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A música, como “arte de cativar através da sucessão e combinação de sons

agradáveis”, devia evitar as complexidades contrapontísticas que só alguns eleitos seriam


capazes de apreciar. Essa frase define bem o período da música clássica, que compreende
entre 1750 a 1810 (não sendo uma data precisa), foi um período de grandes transformações
da forma como se definia a música, como também das artes no geral, e da espiritualidade,
dando destaque ao iluminismo que foi a peça chave nessa evolução de pensamento intelectual
e espiritual da concepção do homem em relação a natureza do seu ser.

Como a música está intrínseca ao ser humano, isso porque o nosso cérebro tem uma
região específica para compreensão musical e pode se afirmar inclusive pelo próprio Mozart
que escreveu peças musicais depois que ficou surdo, não acho correta a frase do Charles
Burney onde proclamou no 1º vol. Da sua História Geral da Música publicada em Londres em
1776 que a música é “desnecessário à nossa existência”, vendo lógica em Rousseau e alguns
outros que afirmava que o homem “devia imitar um canto falado primitivo que se presumia
ser a sua linguagem natural”.

O século XVIII foi uma era cosmopolita, por isso tendo seu desenvolvimento em duas
ideias fundamentais: a crença na eficácia do conhecimento experimental aplicado e a crença
no valor dos sentimentos naturais, comuns a todos os homens. Além disso, as luzes foram
ainda humanitárias, pois tinham anseio pela fraternidade humana universal. Esses ideais
humanitários difundiram rapidamente pela Europa ao longo do século XVIII e contou com Reis
(Frederico, o Grande) até poetas (Goethe) e compositores (Mozart, Beethoven).

Só quase no final do século é que os teóricos chegaram gradualmente à conclusão de


que a música podia despertar diretamente os sentimentos através da beleza dos sons e de que
uma obra musical podia desenvolver-se de acordo com a sua natureza intrínseca. Além disso, a
música das luzes devia ir ao encontro do ouvinte, e não obrigá-lo a fazer um esforço para
entender a sua estrutura.

Os concertos públicos destinados a um auditório variado começaram a rivalizar com os


antigos concertos e academias particulares. Como a música começou a ser tratada como uma
arte, começou-se a pensar que ela deveria ser conservada como tal.

O termo galant foi muito usado nas músicas dessa época por dar ênfase as
características do estilo clássico, assim como o termo Empfindsamkeit que significa
“sentimentalismo” ou “sensibilidade”, significando uma paixão melancólica e requintada que
caracteriza, em particular, certos andamentos lentos e recitativos obbligato.

O baixo de Alberti foi um elemento fundamental para a construção da estrutura da


música clássica, pois deixava em evidencia a melodia, sendo bastante utilizado nas teclas.
Talvez ele tenha buscado essas ideias com Domênico Scarlatti, que parece ter criado seu estilo
próprio para teclas.

Em meados do séc. XVIII Paris tornou-se um importante centro de composição e


edição musical, de onde as operas cômicas ganharam muito destaque. A Alemanha também
teve muito destaque a partir de 1740, por ter os principais centros nessa época em Mannheim,
Viena e Berlim.

Nesse período existem vários nomes bastante importantes para época que geralmente
não são citados quando se fala desse período como o Sammartini, o Wilhelm Friedemann
Bach, Johann Stamitz que foram compositores chaves e cruciais tanto no movimento clássico,
como nas transições entre os períodos

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