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Curitiba
2021
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
FAEL
1. Gestão educacional | 7
2. Gestão escolar | 31
8. Avaliação | 161
Gabarito | 225
Referências | 243
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Você está cursando uma graduação e já pôde perceber
o quanto aprendeu sobre conteúdos de uma determinada área.
Entretanto, há vários saberes de diferentes áreas que estão rela-
cionados a sua temática maior de estudo. Isso é comum nas dife-
rentes grandes áreas, sejam elas biológicas, exatas ou humanas.
Nas ciências humanas, observamos o quanto os saberes de dife-
rentes áreas contribuem para a nossa formação. Antropologia,
sociologia, filosofia, ecologia, psicologia, pedagogia e tantas
outras ciências ajudam a nos conhecer melhor e conhecer melhor
o outro.
Noções de Administração e Supervisão Escolar
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1
Gestão educacional
Gestão é:
• “Administração; ação de gerir, de administrar, de
governar ou de dirigir negócios públicos ou parti-
culares” (dicionário on-line de Português).
• “Um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim
ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e
eficiência, para se obter determinado resultado” (dicionário Aurélio).
Quando ditas as palavras “gestão” e “administração”, é comum
que as pessoas logo as relacionem com o contexto empresarial. Entre-
tanto, esses conceitos não estão limitados às empresas e podem ser
aplicados a vários tipos de organização, até porque todas as institui-
ções que possuem pessoas e demandam de recursos para alcançar um
determinado objetivo precisam de uma gestão. No entanto, são os obje-
tivos e as finalidades de cada organização que definirão a forma da
gestão que será constituída.
Uma organização que tenha por finalidade a filantropia, a arrecada-
ção de bens e serviços visando ajudar uma determinada comunidade, por
exemplo, funcionará de forma diferente em relação a uma organização
que tenha por fim o lucro. A forma de contratação, o diálogo, o monito-
ramento dos resultados e do tempo serão bem diferentes. Logo, a gestão
organizacional terá características bem diversas:
As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas de
pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter-
minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade,
o lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organiza-
ções, porque tudo o que fazemos é feito dentro de organizações
(CHIAVENATO, 1989, p. 3).
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Gestão educacional
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Dica de Filme
Reflita
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Gestão educacional
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Saiba Mais
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Reflita
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Saiba Mais
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Gestão educacional
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Gestão educacional
Os valores defendidos pela Constituição Federal de 1988 têm por
objetivo a gestão democrática, o respeito à pluralidade de ideias, a qua-
lidade do ensino e a valorização dos profissionais da educação. O docu-
mento traz a defesa da participação e da livre expressão de ideias e ainda
explana sobre a aplicabilidade dos recursos e a escrita do Plano Nacional
de Educação.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), publi-
cada em 1996, reafirma esses valores e defende, em seu Art. 3º, o apreço à
tolerância. Nos artigos 14 e 15, reitera os princípios da gestão democrática
e traz a importância do desenvolvimento de progressivos graus de autono-
mia administrativa e financeira.
A LDBEN também define os níveis e as modalidades que compõem a
educação nacional, além da sua forma de organização. Assim, a educação
escolar compõe-se de Educação Básica (formada pela Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio) e Educação Superior. As modali-
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Gestão educacional
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=hFS0HEagFP4
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Saiba mais
Uber
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Reflita
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Gestão educacional
Síntese
Neste capítulo, vimos que os modelos de produção interferiram dire-
tamente nos modelos de gestão que estão vigentes até os dias atuais. Para
tanto, foi necessário compreendermos por que tais modelos surgiram,
como se constituíram e quais eram os seus objetivos.
Na sequência, refletimos sobre a relação sempre presente entre edu-
cação e trabalho e, assim, percebemos que a escola acaba, muitas vezes,
reproduzindo aquilo que a sociedade (ou parte dela) deseja. Nesse sentido,
fizemos uma reflexão sobre os impactos da gestão empresarial na ges-
tão educacional. Além disso, passamos pelo modelo de gestão educacio-
nal atualmente defendido pelo Sistema Nacional de Educação – a gestão
democrática – e compreendemos que a participação e a autonomia têm
sido conceitos muito presentes nas discussões sobre gestão educacional e
nas gestões de outras formas de organização. Por conta disso, recorremos
à comparação entre a gestão vertical e horizontal, o que nos ajudou a pen-
sar sobre o modelo de gestão que almejamos enquanto colaboradores ou
gestores de uma determinada organização.
Por fim, na última seção do capítulo, falamos sobre o Sistema Nacio-
nal de Trânsito e de que maneira se consolida ou pode se consolidar a
gestão educacional no Centro de Formação de Condutores (CFC).
Atividades
1. Como vimos no início do capítulo, após a Revolução Industrial,
foram desenvolvidos diferentes modelos de produção e de ges-
tão, denominados Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. Quais
foram as finalidades desses modelos de produção e as mudanças
que surgiram a partir deles?
2. Como o modelo de produção e de gestão fabril impactou a orga-
nização do ensino e o papel do diretor nas escolas?
3. Considerando o conteúdo sobre a gestão educacional, defina o que é
gestão democrática e em que documentos nacionais ela é defendida,
considerando a importância do Sistema Nacional de Educação.
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2
Gestão escolar
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Gestão escolar
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Gestão escolar
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Reflita
Aproveite este momento para pensar na gestão da sua vida. Faça uma
reflexão pensando em cada área e cada item que constitui essa área.
Você poderá fazer perguntas a si mesmo, com o objetivo de avaliar
melhor a sua vida. Se quiser, poderá utilizar a ferramenta roda da vida
disponível na internet. Você poderá consultar como fazer esta avaliação
neste site:
https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/conheca-ferra-
menta-roda-vida-coaching/
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Gestão escolar
2 Administração científica;
2 Teoria clássica da administração;
2 Teoria das relações humanas;
2 Teoria neoclássica;
2 Abordagem sociotécnica;
2 Teoria burocrática;
2 Teoria estruturalista;
2 Teoria comportamental;
2 Teoria do desenvolvimento organizacional;
2 Teoria sistêmica;
2 Teoria contingencial.
Uma das teorias mais conhecidas é a teoria clássica de adminis-
tração, que tem em Jules Henri Fayol (1841-1925) o seu idealizador.
Fayol é conhecido como o pai da teoria clássica da administração, a
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=T7gwHgaMTyI
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Gestão escolar
Saiba mais
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Fonte: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-mon-
tar-uma-auto-escola,f3687a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD
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Gestão escolar
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Gestão escolar
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Quadro 2.1 – Concepções de organização e gestão escolar
vezes, dos objetivos específicos e de alternância no exercício de caráter formal, estrutural, nor-
da instituição escolar funções mativo. gestão, mediante coleta de infor-
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mações reais
2 Comunicação linear (de cima 2 Recusa a normas e a sistemas de
para baixo), baseada em normas controle, acentuando a responsa- 2 Acompanhamento e avaliação
e regras bilidade coletiva sistemáticos com finalidade
pedagógico-diagnóstica, acom-
2 Mais ênfase nas tarefas do que 2 Crença no poder instituinte da panhamento dos trabalhos,
nas pessoas instituição e recusa de todo reorientação de rumos e ações,
poder instituído. O caráter insti- tomada de decisões.
tuinte dá-se pela prática da parti-
cipação e da autogestão, modos 2 Todos dirigem e são dirigidos,
pelos quais se contesta o poder todos avaliam e são avaliados
instituído 2 Ênfase tanto nas tarefas quanto
2 Ênfase nas inter-relações, mais nas relações
do que nas tarefas
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
2.2.4.1 Planejar
Leia este trecho do conto clássico “Alice no País das Maravilhas”.
Neste trecho, Alice conversa com o gato:
2 Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. – respondeu o gato.
(Alice no País das Maravilhas)
Quando não se tem um planejamento conciso, com objetivos, metas,
visões, qualquer caminho serve, realmente, e, também, qualquer lugar a
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Gestão escolar
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
análise, previsão e decisão a respeito do quê, por quê, para quê, como,
quando, onde, com quem e para quem se quer promover uma mudança,
com relação a determinada realidade. Veja no quadro a seguir:
Quadro 2.2 – Operações mentais envolvidas no planejamento
Identificar O quê
2 Por quê
2 Para quê
2 Analisar 2 Como
Se quer promover uma
2 Prever 2 Quando mudança, realizar um
objetivo
2 Decidir 2 Onde
2 Com quem
2 Para quem
Fonte: Luck (2009).
