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Nutrição

e
dietética

Prof@ Enfermeira Valéria de Castro


Curso: Técnico de enfermagem
Ano: 2022.2
1.0 Introdução à Nutrição
O nosso organismo pode ser comparado a uma maquina, assim como esta requer para seu
funcionamento, óleos e graxas, á nossa maquina humana exige o seu combustível o alimento.
Entretanto, este tem que ser de boa qualidade, variedade e fornecido em quantidades adequadas.
Um pequeno descontrole nesses fatores é suficiente para que o organismo não funcione bem,
ocasionando sérias perturbações. Sem alimento não há vida, uma alimentação inadequada ou
deficiente traz inúmeros prejuízos à saúde.
Os profissionais de enfermagem devem prestar assistência ao paciente sabendo qual a importância
da nutrição em sua rotina. É essencial o aprimoramento nessa área, pois assim, pode-se constituir
uma assistência ao paciente, baseado no processo saúde/doença e em boas práticas de dietas, que,
dessa maneira, poderão proporcionar uma recuperação mais saudável ao nosso cliente.

Uma vez que o profissional de enfermagem retém conhecimentos sobre nutrição, ele poderá utilizá-
los em várias vertentes em sua prática diária, seja ela de modo a promover a saúde ou de forma
curativa. O profissional de enfermagem que entende essa relação entre os dois aspectos, consegue
aplicar as atribuições frente ao cuidado geral do paciente.

É importante que a equipe de enfermagem também tenha consciência de que, primeiramente, deve
utilizar a nutrição no aspecto da prevenção de doenças, infecções ou males que possam acometer o
paciente, afinal, algumas doenças estão intrinsecamente relacionadas com a nutrição.

2.0 Conceitos Básicos em Alimentação e Nutrição

 Conceito de Nutrição: é o estudo dos nutrientes ou alimentos necessários para o


desenvolvimento e crescimento normais do indivíduo. É o estudo dos nutrientes presentes nos
alimentos e no corpo e também o estudo dos comportamentos humanos relacionados à
alimentação.

 Conceito de Nutrientes: componentes dos alimentos que são indispensáveis ao


funcionamento do corpo. Eles fornecem energia (alimentos energéticos), servem como material
de construção, a manter e reparar partes do corpo e sustentam o crescimento.

 Conceito de alimento: São todas as substâncias sólidas e líquidas que levadas ao tubo
digestivo, são degradadas e depois usadas para formar e/ou manter os tecidos do corpo e regular
processos orgânicos e fornecer energia.

 Conceito de reguladores: Exercem função no controle ou no equilíbrio do metabolismo,


protegendo contra as doenças. São as vitaminas, os sais minerais, a água e as fibras vegetais.

2.1 Tipos de Alimentos

Os alimentos possuem substâncias que são essenciais para o desempenho das atividades do
dia-a-dia como andar, correr, trabalhar, estudar, etc. Essas substâncias são chamadas de
nutrientes. São nutrientes: * Água; * Carboidratos; * Gordura; * Proteína; * Vitaminas;
* Minerais.
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2.2 Classes e Funções dos Nutrientes

 Plástica ou Construtora(PROTEÍNAS); São importantes para a construção do organismo,


como os nossos ossos, pele e músculos.

 Energéticos (CARBOIDRATOS E GORDURAS); Fornecem energia para as atividades do dia-


a-dia.

 Reguladores (VITAMINAS E SAIS MINERAIS); São necessários ao bom funcionamento do


organismo, auxiliando na prevenção de doenças e no crescimento.

2.2.1 Fontes dos Nutrientes

 Proteína (PLÁSTICOS OU CONSTRUTORES) Carne (boi, porco, aves, peixes), ovos, leite e
derivados; Carboidratos (ENERGÉTICOS); Cereais, pães, massas, bolo, batatas, açúcar.
 Gorduras (EXTRA-ENERGÉTICOS) Óleos, gorduras, margarinas.
 Reguladores (VITAMINAS E SAIS MINERAIS) Frutas, Verduras, Legumes;

Proteínas

São componentes necessários para o crescimento, construção e reparação dos tecidos em


nosso corpo. Formam os hormônios, anticorpos e os componentes estruturais das células.
Encontram-se no tecido muscular, nos ossos, no sangue, coração e fígado.

Fazem parte da composição dos anticorpos do sistema imunológico corporal. Quando necessário,
as proteínas são convertidas em glicose para fornecer energia para o corpo. O excesso de calorias
na forma de proteína se transforma em gordura, sendo depositada nos tecidos corporais.

