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Um documento autêntico é aquele que se mantém da forma

Documentos de arquivo – II como foi produzido e, portanto, apresenta o mesmo grau de


confiabilidade que tinha no momento de sua produção. Assim,
1 Conceituação e caracterização dos documentos de um documento não completamente confiável, mas transmiti-
arquivo do e preservado sem adulteração ou qualquer outro tipo de
Documento é toda unidade de registro de informações, corrupção, é autêntico.
qualquer que seja o suporte ou formato, suscetível de ser De acordo com seus diversos elementos, formas e
utilizado para consulta, estudo, prova e pesquisa, por conteúdos, e sua representação nos diferentes suportes ou
comprovar fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do formatos, os documentos de arquivo podem ser caracterizados
homem numa determinada época ou lugar. por gênero, espécie, tipo e natureza do assunto.
Entende-se por suporte o material no qual são registradas 1.2 Gênero
as informações, enquanto formato é o conjunto das Gênero documental é a reunião de espécies documentais
características físicas de apresentação, das técnicas de registro que se as- semelham por seus caracteres essenciais,
e da estrutura de informação e conteúdo de um documento. particularmente suporte e formato, e que exigem
Todo documento é uma fonte de informação, como, por processamento técnico específico e, algumas vezes, mediação
exemplo, livros, revistas, jornais, manuscritos, fotografias, técnica para acesso. De acordo com o Dicionário brasileiro de
selos, medalhas, filmes, discos e fitas magnéticas. terminologia arquivística1 estes são os gêneros documentais
Os órgãos e entidades da administração pública atuam-nos mais comuns:
mais diversos domínios do conhecimento e as funções e • documento textual: documentos manuscritos,
atividades que de- envolvem os levam a produzir ou receber datilografados ou impressos, cujo suporte predominante é o
uma grande quantidade de informações, que, quando papel. Exemplos: atas de reunião, cartas, decretos, livros de
registradas em qualquer suporte, constituem documentos de registro, panfletos, relatórios;
arquivo. Essa produção de documentos não constitui um fim • documento cartográfico: documentos que contêm
em si mesmo. Ela responde, antes de tudo, à necessidade de in- representações gráficas da superfície terrestre ou de corpos
formações que permitam ao homem agir, decidir, provar, celestes e desenhos técnicos. Exemplos: mapas, plantas, perfis,
atestar, manter ou restabelecer direitos, analisar, fotografias aéreas;
retrospectivamente, os fatos, as ações e os objetos. • documento audiovisual: documentos que contêm
Documentos de arquivo ou documentos arquivísticos são imagens, fixas ou em movimento, e registros sonoros. Integra
todos aqueles que, produzidos e/ou recebidos por pessoa física este gênero o documento iconográfico filma gráficos e sonoros:
ou jurídica, pública ou privada, no exercício de suas atividades, » documento iconográfico: documentos que contêm
constituem elementos de prova ou de informação. Formam um imagens fixas, impressas, desenhadas ou fotografadas.
conjunto orgânico, refletindo as ações a que estão vinculados, Exemplos: fotografias (diapositivos, ampliações e negativos
expressando os atos de seus produtores no exercício de suas fotográficos), desenhos, gravuras;
funções. Assim, a razão de sua origem ou a função para qual é » documento filma gráfico: documentos que contêm
produzido é que determina sua condição de documento de imagens em movimento, com ou sem som. Exemplos: filmes,
arquivo, e não a natureza do suporte ou formato. fitas vídeo- magnéticas;
1.1 Características » documento sonoro: registros sonoros. Exemplos: discos,
Os documentos de arquivo possuem características que os fitas audiomagnéticas.