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Gestão escolar
2.2.4.2 Organizar
Esta ação engloba as decisões sobre a divisão de tarefas e responsa-
bilidades, traduzida em organograma da equipe, bem como na organiza-
ção dos recursos para realizar as tarefas. Há uma ordenação dos recursos
necessários à execução do trabalho.
Organizar é bem-dispor elementos (coisas e pessoas), dentro de
condições operativas (modo de fazer), que conduzem a fins deter-
minados. Administrar é regular tudo isso demarcando esfera de
responsabilidade e níveis de autoridade nas pessoas congregadas,
a fim de que não se perca a coesão do trabalho e sua eficiência geral
(LIBÂNEO, 2001, p.77).
2.2.4.3 Dirigir
Nesse mesmo trecho do filme indicado acima, assistimos a galinha
Ginger motivando toda a equipe e colocando pessoas-chave no organo-
grama para determinadas funções: engenharia, fabricação, conselho etc.
Logo, estas pessoas são aquelas que irão ativar todas as outras pessoas
do seu setor, na organização, para atingir os objetivos propostos e propor-
cionar o sentido de missão – nesse caso, a construção do avião e a fuga
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
2.2.4.4 Controlar
Esta ação abrange o acompanhamento e verificação da convergên-
cia entre os objetivos traçados e esperados, e os resultados alcançados. Na
época de Fayol, os resultados eram somente avaliados no final do processo,
mas o objetivo do controle na gestão é o acompanhamento de todo o pro-
cesso. Nesse sentido, podem ser delineados padrões de medição de acompa-
nhamento e desempenho. Também podem ser pensadas ações que permitam
a correção de desvios e a garantia do cumprimento do planejamento. Esse
acompanhamento permite que os gestores e colaboradores certifiquem-se
de que a organização está seguindo em rumo do alcance de seus objetivos,
Figura 2.3 – As quatro funções administrativas
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Gestão escolar
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Reflita
Síntese
Iniciamos este capítulo fazendo uma reflexão sobre a forma como
vivemos, utilizando a ferramenta roda da vida. Nela, avaliamos as dife-
rentes áreas da nossa vida e percebemos que, se não houver investimento
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Gestão escolar
em cada uma delas, não haverá equilíbrio; a “roda” não será formada,
dificultando o nosso crescimento. Essa visão sistêmica também precisa
ser considerada nas diferentes organizações. Nesse sentido, fizemos uma
retrospectiva sobre o pensamento de Fayol e a Teoria Clássica da Admi-
nistração, identificando quais áreas esse autor considera mais importantes
na gestão empresarial. Discutimos sobre a cultura escolar: uma escola tem
um funcionamento diferenciado de qualquer outra organização e traçamos
paralelos com o Centro de Formação de Condutores, pois essa organi-
zação também está relacionada com a formação humana. Conhecemos
alguns modelos de gestão das escolas e aprofundamos o conhecimento
sobre os quatro pilares da gestão: planejar, dirigir, organizar e controlar.
Para fechar o capítulo, discutimos sobre a cultura da escola, pautados
em Forquin. A forma com que cada escola ou Centro de Formação de Con-
dutores organiza o seu cotidiano, suas ações e relações, bem como vários
outros aspectos, caracteriza a cultura da escola. Assim, cada escola e cada
Centro de Formação de Condutores necessita discutir, avaliar, alterar, pla-
nejar, de forma que haja uma visão sistêmica e que as ações respondam
aos interesses e aspirações da equipe, bem como garantam uma formação
de qualidade.
Atividades
1. Quais são as áreas consideradas necessárias na Teoria Clás-
sica da Administração e qual delas Fayol considerava de maior
importância? Por quê?
2. O que é cultura escolar? Existe uma “cultura escolar” nos Cen-
tros de Formação de Condutores?
3. Segundo Libâneo, quais são os modelos de gestão escolar e suas
características? Qual modelo de gestão escolar é defendido por
esse teórico?
4. Quais são os quatro pilares da administração? Quais ações origi-
naram a sua origem e quais as funções de cada um dos pilares?
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3
Dimensões da
Gestão Escolar
Não podemos querer que nossa vida ande para frente e que
alcancemos os nossos objetivos focando apenas em uma área,
como vimos no capítulo anterior com o exemplo da ferramenta
Roda da Vida. Assim também acontece nas empresas e organiza-
ções: é necessário olhar para o todo.
Neste capítulo, vamos conhecer as áreas que compõem a
gestão escolar. Nosso estudo estará baseado nos estudos de Helo-
ísa Lück, que denomina essas diferentes áreas como dimensões.
Para Lück, existem as dimensões de organização e as dimensões
de implementação, que serão abordadas em diferentes subitens
para fins de estudo, mas que precisam ser compreendidas como
um todo organizacional e dinâmico: uma dimensão interfere
na outra que interfere no todo complexo. Para falar sobre esse
conceito de complexidade, traremos algumas citações de Edgar
Morin, um dos principais estudiosos da teoria da Complexidade.
Este capítulo buscará trazer uma síntese sobre a gestão educacio-
nal e escolar, com vistas a provocar reflexões sobre os processos
de gestão nos Centros de Formação de Condutores.
Noções de Administração e Supervisão Escolar
3.1 Contextualizando
Para discutir sobre as áreas da gestão escolar, vamos relembrar (ou conhe-
cer) um filme vencedor de alguns prêmios: “A invenção de Hugo Cabret”.
Esse filme conta a história de um menino de dez anos chamado Hugo.
Ele é órfão e vive escondido nas paredes da estação de trem, dando corda no
relógio da estação. Logo no início do filme, Hugo recebe do seu pai um robô,
o qual consiste em um grande mistério a ser resolvido por Hugo durante todo
o filme. Para isso, ele recebe a ajuda de Isabelle, uma menina com quem faz
amizade. No decorrer do filme, Hugo é perseguido pelo inspetor da estação.
Conseguirá ele fazer o robô funcionar? Que segredos descobrirá?
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=QBLsVTJlAqo
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Dimensões da Gestão Escolar
3.1.1 Complexidade
As empresas (pequenas ou grandes), fábricas, escolas ou mesmo
organizações de outra ordem, necessitam de uma gestão. Uma gestão que
identifique as áreas importantes da organização e que foque no todo e,
ao mesmo tempo, em cada uma dessas áreas. Existe um teórico que vem
se tornando cada vez mais conhecido chamado Edgar Morin. Ele é autor
do Pensamento Complexo. Morin afirma que “o conhecimento das infor-
mações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informa-
ções e os dados em seu contexto para que adquiram sentido” (MORIN,
2000, p. 36). Ou seja, na gestão, deve-se olhar para cada parte, mas, ao
mesmo tempo, olhar para o todo, para os objetivos, para a missão e visão
da empresa. Se cada responsável olhar somente para sua área da gestão e
não tiver um todo integrado, a organização não funcionará. Se, da mesma
forma, tiver um olhar somente para o todo, e não der a devida atenção a
especificidade das partes, o resultado também não será bom.
Uma escola pode ser concebida como uma unidade complexa, um
sistema complexo. Ela é um sistema-organizacional, uma organi-
zação que vai ser o que é em função das suas partes constituintes
e da relação que essas partes tecem internamente, bem como de
suas mediações com os sistemas externos, ou seja, com o contexto
sistêmico que as envolve (SÁ, 2019, p. 27).
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Reflita
Saiba Mais
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Reflita
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Administração Gestão
A disponibilidade de recursos a ser- Recursos não valem por si mes-
virem como insumos constitui-se mos, mas pelo uso que deles se faz,
em condição que garante a quali- a partir do significado a eles atribu-
dade do ensino. Uma vez garantidos ído pelas pessoas e a forma como
os recursos, estes, naturalmente, são utilizados por elas na realiza-
garantiriam a qualidade do ensino. ção do processo educacional.
Fonte: Lück (2009, p. 107).
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Reflita
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Relacionamento inter-
Relacionamento impessoal
pessoal dinâmico
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3.3 Conclusão
Neste capítulo, vimos a importância do gestor escolar e, ao final de
cada dimensão, trouxemos essas reflexões para o Centro de Formação
de Condutores:
O objetivo maior da comunidade educacional revela-se, portanto,
o de se estabelecer uma comunidade de ensino efetivo, onde perse-
vere, coletivamente, não somente o ideal de ensinar de acordo com
o saber produzido socialmente, mas o de aprender, em acordo com
os princípios de contínua renovação do conhecimento, criando-se
um ambiente de contínuo desenvolvimento para alunos, professo-
res, funcionários e é claro, os gestores. O conhecimento da rea-
lidade ganha novas perspectivas: a organização do projeto polí-
tico-pedagógico da escola e o seu currículo; o papel da escola e o
desempenho de seus profissionais, que devem renovar-se e melho-
rar sua qualidade continuamente, tendo o aluno como centro de
toda a sua atuação (LÜCK, 2009, p. 16).
