. Quanto ao contexto de produção, o artigo de opinião situa-se no quadro da atividade social jornalística. Quanto
ao lugar de produção, pode aconteceré possível afirmar que o autor não se encontrea no lugar onde ocorrem os fatos, mas que os conhece bem, já
que deve apresentarndo argumentos e contra argumentos que defendam uma determinada posiçaosobre o mesmo. O momento da produção costuma
ser preciso, em algum momento depois da problemática sobre a qual se expõe a opinião e antes do momento da publicação no meio de comunicação.
Quanto ao emissor, é possível identificá-lo com nome e sobrenome, já que se trata de uma opinião pessoal que ele assume completamente. Todo Comentado [15]: e o papel social do emissor tem
relevância?
artigo de opinião é assinado por seu autor, de modo a demonstrar que as ideias expressas são estritamente pessoais. Para o leitor também é
importante poder atribuir essa opinião a uma pessoa específica. Já quanto ao destinatário da interação, será o leitor do meio de comunicação no
qual o texto circula ou o internauta no caso do jornalismo digital. O grau de monitoramento do texto é determinado pelo contexto de circulação e Comentado [16]: Muitas vezes é possível identificar um
destinatário favorável à opinião defendida pelo autor do texto.
pela prática na qual se insere. Para o artigo de opinião, esse grau é alto. O plano textual apresenta um título, um lide no qual se resume o principal Em outros casos, pelo contrário, é possível identificar que o
destinatário é contrário (como quando Marcos Bagno escreve
mencionando "muitos deixam evidente que nunca viram a cor
do artigo, e o corpo do texto, que pode conter fotos ou não. Quanto aos tipos de discurso, é comum observar a narração, e o relato interativo e do livro" ou "os que tornaram a campanha presidencial em um
desfile de mentiras grotescas" (ver texto "Uma falsa polêmica",
sequências narrativas e argumentativas. A estrutura de um artigo de opinião é formada por três partes principais: introdução, desenvolvimento e lido em sala de aula)
Comentado [17]: é comum?
conclusão. A introdução é o início do texto, momento em que o autor apresenta e contextualiza o assunto que vai discutir. O desenvolvimento é a
Comentado [18]: discurso interativo com as perguntas
parte central do artigo. O escritor pode abordar aspectos variados sobre o assunto, apresentando e defendendo sua opinião. Ele emprega diferentes retóricas? discurso teóricos para demonstrar objetividade e
autoridade.
recursos e apresenta justificativas para convencer o leitor. No fim do texto, o autor elabora uma conclusão do raciocínio apresentado ao leitor. Comentado [19R18]: No seu artigo de opinião você usa
(muito bem) o discurso teórico.
Quanto aos mecanismos de textualização, os artigos de opinião caracterizam-se por mecanismos como a definição, a citação, a argumentação, a
contra argumentação, a exemplificação e a apresentação de dados estatísticos, entre outros. Quanto aos recursos enunciativos, espera-se que a voz
do autor não seja neutral ou objetiva, mas que esteja apoiada em argumentos. É muito frequente que artigos de opinião sejam escritos em 1ª pessoa. Comentado [20]: dependendo do papel social do emissor
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Por se tratar de um texto no qual o autor expõe seu ponto de vista pessoal sobre um determinado assunto, é natural que ele use a 1ª pessoa (do
singular ou do plural). Porém, é comum o recurso a vozes sociais e de autoridade através do discurso direto ou indireto. Comentado [21]: Veja que no seu artigo de opinião você
utilizou a terceira pessoa do singular.
Comentado [22]: Muito boa a descrição do gênero.
Fonte consultada: https://www.significados.com.br/artigo-de-opiniao/

8. Produção escrita:

A partir da discussão sobre o livro “Por uma vida melhor” como forma de intervir no ensino de língua na escola, vamos pensar o caso da
proibição da linguagem inclusiva na escola na cidade de Buenos Aires. Com a ajuda dos diferentes textos sobre esse caso argentino,
disponíveis na aula virtual, e com seus conhecimentos teóricos sobre discurso, língua e gramática desenvolvidos nas aulas desde a
perspectiva sociolinguística e glotopolítica, escreva um artigo de opinião sobre a proibição dessas formas linguísticas na escola. O artigo
será publicado na seção de opinião do jornal Brasil de Fato (https://www.brasildefato.com.br/opiniao). Lembre-se de situar o leitor
brasileiro nessa problemática específica e no contexto argentino.

Respeite o esquema que temos treinado na oficina de produção escrita. Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas. Respeite os 5 parágrafos:
introdução, 3 parágrafos de desenvolvimento dos três argumentos principais, e conclusão.

