Docente: Lorena Rosa Cuidados com produtos transdérmicos A pele é uma barreira bastante consistente para a permeação de fármacos, que impede com eficiência a difusão de fármacos a partir dela. Como não é possível modificar o padrão da pele, tenta-se alterar os parâmetros externos controláveis: aumentando a difusibilidade, incrementando a partição do permeante, ou a concentração do fármaco na formulação.
Nem todas as substâncias apresentam características adequadas à liberação
transdérmica. Entre os fatores que afetam a absorção percutânea de um fármaco, estão suas propriedades físicas e químicas, incluindo massa molecular, solubilidade, coeficiente de partição e constante de dissociação (pK.), bem como a natureza do veículo e as condições da pele.O fármaco ativo deve ter propriedades físico-químicas apropriadas, talvez usando um pró-fármaco contendo uma porção lipofílica, que aumenta a partição para o estrato córneo lipofílico; ácidos graxos ligados a ésteres podem servir a esse propósito, com a ligação sendo então clivada por esterases dentro da pele, liberando o princípio ativo.
O controle sobre o pH na formulação de fármacos ionizáveis é importante, já
que os íons não permeiam tão bem quanto compostos neutros ou cargas iônicas podem ser neutralizadas utilizando-se pares iônicos. Deve-se verificar se o fármaco é irritante ou sensibilizante para a pele, fármacos pouco potentes são candidatos ruins para administração transcutânea, o custo do produto e sua característica de adesão em todos os tipos de pele.
Melhorar a hidratação local também incrementa a absorção. O facilitador de
penetração mais seguro e mais amplamente usado é a água e o fluxo transdérmico da maior parte dos fármacos é maior através da pele hidratada do que através do tecido seco. Portanto, a oclusão é uma forma efetiva de aumentar o fluxo da maioria dos fármacos. O uso de tensoativos ajuda a melhorar a permeação, porém eles podem ter efeito irritante no local.
Podemos entender, que a boa permeação de um sistema transdérmico qualquer
depende de conhecer e controlar os fatores relacionados ao fármaco, à pele e à formulação, para garantir que o fármaco consiga permear adequadamente, a fim de promover o efeito biológico desejado.
Referências:
ALLEN, L. V. Jr.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas Farmacêuticas e
Sistemas de Liberação de Fármacos. 9ed. [recurso eletrônico] Porto Alegre: Artmed, 2013. 716p ISBN 978-85-65852-84-5.
AULTON, M. E.; TAYLOR, K.M.G. Aulton delineamento de formas farmacêuticas /
[tradução Francisco Sandro Menezes]. - 4 ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2016.