Síntese
Neste capítulo, refletimos sobre a importância de olhar para o todo
integrado: em uma perspectiva sistêmica, em que o todo e as partes não
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Dimensões da Gestão Escolar
Atividades
1. Quais são as dimensões de organização na gestão escolar defen-
didas por Lück? Cite a relação existente entre as duas primeiras.
2. Quais processos e práticas a gestão administrativa abrange?
3. Para Lück, qual é a dimensão de implementação mais impor-
tante em uma gestão escolar? Por quê? Na sua organização, essa
dimensão também é a mais importante? Justifique.
4. Você fez várias reflexões ao final de cada uma das dimensões de
implementação sobre a organização em que atua. A partir des-
tas reflexões, construa uma espécie de “roda da vida” da sua
organização, atribuindo uma nota a cada dimensão, a partir das
respostas que você deu às questões. Após concluída, avalie qual
ou quais áreas ou dimensões precisam de maior atenção.
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4
Gestão de pessoas e a
liderança disruptiva
4.1.1 Contextualizando
Para compreendermos esse termo, vamos primeiramente olhar para
o significado da palavra disruptivo. No dicionário online de português,
disruptivo é:
Saiba mais
Foi fácil ter acesso à sua música preferida? Será que, há alguns anos,
você também teria acesso à música dessa forma?
Pense em quantas tecnologias já foram descobertas e provocaram
o rompimento de um jeito de viver. Vamos pensar nesse hábito: ouvir
música. Imagine a vida de uma pessoa de 40 anos. Na sua infância, ouvia
músicas nos discos de vinil, os famosos Long Plays ou LPs. Agora, se não
quisesse ou pudesse comprar o LP para ouvir suas músicas preferidas,
seria necessário gravar nas fitas cassetes as músicas que gostava, direta-
mente das faixas tocadas no rádio, precisando, portanto, apertar o botão
“rec” logo que a música começasse, e torcer para não vir a vinheta da
rádio. Nessa época, eram muito usados os populares 3 em 1: um aparelho
que tocava LPs, fitas e tinha acesso às rádios.
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Gestão de pessoas e a liderança disruptiva
Figura 4.1 – 3 em 1
Fonte: Shutterstock.com/Shaiith
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de madrugada que deu muito errado, em que sua companhia foi derro-
tada facilmente. Voltando à base, como de praxe, foi feita uma revisão da
operação onde foram apontados todos os seus erros e ele se sentiu muito
humilhado, rebaixado, no chão. Então, McChrystal decidiu pedir descul-
pas ao seu comandante. Ao fazer isso, seu comandante disse que acredi-
tava que ele havia sido ótimo. Isso o fez levantar, colocou-o de volta sobre
os seus pés e ensinou que os líderes podem deixar você falhar e ainda
assim não deixar você ser um fracasso. Se considerarmos essa ação dentro
de uma organização como o exército, já poderemos identificar aqui traços
de uma liderança disruptiva.
McChrystal não concordava com a cultura militar tradicional, com
as humilhações, com a falta de diálogo. Dessa forma, desenvolveu uma
nova forma de liderar. Para ele, ao invés de dar ordens, é necessário criar
consensos, construir um senso de propósito comum, uma consciência
comum, que seja maior que a diferença entre as gerações, ou as diferentes
experiências que cada um tem, ou suas linguagens e vocabulário. Pela
necessidade cada vez maior do uso da tecnologia, que tem exigido um
conjunto de habilidades completamente diferentes, táticas virtuais,
é necessário que o líder seja mais transparente, aprenda a ouvir, esteja
disposto a ser orientado pelos seus liderados. Nessa nova perspectiva de
liderança, é necessário cuidar uns dos outros: o líder dos liderados e os
liderados do líder.
Figura 4.4 – Regimento Ranger – é necessário cuidar uns dos outros
Fonte: Shutterstock.com/Getmilitaryphotos
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Gestão de pessoas e a liderança disruptiva
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gestão de pessoas e a liderança disruptiva
Reflita
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Reflita
Uma das citações mais marcantes dessa autora sobre a gestão de pes-
soas na educação é:
“Não são o seu prédio, seus bens materiais e equipamentos, sua tecno-
logia, seus planos de ação em si que garantem a qualidade de ensino.
Estes elementos são subsídios e instrumentos de apoio que, não sendo
movidos e empregados adequadamente por pessoas, pouco contri-
buem para a efetividade da educação, por melhores que sejam. Em
suma, as pessoas, com sua competência, comprometimento e capa-
cidade de ação coletivamente organizada, constituem-se na alma
da escola e a base da sua qualidade educacional. E é importante o
destaque de que são as pessoas, trabalhando em conjunto, de forma
integrada, compartilhando competentemente responsabilidades, que
fazem a diferença na qualidade do trabalho educacional promovido
pela escola.” (LÜCK, 2009, p. 82).
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Saiba Mais
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Gestão de pessoas e a liderança disruptiva
Reflita
Leia essa citação de Hunter e reflita sobre si mesmo como líder ou liderado:
Se você quer saber como é a natureza básica do ser humano,
basta observar crianças de dois anos em ação. Seu caráter
pode ser resumido em duas palavras: ‘Eu primeiro.’ Isso até
é gracioso em criancinhas, mas fica repulsivo em alguém
com cinquenta anos. Passei minha carreira lidando com exe-
cutivos que são verdadeiras ‘crianças grandes’. Por trás de
todos os truques de estilo – charme, perspicácia, inteligência
e um belo terno Armani – está uma criança mimada batendo
o pé: ‘Eu primeiro, e você que se dane!’ Esse é um dos
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Reflita
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Reflita
Síntese
Neste capítulo, fizemos uma retrospectiva dos capítulos anteriores
procurando compreender como os modelos de gestão se modificaram ao
longo do tempo, bem como as relações entre as pessoas. Assim, trouxe-
mos para discussão o conceito de liderança disruptiva, pautado nos ensi-
namentos do General Stanley A. McChrystal, um grande ícone, visto que
alterou a forma tradicional de gestão no exército, enxergando seus lidera-
dos como “irmãos”. Refletimos ainda sobre os ensinamentos trazidos no
livro “O monge e o executivo”, com base no livro “Como se tornar um
líder servidor”, ao refletir sobre quem somos como líderes e liderados e
compreendendo que as nossas ações devem independer de sentimentos e
serem tomadas de forma racional. No decorrer do capítulo, você teve a
oportunidade de refletir sobre o seu papel como líder ou liderado e avaliar
alguns aspectos necessários a uma boa gestão. Dessa forma, a expectativa
é que este capítulo tenha se tornado um provocador de ações diferenciadas
em sua vida profissional e pessoal.
Atividades
1. Você compreendeu o que é disruptivo? Neste capítulo, demos
exemplo de tecnologias disruptivas e de liderança disruptiva.
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Competências do
líder em Centros
de Formação de
Condutores
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
deve interagir com a comunidade, assim como com o setor público, prin-
cipalmente nas instituições relacionadas ao trânsito, a qual o Centro de
Formação de Condutores está credenciada.
Já o diretor de ensino, como o próprio nome aponta, está relacionado
aos aspectos pedagógicos da instituição. É ele quem coordena, planeja
e avalia as atividades realizadas no Centro de Formação de Condutores.
Para isso, esse profissional trabalha de forma articulada com os instruto-
res, coordenando o planejamento, a execução e a avaliação das atividades
pedagógicas, bem como a atuação dos instrutores. O diretor de ensino
também é um grande responsável pelo planejamento estratégico da ins-
tituição, juntamente com o diretor-geral. Assim como o diretor-geral, o
diretor de ensino também deve se relacionar com a comunidade e com o
setor público, assim como com as instituições ligadas ao trânsito.
Embora os dois profissionais citados acima tenham convergências em
suas funções, como um papel indispensável de liderança e a capacidade
de coordenar diferentes profissionais, o diretor de ensino atua essencial-
mente na área pedagógica (lembrando que essa área deve ser o objetivo
do Centro de Formação de Condutores), enquanto o diretor-geral tem uma
função mais administrativa, mas, por ser a área pedagógica a mais impor-
tante no Centro de Formação de Condutores, ele deve sempre acompanhar
os processos, não tornando sua função meramente burocrática, mas ativa
e participativa em todos os setores da instituição. Tanto o diretor-geral,
quanto o diretor de ensino, segundo a Resolução 358, devem exercer lide-
rança demonstrando capacidade de resolver conflitos.