diferenciam dos demais documentos. Entre elas, destaca-se a • documento micro gráfico: documentos em
organicidade, a unicidade, a confiabilidade e a autenticidade: microforma. Exemplos: microfilmes, microfichas, cartões-
• organicidade: os documentos de arquivo são janela, jaquetas, tab-jac:
produzidos e acumula- dos em razão das funções e atividades » microforma: termo genérico que designa todos os tipos
desenvolvidas pelo órgão ou entidade, o que os contextualiza de suporte que contêm microimagens;
no conjunto a que pertencem. Assim, os documentos de » microfilme: filme resultante do processo de reprodução
arquivo se caracterizam pelas relações orgânicas que mantêm de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou
entre si; eletrônicos, em diferentes graus de redução, cuja leitura só é
• unicidade: o documento de arquivo é único no possível por meio de leitor de microformas;
conjunto documental de que faz parte, porque o conjunto de » microficha: microforma em filme cujas imagens ou
suas relações com os demais documentos do grupo é sempre fotogramas são dispostos em linhas paralelas ou colunas;
único. Podem existir cópias em um ou mais grupos de » cartão-janela: cartão com abertura retangular destinada a
documentos, mas cada cópia é única em seu lugar; receber fotograma;
• confiabilidade: o documento de arquivo é confiável » jaqueta: invólucro de plástico ou material similar que
quando tem a capacidade de sustentar os fatos que atesta. A contém um ou mais bolsos, nos quais se inserem microformas;
confiabilidade está relacionada ao momento em que o » tab-jac: cartão tabelável com canais de poliéster para
documento é produzido e à veracidade de seu conteúdo. Para inserção de filmes de 16 mm, cuja aparência é semelhante à do
tanto, precisa ser dotado de completeza e ter seus cartão-janela. Abreviatura de tabulatingjacket.
procedimentos de criação bem controlados. Completeza • documento digital: documento codificado em dígitos
consiste na presença, no documento de arquivo, de todos os binários, acessível e interpretável por meio de recursos
elementos intrínsecos e extrínsecos exigidos pela organização computacionais. São exemplos de documentos digitais: textos,
produtora e pelo sistema jurídico-administrativo ao qual imagens fixas, imagens em movimento, gravações sonoras,
pertence, de maneira que esse mesmo documento possa ser mensagens de correio eletrônico, páginas da rede mundial de
capaz de gerar consequências. Dificilmente se pode assegurar a computadores (internet) e bases de dados.
veracidade do conteúdo de um documento; ela é inferida a • documento eletrônico: unidade de registro de
partir da completeza e dos procedimentos de criação. A informações codifica- das de forma analógica ou em dígitos
confiabilidade, sinônimo de fidedignidade, é uma questão de binários, acessível por meio de equipamento eletrônico.
grau, ou seja, um documento pode ser mais ou menos Existem documentos eletrônicos analógicos, como as fitas vide
confiável; magnéticos em formato VHS, e documentos digitais, como as
• autenticidade: o documento de arquivo é autêntico páginas web.
quando é o que diz ser, independentemente de se tratar de Cabe ressaltar que não existe consenso quanto à
minuta, original ou cópia, sendo livre de adulterações ou caracterização de documento eletrônico e documento digital
qualquer outro tipo de corrupção. Enquanto a confiabilidade como gêneros documentais, uma vez que ambos podem se
está relacionada ao momento da produção, a autenticidade se apresentar como documentos textuais, carto- gráficos e
refere à transmissão do documento e à preservação e custódia.
audiovisuais, assim como acontece, em alguns casos, com os acordo com a natureza da entidade produtora, os arquivos
documentos micro gráficos. caracterizam-se como públicos e privados.
1.3 Espécie Arquivo público é o conjunto de documentos de uma
Espécie documental é a divisão de gênero que reúne tipos entidade coletiva pública, independentemente de seu âmbito
documentais por seu formato. As espécies documentais, de ação e do sistema de go- verno do país. Dessa forma, são
portanto, pode ser definido tanto em razão da natureza dos considerados arquivos públicos:
atos que lhes deram origem, quanto pela forma de registro dos • os conjuntos de documentos produzidos e
fatos. São exemplos de espécies documentais os atos acumulados, no exercício de suas atividades, por órgãos e
administrativos mais comuns nas estruturas de governo: entidades públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e
• atos normativos: regras e normas expedidas por municipal, em decorrência de suas funções administrativas,
autoridades administrativas. Exemplos: medida provisória, legislativas e judiciárias;
decreto, estatuto, regimento, regulamento, resolução, portaria, • os conjuntos de documentos produzidos e
instrução normativa, ordem de serviço, decisão, acórdão, acumulados por agentes do poder público, no exercício de seu
despacho decisório; cargo ou função ou deles decorrentes;
• atos enunciativos: atos opinativos que esclarecem • os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
determinados assuntos, visando fundamentar uma solução. pelas empresas públicas e pelas sociedades de economia mista;
Exemplos: parecer, relatório, voto, despacho interlocutório; e
• atos de assentamento: atos configurados por • os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
registros, consubstanciando assentamento sobre fatos ou pelas organizações sociais e pelo Serviço Social Autônomo
ocorrências. Exemplos: apostila, ata, termo, auto de infração; Associação das Pioneiras Sociais, conforme o disposto no inciso
• atos comprobatórios: atos que comprovam IV, artigo 15, do decreto n. 4.073, de 3 de janeiro de 2002.
