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INTRODUÇÃO HIPERGAMIA I HIPERGAMIA II

ATRAÇÃO FATAL
O FASCÍNIO FEMININO PELOS CRIMINOSOS
Em Especial os GINOCIDAS

1
Mais da metade da população carcerária feminina
brasileira (26 mil mulheres) foi envolvida no crime por seus
namorados ou maridos.
2
A população carcerária masculina nos EUA tem em
média mais filhos, e mais relacionamentos, que o cidadão
comum.
3
Criminosos violentos, inclusive ginocidas e
estupradores condenados, costumam receber dezenas de
cartas de amor e propostas de casamento, tendo quase sempre
ao menos uma parceira garantida após saírem da prisão.
Há muito tempo que pretendi lançar esse texto, mas a medida que
pesquisei o assunto, acabei chegando a uma abordagem mais ampla do que
meramente questionar o porquê da atração feminina por tipos violentos,
cujos resultados largamente divulgados na mídia parecem mais amplificar do
que reduzir. Concluindo que o assunto é muito mais vasto e impactante do
que pode parecer.
Também inclui a indignação de muito homens sobre uma alegada
preferência das mulheres pelos tipos ditos "cafajestes", em geral proclamadas
por abordagens anti-feministas frequentemente confundidas, as vezes
injustamente, com mera misoginia. Bem como da crítica ao fascínio feminino
pelo poder masculino mais que pela mera beleza ou caráter.
Tudo isso pode ser resumido em HIPERGAMIA: Tendência em buscar
um par que seja "melhor" situado do que si próprio, o que praticamente só
ocorre por parte das mulheres.
Mas a maioria dessas abordagens, em geral por homens, parecem
carregadas de problemas.
Não me preocupa tanto a preferência de certa parte das mulheres por
indivíduos nada promissores em termos afetivos, pelo fato de serem
frequentemente promissores em termos meramente sensuais. É tão direito
das mulheres quererem caçar o prazer descompromissado quanto dos
homens, conquanto não se iludam com a tolice de achar que um casanova
incorrigível seja, no fundo, um homem em busca da parceira ideal. Nem se
surpreendam com o fato de que isso dificultará que encontrem um parceiro
estável quando a beleza começar a lhes faltar.
Acuso também muitos desses críticos de se esquecerem que para cada
Bom Rapaz que sofre por nada conseguir com a amada que se entrega ao
garanhão que a despreza, há também uma Boa Moça que por falta de beleza
sofre por não conseguir a atenção desse Bom Rapaz.
E deixarei para depois a atração feminina por homens poderosos,
influentes e famosos, por que isso no mínimo faz sentido do ponto de vista
biológico e ou cultural, sendo a contrapartida da atração masculina pelas
mulheres simplesmente belas.
Mas de todas as atitudes que merecem o título de 'erradas', se destacam
aquelas que promovem o exato contrário do que pretendiam, e o mau hábito
de boa parte das mulheres em ser atraídas pelos tipos malignos é muito mais
do que uma simples questão ética ou prática, costuma ser frequentemente
um erro fatal. Nesse exato momento uma ou mais moças estão iniciando
relacionamentos com indivíduos que terminarão matando-as após anos de
maus tratos e humilhações.
Muitas delas não poderão alegar que foram enganadas por um farsante
que posava de bom moço. Muitas têm plena consciência das atitudes
possessivas e agressivas deles, que até as atrai. E outras estão se envolvendo
deliberadamente com criminosos que terminarão arrastando-as para a
tragédia.