Esses profissionais são os grandes gestores de todos os processos que
ocorrerão no Centro de Formação de Condutores, juntamente com suas
equipes de profissionais. As exigências para a atuação no Centro de Forma-
ção de Condutores como diretor-geral e diretor de ensino, segundo a Reso-
lução nº 358, de 2010, é que o candidato tenha, no mínimo, 21 anos, possua
curso superior completo, bem como curso de capacitação específica junto
aos órgãos de trânsito e que, no mínimo, possua dois anos de habilitação.
O instrutor de trânsito é responsável pela formação e especializa-
ção de condutores, visto que é o profissional que atua diretamente com o
aprendiz. Nesse sentido, seu papel é fundamental, pois ele será o forma-
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=8ty5VmGoY1Y
Reflita
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
vitalidade. Se você é alguém que só expira, talvez não consiga ser líder,
talvez consiga ser chefe. Mas chefe está ancorado em uma hierarquia.”
(CORTELLA, 2006, p. 84). Aqui, é possível recordar os ensinamentos de
Hunter, no capítulo 4, que trouxe a diferenciação entre o chefe e o líder,
corroborando com o pensamento de Cortella.
Cortella foi secretário da educação da cidade de São Paulo, entre-
tanto, durante muitos anos foi liderado por Paulo Freire e, inclusive,
quando o pedagogo foi também secretário da educação da capital paulista,
ele era seu adjunto. Sobre ter uma liderança que inspira você a ser melhor,
Cortella relata:
Paulo Freire era um líder estupendo. Ele conseguia inspirar. Ele
era meu chefe na hierarquia, mas era também um líder. Tanto que,
quando ele me chamava na sala dele para me dar uma bronca, eu
ia animado. Porque eu sabia que ia sair de lá melhor. Eu sabia que,
mesmo que fosse para tomar uma repreensão ou para corrigir uma
rota, eu criava uma boa expectativa para entrar na sala dele: “O
senhor me chamou?” E às vezes tomava uma chamada daquelas
de cima abaixo. Não tinha problema. Eu saía de lá animado com
a possibilidade de corrigir algo, por intermédio de alguém que eu
respeitava e que estava fazendo aquilo para que a obra fosse maior.
Isso é líder. (CORTELLA, 2006, p. 85).
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
a) inteligência intrapessoal
Essa habilidade está relacionada à capacidade de formar mode-
los mentais verdadeiros de si mesmo, acessando seus próprios
sentimentos, desejos e ideias, a fim de usá-los de modo provei-
toso e eficaz. Essa inteligência se relaciona com a autorreflexão,
com a compreensão dos nossos estados interiores. Ela se mani-
festa por meio do autoconhecimento, autocontrole e automoti-
vação. O autoconhecimento nos permite perceber e reconhecer
as nossas próprias emoções, nossos pontos fortes e limitações,
bem como ter certeza do nosso valor e da nossa capacidade. Já
o autocontrole, manifesta-se quando, além de reconhecer as
suas habilidades, você consegue perceber a necessidade de um
desenvolvimento contínuo delas e se concentra no problema, no
conflito e nas habilidades que precisa para solucioná-lo. A auto-
motivação é a capacidade de se esforçar para melhorar sempre
ou chegar a um padrão de excelência estabelecido, é o senso de
realização. Além disso, também é dedicar-se, alinhando as suas
metas com as da organização, ter iniciativa, estando pronto para
agir frente às oportunidades e ter otimismo, persistir no alcance
das metas, mesmo em frente a obstáculos.
b) inteligência interpessoal
Essa habilidade está relacionada ao convívio humano, às rela-
ções interpessoais e à comunicação.
O desenvolvimento dessa inteligência aponta para a criação e
manutenção da sinergia entre a equipe para o trabalho coopera-
tivo e para a percepção dos diferentes estados emocionais por
meio da comunicação verbal e não-verbal. Em síntese, a inte-
ligência interpessoal pode ser resumida como a capacidade de
entender outras pessoas e trabalhar cooperativamente com elas.
Manifesta-se pela empatia e por habilidades sociais. A empatia
está relacionada à capacidade de compreender o outro, perce-
ber os sentimentos e perspectivas da outra pessoa e ter real e
ativo interesse por isso. É também buscar o desenvolvimento
da equipe, de cada colaborador, identificando suas necessida-
– 119 –
Noções de Administração e Supervisão Escolar
Reflita
Síntese
Neste capítulo, abordamos sobre os profissionais que compõe a equipe
de um Centro de Formação de Condutores, explorando, essencialmente,
o papel do diretor-geral e do diretor de ensino, bem como as exigências
legais para assumir esses cargos e as responsabilidades concernentes à
cada função. É importante perceber que, nestes cinco primeiros capítulos,
refletimos muito a respeito da gestão e do papel do gestor ao longo da his-
tória e na atualidade. Neste capítulo, fizemos uma síntese sobre as compe-
tências de um líder, com base em Stettner. Entre as competências citadas
por Stettner, foram destacadas algumas: dar feedback, delegar responsa-
bilidades, planejar as reuniões e não fazê-las no improviso, escutar mais
ao invés de falar, pensar estrategicamente, desenvolver a comunicação,
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Competências do líder em Centros de Formação de Condutores
Atividades
1. Uma das competências de um líder é delegar responsabilidades.
O que é necessário para delegar responsabilidades e quais são as
vantagens dessa ação para o líder?
2. Escreva sobre uma das competências do líder destacadas por
Stettner como pensamento estratégico e como esta competência
está relacionada aos pilares da gestão:
3. A que Mário Sérgio Cortella compara o trabalho? Você concorda
com este autor? Por quê?
4. A inteligência emocional se manifesta por meio da inteligência
intrapessoal e interpessoal. Cite as características dessas duas
inteligências, diferenciando-as:
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6
Gestão Pedagógica
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Gestão Pedagógica
dimensão para a qual todas as demais convergem, uma vez que esta
se refere ao foco principal do ensino que é a atuação sistemática e
intencional de promover a formação e a aprendizagem dos alunos,
como condição para que desenvolvam as competências sociais e
pessoais necessárias para sua inserção proveitosa na sociedade e
no mundo do trabalho, numa relação de benefício recíproco. Tam-
bém para que se realizem como seres humanos e tenham qualidade
de vida. (LUCK, 2009, p. 95)
Reflita
6.1.1 Refletindo
Os seres humanos, como seres históricos e sociais, vivem suas vidas
em um determinado espaço e tempo marcando a sociedade, assim como
– 125 –
Noções de Administração e Supervisão Escolar
também são marcados por ela. Cada era é marcada por diferentes ações
e intervenções humanas. Se conhecermos um pouco da história da civili-
zação, perceberemos quantas mudanças já aconteceram no mundo. E, se
você olhar para a sua história, também perceberá: quantos objetos eram
usados quando você era criança e agora não são mais? Os objetos podem
ter sido substituídos por outros ou terem caído em desuso. O modo de se
vestir também se altera conforme a “moda” ou conforme o seu estilo de
vida e gosto, que também muda com o passar do tempo. A linguagem é
renovada, fazendo com que algumas palavras caiam em desuso e outras
surjam, como memes, emoticons e tantas outras.
As concepções de sociedade, homem, natureza, cultura, educa-
ção também se transformam ao longo do tempo, estão em constante
movimento, são dinâmicas. Na história individual de cada pessoa e
na história da sociedade, há rupturas, continuidades, avanços, crises
que vão construindo a forma de pensar. Isso também acontece com a
forma que se pensa a educação atualmente ou como ela foi pensada
em outros tempos. Para se ter uma melhor compreensão sobre isso,
far-se-á adiante uma visita a cada época do nosso país para se com-
preender as concepções e, consequentemente, ações que marcaram a
educação brasileira:
estudar a educação e suas teorias no contexto histórico em que
surgiram, para observar a concomitância entre suas crises e
as do sistema social, não significa, porém, que essa sincronia
deva ser entendida como simples paralelismo entre fatos da
educação e fatos políticos e sociais. Na verdade, as questões
de educação são engendradas nas reações que se estabelecem
entre as pessoas nos diversos segmentos da comunidade. A
educação não é, portanto, um fenômeno neutro, mas sofre efei-
tos do jogo do poder, por estar de fato envolvida na política.
(ARANHA, 2006, p. 24)
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Gestão Pedagógica
Saiba mais
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Saiba mais
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Gestão Pedagógica
Reflita
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Reflita
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Gestão Pedagógica
Saiba Mais
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gestão Pedagógica
Saiba Mais
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gestão Pedagógica
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gestão Pedagógica
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gestão Pedagógica
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
dizer que as aulas expositivas deixarão de existir, mas que serão alternadas
com atividades práticas que promovem a criatividade, a reflexão, a capaci-
dade criadora, a problematização que enriquecem o debate e oportunizam a
compreensão do conteúdo em uma perspectiva contextualizada.