assentamentos, decisões. Exemplos: traslado, certidão, Arquivo privado é o conjunto de documentos de uma
atestado, cópia autêntica ou idêntica; entidade coletiva de direito privado, família ou pessoa. Assim,
• atos de ajuste: acordos em que a administração são considerados arquivos privados os conjuntos de
pública (federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal) é documentos produzidos e acumulados por pessoas físicas ou
parte. Exemplos: tratado, convênio, contrato, termos jurídicas em decorrência de suas atividades. É chama- do
(transação, ajuste); também de arquivo particular.
• atos de correspondência: objetivam a execução dos Os arquivos privados de pessoas físicas ou jurídicas que
atos normativos, em sentido amplo. Exemplos: aviso, ofício, contenham documentos relevantes para a história, a cultura e
carta, memorando, mensagem, edital, intimação, exposição de o desenvolvimento científico nacional podem ser declarados de
motivos, notificação, telegrama, telex, telefax, alvará, circular. interesse público e social, conforme determinam os incisos I a
1.4 Tipo III, parágrafo 2o, artigo 22, do decreto n.4.073, de 2002, e o
Tipo documental é a divisão de espécie que reúne disposto na resolução n. 17, de 25 de julho de 2003, do
documentos por suas características comuns no que diz Conselho Nacional de Arquivos (Conarq). Os arquivos privados
respeito à fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou identificados como de interesse público e social não poderão
técnica de registro. Assim: ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental
• na espécie documental carta, são exemplos de tipos nem transferidos para o exterior.
documentais, entre outros, cartas patentes, cartas régias e 2.2 Natureza jurídica
cartas precatórias; Os arquivos também podem ser caracterizados como
• na espécie documental decreto, são exemplos de públicos e priva- dos levando-se em consideração sua natureza
tipos documentais, entre outros, decretos-lei, decretos sem jurídica.
número e decretos legislativos. Arquivos públicos são as instituições arquivistas
1.5 Natureza do assunto governamentais incumbidas da gestão, recolhimento, guarda
à natureza do assunto, os documentos podem ser permanente e acesso aos documentos produzidos pelo poder
ostensivos ou sigilosos. público. Exemplos: Arquivo Nacional, Arquivo Público do
• documento ostensivo é aquele que não possui Distrito Federal, Arquivo Público Mineiro, Arquivo Público do
restrição de acesso, ou seja, sua divulgação não prejudica o Estado do Rio de Janeiro e Arquivo Municipal de Rio Claro.
órgão ou entidade, nem seus servidores, podendo ser de Arquivos privados são as instituições responsáveis pela
domínio público. gestão, guarda e acesso aos documentos produzidos por
• documento sigiloso é aquele que, pela natureza do pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Exemplos: Centro
seu conteúdo, sofre restrição de acesso e deve ser de de Pesquisa e Documentação de His- tória Contemporânea do
conhecimento limitado, necessitando de medidas especiais de Brasil (CPDOC) e Tempo Glauber.
salvaguarda para custódia e divulgação. Esses documentos e as 3 Princípios arquivísticos
informações que contêm recebem uma classificação de sigilo, Para que a administração pública e as organizações
isto é, são atribuídos a eles graus de sigilo, conforme a privadas possam tornar acessíveis as informações contidas nos
legislação em vigor. Essa classificação também é chamada de documentos sob sua guarda, alguns princípios devem ser
classificação de segurança. observados, entre eles o princípio da proveniência ou princípio
do respeito aos fundos e o princípio do res- peito à ordem
2 Conceituação e caracterização dos arquivos Arquivo original.
É o conjunto de documentos produzidos e acumulados por O princípio da proveniência ou princípio do respeito aos
um órgão ou entidade, pública ou privada, pessoa ou família, fundos é um princípio básico da arquivologia e determina que o
no desempenho de suas atividades, independentemente da arquivo produzido por um órgão ou entidade, pessoa ou família
natureza do suporte. Órgãos e entidades são considerados não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras.