SEM SENTIDO NATURAL NEM CULTURAL

Que mulheres se sintam atraídas pelos famosos garanhões é algo


compreensível do ponto de vista biológico tanto quanto os homens se
sentirem atraídos pelas mais bonitas. A natureza nos condicionou a apreciar
aspectos que sugerem vantagens evolutivas. Beleza corpórea seria boa saúde
para reprodução, força e vigor sugere genética forte capaz de sobreviver e se
replicar.
Mesmo homens violentos com os outros homens ou espécies indicam
uma coisa que a evolução privilegia, capacidade de vencer concorrentes e
ganhar no jogo reprodutivo.
Homens ricos também simbolizam isso, recebendo um tremendo
reforço dos fatores culturais. Nesse nível, as mulheres dão maior sofisticação
a impulsos originalmente naturais, reconhecendo inconscientemente que
estes também carregaram genes mais promissores além de serem mais
capazes de otimizar o sucesso da prole.
Como somos equipados com precárias reações irracionais selecionadas
evolutivamente, cometemos erros de avaliação, mas a mulher que se
apaixona por um cafajeste, mesmo que não tenha o benefício de um marido
fiel caso engravide, ao menos tem a "promessa" implícita da qualidade
genética.
Assim, todas essas atitudes têm alguma "lógica" subjacente, de ordem
natural ou cultural, da mesma forma que a atração masculina por mulheres
bonitas, amáveis, carinhosas e fiéis, para garantir sua prerrogativa
reprodutiva, ou mesmo fortes e imponentes, que prometem ser mães capazes
de garantir a sobrevivência da prole.
Se apaixonando por um criminoso, a mulher pode estar reagindo a
condicionamentos que induzem admiração por indivíduos poderosos,
embora essa aparente vantagem de ordem biológica costume ser facilmente
neutralizada pela ordem social, que termina por despotencializar esse
indivíduo.
Mas apesar disso, quando uma mulher se interessa por um ginocida,
um assassino de mulheres como o Maníaco do Parque (que depois de preso
recebeu diversas cartas de amor) parece obedecer a motivações absurdas,
porque isso não tem fundamento biológico e nem cultural.
Para se reproduzir, a mulher tem que sobreviver. Se interessar por um
indivíduo com propensão para matá-la, ou matar crianças, não vai trazer
vantagem seletiva.
O inverso faria sentido! Se homens ficassem interessados em mulheres
bonitas que depois matam seus amantes, isso teria ao menos a lógica da
Viúva Negra, pois o indivíduo só morreria depois de cumprir a missão que a
natureza lhe incumbiu.
Mas como se encarrega de mais de 99% do trabalho reprodutivo, os
instintos femininos selecionados foram os favoráveis a auto preservação e
obtenção de um parceiro provedor e protetor.
Se interessar por ginocidas culturalmente também não faz sentido,
visto que a sociedade pune imediatamente as mulheres que demonstram
qualquer preferência por criminosos. Nosso maior exemplo é o da jornalista
Marisa Raja Gabaglia, que chegou a ser famosa, trabalhando inclusive na
Globo, mas depois caiu no completo ostracismo por ter se apaixonado pelo
criminoso condenado Hosmany Ramos, mesmo sendo ele um rico cirurgião
plástico.
E se este não era um ginocida, a retaliação social contra estes e contra
infanticidas é ainda maior.

ESTÉTICA

É o ramo da filosofia que estuda o conceito de beleza. O que nos atrai?


Por que gostamos de algo? O que é o belo? A psicologia, biologia e sociologia
tem dado ótimas contribuições e podemos hoje entender que como quase
qualquer outra coisa, o senso de beleza obedece a princípios biológicos e
culturais, porém de forma muito mais dinâmica e sutil.
Homens se atraem pela proporção cintura fina e quadris largos porque
tais características favorecem a reprodução. Entre outras coisas, quadris
largos sugerem uma bacia mais adequada para o parto, e a cintura fina é um
sinal de que a mulher não está grávida, disponível a fecundação. Mas a base
biológica não esgota a apreciação. Mesmo outras mulheres e homens
homossexuais acham beleza nessa relação, que se torna uma referência
estética cultural que transcende a natureza.
Essa transcendência também pode se aplicar a ordem cultural, de
modo que a simples apreciação em si se torna independente, persistindo
mesmo quando age contra qualquer vantagem biológica ou social. Como
exemplo, podem ser vistos largamente na internet desenhos pornográficos e
fotos manipuladas de mulheres com seios absurdamente gigantescos, muito
além da mais avançada plástica estética, e que não seriam viáveis nem
biológica e nem culturalmente, sendo repudiados pela maior parte da
sociedade.
Mas isso não elimina a apreciação puramente estética por parte de
alguns, porque esta já se desvencilhou de suas bases originais, podendo até
mesmo se opor a elas.
Assim, podemos entender essa atração feminina pelos criminosos
nesse sentido. Mesmo um ginocida ainda pode emanar uma "aura" de poder,
frequentemente vista por muitos como o poder de vida e morte sobre suas
vítimas, e essa noção terminar por sobrepujar até mesmo a idéia de auto
preservação.
Há outra perspectiva, onde haveria uma espécie de sonho de vencer o
mal no indivíduo em questão, regenerá-lo, trazer à tona o que ele tem de
bom. Talvez ele seja uma mera vítima de uma má criação, podendo reagir
positivamente à alguém que o ame de verdade. Em suma, uma estética de A
Bela e a Fera. Domar o poder pela sedução.
Em contrapartida, esse indivíduo perdeu seu poder, e é possível que
sentimentos de ordem maternal e protetora levem mulheres a se apaixonar
por homens que estejam em situação de vulnerabilidade, como as famosas
relações enfermeira e paciente, Nightingale Effect, que são o contrário da
Hipergamia.
E também não podemos desconsiderar o simples desejo de
notoriedade. Principalmente no caso de criminosos famosos, causando
vontade de atrair atenção a qualquer custo, "Falem mal mas falem de mim!",
ou simplesmente contrariar a família ou a sociedade.
Excluo aqui a mera loucura, pois os casos acima ocorrem numa
proporção muito elevada para serem considerados uma simples e exótica
exceção.