Linguagem inclusiva na Argentina, proibição nas escolas


13-8-2022 Por Lucía Castagno
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Na Argentina, a linguagem inclusiva é um fenômeno que, presente desde 2015, tem atraído o apoio e a rejeição de diferentes setores da
população. No começo ligado ao movimento feminista, incorporou outros coletivos até ser hoje um fenômeno mais abrangente. No entanto, a
rejeição também cresceu ao ponto de o governo da Cidade de Buenos Aires proibir sua utilização nas escolas em junho passado. Perante esta
situação, diferentes organismos, linguistas e academistas manifestaram sua desconformidade e reforçaram sua posição sobre o assunto.

O decreto publicado pelo Governo da cidade de Buenos Aires menciona que os/as docentes não podem “impor suas preferências linguísticas
particulares” no ensino da língua. Afirma-se também que “é fundamental estudar corretamente a gramática e a função linguística já que permite
melhorar o uso da língua” e que “a deformação do uso da linguagem tem um impacto negativo nas aprendizagens”. O Governador e a Ministra de
Educação apoiam esses argumentos nas premissas da Real Academia Española e da Academia Argentina de Letras. Esta última postula que "não
se devem forçar as estruturas linguísticas do espanhol para se converterem no espelho de uma ideologia, pois a gramática espanhola não coarta a
liberdade de nos expressar”.

Por outro lado, vários organismos manifestaram-se contrários à normativa. Segundo a Sociedade Argentina de Estudos Linguísticos
(SAEL), a lei representa um retrocesso de 150 anos no que diz respeito à soberania e aos direitos linguísticos. A Rede de Linguistas em Formação
(RELIF) defendeu sua posição contra “uma língua que apague as diferenças entre as pessoas e fixe usos machistas e discriminatórios da linguagem”.
Por sua vez, o Grupo de enseñanza de la lengua de Puan qualificou a medida como arbitrária e absurda e afirmou que continuariam elaborando
propostas de ensino da língua com perspectiva de gênero. Por fim, linguistas de universidades nacionais e do CONICET responderam as perguntas
mais frequentes sobre o assunto para desmistificar críticas e postulados utilizados pelos setores conservadores, entre eles, que a linguagem inclusiva
dificulta a compreensão e a aquisição da leitura e da escrita.
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Embora existam visões opostas sobre a linguagem inclusiva e sua utilização, a língua não se importa com “certos” ou “errados”. Ela é
dinâmica e mutante, uma criação espontânea dos falantes, e nenhuma barreira poderia mudar isso. Assim, qualquer tentativa de proibição será uma Comentado [23]: Isso é um argumento. Faltaria um
parágrafo com a voz de um linguista que defendesse isso.
tentativa inútil.

Nota: Tomei a liberdade de apresentar dois argumentos principais em lugar de três. Por tanto, o artigo conta com quatro parágrafos em
total. Espero não seja problema.

Aluna: Lucía Castagno

Muito bem, Lucía! O seu artigo está bem estruturado e respeita o gênero solicitado. A escrita é coerente e coesa. Só faltou dar ênfase ao
que você defende na conclusão. Acrescente um parágrafo antes da conclusão que desenvolva o fato da língua mudar permanentemente.

CONCORDO COM A VIRGÍNIA. MUITO BEM ARTICULADO E ESCRITO, SEU TEXTO É UM ARTIGO DE OPINIãO. PORÉM,
TAMBÉM DE ACORDO COM ELA, FALTARIA UM ÚLTIMO PARÁGRAFO PRÉVIO à CONCLUSãO, EM QUE VOCê SE POSICIONE (E
RETOME, DEPOIS, NA CONCLUSãO) Comentado [24]: desculpem a maiúscula, quando percebi já
tinha escrito tudo :)

Con formato: Fuente: Sin Negrita


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Análise dos gêneros de texto em torno do livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender:

1. Identifique os gêneros de texto presentes nos cinco exemplares apresentados. Descreva suas principais características/ marcas
reconhecíveis como pertencentes a esse gênero. Comentado [1]: Muito bem identificados os gêneros e
descritas suas características

Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5


Gênero Notícia Reportagem Comentário web Nota oficial Entrevista
Características/ É um texto breve, É mais extensa É um gênero Neste caso, o É um texto
marcas efêmero, e do que uma discursivo gênero seria produzido pela
reconhecíveis. informativo que notícia e tem o bastante novo auto- interação entre
trata de um tema objetivo de que permite aos denominativo e duas pessoas
atual e não abordar um usuários consiste na (entrevistador
ficcional e é tema de postarem apresentação de e entrevistado)
publicado em um interesse para a opiniões em um um ponto de oral (ou com
meio jornalístico comunidade de site específico vista na forma marcas da
(neste caso o forma sobre a um de comunicado oralidade se
Globo). Contém a abrangente, evento, notícia o oficial emitido for transcrito)
data de citando-se assunto por uma a partir da
publicação e fontes e levantado. Eles organização troca dialogal
atualização e o informações costumam ser envolvida no (alternância de
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nome do jornal recolhidas a breves (de fato assunto (a turnos de fala)


responsável pela partir de uma existe uma ABRALIN, de pergunta e
autoria. pesquisa. limitação de assinado pela resposta sobre
Contém o caracteres), são presidenta um tópico em
nome da autora intitulados Foltran). Prima questão. Neste
e é publicada comentários e uma linguagem caso é postado
sob uma aparecem justo simples, formal em um meio
secção embaixo da e subjetiva, audiovisual
coincidente reportagem. voltada a educacional.
com o tópico Esses esclarecer uma
(educação). O comentários questão por
texto introduz podem ser a meio de
polifonia de favor, em contra argumentos (por
vozes de ou adotar uma isso também
profissionais posição mais poderia ser
idôneos no neutral e considerado um
tema. geralmente são artigo de
informais. opinião). O
nome da
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instituição que
assina a nota é
muito
importante.
2. Identifique, na medida das possibilidades, os seguintes parâmetros do contexto físico da produção dos textos:
Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5
Lugar de Possivelmente no Possivelment Possivelmente Possivelmente No Brasil
produção: Brasil, em e no Brasil, no Brasil por Brasil
Brasília em São Paulo causa da língua
e o tema, mas
pode ter sido
postado em
qualquer lugar
Momento de Antes da data de Antes da data Redigido logo Antes da data de Com certeza foi
produção: publicação de de publicação antes da publicação em gravado antes da
14/05/2011 e de postagem em 20 de maio de data de
atualizado em 19/05/2011 08/06/2011 2011 postagem de 20
03/11/2011 07:04 de maio de 2011
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Emissor (autor/es): O texto é assinado Tatiana Klix Paulo Associação Entrevistador:


pela Globo Fernandes Brasileira de Ederson
(comentário n° Linguística, Granetto
1) possivelmente Entrevistado:
redigido pela Ataliba Castilho
diretora Maria
José Foltran
Receptor Qualquer pessoa Qualquer Qualquer Qualquer pessoa Qualquer pessoa
(leitor/ouvinte): que lê pessoa que lê pessoa que lê que lê que assiste ao Comentado [2]: com acesso à internet, ao meio de
comunicação digital....
vídeo
Suporte e contexto Suporte: Suporte: Suporte: Suporte: Site da Suporte: Site da
de circulação: Globo.com https://ultimo https://ultimos Universidade Univesp TV e
Contexto: Brasil segundo.ig.co egundo.ig.com Federal do no YouTube
m.br/ .br/ apenas no Paraná Contexto: Brasil
Contexto: texto http://www.ufpr.
Brasil específico br/portalufpr e
Contexto: site da
Brasil ABRALIN
Contexto: Brasil
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3. Identifique os parâmetros do contexto de produção sócio-subjetivo:


Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5
Lugar social Jornalismo/Âmbito Jornalismo/Âmbit Internet Institucional Televisão Comentado [3]: Esse seria o suporte...?
Comentado [4]: esse seria o suporte técnico, acho que o
(âmbito): da Globo o da IG âmbito é jornalístico também

Posição social do A Globo ou equipe Repórter Comentarista Presidente da Entrevistador/ap


emissor de jornalistas especializada em (pessoa que ABRALIN resentador de
(enunciador): educação posta um TV
comentário
sobre o tema)
Posição social do Internautas Internautas Outros Estudantes da Internautas
receptor brasileiros adultos brasileiros adultos comentaristas, UFPR, brasileiros
(destinatário): alfabetizados alfabetizados autores do internautas adultos
interessados na interessados no texto e leitores brasileiros interessados em
polêmica e assunto e na adultos educação e no
possivelmente educação interessados na uso da língua,
contra o assunto educação e no profissionais da
uso da língua – língua
profissionais
da língua
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Finalidade e Informar da Esclarecer os Opinar sobre Ratificar a Informar e


objetivo/s distribuição de um posicionamentos aquilo que foi publicação e problematizar
(função social do livro com erros em torno à lido na emitir seu sobre o assunto
texto e intenções polêmica e reportagem e posicionament por meio de uma
do produtor): oferecer nos o a favor opinião
informação para comentários, especializada
refletir neste caso quanto à
criticar (1° distribuição do
comentário) livro
4- Identifique e analise, em cada texto, escrevendo em um parágrafo, as variações presentes (diatópica/ diastrática / diafásica ou
estilística /diamésica /diacrônica) dando algum exemplo. Também, analise o grau de monitoramento de cada um dos textos, quer dizer,
de que forma cada texto se adequa ao contexto de circulação, ao gênero, ao público, etc. Comentado [5]: Muito bem analisado e exemplificado