entidades coletivas. O princípio do respeito à ordem original estabelece que o
Entidade coletiva é um grupo de pessoas que age de arquivo deve conservar a organização dada pelo órgão ou
maneira organizada e é identificado por um nome específico, entidade, pessoa ou família que o produziu (produção e
com diferentes graus e formas de organização. Podem ser acumulação orgânica).
movimentos sociais e políticos, feiras, seminários, conferências, 4 Teoria das três idades
instituições econômicas, sociais, políticas e religiosas, É a teoria que define os arquivos como correntes,
embarcações e aeronaves. intermediários ou permanentes de acordo com a frequência de
2.1 Natureza da entidade produtora uso pelos órgãos ou entidades produtoras e a identificação de
Entidade produtora ou produtor é a entidade coletiva, seus valores primário e secundário.
pessoa ou família identificada como geradora de arquivo. De
• arquivo corrente é conjunto de documentos, em • são conservados a um custo mínimo de espaço e
tramitação ou não, que, por seu valor primário, é objeto de manutenção e enquanto sejam indispensáveis às atividades
consulta frequente pelo órgão ou entidade que o produziu e ao correntes;
qual compete sua administração. • nenhum documento é preservado por tempo maior
• arquivo intermediário é o conjunto de documentos que o necessário ao cumprimento de sua finalidade, a menos
originários de arquivos correntes com uso pouco frequente que tenha valor para pesquisa e outros fins.
pelo órgão ou entidade que o produziu e que aguarda 1.3 Fases
destinação final. Gestão de documentos implica em acompanhar todo o ciclo
• arquivo permanente é o conjunto de documentos vital dos documentos produzidos por um órgão ou entidade no
preservados em caráter definitivo em função de seu valor desempenho de suas funções e atividades, determinando
secundário. aqueles que devem ser conservados em caráter permanente e
O artigo 10 da Lei de Arquivos, lei n. 8.159, de 8 de janeiro os que devem ser eliminados a curto, médio e longo prazo,
de 1991, dispõe que os documentos de valor permanente são resultando em eficiência e economia de tempo e espaço, na
inalienáveis e imprescritíveis. racional utilização de recursos humanos, mate- riais e
Valores primário e secundário dos documentos: financeiros e na redução da massa documental produzida. Sua
Valor primário é aquele atribuído a um documento em execução exige planejamento, organização, coordenação e
função do interesse que possa ter para o órgão ou entidade controle de pessoal, espaço físico, equipamentos, instalações,
que o produziu, considerando-se seu uso para fins material e recursos financeiros.
administrativos, legais e fiscais. Refere-se à utilidade do Desde a produção até a guarda permanente ou eliminação,
documento para o órgão ou entidade, razão primeira de sua ou seja, produção, utilização e destinação final.
criação, o que pressupõe o estabelecimento de prazos de As fases da gestão de documentos são: produção, utilização
guarda ou retenção anteriores à eliminação ou ao recolhimento e destinação final.
para guarda per- manente. 1ª Fase – Produção
Os documentos que testemunham a política e os Esta fase corresponde à produção dos documentos em
procedimentos adotam- dos pelo órgão ou entidade no razão da execução das atividades de um órgão ou entidade.
desempenho de suas funções possuem valor administrativo; os Nesta fase deve-se otimizar a produção dos documentos,
que envolvem proteção de direitos a curto ou longo prazo, evitando produzir aqueles que não sejam essenciais,
tanto do governo quanto de terceiros, apresentam valor legal; diminuindo o volume a ser manuseado, controlado,
os documentos relativos às operações financeiras e à armazenado e eliminado, e garantindo, assim, o uso adequado
comprovação de receitas e despesas, ou seja, aqueles que dos recursos de tecnologia da informação (reprografia e
registram o controle orçamentário, tributário e contábil, têm automação).
valor fiscal. A primeira fase da gestão de documentos compreende os
Entende-se como valor administrativo o valor que um seguintes ele- mentos:
documento possui para a atividade administrativa do órgão ou • elaboração e gestão de fichas, formulários e
entidade, na medida em que informa, fundamenta ou prova correspondência;
seus atos; como valor legal, o valor que um documento possui • controle da produção e da difusão de documentos de
perante a lei para comprovar um fato ou constituir um direito; caráter normativo;
e como valor fiscal, aquele atribuído a documentos ou arquivos • utilização de processadores de texto e computadores.