HIPERGAMIA

Mas o maior problema não é essa minoria menos significativa, e sim


sua continuidade com outras situações análogas. Além desta que
efetivamente busca e consuma relacionamentos com assassinos da pior
estirpe, há uma minoria maior que não o faria, mas aceita buscar criminosos
condenados menos perigosos, e há também uma minoria ainda maior que
aceita criminosos impunes, e uma ainda maior que simplesmente aceita
homens potencialmente criminosos.
Está última pode até não ser mais uma "minoria".
Uma ingênua jovem pode pensar: "Se há quem queira até o Maníaco do
Parque, que mal há em namorar um simples traficante?" Ou pode achar que há
um bom motivo para tantas mulheres procurarem criminosos ou apenas
homens perigosos. Ele poderia ser um protetor, que afugentaria outros
homens mal intencionados. Ninguém teria coragem de "mexer com o seu
companheiro, e assim, nem de mexer com ela".
Ademais, nos círculos economicamente mais pobres, o criminoso
costuma ser o Homem Alfa, o que se destaca marcando um território, cujo
poder está acima dos demais, ativando o instinto hipergâmico feminino.
Evidentemente, a possibilidade que um indivíduo assim acabe
vitimando a própria companheira é esmagadoramente maior do que a de
impedir que ela seja vitimada por outros. Muitas pessoas confundem bravura
com vilania, a ponto de pensar que um homem que bate na esposa seria
também um que a defenderia de agressores!
Tal ingenuidade, vulnerabilidade a manipulação, e 'companheirismo'
inconsequente, podem ser vistos nesses
espetaculares depoimentos de
brasileiras que se envolveram com criminosos, onde também fica evidente a
correlação direta com a admiração pelo poder masculino e a necessidade de
ser dominada e protegida.
Enfim, mesmo não envolvendo criminosos, a GRANDE MAIORIA das
mulheres ainda nutre um interesse excessivo e cada vez mais incompatível
com a época, por homens que de algum modo sejam mais poderosos que elas,
dependendo do grau de poder, tal indivíduo tem tanto apelo que supera até
as menos flexíveis exigências femininas.
Ao mesmo tempo que as mulheres ficam indignadas com traição e
promiscuidade, milhões de tietes fazem fila por uma oportunidade de se
entregar a seus ídolos, evidentemente sabendo que eles não nutrirão por elas
nenhum tipo de deferência. Um homem suficiente famoso e poderoso não
precisa oferecer fidelidade, e as vezes nem mesmo respeito ou carinho.
Há sempre o desejo daquelas que pensam em fisgá-lo para elas em
definitivo, mas isso não muda seu passado promíscuo que tratou mulheres
como objetos descartáveis.
Trata-se de um sonho hipergâmico. A mulher que conquistasse esse
ídolo não apenas obteria um homem 'superior' capaz de lhe garantir o
melhor, em termos materiais, para ela e sua prole, mas também superaria as
concorrentes, ostentando o cobiçado prêmio. No absoluto inverso do que
ainda sentem muitos homens em relação às mulheres, elas jamais se
preocuparam em ter um parceiro virgem ou com pouca experiência sexual,
por que isso é, tanto a nível biológico quanto cultural, absolutamente
desinteressante.
A capacidade de ser o mais promíscuo possível sempre foi um sinal
masculino de poder claramente reconhecido pelas mulheres. Ou não
existiriam casanovas. A fidelidade só será exigida após o comprometimento.
Do lado masculino, permanece a intocável preferência pelas mulheres
bonitas. Fama, dinheiro, posições de poder etc,
contam minimamente, as
afinidades contam bem mais, mas a beleza, é A PRINCIPAL característica a
ativar o interesse
masculino. Se Karla Homolka, co-autora de assassinatos,
torturas e estupros cometidos pelo marido, também recebeu cartas de
admiradores, é pelo único motivo de na época
ela ser linda!