Reflita
– 140 –
Gestão Pedagógica
Síntese
Iniciamos o capítulo com uma retrospectiva sobre os aspectos educa-
cionais já tratados em outros capítulos do livro e continuamos essa viagem
percorrendo vários períodos históricos no nosso país, desde a educação
no tempo do Brasil Colônia até os dias atuais. Nessa viagem, pudemos
perceber quantas correntes e tendências interferiram nas concepções de
homem, de educação, de ensino, de conhecimento. Conhecemos a Peda-
gogia Tradicional, a Pedagogia ou Escola Nova, a Pedagogia Tecnicista,
as Teorias Críticas da Educação ou abordagens progressistas (Tendência
– 141 –
Noções de Administração e Supervisão Escolar
Atividades
1. Cite as principais diferenças entre a Pedagogia Tradicional e a
Pedagogia Nova:
2. Na República, alguns pensadores procuraram superar as teorias
vigentes no Brasil, tais como a Pedagogia Tradicional, Pedago-
gia Nova e Pedagogia Tecnicista. Como foram chamadas essas
teorias, quais são os seus autores e o que defendiam?
3. Neste capítulo, foi mencionado que, após a promulgação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/1996),
a concepção sociointeracionista se difundiu no Brasil. Explique
sobre o que trata essa concepção.
4. Ao considerar tudo que refletimos neste capítulo e o seu conhe-
cimento a respeito de um Centro de Formação de Condutores,
explicite algumas das funções do diretor de ensino:
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7
Planejamento
de ensino
Saiba mais
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Planejamento de ensino
Refletir
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Fonte: Shutterstock.com/kitzcorner
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Planejamento de ensino
Voltarei para casa? Terei companhia? Usarei esse horário para pagar uma
conta, fazer uma compra, levar o carro ao mecânico? Terei tempo sufi-
ciente? No período da tarde, tenho algum compromisso? Será necessário
ir ao mercado ou tem comida na geladeira para fazer o jantar? Em todos
os momentos, estamos planejando e avaliando se nosso planejamento está
dando certo.
O planejamento é o ponto de partida para realizarmos aquilo que
desejamos, é um instrumento de pensamento que possibilita a mudança;
portanto, para planejar é necessário fazer um diagnóstico.
Se alguém pretende emagrecer, por exemplo, precisa ter consciên-
cia de quantos quilos está pesando, quantos quilos precisa perder, como
estão as roupas em relação ao corpo. Entretanto, não basta apenas ter esse
diagnóstico, é necessário planejar ações a fim de chegar ao objetivo: o
que será feito para emagrecer? Em quais dias da semana? Em quais horá-
rios? Será necessário investir algum recurso financeiro para isso? Haverá
necessidade de receber ajuda de outra pessoa para esse processo de ema-
grecimento? Como será feito o monitoramento do peso? Quantas vezes
por semana ou por mês esse monitoramento será realizado? Quanto tempo
levará para que a meta seja atingida?
Se pensarmos somente nesse planejamento, observaremos o número
de variáveis que estarão presentes entre o que foi planejado sobre o ema-
grecimento e de fato a concretização desse planejamento. Agora, imagine
um planejamento que envolve muito mais do que somente você, envolve
várias pessoas; o inesperado pode acontecer, e replanejar precisa estar
sempre presente.
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Planejamento de ensino
revela seu contexto, sua história, seus sonhos, seus desejos, suas
crenças, seus valores, suas concepções e, a partir disso, os princí-
pios e diretrizes que orientam sua ação […]. Revela suas formas
de organização, planejamento, avaliação, suas articulações, suas
dificuldades, seus problemas e a forma de superá-los. Uma vez que
o processo de constituição de identidades é dinâmico, a Proposta
Pedagógica de uma instituição está sempre num movimento de
construção e reconstrução. (PARANÁ, 2006, p. 19-20)
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Planejamento de ensino
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Planejamento de ensino
Reflita
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Planejamento de ensino
Fonte: Shutterstock.com/antoniodiaz
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Reflita
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Planejamento de ensino
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Pode ser feita uma caça ao tesouro, com adivinhações para que os
alunos vão conquistando as demais pistas e cheguem ao fim de um per-
curso; desafios com perguntas e respostas on-line (via Google Formulá-
rios, por exemplo); uma batalha de equipes sobre conhecimentos presen-
tes nas interações da turma… A gamificação torna a aprendizagem lúdica,
divertida, prazerosa e desafiadora. Essa estratégia, inclusive, é bastante
interessante para utilizar na formação da equipe de profissionais do Centro
de Formação de Condutores.
– 158 –
Planejamento de ensino
-lo. Junqueira Filho (2003) fala sobre a relação entre professor e criança,
mas que pode ser refletida em todos os processos educativos:
Estar atentos a si e um ao outro; tem que aprender a ler o seu próprio
jeito – em constante produção – e o jeito do outro – também em
produção contínua. E quanto mais perto chegam um do outro, mais
conhecem sobre si, sobre o outro, sobre conhecer, sobre conviver,
sobre parceria, sobre o mundo. (JUNQUEIRA FILHO, 2003, p. 54)
Síntese
Neste capítulo, realizamos uma abordagem do planejamento escolar
e das diferentes esferas desse planejamento. Muitas vezes, quando se fala
de planejamento, considera-se uma escrita burocrática que pouco ajuda ou
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Atividades
1. O planejamento é sempre pautado em um diagnóstico, por isso
as ações planejadas, quando executadas, darão certo e alcança-
rão o resultado esperado. Essa afirmativa revela o que foi estu-
dado no capítulo? Justifique sua resposta:
2. O que é o planejamento anual? Como podemos traçar um paralelo
com o planejamento do Centro de Formação de Condutores?
3. Defina o que é necessário para realizar um planejamento sema-
nal ou diário. Mesmo tendo uma apostila ou livro didático, esse
planejamento é necessário no Centro de Formação de Conduto-
res? Justifique sua resposta:
4. O que é a metodologia ativa de aprendizagem e quais são algu-
mas das ferramentas utilizadas nessa concepção de educação?
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8
Avaliação
Fonte: Shutterstock.com/Golubovy
Avaliamos como foi o dia, como está nosso estado de espírito, como
está nossa disposição física, qual é o melhor lugar para passar as férias, se
aquilo que planejamos ocorreu conforme o esperado ou se aconteceram
fatos não previstos, como estamos na profissão, quanto estamos ganhando,
como está o namoro, o noivado ou o casamento. A avaliação é parte da
vida cotidiana; mesmo que não percebamos ou que não recorramos a pro-
cedimentos formais de avaliação, estamos, a todo momento, avaliando.
No cotidiano, a avaliação é importante não somente para aferir um
resultado, mas também para o planejamento de ações por meio de um
diagnóstico, bem como para o monitoramento do que planejamos ou
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Avaliação
Fonte: Shutterstock.com/lithian
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
8.1.1 Indicadores
Algumas observáveis estabelecidas em várias esferas ou dimensões de
avaliação são chamadas de indicadores, que são específicos e proporcionam
o detalhamento da medida em que os objetivos de um projeto foram alcança-
dos ou em que medida uma situação determinada está ocorrendo segundo o
esperado (VALARELLI, 1999). Na perda de peso, a partir do momento que
estabeleço um indicador de perder 3 quilos, ou eu o atinjo ou não o atinjo e
fico aquém do indicador proposto ou eu o supero. Portanto, a partir desse
indicador e do prazo estabelecido pela organização para o alcance do indi-
cador, é necessário traçar novas ações se o contemplado não foi o esperado.
A média escolar é um indicador; e um parecer descritivo também é
um indicador. Um indicador não se caracteriza por ser quantitativo, e sim
por proporcionar uma avaliação qualitativa:
Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada reali-
dade e que podem qualificar algo. Por exemplo, para saber se uma
pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desâ-
nimo. Para saber se a economia do país vai bem, utilizamos como
indicadores a inflação e a taxa de juros. A variação dos indicadores
nos possibilita constatar mudanças (a febre que baixou significa
que a pessoa está melhor; a inflação mais baixa no último ano
indica que a economia está melhorando). (BRASIL, 2004, p. 05)
– 164 –
Avaliação
• O que avaliar?
• Como avaliar?
• Quando avaliar?
• O que fazer com os resultados?