para comprovação de operações financeiras ou fiscais. 2ª Fase – Utilização
Valor secundário é aquele atribuído a um documento em Esta fase diz respeito ao fluxo percorrido pelos documentos
função do interesse que possa ter para o órgão ou entidade e para o cumprimento de sua função administrativa, assim como
outros usuários, tendo em vista sua utilidade para objetivos de sua guarda, após cessar o trâmite.
diferentes daqueles para os quais foi, originalmente, produzido. A segunda fase da gestão de documentos compreende:
Refere-se ao uso dos documentos como fonte de pesquisa e • os métodos de controle relacionados às atividades de
informação para terceiros e para a própria administração, por protocolo e às técnicas específicas de classificação, organização
conterem informações essenciais sobre matérias com as quais a e elaboração de instrumentos de recuperação da informação;
organização lida para fins de estudo. • a gestão de arquivos correntes e intermediários;
Gestão de documentos • a implantação de sistemas de arquivo.
1.1 Conceituação 3ª Fase – Destinação
O artigo 3o da lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (Lei de Esta fase é muito importante, pois implica decidir quais
Arquivos), dispõe que gestão de documentos é o conjunto de documentos devem ser conservados como testemunho do
procedimentos e operações técnicas referentes a produção, passado, quais devem ser eliminados e por quanto tempo
tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos nas devem ser mantidos por razões administrativas, legais ou
fases corrente e intermediária, visando sua eliminação ou fiscais. Envolve as atividades de análise, seleção e fixação de
recolhimento para guarda permanente. prazos de guarda dos documentos. Devem participar desta fase
1.2 Objetivos arquivistas e administradores.
A gestão de documentos tem como objetivos: Para que a destinação dos documentos seja realizada de
• assegurar, de maneira eficiente, a produção, forma eficiente, deve-se:
utilização e destinação final dos documentos; • cumprir o estabelecido na primeira e na segunda fase
• garantir que a informação esteja disponível quando e da gestão de documentos;
onde seja necessária; • manter processos contínuos de avaliação, com
• contribuir para o acesso e conservação dos aplicação dos prazos de guarda e destinação final dos
documentos de guarda permanente, por seu valor probatório, documentos;
científico e histórico; • promover a eliminação periódica dos documentos
• assegurar a eliminação dos documentos que não que já tenham cumprido os prazos de guarda e não possuam
tenham valor administrativo, fiscal, legal ou para pesquisa; valor secundário.
• permitir o aproveitamento racional dos recursos 1.4 Níveis de aplicação
humanos, materiais e financeiros. Segundo a Unesco – Organização das Nações Unidas para a
Dessa forma, os documentos são administrados com Educação, a Ciência e a Cultura, a aplicação de um programa de
eficiência e eficácia quando: gestão de documentos pode se dar em quatro níveis:
• uma vez necessários, podem ser localizados com • nível mínimo: estabelece que os órgãos e entidades
rapidez e sem transtorno; devem contar, ao menos, com programas de retenção e
eliminação de documentos e definir procedimentos para
recolher à instituição arquivista pública aqueles de valor
permanente;
• nível mínimo ampliado: complementa o primeiro,
com a existência de um ou mais centros de arquivamento
intermediário;
• nível intermediário: compreende os dois primeiros,
bem como a adoção de programas básicos de elaboração e
gestão de fichas, formulários e correspondência, e a
implantação de sistemas de arquivos;
• nível máximo: inclui todas as atividades já descritas,
complementa- das pela gestão de diretrizes administrativas, de
telecomunicações e pelo uso de recursos de automação.
O tratamento de documentos em fase corrente permite
aproveitar ao máximo a informação disponível e necessária à
tomada de decisões, bem como os recursos humanos e
materiais existentes, objetivando aumentar a eficácia
administrativa, possibilitar a rápida recuperação dos
documentos e das informações neles contidas e racionalizar sua
guarda e preservação.
Documento corrente é aquele necessário ao
desenvolvimento das atividades de rotina de um órgão ou
entidade, e, por isso, os procedimentos para sua produção,
classificação, registro, autuação, controle da tramitação e
arquivamento têm o objetivo de facilitar o acesso às
informações. Esse conjunto de operações técnicas caracteriza
os serviços de gestão de documentos correntes.

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