Texto 1: Em todos os textos, podemos analisar a variação diastrática nos exemplos colocados ao respeito da publicação do livro. A falta de
concordância ao dizer “os livro” ou “nos pega o peixe” é entendida como um uso popular da língua e muitas vezes sujeita a uma determinada classe
social. Entretanto, na redação da notícia, é empregada a concordância padrão “palavras corretas” (texto 1). Nesse sentido, os especialistas citados
alertam que falar “os livro” em uma situação que não seja a adequada pode resultar em preconceito linguístico. Este último ponto justamente
responde a uma variação diafásica, pois o uso adequado ou inadequado depende do monitoramento dos indivíduos segundo o contexto linguístico.
O grau de monitoramento do texto é alto, com uma redação que observa a língua culta, já que corresponde a um texto escrito num meio de circulação
massivo.
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Texto 2: A respeito da inclusão de exemplos da linguagem coloquial, a cita que prega que isso ajuda os estudantes de “classes populares a se
sentirem incluídos” ilustra uma variação diastrática. Segundo os especialistas, incluir esses exemplos no material didático produz um efeito
diferente no leitor segundo a classe social a que ele pertence. Também há claros exemplos de variação difásica evidenciados no linguajar jornalístico
que acompanha as citações: “explica”, “complementa”, “ conforme”, “segundo”, “a autora da obra”, “na defesa da obra”, “afirmou” e muitas
expressões utilizadas para introduzir pontos de vista opostos “de um lado” ou “de outro”, “entre as posiciones contra e a favor”. O grau de
monitoramento da reportagem responde a norma culta e letrada, mas poder-se-ia dizer que a formalidade e neutralidade são maiores do que na
notícia.

Texto 3: A maioria dos comentários são monitorados e enquadram-se dentro da língua culta, sendo adequados à linguagem utilizada na reportagem
pela autora. Embora tenha sido esclarecido que podíamos escolher apenas um comentário para análise, considero que há uma diferença significativa
entre a maioria dos comentários e aquele assinado “É nois da fita”. Nesse comentário, a redação foge completamente da norma culta: tem marcas
da oralidade “aprendê” ao invés de “aprender” (variação diafásica) e alterações gráficas para transcrever a fonética, como “iço” ao invés de “isso”,
junto com o uso da letra maiúscula para maior ênfase; há marcas de variação diastrática na falta de concordância (“nois pressiza”), como as
problematizadas no livro e na reportagem. Essa redação produz um efeito irônico e destaca-se pelo uso da maiúscula e alterações gráficas.
Outrossim, esse comentário não é inadequado ao suporte comentário (variação diamésica), em que não há regras quanto à ortografia, tipografia ou
registro, mas sim regras implícitas quanto a vulgaridade e a agressão, pois comentários desse tipo podem ser denunciados por outros comentaristas
ou apagados pelos monitores do site.
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Unidade II: As condições de produção dos textos
Trabalho Prático avaliativo parcial – Ano 2022
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Texto 4: O trecho “Os falantes do português brasileiro fazem o plural de ‘o livro’ de duas maneiras: uma formal: os livros; outra informal: os livro”
é um exemplo de variação diafásica, pois a adequação do enunciado dependerá do contexto. Por outro lado, o trecho “Qualquer falante, culto ou
não, pode dizer (e diz) ‘comprá’ para ‘comprar’, mas apenas algumas variedades diriam ‘dô’ para ‘dor’. Estas últimas são estigmatizadas
socialmente, porque remetem a falantes de baixa extração social”, problematiza a respeito da variação diastrática. O grau de monitoramento
linguístico do texto é muito alto, sujeito à norma culta e com um registro formal, cuja variação diamésica corresponde com o suporte e meio de
circulação: “ABRALIN vem a público manifestar-se a respeito”.

Texto 5: Na entrevista, percebe-se uma variação linguística diamésica, que tem a ver com a oralidade, em relação a língua escrita, pelo fato de ser
uma entrevista. Porém, ambas as pessoas falam de forma muita monitorada, em conformidade com o meio acadêmico onde circula a entrevista (o
site da universidade). De fato, o entrevistador dirige-se ao entrevistado usando o modo formal de tratamento “o senhor”. Como exposto nos outros
textos, também há exemplos da variação diastrática e diafásica relacionada com a linguagem popular e informal.