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Avaliação
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Avaliação
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Avaliação
Reflita
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Avaliação
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Saiba Mais
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Avaliação
Reflita
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Avaliação
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
– 178 –
Avaliação
já nas primeiras semanas do ano, vai tendo uma ideia clara das
condições de cada aluno e do ano pela frente, para calibrar inter-
venções promissoras.
Por isso, voltando ao exemplo do estudante do 2º ano, é necessá-
rio guardar suas produções em um portfólio, para que o professor
e o próprio aluno possam refletir sobre os avanços. Há crianças
que entram no 2º ano sem conseguir grafar palavras convencional-
mente e com a intervenção do professor e boas medições ampliam
significativamente sua capacidade de escrita em poucos meses. Da
mesma forma, no Centro de Formação de Condutores, há possibi-
lidade de proceder a avaliação processual ou formativa quando se
utiliza um portfólio dos simulados e outras atividades que o candi-
dato à habilitação realiza ou quando são feitos registros em pautas
de observação, por exemplo, nas aulas práticas de direção, permi-
tindo a visualização dos avanços e das dificuldades no processo de
aprendizagem tanto pelo aluno quanto pelo professor.
Um exemplo da pauta de observação a ser utilizada pelo instru-
tor prático poderia ser:
Instrutor(a): Período:
Compreende onde estão Consegue manter o Faz a sinalização com as
localizados acelerador, movimento de acelera- setas de forma adequada
freio e embreagem e já ção, sem solavancos ou dos lados esquerdo e
começa a fazer o uso falhas no funcionamento direito ou com alerta,
adequado destes. do carro. quando necessário.
1ª aula 2ª aula 3ª aula 1ª aula 2ª aula 3ª aula 1ª aula 2ª aula 3ª aula
Ana
João
Maria
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Saiba mais
– 180 –
Avaliação
Síntese
Neste capítulo, discutimos sobre a avaliação e como ela está presente
em nosso cotidiano. Avalia-se para se ter mais qualidade. Isso também
ocorre nas escolas e nos Centros de Formação de Condutores. Nesse sen-
tido, é sempre necessário estabelecer observáveis, que são indicadores se
o trabalho pedagógico está sendo realizado a contento. O maior indicador
do trabalho pedagógico é a aprendizagem dos estudantes. Para proceder
a uma avaliação eficaz, é necessário que seja diagnóstica, a fim de traçar
um plano de ensino, processual e formativa, acompanhando o percurso
do estudante e, cumulativa, no sentido de propor maiores aprendizagens
conforme o progresso do estudante. A avaliação da aprendizagem dos
estudantes está relacionada à avaliação externa e à avaliação institucio-
nal. Nesse modelo de avaliação, podemos perceber quais condições não
estão favoráveis para o desenvolvimento da aprendizagem. Ao longo
dessa discussão, percebemos que a avaliação deixa de ser uma atividade
meramente classificatória e passa a ser concebida como uma atividade
permanente, subjetiva, qualitativa, com vistas a (re)orientar o trabalho do
professor ou instrutor. Para isso, a avaliação precisa estar atrelada conti-
nuamente ao processo de ensino aprendizagem e o professor ou instrutor
precisa conhecer seus educandos, observá-los diariamente e atentamente
a fim de conhecer seus percursos de aprendizagem.
Atividades
1. O conceito de avaliação está muito relacionado ao conceito de
qualidade, que é bastante subjetivo. Nesse sentido, é importante
estabelecer indicadores. O que são indicadores? Cite um exem-
plo de uso de indicadores no Centro de Formação de Condutores:
2. O que é avaliação externa? Qual legislação expõe o monitoramento
e o percentual de aprovação dos candidatos à habilitação no Centro
de Formação de Condutores? Qual deve ser esse percentual?
3. O que é avaliação institucional e quem deve participar dela?
4. Quais são os três aspectos que devem estar presentes na avalia-
ção da aprendizagem dos educandos?
– 181 –
9
Formação continuada
9.1 Contextualizando
Ouça as músicas indicadas nos links a seguir para podermos conver-
sar sobre o assunto deste capítulo:
Segue trecho da letra da canção:
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Formação continuada
Vamos refletir sobre a letra da primeira canção: “Eu nasci assim, eu
cresci assim, vou ser sempre assim...” Esse é o lema de alguém que, de
fato, não deseja evoluir. Na vida, nada é permanente e algo que nunca
podemos deixar de fazer é aprender. Paulo Freire, em uma das suas cita-
ções mais conhecidas, afirma que:
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicio-
nado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além
dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser
determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como
tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibili-
dade de saber-se inacabado. (FREIRE, 1996, p. 53).
Isso significa que nós nascemos sim de uma forma, temos a nossa
infância e adolescência muito influenciada pelos grupos sociais dos quais
fazemos parte, mas nossa vida não está determinada. A cada dia que passa,
fazemos escolhas sobre o rumo que tomaremos, o que estudaremos, ao
que nos dedicaremos, como gastaremos o nosso tempo, como reagiremos
a determinada situação, se devemos crescer e evoluir ou ficar acomodados,
se estamos parados no tempo por comodismo ou escolha... Ao considerar
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Formação continuada
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
país, pode afetar vários outros, seja na economia, nos valores e, inclusive,
na saúde. A diversidade de culturas, dialetos, etnias, alimentos, faz com
que desejemos conhecer outras culturas diferentes da nossa, seja por meio
de leituras, de viagens ou de diálogos.
A vida em sociedade implica que sejamos menos individualistas e
mais solidários, menos consumistas e mais sustentáveis, menos super-
ficiais e mais envolvidos. Além de cada indivíduo ter a necessidade de
se desenvolver como pessoa, também é necessário o desenvolvimento
profissional, que, assim como o desenvolvimento pessoal, não acontece
sem envolvimento. Observamos as pessoas se especializando cada vez
mais em sua profissão: o médico da família, que atendia todos os inte-
grantes da casa, nas suas diferentes dores e queixas ou na manutenção
de sua saúde, deu lugar a uma gama de médicos especialistas, cada um
focado em uma parte do nosso organismo, para que o todo funcione de
forma saudável.
Em cada profissão, o desenvolvimento profissional, o não parar no
tempo, faz-se necessário. Vamos conhecer um pouco mais sobre isso no
próximo item.
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Formação continuada
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Essa tessitura entre pessoa e profissional deveria ser óbvia. Mas nem
sempre é. Se fosse, não precisaríamos ter uma legislação que apontasse as
exigências para atuar em um Centro de Formação de Condutores, como
o faz a Resolução 358, de 2010. Assim, para cada pessoa que trabalha em
um Centro de Formação de Condutores ou em qualquer outra organização:
nosso discurso precisa estar alinhado à nossa prática. Preciso refletir sobre
o que ensino: “[...] a reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência
da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a
prática, ativismo.” (FREIRE, 1996, p. 22).
No processo de desenvolvimento profissional, precisamos lembrar que
nenhum ser humano é uma ilha, solitário. O desenvolvimento profissional
acontece em diferentes contextos e por meio de diferentes interações.
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Formação continuada
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Formação continuada
Saiba mais
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Formação continuada
sua autoria profissional: sua marca, seu jeito de ensinar, seu propósito, que
é só dele, único e, isso, gera propósito e comprometimento.
No desenvolvimento da autonomia e da tomada de decisões de um
profissional no exercício de sua função, a formação continuada precisa
ter um sentido pessoal. Tal formação não pode ser uma mera repetição de
informações ou transmissão de informações técnicas, precisa gerar refle-
xão, incentivar a busca pelo conhecimento. Afinal, a escola e o Centro de
Formação de Condutores precisam ser locais de circulação e apropriação
de conhecimentos, de desenvolvimento da cidadania. Logo,
Busca-se a formação de um profissional reflexivo, elegendo a con-
cepção que preconiza como elementos importantes do processo a
reflexão sobre a prática, o conhecimento da teoria e a reformulação
consciente da atuação em serviço. O educador não é mero execu-
tor de planejamentos e atividades elaborados por outras pessoas.
A complexa tarefa de educar pede um profissional que tenha uma
visão integrada da realidade e condições de pensar sua prática com
propriedade, que se aventure a criar soluções com base em conhe-
cimentos construídos na área e seja motivado a desenvolver novas
práticas profissionais e a abrir-se para experiências culturais diver-
sificadas. (CARVALHO, S.P. et al., 2006, p. 68).
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Formação continuada
apenas conhecer bem a teoria não conduz a uma mudança na prática: por
outro lado, a prática sem um embasamento teórico não possibilita a auto-
nomia profissional, muito menos favorece a criação de soluções singulares
dos problemas que emergem.” (CARVALHO, 2006, p. 73).
