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Curso História da Música II – UNIVESP

Anotações Aula I – Romantismo

Relações entre Música e Política:


As ideias iluministas presentes entre os séculos XVIII (1780) e XIX/XX (1914) influenciaram
as mudanças ocorridas (expansão econômica e revoluções) na sociedade europeia (nobreza,
burguesia) e modificaram o status do músico e da música (para quê e para quem a arte era
realizada, quem tinha acesso, quem contratava, etc.). O crescimento das cidades e o aumento
da população provocaram mudanças profundas na atividade musical. Quais mudanças?

 Após as revoluções, com a queda dos nobres e a perda do poder da igreja/religião, a


diminuição do patrocínio da atividade musical provoca o surgimento do músico (antes
empregado) como autônomo.
 No século XIX, a presença da mulher na música ganha espaço, já que os homens
partem para outras atividades profissionais.
 Mudança dos espaços de apresentações, surgem as salas de concerto, academias e
outras organizações para músicos amadores.
 A arte passa a ser um privilégio também da burguesia (classe média), não mais
somente da nobreza.
 Nascimento do “público” => final do Séc. XVIII;
 Uso doméstico da música (pianos nas casas, quartetos e quintetos de cordas,
transcrições de óperas, danças e canções executadas em concertos e balés para uso
doméstico);
 Impressão de partituras;
 Com a Revolução Industrial, a manufatura de novos instrumentos;
 Publicações relacionadas à música nos periódicos (“magazines”);
 Educação musical: doméstica e em Conservatórios/Colégios de Música;

A Estética Musical do Séc. XIX:


A música é uma arte absoluta. O músico como autônomo, a música no campo das artes e da
filosofia, ou como “religião secular”. Início da discussão sobre a beleza, a qualidade e o valor
da música. Música para expressar o “indizível”, o que não poderia ser expressado pela palavra
(domínio da Literatura, a segunda arte mais importante, ao lado da Música), incorpora a beleza
e a verdade. O material da música (som, ritmo) é abstrato. Filósofos que dissertavam sobre a
música, a estética: Hegel (música simbólica e romântica), Schelling, Kant, Adorno,
Schopenhauer (música como expressão da vontade), Nietzsche. O artista: aquele que é capaz
de criar, distante do “homem comum”.

Diferenças entre as Músicas do Classicismo e do Romantismo:


Clássico Romântico
A “revolta romântica” não é sucessiva ao classicismo. Clássico e Romântico são dois
aspectos do mesmo fenômeno musical, do mesmo período histórico. (BLUME, 1970).
-Perfeição -Legendário
-Bom acabamento -Provém de romance
-Ordenamento -Fantástico, imaginário
-Contenção -Coisa abstrata, imaginativa, indefinida
-Elegância -Moderno (versus o antigo/Clássico)
-Estrutura equilibrada: -Transcendência
tônica, subdominante, -Incompletude
dominante -Insatisfação
-Regularidade métrica -Melancolia
-Controle -Temas: amor e morte
-Textura homofônica -Fuga da norma: aspectos de dinâmica (sforzando) e do ritmo
(síncopes) que desconcertem a regularidade e o ordenamento
-Expressividade: importância da pausa para expressão das
emoções através da música
-Domínio da harmonia (acordes com 7ª, 9ª)
-Tonalidades diversas, distantes das mais conhecidas
-Texturas diferenciadas
Compositores: Haydn, Compositores: Beethoven, Berlioz
Mozart

Anotações Aula II – Nacionalismo


Contexto Sócio Histórico, Político e Cultural:
Antes do surgimento das nações, com a dominação do Sacro Império Romano Germânico
(Séc. IX – XIX d.C.), havia uma ideia unificada de povo, regido por leis greco-romanas, cujas
línguas oficiais eram o grego e o latim (à exceção das línguas locais de cada região
específica), e a cultura era unificada através da religião (Católica Romana).
O Nacionalismo europeu no Século XIX é um fenômeno político e cultural. Ideias presentes e
características:

 Lealdade a uma nação etnicamente homogênea (o povo);


 Soberania nacional, tentativas de independência e libertação;
 A cultura deve refletir a nação em todos os seus aspectos e produção musical;
 Criação de uma força para o reconhecimento da identidade nacional (espaço
geográfico/terreno, uma língua falada, os mitos e lendas, saudosismo, tradição);
 Celebração do produto do povo (folclore), orgulho pela história local;
 Na Literatura, a busca pelas línguas “periféricas” (tcheco, húngaro, russo), enquanto a
nobreza falava francês;
 A tendência da burguesia, que anteriormente era imitar os costumes franceses (a
língua, as vestes, a etiqueta), passa a ser valorizar as características locais;
Características da Música desse movimento:

 Surgimento das danças e músicas folclóricas;


 Os Lieds simples, cantados em alemão;
 Música de câmara (quartetos) e sinfonias incorporavam elementos folclóricos;
 Valsa vienense: Strauss, Lanner, Weber;
 Em Budapest (Hungria), criação de: Teatro Nacional (1837), Conservatório (1840),
Casa de Ópera (1884);
 A “música nacional” da Tchecoslováquia: 8 óperas em tcheco de Bedrich Smetana;
 As danças eslavas de Dvorak;
Compositores: Richard Wagner, Giuseppe Verdi, Schubert, Brahms, Liszt, Bartók, Kodaly,
Smetana, Dvorak.
Anotações Aula III - Ópera na primeira metade do Século XIX

De modo amplo e generalista, a música do século XIX... Nas óperas, a melodia era o elemento
de maior importância, era “cantável”. A ópera era um empreendimento para empresários.

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