Podemos concluir que a redação de todos os textos corresponde a variante brasileira do português, mas não há marcas regionais explícitas que
permitam identificar se, por exemplo, o emissor é de São Paulo ou do Nordeste. Quanto à variação diacrônica, em todos os textos podemos perceber
que se trata da variedade de português brasileiro contemporâneo por causa da grafia em observância do acordo ortográfico (“didático”, por
exemplo).

5. Infra-estrutura geral do texto:


-Plano do texto: Descreva, em um parágrafo, o plano textual de cada exemplo (tem título? tem uma introdução, um desenvolvimento, uma
conclusão? Que tipo de informação é introduzida em cada parte? o plano textual é estável ou instável? Etc.) Comentado [6]: Muito bem analisado e enunciados em
todos os casos. Ler a observação sobre o comentário
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O texto 1 tem um plano estável que responde ao género notícia. Em primeiro lugar, observa-se um cabeçalho que contém informações sobre o
nome do jornal e a secção pertinente. Logo depois, aparece o título “MEC distribui livro que aceita erros de português”. Embaixo e em tipografia
menor, revelam-se o nome do emissor e a data de publicação e atualização. A seguir, o texto tem uma lide, que é o primeiro parágrafo que
busca resumir o fato de forma atraente. Em seguida, o corpo do texto aprofunda nos detalhes do assunto. A informação é introduzida da seguinte
forma: colocando exemplos do livro em questão e os comentando por meio de citações. Na forma de conclusão, acrescenta-se que o MEC
informou que a norma culta será sempre a exigida, embora o livro estimule o uso flexível da língua.

O texto 2 apresenta um plano estável. Em primeiro lugar, há peritexto contendo informações sobre as diversas secções do jornal e na qual
enquadra-se a reportagem (Educação). Logo após, aparece o título com uma tipografia em destaque, seguido por uma lide em tipografia menor
que complementa a informação colocada no título e acrescenta mais detalhes resumidamente. Em seguida, em tipografia ainda menor, observa-
se o nome da autora e a data e o local de publicação. O corpo do texto começa com um parágrafo introdutório em que a problemática é
apresentada. No segundo parágrafo, são exibidas duas posições respeito ao tema, que são desenvolvidas nos parágrafos subsequentes,
introduzindo vozes autorizadas. No canto esquerdo, é incluída uma imagem da capa do livro com os créditos correspondentes. Voltando ao
texto, poder-se-ia pensar no parágrafo 7 como conclusão parcial, pois o MEC descredita a polêmica. Finalmente, há um subtítulo “ensino da
língua culta é consenso”, que talvez não apareça em todos os textos deste gênero, que antecipa dois parágrafos com posicionamentos contrário.
No entanto, o texto não encerra-se com uma opinião pessoal ou um argumento a favor ou contra da autora.

O texto 3 permite comparar vários comentários quanto à estabilidade. Todos apresentam uma estrutura estável e caracteres limitados, mas o Comentado [7]: será...? Acho que a estrutra do comentário
é bastante instável, mesmo que exista um limite de caracteres.
Talvez possamos encontrar elementos comuns (você já
desenvolvimento do conteúdo temático parece ser completamente livre, sem que exista um padrão de introdução, desenvolvimento ou menciona alguns) como o uso de sinais de pontuação
reiterados, ou uso de maísculo, abreviações, etc.
conclusão. Porém, observa-se assinatura, data, hora, corpo do texto. Alguns comentários são mais breves do que outros, mas todos devem
respeitar a limitação de caracteres para serem postados.
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O texto 4 tem um plano textual estável, constituído por um cabeçalho e peritexto com informação do site, da secção e links. Também é incluído
o nome do gênero e do emissor (Nota oficial de Abralin – Associação Brasileira de Linguística), com a assinatura da Superintendência de
Comunicação Social e a data, em tipografia menor e em itálico. Logo depois, aparece o título “Língua e Ignorância”. O corpo do texto é
composto de uma introdução, desenvolvimento e conclusão. O primeiro parágrafo apresenta o assunto e a necessidade da ABRALIN de se
pronunciar. Os seguintes parágrafos desenvolvem o tema, sob a justificativa de que as críticas foram baseadas em trechos fora de contexto e
explicando com fundamentos linguísticos. A conclusão é introduzida no último parágrafo que também retoma o título. É incluída uma foto da
presidente de ABRALIN com os créditos correspondentes.

