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Capítulo 6

OS MODELOS E EXEMPLOS…

Quando se pensa em fazer uma mudança nos hábitos e melhorar alguns


aspectos da vida, logo estabelecemos critérios.
Dentre vários significados para a palavra “critério” estão:

● Princípio usado como referência para distinguir o verdadeiro do


falso.
● O que é utilizado como parâmetro para estabelecer uma
comparação, escolha, julgamento ou avaliação.

Fonte:< https://www.dicio.com.br/criterio/>

Logo podemos concluir que precisamos de critério para distinguir se


verdadeiramente precisamos ou não de mudanças. E fazemos isso através de
comparações entre nossa vida e nossa situação com a vida de outras pessoas
que nos servem como parâmetro, daí avaliamos e escolhemos qual é o melhor
exemplo de sucesso, qual o melhor modelo de metodologia e a qual caso
julgamos que o nosso é semelhante.
Quando se trata de dieta e exercícios, como em meu caso específico,
também é necessário fazer escolhas acertadas. Eu levei muito tempo me
assemelhando a diversas pessoas no nível da expectativa, até me arriscava a
usar os mesmos métodos por algum tempo, mas nunca cheguei ao nível de
determinação das pessoas que me serviram de inspiração. Assisti o sucesso de
muita gente. Passei semanas vendo nas redes sociais casos reais de pessoas
comuns com as mesmas dificuldades que eu tinha e que conseguiram resultados
incríveis. Inclusive vou explicar mais adiante como usar as redes sociais foi um
critério que me ajudou muito. Voltando aos resultados alheios assistidos por mim
nas redes sociais, alguns foram obtidos até em pouco tempo, mas nenhum foi
sem esforço. Enquanto eu me questionava... Onde estariam os meus erros? Por
que desistia com tanta facilidade? Será que sou a única que nunca leva uma
dieta e uma rotina de exercícios a sério? Eu sempre soube as respostas destas
perguntas. Embora lá no íntimo eu as soubesse, repetia com frequência, várias
falsas justificativas àqueles que torciam por mim e se viam frustrados com
minhas recorrentes desistências: pai, mãe, irmãs e esposo.

Minhas justificativas para desistir não eram minhas, são


nossas!

Já falei sobre essas mentirinhas que contamos para nós mesmos e para os
outros também, fazendo cara de choro ou de mágoa por estarmos sendo
questionados a respeito de nossas fraquezas.
Primeiro nós arranjamos culpados. Eles podem ser desde o companheiro
(a) que é magro ou gordo também, comilão, incompreensível a ponto de lhe
desmotivar de várias maneiras diferentes – com comidas proibidas ou
comentários sarcásticos – ou compreensível demais a ponto de ser complacente
e lhe oferecer comida por pena. Pode ser um emprego e todas as dificuldades
que ele te impõe de comer certo na hora certa e/ou de se locomover mais para
espantar o sedentarismo. Pode ser uma condição hereditária e na maioria das
vezes também influencia muito. Podem ser tantos os culpados... Vergonha de ir
para academia porque está gordo(a), o que é uma incoerência! Pois não é para
mudar essa realidade que você precisa ir? Dificuldades para comer o que é
saudável porque na sua casa só tem coisas que engordam. E por que você não
para de comprar o que não deve comer e passa a ter em casa e na bolsa apenas
o que é saudável?
No fim das contas, quem não permite a nossa permanência no ritmo das
mudanças somos nós mesmos. Responsabilizamos tudo e todos pelo que nós
deixamos de fazer ou pelo que fazemos. Quando se trata de nossos vícios e
hábitos negativos, sempre arranjamos um bode expiatório para culpar por
nossas escolhas. É uma prática do ser humano desde que cometeu o primeiro
erro!

E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da


árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A
mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a
mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
Gênesis 3:11-13

A partir desse momento, vou inserir depoimentos de colegas que participam


comigo de um grupo de interação e motivação para emagrecimento num
aplicativo no smartphone. Como havia dito antes, o testemunho é muito
importante e fazer parte de algo maior como um objetivo em grupo, no qual você
acaba se tornando um ponto de apoio para outras pessoas, pode lhe motivar a
persistir sob pena de fragilizá-las ou lhe impulsionar a se tornar o personagem
de inspiração de outrem. E quem não quer seus 15 minutos ou mais de fama?
Foi uma das formas que usei as redes sociais, o que me ajudou muito naquela
fase.

Entrei no grupo “Magras, saudáveis e lindas” através de uma amiga de


longa data que comungava comigo da vontade de mudar esteticamente e
conhece o propósito do livro desde o início. Inclusive ela disse que eu podia fazer
uso de suas fotos e de seus depoimentos no grupo, porque ela gosta de aparecer
(rs)! Então vamos às suas linhas de fama.