Como é importante apoiar nossas ações em estudiosos que contribuíram
com suas pesquisas e ideias, as teorias não devem ser consideradas como
verdades irrefutáveis ou eternas, mas como possibilidades de diálogo entre
o conhecimento e a prática, em que o leitor reflete e dialoga sobre o mate-
rial estudado. O formador pode criar roteiros de estudo ou questões específi-
cas, justamente para nortear as leituras e incentivar que o professor/instrutor
pense sobre sua prática, que será elemento de análise e reflexão, à luz da
teoria, fazendo uma combinação produtiva entre ambas, teoria e prática.
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Síntese
Iniciamos este capítulo refletindo sobre como a arte, no exemplo,
a música, expressa as concepções da sociedade sobre educação, sobre o
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Formação continuada
Atividades
1. Relembre as músicas ouvidas no início do capítulo. Quando aten-
tamos para as letras destas, percebemos a resistência à mudança
na música “Modinha para Gabriela” e uma falta de interesse pela
aprendizagem na música “Nada tanto assim”. Agora é a sua vez!
Escolha uma música que fale sobre o ser humano e sua concepção
de vida, de mundo ou educação, e faça uma análise a seu respeito.
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10
As reuniões e as
funções didático-
pedagógicas
10.1 Contextualizando
Neste capítulo, iremos falar sobre reuniões. Muitas vezes, quando o
líder avisa que terá reunião, os colaboradores demonstram resistência ou já
começam a prever as horas e horas de reunião e pouco aproveitamento. Você,
por exemplo, considera que a imagem abaixo, levando em conta a expressão
facial e corporal dos participantes, é comum ou incomum em uma reunião?
E o que falar das reuniões virtuais, que se tornaram tão comuns nessa
época de pandemia? Quantos, de fato, estavam presentes e participativos?
Alguns nem ligavam as suas câmeras e, na verdade, talvez nem estivessem
atentos ao que estava sendo tratado na reunião.
Esses fatos podem acontecer por falta de interesse e comprometi-
mento do colaborador, mas também pelo fato de as reuniões não serem
bem planejadas.
Antes de prepararmos qualquer reunião é importante fazer uma per-
gunta: qual é o objetivo desta reunião? Qual é o propósito de se reunirem
as pessoas neste momento ou neste local ou por este meio?
Neste capítulo, discutiremos a importância das reuniões na forma-
ção continuada da equipe e como as reuniões ou encontros podem ser
organizados.
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(Identificação: a identificação,
Centro de Formação de Condutores Vila Nova além de ser elemento fundamental
na pauta, ajuda você a recordar o
Reunião de Formação – Instrutores
que foi tratado em cada reunião de
10 de fevereiro de 2021 forma suscinta e ajuda no planeja-
mento de novos encontros)
(Objetivos: aqui, precisamos
deixar claro qual será o foco da
reunião, quais serão as metas de
aprendizagem que temos o intuito
de trabalhar ao longo do encontro.
Objetivos: Essas metas devem estar relacio-
nadas às estratégias que serão uti-
Refletir sobre a importância de as aulas teóri- lizadas durante a reunião. Quando
cas terem maior participação dos candidatos a vamos estabelecer os objetivos,
condutores, utilizando a estratégia formativa devemos lembrar que não pode-
de tematização da prática; mos colocar uma infinidade deles,
visto que isso pode gerar uma
Refletir sobre as metodologias ativas na apren- superficialidade na abordagem do
dizagem dos estudantes. tema. Lembre-se sempre da impor-
tância da aprendizagem significa-
tiva e das experiências: é só o que
nos afeta que gera transformação.
Se for feita uma reunião somente
de repasses ou um encontro em
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- Intervalo – 15´
Proposição de uma pausa para o café para pos-
terior retomada sobre os pontos positivos e
pontos a serem melhorados na aula teórica.
- Leitura e discussão do Texto Metodologias
Ativas, Autoria X – 80´ (Na pauta que será
entregue aos participantes, você poderá colo-
car somente este título que indicará o que será
trabalhado. Na sua pauta e dos demais condu-
tores da reunião, você poderá colocar o passo
a passo abaixo, inclusive com a previsão do
tempo para cada ação).
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Reflita
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Será que, de fato, o que buscamos com nossas equipes quando rea-
lizamos as reuniões é a experiência e o saber da experiência ou são o
repasse e a transmissão de informações, que, de fato, não causam trans-
formação nas práticas presentes na organização? Morin corrobora com
o pensamento de Bondía, quando afirma que “[...] não é a quantidade de
informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas
um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conheci-
mento no contexto.” (MORIN, 2000).
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Fonte: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/
julho_2016/dee_anexo1.pdf.
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As reuniões e as funções didático-pedagógicas
Saiba mais
10.7 Conclusão
Em todo o livro, refletimos sobre a importância da gestão democrá-
tica e participativa e sobre como é importante que o líder faça com que
sua equipe se desenvolva profissionalmente. Nas reuniões, não acontece
de forma diferente. É necessário que a contribuição e a participação dos
colaboradores seja ativa e que, nesse movimento coletivo, sejam agre-
gadas habilidades, competências, conhecimentos e valores necessários à
realização do propósito comum da organização. Isso somente acontece
quando conseguimos desenvolver em conjunto um ambiente em que há
envolvimento e comprometimento e valores como empatia, verdade, fee-
dbacks genuínos e o trabalho contínuo sendo realizado de forma solidária
e com excelência.
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
Síntese
Iniciamos o nosso capítulo observando uma imagem em que as pes-
soas reunidas não parecem muito interessadas no assunto que está sendo
discutido. Na sequência, falamos sobre como planejar boas reuniões,
organizando o capítulo em tópicos para melhor compreensão. No primeiro
item, falamos sobre a importância da definição de objetivos e estratégias
para um bom planejamento da reunião. Nesse mesmo item, discutimos
sobre a importância da pauta de reunião e os elementos que ela deve con-
ter. A pauta da reunião é um instrumento norteador para a reunião presente
e para a reunião futura. Para essa ideia de continuidade, é fundamental o
diagnóstico das necessidades de formação da equipe, que podem ser regis-
tradas no plano de formação. Nesse plano, podem ser propostas diferen-
tes ações e estratégias visando a formação continuada. Falamos sobre as
estratégias formativas: análise de bons modelos, tematização de práticas,
análise de situações homólogas, análise de registros com devolutivas. No
próximo item, discutimos sobre a importância do trabalho em equipe e
da aprendizagem colaborativa. Por fim, discutimos sobre como a reunião
precisa ser um lugar de acolhimento e que uma das formas de acolher, é
respeitar os diferentes estilos de aprendizagem, planejando a utilização de
diferentes estratégias e materiais. Dessa forma, esperamos que a primeira
fotografia desse capítulo nunca seja aquela que representa uma reunião
que você conduz ou participa!
Atividades
1. Qual é o primeiro passo para planejar uma reunião e o que deve
ser planejado na sequência?
2. Cite os elementos que devem constar em uma pauta da reunião e
fale sobre um dos elementos.
3. Pensando na formação continuada da equipe, este capítulo falou
sobre a necessidade de diagnosticar as necessidades dos profis-
sionais e elencar uma ou mais dessas necessidades para serem
trabalhadas em um intervalo de tempo, delineando o plano de
formação da unidade. Além disso, sugeriu algumas estratégias
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As reuniões e as funções didático-pedagógicas
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Gabarito
Noções de Administração e Supervisão Escolar
1. Gestão educacional
1. Esses modelos tinham como finalidade o aumento da capa-
cidade de produção e a diminuição de custos, visando maior
lucro. O Taylorismo acabou por separar a concepção e a exe-
cução do trabalho, visto que o trabalhador cumpria apenas uma
determinada função na produção de uma mercadoria, em um
processo fragmentado e repetitivo. Esse modelo de produção
trouxe a gerência e a cadeia hierárquica. Já o Fordismo trouxe
a linha de montagem e as esteiras rolantes, visando ao controle
do ritmo de trabalho do funcionário de forma mecânica. E o
Toyotismo, por sua vez, buscou um melhor aproveitamento do
capital, produzindo somente sob encomenda e tendo a flexibi-
lização do trabalho do funcionário, que ficava responsável pela
operação do maquinário.
2. O modelo de produção e gestão fabril impactou a organização do
ensino de diferentes formas: na organização dos conteúdos em
disciplinas, sem considerar a formação humanística, tornando
o ensino fragmentado; na disposição das carteiras enfileiradas;
na organização das filas; na forma submissa do aluno se portar
perante o professor, o qual tinha toda a autoridade, imitando os
modelos gerenciais de produção; na manutenção da ordem e da
disciplina no interior das escolas; no controle da frequência; nas
avaliações internas e externas, sempre com foco na eficiência.