No texto 5, há dois planos em paralelo: o texto com o título do vídeo, uma foto da entrevista, o nome do site, a data de atualização e um resumo
da entrevista, que poderia ser considerada uma lide. Já no plano audiovisual, postado no site de Youtube, temos a entrevista propriamente dita.
A entrevista começa com uma introdução do assunto e uma apresentação do convidado por parte do entrevistador. A entrevista vai
desenrolando-se a partir das perguntas feitas pelo entrevistador, e o entrevistado amplia o conteúdo temático e às vezes diverge do tema, mas
o entrevistador orienta novamente a conversa com novas preguntas. O vídeo conclui com uma retomada dos principais pontos desenvolvidos,
além do agradecimento do entrevistador para o entrevistado, e do entrevistado pelo convite. O YouTube também tem habilitada a opção de
responder e denunciar comentários.

6. Mecanismos de responsabilização enunciativa:


-Como se manifesta a voz do autor? Ele utiliza a primeira pessoa do singular ou do plural? Ele mascara sua própria voz? O autor recorre a
vozes de autoridade / vozes sociais? Escreva um parágrafo para cada texto fornecendo exemplos e indicando N° de parágrafo ou linha Comentado [8]: Muito bem analisado e bem exemplificado.
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No texto 1 a voz do autor não é manifestada explicitamente e não há presença de verbos conjugados na 1ª pessoa do singular nem do plural. A
partir da linha 7 são citados trechos do livro. No parágrafo 2 é introduzida uma das autoras, Heloisa Ramos, como voz de autoridade, em citação
indireta, que é retomado no parágrafo 3 sob a forma de citação indireta. No 4º e último parágrafo transcreve-se uma citação indireta do MEC como
voz de autoridade.

No texto 2, podemos pensar que a voz da autora é mascarada para conferir um senso de neutralidade e objetividade na reportagem, pois, mesmo
que o texto seja assinado, não há presença de verbos conjugados na 1ª pessoa do singular nem do plural. Todos os verbos são conjugados na terceira
pessoa e em todos os parágrafos são introduzidas as vozes de autoridade de especialistas tanto a favor quanto contra o assunto. Em detalhe: o
primeiro parágrafo acrescenta dados estatísticos levantados pelo IG; o segundo parágrafo cita trechos do livro; o terceiro introduz a voz de
autoridade do linguista Bruno Dallari através do discurso direto; o quarto parágrafo incorpora citações diretas e indiretas de Evanildo Bechara e
uma citação indireta da instituição ABL; no quinto parágrafo consta a voz de autoridade de Marcos Bagno, na forma direta e indireta, se
posicionando a favor do livro; no parágrafo seis a voz da autora do livro, Heloisa Ramos, é incluída na defesa do livro; o parágrafo sete cita o MEC
através da voz do ministro Fernando Haddad, de modo direto e indireto; no parágrafo oito, há citações indiretas da professora Magda Soares; e no
último parágrafo de modo direto e indireto é citado Alcir Pécora. Em momento algum, há um posicionamento da autora sobre o assunto, mas
apenas um levantamento de posições de especialistas e autoridades.

No texto 3, o grau de manifestação da voz é muito variado. Por exemplo, em muitos comentários é empregada a primeira ou segunda pessoa do
singular: comentário 1: “nunca vi...”; comentário 2: “em que mundo estamos”; comentário 3: “...que observamos...”; comentário 4: “...minha
filha...”; comentário 5: meus filhos; comentário 6: pergunto...etc. Algumas vozes são introduzidas, mas na forma de citação livre. Por exemplo:
Haddad, o MEC, e Sergio Fausto.
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No texto 4, apesar de o texto veicular a ratificação da ABRALIN sobre o assunto, a maior parte dele é redigida em terceira pessoa, apenas no
sétimo e oitavo parágrafo é empregada a primeira pessoa do plural “falamos” e “Por outro lado, entendemos que o ensino” No final, há um
posicionamento claro da instituição: “... pudemos comprovar isso...”. Não são introduzidas vozes de pessoas individuais, mas sim fala de “os
linguistas” como vozes sociais, na forma de citações indiretas sobre os princípios da disciplina e sua aplicação.

No texto 5, as vozes dos dois interlocutores são manifestadas no vídeo. O entrevistador dirige-se ao entrevistado formalmente o chamando de “o
senhor” e formula as perguntas geralmente na segunda pessoa do plural: nós vamos falar...”; “vamos conversar hoje...”; ao passo que o entrevistado
utiliza a primeira pessoa do singular: “o que quero dizer...”; “...que português nós vamos a ensinar...”; “eu acho que...”. Ambos os interlocutores
recorrem a vozes de autoridade na defesa de seus argumentos.