SUBMISSÃO

Esse modo primitivo de Hipergamia, pode muito bem ser um resultado


da agressividade original dos machos, que nos primatas costumam ser bem
maiores que as fêmeas. Uma abordagem violenta, sem nenhuma
preocupação em ser carinhoso e muito menos romântico, só deixava às
fêmeas 3 opções: reagir, fugir ou se submeter.
As que reagiam em geral eram mortas, as que fugiam, mesmo que
conseguissem se reproduzir com machos menos violentos, terminaram por
gerar descendentes incapazes de se disseminar tão bem quanto os machos
mais violentos. Portanto, a postura submissa foi evidentemente favorecida
pela seleção natural. Não só isso, a postura de gostar da postura agressiva foi
mais favorecida ainda!
Embora isso não tenha significado a extinção das outras posturas,
ajuda a explicar porque entre as fantasias sexuais femininas mais comuns
estão a de ser dominada, e fazer sexo com um estranho, visto que com
frequência o macho alfa aparece sem aviso numa localidade qualquer,
podendo então afugentar ou eliminar os outros machos locais, inclusive os
Alfas anteriores.
Com isso, não é de se estranhar que tais instintos ainda estejam
fortemente embrenhados na mentalidade humana, e mais um motivo para
que não façamos julgamentos de valor.

PSEUDO CONCLUSÃO

Com isso, podemos entender que a apreciação feminina pelos tipos


perigosos é só uma faceta da Hipergamia, dentro da apreciação pelos tipos
poderosos. E que o fascínio pelos ginocidas e infanticidas, mesmo indo contra
os instintos biológicos e os preceitos culturais, também pode ser explicado
por esse mesmo princípio, porém adicionando o componente da
transcendência estética, que termina por confundir e superar a biologia e a
cultura.
A própria idéia de "salvar" o criminoso, regenerá-lo e torná-lo um
homem bom, é outra faceta desta mesma Hipergamia, que tem como objetivo
principal utilizar o poder masculino em benefício da reprodução, garantindo
a proteção e prosperidade da descendência. Além da vitória simbólica da
sedução sobre o poder.
É claro que tudo isso obedece a elementos inconscientes, moldados por
milhares de anos de evolução cultural, apoiados em milhões de anos de
evolução hominídea, sobre bilhões de anos de evolução biológica.
Mas o pouco conhecido e debatido conceito de Hipergamia ainda é a
chave disso, e para não nos alongarmos mais, deixaremos um análise mais
detalhada do mesmo para o próximo texto.
Hipergamia II - Atração Imoral

Marcus Valerio XR

8 de Setembro de 2011

1.
Como mostra a pesquisa
Situação da População Carcerária Feminina no Brasil, a
maioria das prisioneiras tem filhos e morava com eles, apesar de serem civilmente solteiras, e
foram condenadas por tráfico de drogas, embora ocupando posição secundária na hierarquia,
evidentemente porque que a maior parte apenas auxiliava seus namorados ou maridos,
sugerindo que jamais teriam se envolvido no crime por conta própria.
2.
As pesquisas
The average family size of jail inmates e
More on jail inmate fertility dão
números a algo que parece bastante óbvio a qualquer observador comum. Ir para a cadeia é
mais um auxílio do que um empecilho para aumentar o apelo de homens perante mulheres.
Ainda que não se deva desconsiderar o quanto relacionamentos em que o homem passa muito
tempo fora de casa são estáveis. Embora a pesquisa dê uma margem pequena de filhos de
criminosos em relação aos homens normais, há que se lembrar que eles certamente tem mais
filhos do que declaram ou sequer sabem.
3.
Há muito material na internet sobre isso, mas considero especialmente interessantes
When good women love criminals e
Manipulation and Self Deception When Women Love
Criminals, de onde me inspirei para parte de minhas observações aqui contidas. Mas este, a
meu ver, comete alguns erros conceituais que parecem minimizar o problema, ou lhe atribuir
causas meramente culturais, ignorando por completo o contexto da Hipergamia, bem como o
que comentei acima sobre Karla Homolka.

Dentre todas as formas de sintetizar essa questão, talvez nenhuma seja tão clara e
precisa, ainda que hilária, quanto a do tragicômico O Homem Comum, que diz:
Sou favelado e
sei que, sendo honesto, jamais terei aquilo que os playboys do asfalto tem: mulher. Então viro
bandido e traço todas as gostosas do morro. As vezes sobem umas patyzinhas que curtem uma
moda de “mulheres de classe média dando pra bandidos do morro”. O Homem Comum, em
'Reflexões Masculinas'. O que nos faz pensar que, além do fato das mulheres que se envolveram
no crime o terem feito devido a seus parceiros, por outro lado, quantos homens não se
envolveram no crime apenas para terem acesso à mulheres?
O texto cobre em poucas e toscas palavras todas as formas básicas de homens Alfa pelo
ponto de vista de um homem de baixo nível, mostrando inadvertidamente uma ponta da
seriedade do problema, visto que grande parte, talvez a maioria, das atitudes masculinas, em
especial as criminosas, podem ter como única motivação permitir seu acesso às mulheres.
Como seria uma sociedade onde as mulheres só se interessassem, e ficassem loucas, por
homens honestos, trabalhadores, gentis, éticos e bondosos?

Hipergamia II
ENSAIOS
Atração Imoral

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