Por esses dias ela fez uso de um trecho do meu primeiro livro “A um passo
da verdade”, e citou o capítulo 3 – “A mentira é uma bola de neve” fazendo uma
alusão muito pertinente. Vejamos!

27/10/2017

Onde se lê “entender a”, leia-


se entender que.
Onde se lê “que são magras”,
leia- se que são magros.

Então agregadas aos culpados, nós elencamos justificativas. Percebam


que na mensagem acima rolou um start para a desconstrução das “justificativas”
que frequentemente utilizamos para desistir.
Talvez esse seja o momento de tomar grandes decisões a respeito das
mudanças necessárias à sua vida e à busca daquele equilíbrio de que falamos
nos capítulos anteriores. Notem a utilização dos verbos: colocamos, botamos,
mentimos e precisamos. Todos estão em 1ª pessoa. Não há nenhum outro vilão!
Somos nós que nos boicotamos. Nós desistimos de nosso equilíbrio, de nossa
paz, de nos sentirmos felizes. E por que fazemos isso? Qual o critério que
usamos para uma atitude tão destrutiva? A resposta é simples e ridícula diante
da gravidade dos problemas decorrentes disso: sensação de felicidade
momentânea!
Aqui entra outro ponto negativo em nossas escolhas, visto que, desistimos
do sacrifício momentâneo que nos levaria ao contentamento permanente no
futuro, por uma sensação boa e prazerosa também momentânea que nos fará
amargar arrependimentos, ressentimentos, depressão e instabilidade emocional
a partir do momento em que acabar aquele prazer! Isso significa que enquanto
saboreio as sensações prazerosas da minha fuga, estou também reiniciando o
processo de desequilíbrio entre as minhas expectativas e aquilo que realmente
faço para concretizá-las. Volto quase que à estaca zero de todos os esforços
feitos até aqui. E tudo que eu precisava era pensar um pouco mais nas
consequências dessa escolha, era resistir um pouco mais a tentação, era
lembrar e vislumbrar o meu objetivo em vez de focar no sofrimento da privação
do agora. Mas é preciso ser forte, ter coragem de dizer NÃO, vencer seus
próprios impulsos, ter foco no resultado e não no processo.

Vejam o que respondi a mensagem desta amiga no grupo.


27/10/2017

Ela riu e disse que a frase “uma dose de açúcar” foi bem poética, creio que
não porque foi doce, mas porque demonstra a fragilidade do meu “eu lírico” em
trocar a felicidade duradoura por uma versão breve e adocicada.
Não seja tolo em pensar que acredito ou lhe proponho felicidade eterna
com o emagrecimento ou com qualquer mudança de vida que esteja querendo
implementar aos próximos dias de sua vida. Falei anteriormente que o que eu
quero é me sentir bem, portanto preciso escolher os critérios certos para
prolongar esta sensação e definitivamente não são os que eu utilizei até agora.
Um dos critérios mais errôneos que utilizamos contra nós é o “tempo”.
Geralmente buscamos resolver rapidamente aquilo que estamos há muito
empurrando e agravando. Neste rompante, tomamos medidas extremas que não
ajudam em nada e muitas vezes até prejudicam a saúde, quando se trata de
dietas e atividades físicas.
É necessário conhecer suas limitações e respeitá-las. A ajuda de
profissionais especializados no seu problema é de grande valor nesse momento.
Além disso, avaliar o processo de outras pessoas que buscaram o mesmo
objetivo que você busca, para ter uma noção das reais possibilidades de
resultados dentro de cada espaço de tempo, estabelecendo metas gradativas e
se fortalecendo, à medida que alcança cada uma delas, até chegar ao resultado
final esperado.

Ainda desenvolvendo o tema critérios, vamos analisar a perspectiva dos


seus sinônimos.

No sentido de método:
1 metodologia, modo, raciocínio, fundamento, regra,
preceito, norma, sistema, processo, método, crítica,
avaliação.
Fonte:< https://www.sinonimos.com.br/criterio/>

Fundamentada no que disse até aqui e no tempo que levei para chegar aos
resultados que estou alcançando hoje, eu recomendo que você tenha como regra
fixa, como método infalível, apenas, “NÃO DESISTIR!” Não importa o que
aconteça, não pare de crer que é possível, não deixe de recomeçar, não se negue
uma nova chance, não fique parado vendo seu bem-estar prejudicado. “SAIA DA
INÉRCIA”!

No sentido de parâmetro:

2 medida, padrão, parâmetro, base, fundamento.


