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PNEUMONIA ADQUIRIDA
NA COMUNIDADE (PAC)
DR. EVANGELOS J. GIAMARELLOS-BOURBOULIS
De acordo com as últimas diretrizes publicadas em meticilina (MRSA). As comorbidades que exigem
novembro de 2019 pela American Thoracic Society atenção são: doença pulmonar obstrutiva crônica,
para o tratamento da pneumonia adquirida na insuficiência cardíaca crônica, diabetes, insuficiência
comunidade (PAC) a orientação recomendada é um renal crônica, doença hepática crônica, neoplasia
pouco diferente caso o médico esteja decidindo entre maligna e asplenia. Nos casos em que haja ausência
administrar o tratamento no ambulatório ou manejar de comorbidades, ou não haja fatores de risco para
o paciente no hospital.1 infecção por MRSA ou Pseudomonas, o tratamento
de escolha sugerido é amoxicilina ou doxiciclina oral
ou um macrolídeo. Porém, essa sugestão de
Tratamento Ambulatorial macrolídeo só se aplica se a comunidade tiver uma
resistência abaixo de 25%. Na presença de
Para o tratamento ambulatorial há duas opções, a comorbidades, há duas opções. A primeira é
escolha depende da presença de comorbidades ou administrar a associação de um beta-lactâmico e um
fatores de risco para infecção por Pseudomonas macrolídeo ou doxiciclina; a segunda é monoterapia
aeruginosa ou Staphylococcus aureus resistente à com quinolona respiratória (Tabela 1).1
Tabela 1 – O regresso dos macrolídeos: Diretrizes de 2019 da ATS para PAC no tratamento ambulatorial.1
Opção 01
Amoxicilina / Clavulanato ou cefalosporina
+ macrolídeo ou doxiciclina
Presença de comorbidades
Opção 02
Monoterapia com fluoroquinolona respiratória
COMORBIDADES:
Insuficiência cardíaca crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença hepática
crônica, doença renal crônica, diabetes mellitus, alcoolismo, câncer, asplenia.
Tabela 2 – O regresso dos macrolídeos: Diretrizes de 2019 da ATS para PAC no tratamento de pacientes internados.1
beta-lactâmico + macrolídeo ou
beta-lactâmico + fluoroquinolona respiratória
Sem pneumonia grave
+ cobertura empírica para MRSA/P. aeruginosa
em casos de infecção prévia
beta-lactâmico + macrolídeo ou
beta-lactâmico + fluoroquinolona respiratória
Pneumonia grave
+ cobertura empírica para MRSA/P. aeruginosa
em casos de infecção prévia
41,2%
% de pacientes
33,6%
P=0,010
7,9%
3,1%
Meia-vida
O único estudo no qual há uma comparação direta dessa análise era a sobrevida. Os pacientes
entre a azitromicina e a claritromicina é uma análise receberam tratamento com beta-lactâmico em
retrospectiva de dados coletados pacientes com monoterapia ou associação de beta-lactâmico e
sepse causada por PAC grave. O desfecho primário claritromicina (Gráfico 3).4
100
Comparador beta-lactâmico (N = 130)
Sobrevida cumulativa, %
Claritromicina (N = 130)
80
60
40
Long rank = 6,84
20 P= 0,009
Análise retrospectiva de dados, coletados
prospectivamente, de pacientes com infecções e
0 SRIS (N= 1174) que foram internados nos 65 centros
clínicos que participam do HSSG.
0 4 8 12 16 20 24 28
Sobrevida dias
Adaptado de: Kyriazopoulou E, et al. 2020.
Gráfico 4 – Mortalidade em 28 dias: pacientes tratados com associação de claritromicina mais beta-lactâmicos vs.
Outros grupos4
20
10
Sobrevida
Por meio de um ensaio clínico randomizado do de tratamento e outros 100 pacientes que foram
nosso grupo, com pacientes com um tipo tratados com claritromicina e antibióticos do
totalmente diferente de pneumonia, a pneumonia padrão de tratamento. A mortalidade após 90 dias
associada a ventilação mecânica, na qual os era de 60% no grupo placebo, comparada a 43% no
patógenos não são suscetíveis aos macrolídeos, grupo que foi tratado com claritromicina. Como se
foram divididos em 100 pacientes que receberam vê no gráfico 5, há um enorme benefício de
tratamento com placebo e antibióticos do padrão sobrevida no grupo que recebeu a claritromicina.5
100
Placebo
Claritromicina
80
multicêntrico
60
• Paciente com pneumonia associada a
ventilação mecânica randomizado para
- Placebo + padrão de tratamento
(n = 100) 40
- Claritromicina + padrão de tratamento
(n = 100)
0 15 30 45 60 75 90
Sobrevida, dias
Adaptadado de: Tsaganos T, et al. 2016.
CONCLUSÃO
Referências Bibliográficas
1. Metlay JP, Waterer GW, Long AC, Anzueto A, Brozek J, Crothers K, Cooley LA, Dean NC, Fine MJ, Flanders
Infectious Diseases Society of America. Am J Respir Crit Care Med. 2019 Oct 1;200(7):e45-e67. 2. Nie W, Li B,
Xiu Q. β-Lactam/macrolide dual therapy versus β-lactam monotherapy for the treatment of
community-acquired pneumonia in adults: a systematic review and meta-analysis. J Antimicrob Chemother.
2014 Jun;69(6):1441-6. 3. Garin N, Genné D, Carballo S, Chuard C, Eich G, Hugli O, Lamy O, Nendaz M, Petignat
PA, Perneger T, Rutschmann O, Seravalli L, Harbarth S, Perrier A. β-Lactam monotherapy vs
β-lactam-macrolide combination treatment in moderately severe community-acquired pneumonia: a
randomized noninferiority trial. JAMA Intern Med. 2014 Dec;174(12):1894-901. 4. Kyriazopoulou E, Sinapidis D,
Halvatzis S, Velissaris D, Alexiou N, Kosmas V, Adami ME, Kyprianou M, Kyprianou A, Stefos A, Lada M,
Koutoukas P, Pavlaki M, Kyriakoudi A, Makina A, Gogos C, Niederman MS, Giamarellos-Bourboulis EJ. Survival
benefit associated with clarithromycin in severe community-acquired pneumonia: A matched comparator
study. Int J Antimicrob Agents. 2020 Jan;55(1):105836. 5. Tsaganos T, Raftogiannis M, Pratikaki M,
Christodoulou S, Kotanidou A, Papadomichelakis E, Armaganidis A, Routsi C, Giamarellos-Bourboulis EJ.
Clarithromycin Leads to Long-Term Survival and Cost Benefit in Ventilator-Associated Pneumonia and
Sepsis. Antimicrob Agents Chemother. 2016 May 23;60(6):3640-6.
A associação
de macrolídeo +
beta-lactâmico foi
significativamente
associada a uma
redução da
mortalidade1
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