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5 Ficha 9 5.

2 Renascimento, Reforma e Contrarreforma


Consulta as pp. 76 e 77 do Manual

Meta 9 Conhecer e compreender a forma como Portugal foi marcado por estes

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processos de transformação cultural e religiosa

1  Analisa as fontes.
A
Observações:
Prof.

Judiaria Judiaria Judiaria


pequena grande de Alfama

As judiarias de Lisboa
Turma:

B C
Desde 1478, os reis de Espanha perseguiam os Desde então [1496], a vida intelectual e cientí-
conversos (judeus convertidos ao cristianismo). fica de Portugal desceu a um abismo de intole-
Em 1492 expulsam os judeus dos seus reinos. rância, fanatismo e pureza de sangue. O
N.º

Lideram a corrente antijudaica popular, que por declínio foi gradual. […] Os Portugueses esfor-
toda a Europa estava desencadeando persegui- çaram-se ao máximo em fechar-se a influên-
ções e expulsões. D. Manuel vê-se depois confron- cias estrangeiras e heréticas. A educação
tado com uma imposição político-matrimonial: a formal era controlada pela Igreja, que manti-
princesa D. Isabel só entraria em Portugal quando nha um currículo medieval centrado na gramá-
fossem expulsos os hereges (judeus). E decreta, tica, retórica e argumentação escolástica.
em 1496, a expulsão. Porém não a deixa efetuar. Através desse isolamento autoimposto, os Por-
Ordena em 1497 a retirada dos filhos menores aos tugueses perderam a competência até mesmo
que se não convertessem. Manda batizar todos os nas áreas que anteriormente tinham domi-
de menos de 25 anos. Depois os restantes. Esta- nado.
vam criados os cristãos-novos. David S. Landes, A Riqueza e a Pobreza das Nações: porque
são algumas tão ricas e outras tão pobres, Gradiva, 2002
José Mattoso, História de Portugal, vol. III, 1993

1.1. O que motivou a perseguição aos Judeus na Península Ibérica?


A perseguição aos Judeus deveu-se ao facto de não serem cristãos católicos e a uma imposição da
princesa D. Isabel.
1.2. O que foram os Judeus obrigados a fazer para evitar a expulsão?

Foram obrigados a converter-se ao cristianismo e batizando-se ganharam a designação de cristãos-novos.


1.3. O que eram as judiarias?
As judiarias eram locais isoladas, onde os cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo) eram
Nome:

obrigados a viver.

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5.2 Renascimento, Reforma e Contrarreforma

1.4. Por que motivo os “cristãos-novos” não eram bem aceites por alguns setores da sociedade, nomea-
damente da burguesia?
Os judeus e, mais tarde, os cristãos-novos foram perseguidos na Península Ibérica por terem uma religião
diferente da católica. Uma parte da nobreza e burguesia via também neles rivais no comércio.

1.5. Explica o impacto cultural, em Portugal, da expulsão dos Judeus.
O impacto cultural da expulsão dos Judeus foi extremamente negativo. Todas as influências vindas do estrangeiro
eram consideradas heréticas e a educação formal continuou a ser controlada pela Igreja, “a vida intelectual e cien-
tífica em Portugal desceu a um abismo de intolerância”. A perda de competências foi notória até mesmo nas áreas
que os Portugueses anteriormente dominavam.

2  Analisa as fontes.

D E
Damião de Gois foi preso […] em 4 de abril de 1571 […] acusado de ter
feito uma viagem a Wittenberg a fim de ver Martinho Lutero e Filipe
Melanchton, […] com os quais falou, comeu, bebeu e ouviu um sermão
do primeiro. Depois escreveu-lhes cartas e recebeu algumas deles. […]
Outras testemunhas acusaram Damião de Gois de não ir à missa, de
comer carne à sexta-feira, de não venerar imagens.
O seu genro Luís de Castro […] declarou tê-lo ouvido dizer que tinha
havido alguns papas que eram tiranos.
Isaías da Rosa Pereira,
Damião de Gois devant le Tribunal de L’Ìnquisition (1571-1572)
Damião de Gois

2.1. Quem foi Damião de Gois?


Damião de Gois foi um humanista e uma das principais figuras do Renascimento português. Publicou diversas
obras humanistas e foi perseguido pela Inquisição.

2.2. De que foi acusado pela Inquisição?
Damião de Gois foi acusado de ter viajado, a 4 de abril de 1571, até Wittenberg e ter mantido contactos com Mar-
tinho Lutero e Filipe de Melanchton. Foi igualmente acusado de não ir à missa, de comer carne à sexta-feira e de
não venerar imagens. Algumas das suas obras foram consideradas perversivas e integradas no Índex.


2.3. Avalia o impacto da ação da Inquisição em Portugal ao nível cultural e económico.
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A Inquisição e o Índex foram instrumentos de controlo e repressão de novas ideias. Portugal ficou culturalmente
isolado do resto da Europa durante mais de trezentos anos, o que levou a um estagnar da cultura.

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