Fonte:< https://www.sinonimos.com.br/criterio/>

Busque como padrão sua própria autoestima, seu contentamento ao se


olhar no espelho, ao se ver numa peça de roupa íntima (no caso das mulheres
que buscam emagrecimento), seu equilíbrio emocional. Não tente atingir
expectativas alheias, não seja negligente com o seu desejo, não se espelhe em
ideais de capas de revistas, em “ratos de academia” ou em modelos de felicidade
virtuais. Não permita que terceiros ditem como você vai se sentir bem. Só você
é capaz de saber e só você é capaz de buscar isso. Não espere que façam por
você. “SAIA DA INÉRCIA”!

No sentido de discernimento:

3 sizo, sensatez, cordura, circunspeção, tino, bom


senso, ponderação, segurança, equilíbrio, discrição, discernimento, perspicácia, juízo, r
azão, tento, prudência.

Fonte:< https://www.sinonimos.com.br/criterio/>

Discernimento é indispensável para reconhecer os riscos que o dia a dia


oferece ao seu projeto. A sensatez para lhe afastar desses perigos. A
ponderação para compreender as fraquezas. A prudência para não se cobrar
além do que consegue dar. Em fim, o critério certo pode ser o próprio equilíbrio
que você procura para se sentir à vontade com suas escolhas e com o resultado
delas. Mas para que todos esses sentidos da palavra critério sejam exercitados
em seu projeto, é inexcusável que você “SAIA DA INÉRCIA” afinal, nada
acontece quando nada é feito.

Vamos agora à minha receita, aos critérios que eu utilizei.


Capítulo 7

AS METAS…

Quando comecei a dieta eu tinha uma meta: emagrecer, isso é lógico.


Quando comecei esse livro, tinha como meta fazer uma espécie de diário
que me desse alívio, quando a pressão de “não comer” fosse grande, já que
gosto de escrever.
Quando entrei no grupo do aplicativo com as amigas eu só tinha as metas
de ficar magra e me sentir linda. Inclusive o nome do grupo mudou
acrescentando o adjetivo “saudáveis” por sugestão minha, após algumas
mudanças em minha perspectiva a respeito do emagrecimento.
A medida que o tempo foi passando, eu fui aperfeiçoando essas ideias.

Através do testemunho de outras


pessoas sobre as dificuldades para manter o
foco em perder peso e devido meus próprios
“perrengues”, minhas derrapadas e
frustrações, fui entendendo melhor o que
acontece com a nossa mente e com o nosso
corpo durante os primeiros dias e as
primeiras semanas de mudanças nos
hábitos.

É notório que quando iniciamos uma


dieta fazemos isso com toda empolgação e
com muita determinação. A priori a meta de
todo mundo neste momento é quase que
universal. “Eu quero emagrecer”! Porém essa
meta é muito abrangente e muito diferente na
realidade de
cada um.
Nós vimos no capítulo anterior que é
preciso fazer uma avaliação da situação em
que você se encontra, como você julga possível
levar esse propósito a diante e consultar
profissionais que possam lhe auxiliar. É
necessário também avaliar e comparar
resultados de pessoas que alcançaram o
peso desejado, não para imitá-las
indiscriminadamente, muito mais para motivar
você a crer que é possível. Além disso, você
precisa saber aonde quer chegar e como pode
chegar lá.
Essas minhas metas podem não caber
para o seu objetivo. Mas se sua busca por
restauração não depende do
emagrecimento, as especificações do meu processo servem para que você faça
uma reflexão sobre os recursos e métodos para alcançar cada uma das suas
metas.
Independentemente do que você almeja, é preciso planejamento, conhecer
as etapas, suas dificuldades e estabelecer objetivos menores e intermediários
que somados te levarão a culminância de todo seu esforço. Lógico que as
primeiras metas devem ser mais fáceis, mas é preciso avançar.
Mas “no início tudo são flores”!

Esses
relatos foram do
primeiro dia no
grupo, dia 17 de
outubro de
2017. Eu tinha
acabado de
pedir ajuda a
minha amiga
Priscila Reis.
Para a
meta de
emagrecer ser
alcançada, a
dieta precisa ser
mantida. Como
posso fazer isso
com tantos
percalços?
Geralmente a primeira semana é a que estamos mais motivados e por isso
pegamos pesado, fazemos mudanças bruscas em nossa rotina e nos hábitos
alimentares. É neste período também que a perda é mais significativa. Não
porque as mudanças foram corretas, sim pela mudança em si. Na maioria das
vezes acontece um processo de desintoxicação devido à ausência de alimentos
industrializados e de altos teores de sódio na sua dieta, o que resulta na
diminuição do inchaço e da retenção de líquido.
“Ah! Que maravilha! São em média de 2 a 5 quilos perdidos na primeira
semana. E isso motiva tanto! Motiva inclusive a dar uma aliviada, já que o início
foi tão tenso e você conseguiu perder bastante peso. Fazendo um cálculo rápido,
inclusive, se você perder nessa média de 2kg por semana, em um mês você terá
eliminado quase 10kg. Uau!!!! Então pode dar uma afrouxada nas restrições”!
De onde abri as aspas até aqui quem falou foi aquela voz tão complacente
que sempre lhe incentiva a ser mais flexível, a não se cobrar tanto e muitas vezes
até a desistir! Aquela voz interior que já citamos lá atrás, que nada mais é do que
você querendo fugir da dieta e dos exercícios, querendo abandonar suas metas.
Veja como foi meu início, ou meu recomeço.