7. Descrição do gênero: levando em consideração todos os aspectos analisados escreva um parágrafo no qual se apresente uma
descrição das características genéricas do ARTIGO DE OPINIÃO
Observe, a modo de exemplo, parte da descrição do gênero notícia :
A notícia:
A notícia inscreve-se dentro da prática social jornalística e apresenta um conteúdo temático no qual é possível identificar fatos de relevo e interesse
geral em relação ao momento sócio histórico em que ação de linguagem ocorre. Quanto ao contexto de produção a notícia situa-se, como já
vimos, no quadro da atividade social jornalística, atividade essa que comporta certas regras e normas próprias do mundo social. Quanto ao
momento e o lugar de produção, destaca-se que, pelas características do próprio gênero, assume-se que quem escreve o faz desde o lugar em que
os fatos ocorreram, mas não é possível comprovar este fato. Quanto ao momento da produção, ele é bem preciso, posto que ocorre em algum
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momento depois do fato relatado e antes do momento da publicação no meio de comunicação. Quanto ao emissor, nem sempre aparece o nome
da pessoa física e sim o próprio nome do jornal. Porém, en tanto enunciador, o autor escreverá desde sua função social de jornalista que deve
transmitir de forma objetiva os fatos. Já quanto ao destinatário da interação, será o de leitor habitual (ou não) do meio de comunicação no qual
o texto circula ou, no caso do jornalismo digital, internauta que tem acesso ao meio de comunicação digital e, em ambos os casos, esse leitor terá
conhecimento geral da realidade social. O contexto de circulação e a prática na qual se insere determinam o grau de monitoramento do texto que
deve ser alto. O plano textual, muitas vezes regulado pelo meio de comunicação em que é publicado, apresenta um título, um lide no qual se
resume o principal da notícia e o corpo do texto, podendo conter fotos ou não. Quanto aos tipos de discurso, é comum observar sequências de
narração e de relato interativo, com presença de deícticos espaciais e temporais que fazer referência ao lugar dos fatos relatados. Quanto aos
mecanismos de textualização, as notícias caracterizam-se por marcadores temporais e espaciais. Quanto aos recursos enunciativos espera-se que
a voz do autor seja objetiva na exposição dos fatos, portanto não deveria enunciar na primeira pessoa do singular ou plural, e sim na terceira
pessoa. É comum, porém, o recurso a vozes de personagens através do discurso direto ou indireto e o recurso a vozes sociais.

O artigo de opinião
O artigo de opinião é um gênero textual no qual predominam sequências opinativas, argumentativas e dissertativas. Isto significa que o autor
apresenta seu ponto de vista e opinião por meio de argumentos e discorre sobre um assunto de forma metódica e abrangente. Também poder-se-ia
dizer que é um texto persuasivo, pois o autor tenta convencer o leitor das suas impressões sobre um assunto levantado. Os artigos de opinião são
publicados principalmente em meios de comunicação, como jornais e revistas, e nas redes sociais e são redigidos normalmente por jornalistas ou
colunistas. Comentado [9]: qual costuma ser o papel social desses
emissores?
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Quanto ao contexto de produção, o artigo de opinião enquadra-se na atividade social jornalística, e sua ação de linguagem é justamente argumentar.
No tocante ao momento e o lugar de produção, pode se inferir que são redigidos antes da data de publicação, porém na época na qual o
assunto é levantado, e no país ou região onde é postado. No entanto, nem sempre é possível deduzir este fato. No que tange ao emissor, pelo fato
de serem textos opinativos, os artigos de opinião costumam ser assinados por uma pessoa física, mas não seria inusitado encontrar um artigo
assinado diretamente pelo próprio jornal ou blog, especialmente quando o site tem uma ideologia específica por trás. Na escrita, o autor exercerá a
função social de jornalista ou colunista, transmitindo informação e argumentos baseados na pesquisa e impressões pessoais, por meio de uma série
de recursos. O receptor em questão será, como em muitos outros gêneros, qualquer pessoa que tenha acesso ao site e que possa ler; porém, o
destinatário previsto será um adulto alfabetizado interessado no tema em questão que costuma (ou não) acessar esse site, se for postado na Internet.
Logicamente, como o texto é publicado em um meio jornalístico, o grau de monitoramento é alto.