O diretor era o centralizador de todo o processo e, indicado pelo
governo, comandava, controlava e cobrava resultados, agindo
de forma autoritária, com vistas aos resultados “eficientes” em
um processo de gestão racional, linear e fragmentado.
3. A gestão democrática está pautada em conceitos de autonomia e
participação. Efetiva-se, no cotidiano, por meio da participação
de todos nas tomadas de decisão que envolvem planejamento,
execução e avaliação dos processos educacionais. Além disso,
valoriza a ação pedagógica na prática social concreta e visa à
democratização do saber. A autonomia se manifesta nas ações de
descentralização financeira, administrativa e pedagógica.
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Gabarito
4.
2. Gestão escolar
1. Para Fayol, seis áreas, com suas respectivas e específicas
funções, definem o funcionamento de uma empresa. São as
seguintes: técnica, comercial, financeira, contábil, segurança e
administrativa. Fayol considerava a área administrativa a mais
importante, porque esta área precisava relacionar as funções de
todas as áreas convergindo para um mesmo objetivo. Em vir-
tude disso, Fayol criou um modelo de processo administrativo
que prevê uma sequência de ações: prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar.
2. A cultura escolar se refere aos processos que existem dentro do
sistema escolar, tais como organização em períodos, aprovação
e reprovação, o conteúdo curricular, a relação professor/aluno
etc. Consiste num conjunto de conteúdos simbólicos e cogni-
tivos que estão constituídos em todas as escolas. A escola tem,
assim, uma dinâmica própria; seu funcionamento é diferente
de qualquer outra instituição, tais como um mercado ou um
hospital. Os Centros de Formação de Condutores também são
dotados de uma cultura própria: todos os CFCs precisam ofer-
tar aos seus alunos aulas teóricas e práticas; existe um processo
a ser feito pelo aluno, do qual constam alguns requisitos, con-
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Gabarito
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Gabarito
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Gabarito
6. Gestão Pedagógica
1. Na Pedagogia Tradicional, o aspecto mais valorizado é o conte-
údo, pois o marginalizado da sociedade era considerado aquele
que não tinha o domínio do conhecimento. No centro do pro-
cesso educativo, está o professor, que é o detentor do conheci-
mento. Cabe ao professor transmitir o conhecimento, o acervo
cultural aos alunos, segundo uma gradação lógica. Aos alunos,
cabe assimilar os conhecimentos que lhe são transmitidos, assu-
mindo uma postura passiva. Na Pedagogia Nova, o que é mais
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gabarito
7. Planejamento de ensino
1. O planejamento precisa ser pautado em um diagnóstico, visto
que é o ponto de partida para realizar aquilo que desejamos. O
planejamento é um instrumento de pensamento que possibilita
a mudança; portanto, para planejar é necessário fazer um diag-
nóstico. Entretanto, o planejamento não é garantia de que serão
alcançados os resultados esperados. O planejamento é uma pro-
jeção que vai sendo executada por meio de ações, prazos e pes-
soas e precisa ser constantemente avaliado, a fim de mensurar
se está gerando sucesso ou se é necessário replanejar, visto que
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Gabarito
8. Avaliação
1. Indicadores são sinais ou critérios observáveis estabelecidos
em várias esferas ou dimensões de avaliação que proporcionam
o detalhamento da medida em que os objetivos de um projeto
ou ação foram alcançados ou em que medida uma situação está
ocorrendo segundo o esperado. Eles são bem específicos, entre-
tanto, proporcionam uma avaliação qualitativa de determinada
prática ou ação. Em avaliações formais, os indicadores são fun-
damentais pois podem nortear as ações e ajudar uma instituição
a estabelecer prioridades. Um indicador que pode ser usado no
Centro de Formação de Condutores é a quantidade de manobras
necessárias para fazer uma baliza.
2. Avaliação externa é todo processo avaliativo do desempenho de
uma escola ou de outra organização que é desencadeado e ope-
racionalizado por indivíduos que não participam do cotidiano
escolar ou da organização. As avaliações externas podem ser
maneiras que um órgão maior utiliza para compreender a qua-
lidade do processo educacional de uma organização e podem
reunir diferentes instrumentos, como pesquisas, provas e outras
formas de mensurar resultados. As avaliações externas algumas
vezes também são denominadas avaliações em larga escala,
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Gabarito
9. Formação continuada
1. Uma das músicas mais conhecidas que fala sobre concep-
ção de mundo é “Metamorfose Ambulante”, de Raul Sei-
xas. Na canção, ele cita: “Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre
tudo [...] Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
[...] Sobre o que é o amor, Sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou, Se hoje eu te odeio
amanhã lhe tenho amor”. Dessa forma, podemos ver que a letra da
música fala sobre uma pessoa que muda de opinião e quer sempre
aprender, porque acredita na provisoriedade do conhecimento.
A música “Trem Bala”, de Ana Vilela, fala sobre a vida, que
pode ser comparada a um trem bala e, nós, somos os passagei-
ros que, a qualquer momento, podem partir. Nessa rápida vida,
mais do que chegar ao topo, o mais importante é o caminho,
aquilo que você se torna no percurso de vida, as pessoas que
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
você encontra, quem caminha com você. Essa música fala sobre
ser abrigo e também ter morada em outros corações e, assim, ter
amigos consigo em todas as situações. Fala de reciprocidade: o
que fazemos para os outros, também volta para nós. Fala, ainda,
sobre gozar da companhia dos nossos entes queridos enquanto
eles e nós estamos aqui.
Há várias outras músicas que poderiam ser citadas: “Deixa a
vida me levar”, Martinho da Vila; “Epitáfio”, Titãs; “Somos
quem podemos ser”, Engenheiros do Hawaii; “O que é, o que
é?”, Gonzaguinha; “Pais e Filhos”, Legião Urbana, “Anjos”, O
Rappa, entre outras.
2. Para Bondía (2002, p. 21), “a experiência é o que nos passa,
o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o
que acontece, ou o que toca.” Por exemplo, no nosso cotidiano
vivemos muitas coisas, desde o momento que acordamos até a
hora que vamos dormir. Mas, quantas dessas ações que viven-
ciamos, de fato, podem ser consideradas experiências? Quantas
delas nos tocaram, nos mudaram, nos afetaram? A experiência
é individual, é pessoal. Por exemplo, eu posso passar o dia com
alguém e viver as mesmas situações, mas a experiência de cada
um será única, singular, específica. Para ter essa experiência,
é necessário envolver-se, vivenciar, deixar-se ser tocado, ser
modificado. Ao traçar um paralelo entre o conceito de experi-
ência e a Modernidade Líquida, de Bauman, percebe-se que há
falta desse aprofundamento, desse envolvimento entre as pes-
soas, que se veem cada vez mais individualistas e consumistas e
menos cooperativas e envolvidas. O superficialismo, bem como
a consideração de que tudo é descartável e que se move muito
rápido, vai na contramão do conceito de experiência, que passa
pelo deixar-se tocar e afetar.
3. Para Tardif, os saberes dos professores provêm de sua pró-
pria história de vida, no âmbito familiar, de sua socialização
enquanto alunos, desde os seus primeiros anos de vida. Tais
influencias acontecem por causa dos conteúdos que aprenderam,
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Gabarito
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Referências
Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Referências
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Referências
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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Referências
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Noções de Administração e Supervisão Escolar
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No Centro de Formação de Condutores (CFC) trabalhamos com vidas:
com qualidade de vida – por meio do uso dos veículos, da preservação da
vida, dos valores da sociedade – e, consequentemente, com a formação
humana. Entretanto, também temos a necessidade de entender que o
CFC é uma empresa privada, que precisa se desenvolver, bem como aos
seus profissionais. Assim, neste livro você encontrará um diálogo entre a
Pedagogia e a Administração, tendo como contexto de estudo o Centro de
Formação de Condutores.
Você conhecerá aspectos históricos da Pedagogia e da Administração e
como eles interferem no nosso modo de viver; compreenderá que a nossa
história não é linear, mas sofre rupturas e provoca outras formas de pensar
sobre a vida, gerando concepções que, consequentemente, alteram nossas
ações; refletirá sobre as diferentes áreas que compõem a gestão escolar
e sobre como cada parte interfere no todo; conhecerá vários princípios de
liderança, competências do líder e modelo de liderança, bem como princípios
necessários à formação continuada, ao desenvolvimento profissional e à
realização de bons planejamentos e reuniões. Como você percebeu, essa
leitura está imperdível!