As flores
não duraram
muito!
O
problema é que
o
emagrecimento
assim como
qualquer
mudança
estrutural afeta
vários aspectos
do ser e do
“templo”.
As
questões
emocionais são
culminantes
nas
desistências. Contudo fazer parte de algo maior e estar envolvida com outras
pessoas no mesmo processo fez muita diferença. Inclusive foi neste momento
de bastante instabilidade que descobri minhas fragilidades em relação as metas
e como driblar essa dificuldade tornando-a uma estratégia na busca pelo meu
objetivo.
Perceba
que comecei
logo de cara
com uma das
“dietas da moda”
e das mais
restritivas. Fiz de
forma
consciente. Sei
que não é a
melhor das
opções. O que
eu tinha em
mente era
aproveitar a
determinação
para buscar em
curto prazo um
resultado
impactante para me motivar a continuar. A promessa da dieta era eliminar até 7
kg em uma semana. Eu consegui perder 2kg em 4 dias e foi o máximo que
consegui. Da segunda semana em diante eu parti para outra dieta da moda. A
ideia era cortar os carboidratos, a famosa “Low Carb”, mas na verdade o foco foi
cortar pães, açucares refinados, alimentos com glúten e farinhas de alto índice
glicêmico. Um processo de “desintoxicação”. Aliado a isso, passei a comer mais
vegetais e frutas e reduzi as porções. Também pratiquei o jejum intermitente,
períodos longos sem alimentação sólida ou calórica, basicamente na água e no
cafezinho preto sem açúcar, intercalado por “janelas” com alimentação leve,
saladas e proteína. Foi maravilhoso! Fui aumentando o período de jejum
gradualmente de 8h para 12h, depois 16h e em alguns dias da semana consegui
fazer até 24h de jejum. O efeito dessa prática aliado ao corte de carboidratos me
ajudou a aprender a controlar a vontade de comer desenfreada, a dita
compulsão. Iniciou-se o processo de demolição do qual falaremos mais tarde.
Não sei se este método funcionará com você. Dependendo da natureza de
sua restauração, você consiga fazer uma analogia e implementar essas técnicas.
Isso porque se pensarmos que estamos falando de mudanças de hábitos, de
abandono das práticas negativas à saúde do meu corpo que consequentemente
afetam o meu estado emocional e espiritual, então vamos concluir que todo
processo de desintoxicação começa pela abstinência. Falando assim, pode
parecer que estou lhe pondo na condição de doente, viciado, dependente.
Desculpa! É isso mesmo!
Meu problema era a compulsão por comer quando não me sentia bem
emocionalmente. Eu sentia uma imposição interna irresistível que me levava a
comer, como uma obsessão, algo que parecia incontrolável, portanto um
distúrbio, um comportamento patológico.
A verdade é que não posso começar uma obra de restauração sem
reconhecer a necessidade dela, ou seja, preciso reconhecer os problemas
oriundos do desgaste, do tempo, da falta de manutenção, dos descuidos, da falta
de domínio próprio. Enfim admitir que, embora eu esteja suportando viver nesse
estado, não é o melhor estado, não é o que eu realmente desejava. Há uma
condição melhor, há possibilidade de mudança, de benfeitoria e de satisfação
através de alterações, às vezes simples, na maioria das vezes nem tanto.
Estou relatando para você todos os meus passos para a restauração que,
por hora, acontece em mim. Depois de várias tentativas frustradas como já expus
anteriormente, descobri que não posso esperar que tudo aconteça da noite para
o dia, mudanças exigem esforços, já disse isso! Cada meta a ser atingida é um
pequeno esforço, que somados, levarão você à conquista do templo restaurado.
Porém a questão é que a primeira meta deve ser enxergar a situação de forma
real e, para isso, talvez você precise de outros olhares com perspectivas
diferentes, mas muito cuidado com as referências que você irá adotar como
inspirações para suas mudanças.

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