O plano textual começa com um título que costuma ser um sintagma nominal e também pode incluir um lide que resume o assunto. Segundo o
linguista Ulisses Infante, este texto responde ao esquema de dissertação, que consiste em uma introdução que primeiramente apresenta o tema,
seguido por três argumentos que serão explicados no desenvolvimento. O desenvolvimento contém três parágrafos, cada um reservado para
discorrer sobre um argumento (ou mais, dependendo do guia de estilo do site), com o auxílio de recursos argumentativos, incluindo definição,
enumeração, interrogação, contra-argumentação, causa-consequência, dados estatísticos, citação, exemplificação, comparação. Finalmente, o texto
inclui um encerramento em que é reafirmado o tema e é colocada uma conclusão que remete ao texto completo, sem ser possível acrescentar
informação nova nesta altura. Quanto aos recursos enunciativos, por ser um texto opinativo, o autor costuma assumir a primeira pessoa do singular Comentado [10]: Cuidado, Paula. Infante apresenta um
modelo para aprender a escrever o gênero em contexto
escolar. Porém, nem sempre os AO apresentam esse plano
ou plural; contudo, é importante que os fatos apresentados como argumentos se baseiem na pesquisa e não meramente em impressões textual tão rígido (embora sempre seja possível identificar
introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoais.
Comentado [11]: dependendo do papel social do emissor
Comentado [12R11]: veja que no seu artigo de opinião você
Quais são os tipos de discurso que predominam? usa (muito bem) a terceira pessoa do singular.
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Muito bem descrito.

8. Produção escrita:

A partir da discussão sobre o livro “Por uma vida melhor” como forma de intervir no ensino de língua na escola, vamos pensar o caso da
proibição da linguagem inclusiva na escola na cidade de Buenos Aires. Com a ajuda dos diferentes textos sobre esse caso argentino,
disponíveis na aula virtual, e com seus conhecimentos teóricos sobre discurso, língua e gramática desenvolvidos nas aulas desde a
perspectiva sociolinguística e glotopolítica, escreva um artigo de opinião sobre a proibição dessas formas linguísticas na escola. O artigo
será publicado na seção de opinião do jornal Brasil de Fato (https://www.brasildefato.com.br/opiniao). Lembre-se de situar o leitor
brasileiro nessa problemática específica e no contexto argentino. Respeite o esquema que temos treinado na oficina de produção escrita.
Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas. Respeite os 5 parágrafos: introdução, 3 parágrafos de desenvolvimento dos três argumentos
principais, e conclusão.

Publicado em 10 de junho de 2022


Por Paula Steiner
Interdição da linguagem inclusiva nas escolas de Buenos Aires
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Paula Steiner

Não é de hoje que a linguagem inclusiva gera polêmica na Argentina. Desde sua popularização nos últimos anos a partir de diferentes
acontecimentos sociais, muitos jovens têm começado a utilizá-la, não sem detratores. Porém, ontem o assunto escalou quando a prefeitura de
Buenos Aires resolveu proibir seu uso nas escolas da cidade. Esta medida sucateia a visibilização da diversidade de gênero, ignora a evolução da
língua e mascara uma profunda crise educacional.

O que não se nomeia, não existe. Grande parte da comunidade educacional, feministas e LGBTQIA+ repudiam a medida na justificativa de que a
linguagem inclusiva reflete a luta de décadas pela visibilidade de diversidades de gênero e sexuais. Aliás, a legislação Argentina contempla, além
da lei de identidade de gênero, a identidade não binária no documento de identidade desde o ano passado. Portanto, esta interdição poder-se-ia ser
considerada não apenas imoral mas também ilícita.

Acreditar que os dicionários e as resoluções da Real Academia Espanhola evoluem em paralelo às necessidades de comunicação é um flagrante
desconhecimento de como opera a linguística. Sob uma perspectiva glotopolítica, resulta evidente que a língua adapta-se às demandas dos falantes,
e que isso é coligido apenas posteriormente pelos dicionários e gramáticas. Segundo Álvarez Klar, especialista em educação, “Não podemos sempre
ficar esperando que uma palavra esteja no dicionário para usá-la”.

Um dos motivos aduzidos pela responsável da medida, a ministra da Educação da cidade, Soledad Acuña, é que a linguagem inclusiva atrapalha a
compreensão e produção escrita, sendo uma das causantes do baixo desempenho dos alunos. Entretanto, docentes que vivem as problemáticas do
sistema público de ensino todos os dias, sustentam que são outros os fatores que afetam o desempenho: desinvestimento, fechamento de turmas e
superlotação em aulas?, falta de equipamentos, má qualidade de comida escolar, além de salários docentes abaixo da cesta básica mensal.
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Em resumo, a medida e sua consequente repercussão tiveram um grande efeito: ampliar o debate e o efeito de resistência, acentuando que a
linguagem é uma problemática que ultrapassa a linguística. Embora tente-se restringir seu uso, é inegável que trata-se de um fenômeno social que
veicula as preocupações espontâneas de grande parte da população que merece ser ouvida, seja na escola ou em qualquer outro âmbito.

Muito bem seu texto. Corresponde ao gênero solicitado, coerente e coeso. Parabens!

Muito bom texto, é realmente um artigo de opinião bem redigido e fundamentado. Parabéns! (Natalia)

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