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Estudo dirigido - Transdérmicos e Métodos físicos

a) As características físico-químicas do fármaco que influenciam na sua difusão através da pele


são:
● Tamanho da molécula: fármacos com moléculas pequenas conseguem se difundir
através da pele com maior facilidade;
● Polaridade: fármacos com moléculas moderadamente hidrofóbicas (apolares),
conseguem atravessar a epiderme, por apresentarem um maior coeficiente de
partição e solubilidade na camada córnea para atravessá-la;
● Ionização: o fármaco não deve ser ou estar ionizado para que haja uma boa
permeação nas membranas plasmáticas que são lipofílicas;
● Ter um coeficiente O/A intermediário: se for muito baixo o fármaco não penetra na
pele e se for muito alto o fármaco ficará retido;
● Ter meia vida pequena;
● Ser potente: o fármaco deve ser potente para que seja necessário uma quantidade
pequena dele para alcançar o efeito terapêutico desejado.

b) Há dois tipos de sistemas de liberação transdérmico: sistema reservatório e sistema


matricial. Quanto ao sistema matricial temos que o elemento controlador da velocidade de
liberação/permeação é a matriz que o compõe. Sendo assim e, considerando a fórmula da
primeira lei de Fick, temos que a composição da matriz influenciará no fluxo (J) - que deve
ser constante - através da pele porque influencia na quantidade permeada (Q), logo, no
coeficiente de difusão (D) e na solubilidade da membrana (Cs,m), uma vez que esses
parâmetro são afetados pela principal função da matriz: controlar a velocidade de liberação.

Por exemplo, o fluxo (J) através da pele pode variar de acordo com a matriz utilizada,
isso porque nas matrizes lipídicas o fármaco está incorporado numa matriz hidrofóbica que
permanece intacta durante a liberação e o meio aquoso dissolve os agentes formadores de
canal para formar uma matriz porosa de capilares, no qual o fármaco dissolve-se no meio
aquoso e difunde-se para fora da matriz por esses capilares. O mesmo processo ocorre nas
matrizes de polímeros insolúveis, o fármaco torna-se disponível quando a água penetra na
matriz e dissolve as partículas que se difundem para fora da matriz pelos capilares formados.
Logo, nessas matrizes a liberação e, portanto, o fluxo (J) e todos os parâmetros citados
anteriormente, são influenciados pela composição da matriz hidrofóbica e pela estrutura
porosa formada nela. Por sua vez, as matrizes hidrofílicas são compostas de polímeros
hidrofílicos que conforme vão intumescendo, forma-se uma camada de matriz hidratada que
controla a difusão de água para o interior da matriz e também controla difusão do fármaco
dissolvido para fora da matriz. Dessa forma, o fluxo (J) e os parâmetros considerados para
calculá-lo estão diretamente relacionados com a composição desta matriz hidrofílica que
controla a difusão.

Além disso, se a matriz possui um promotor de absorção, substância que altera a


permeabilidade da membrana porque desorganiza o extrato córneo e facilita a absorção,
temos que o coeficiente de difusão (D) será modificado, o coeficiente de partição será
aumentado (aumenta a partilha do fármaco nas camadas do estrato córneo), aumentando a
concentração efetiva do fármaco no veículo.

Não obstante, para atingir a cinética de ordem zero é preciso considerar também o
tamanho do patch (relacionado a área na fórmula de Fick) e que a concentração do fármaco
deve estar próxima à saturação. E o ajuste da dose do fármaco ocorre em função do
tamanho do patch porque a biodisponibilidade é proporcional à área de exposição.

Por fim, os patch possuem uma camada de suporte que permitem a oclusão da pele
no local de aplicação, ou seja, mantém o teor de umidade da pele e, com isso, garantem o
fluxo unidirecional do fármaco na pele, essencial para se ter uma cinética de ordem zero e,
por consequência, uma boa permeação na pele.
O pH fisiológico da pele é em torno de 7.4. Como o ponto isoelétrico da insulina é de 5.3, em
pH superior a esse valor, a carga da insulina é negativa. Logo, em pH 7.4, a insulina encontra-se com
carga ionizada negativamente. Na iontoforese, os fármacos que apresentam carga elétrica na
formulação devem ser, a princípio, colocados em compartimentos próximos ao eletrodo de igual
polaridade. Sendo assim, a insulina deve ser colocada no compartimento do cátodo (negativo).
Também em pH fisiológico, a pele (pI = 4.0-4.5) encontra-se carregada negativamente, o que
favorece o transporte de cátions e dificulta o de ânions por fluxo eletrosmótico. Sendo assim, o fluxo
eletrosmótico não contribui consideravelmente na permeação da insulina na pele. Já a
eletromigração ocorre da polaridade negativa para a positiva e, portanto, contribui para a permeação
da insulina através da pele.

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