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Por exemplo, o fluxo (J) através da pele pode variar de acordo com a matriz utilizada,
isso porque nas matrizes lipídicas o fármaco está incorporado numa matriz hidrofóbica que
permanece intacta durante a liberação e o meio aquoso dissolve os agentes formadores de
canal para formar uma matriz porosa de capilares, no qual o fármaco dissolve-se no meio
aquoso e difunde-se para fora da matriz por esses capilares. O mesmo processo ocorre nas
matrizes de polímeros insolúveis, o fármaco torna-se disponível quando a água penetra na
matriz e dissolve as partículas que se difundem para fora da matriz pelos capilares formados.
Logo, nessas matrizes a liberação e, portanto, o fluxo (J) e todos os parâmetros citados
anteriormente, são influenciados pela composição da matriz hidrofóbica e pela estrutura
porosa formada nela. Por sua vez, as matrizes hidrofílicas são compostas de polímeros
hidrofílicos que conforme vão intumescendo, forma-se uma camada de matriz hidratada que
controla a difusão de água para o interior da matriz e também controla difusão do fármaco
dissolvido para fora da matriz. Dessa forma, o fluxo (J) e os parâmetros considerados para
calculá-lo estão diretamente relacionados com a composição desta matriz hidrofílica que
controla a difusão.
Não obstante, para atingir a cinética de ordem zero é preciso considerar também o
tamanho do patch (relacionado a área na fórmula de Fick) e que a concentração do fármaco
deve estar próxima à saturação. E o ajuste da dose do fármaco ocorre em função do
tamanho do patch porque a biodisponibilidade é proporcional à área de exposição.
Por fim, os patch possuem uma camada de suporte que permitem a oclusão da pele
no local de aplicação, ou seja, mantém o teor de umidade da pele e, com isso, garantem o
fluxo unidirecional do fármaco na pele, essencial para se ter uma cinética de ordem zero e,
por consequência, uma boa permeação na pele.
O pH fisiológico da pele é em torno de 7.4. Como o ponto isoelétrico da insulina é de 5.3, em
pH superior a esse valor, a carga da insulina é negativa. Logo, em pH 7.4, a insulina encontra-se com
carga ionizada negativamente. Na iontoforese, os fármacos que apresentam carga elétrica na
formulação devem ser, a princípio, colocados em compartimentos próximos ao eletrodo de igual
polaridade. Sendo assim, a insulina deve ser colocada no compartimento do cátodo (negativo).
Também em pH fisiológico, a pele (pI = 4.0-4.5) encontra-se carregada negativamente, o que
favorece o transporte de cátions e dificulta o de ânions por fluxo eletrosmótico. Sendo assim, o fluxo
eletrosmótico não contribui consideravelmente na permeação da insulina na pele. Já a
eletromigração ocorre da polaridade negativa para a positiva e, portanto, contribui para a permeação
da insulina através da pele.