ATENÇÃO: o excesso de ingestão de proteína pode causar sobrecarga do fígado e dos


rins.

Carboidratos

Este macronutriente quando ingerido e absorvido é responsável por liberar glicose, fornecer
energia para as células por ser a primeira fonte de energia celular e fazer a manutenção
metabólica glicêmica para que o corpo continue funcionando bem.
Os carboidratos podem ser simples ou complexos. Os simples são moléculas menores de
carboidrato e estão presentes no açúcar e no mel; Já os complexos são moléculas maiores, que
levam mais tempo para serem absorvidas, já que antes disso, precisam ser transformadas em
carboidratos simples, tais como pão,arroz, milho e massas.

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Gorduras

As gorduras animais (presentes em todo tipo de carne) e os óleos vegetais (soja, milho, girassol,
canola e outros) são os nutrientes mais calóricos. Por isso, devemos consumir com moderação os
alimentos que nos fornecem as gorduras.

Entretanto, elas são importantes, pois facilitam a utilização de importantes vitaminas (A, D, E e
K) pelo corpo. Também produzem uma sensação de saciedade depois das refeições.

Vitaminas

São indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo, contribui para o


fortalecimento do nosso corpo e atuam na prevenção de algumas doenças. São essenciais para
auxiliar as proteínas a construir e/ou manter os tecidos corporais e o metabolismo.
O organismo humano necessita destas vitaminas em pequenas quantidades na dieta para
desempenhar diversas funções. A deficiência de vitaminas é chamada de avitaminose ou
hipovitaminose e o excesso são chamados de hipervitaminose. Ambas podem causar danos ao
funcionamento do organismo.

 As vitaminas são divididas em dois grupos: lipossolúveis e hidrossolúveis.


 Lipossolúveis: solúveis em gorduras ou solventes de gordura. São elas: A, D, E, K.
 Hidrossolúveis: solúveis em água. São as vitaminas do complexo B e C.

Vitaminas Função Fontes Avitaminoses

A (retinol) Responsável pela Gordura do Problemas de visão, secura da pele,


adaptação da visão ao leite, fígado, diminuição dos glóbulos vermelhos,
escuro; Protege pele e gema de ovo, formação de cálculos renais.
mucosas; e é essencial manteiga,
para o funcionamento vegetais
dos órgãos verde-escuros e
reprodutores. alaranjados.

D (calciferol) Controla a absorção Fígado, gema de Raquitismo e osteoporose.


do cálcio e do fósforo; ovo,leite. A pessoa
Regula a formação e deve ficar exposta
reconstituição dos aos raios solares
ossos e dentes. para que haja
produção de
vitamina no
organismo.

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E (tocoferol) Contribui para o bom Óleos vegetais, Dificuldades visuais e alterações
estado dos tecidos; vegetais verde- neurológicas.
Auxilia na digestão escuros como
das gorduras; e atua espinafre, germe
como antioxidante. de trigo, gema de
ovo, nozes,
gordura do leite.

K (menadiona) Fundamental para Fígado, óleos Desnutrição, má função do fígado,


coagulação sanguínea e vegetais, vegetais problemas intestinais.
participa do verdes.
metabolismo de Também é
minerais, como cálcio e produzida pelas
ferro. bactérias do
intestino.

C (ácido Auxilia na absorção Acerola, maracujá, Escorbuto


ascórbico) do ferro; participa na limão, laranja,
abacaxi, morango, Os principais sintomas do escorbuto
formação de colágeno
são: alterações nas gengivas
e do processo de verduras.
(hemorragias), dores articulares,
cicatrização; aumenta dificuldade de cicatrização, a anemia,
a resistência contra dificuldades respiratórias, diminuição
certas doenças como a da excreção urinária.
gripe.

B1 (tiamina) Bom funcionamento Beribéri :pode apresentar se em


dos músculos e do Aves, peixes, leite e crianças, anormalidades cardíacas,
cérebro. derivados, cereais, afonia e pseudomeningite e em
verduras. adultos polineurite que é alteração dos
nervos periféricos ou afetar o sistema
nervoso central.

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B9 (ácido fólico) Fundamental na Frutas, fígado, Anemia megaloblástica, doença do
divisão celular, cereais, verduras tubo neural.
especialmente das cruas, carnes.
células do sangue;
Atua no
metabolismo do
DNA.

B12 Ajuda a formar as Anemia Perniciosa.


(cianocobalamina) células vermelhas
do sangue e as Profundas alterações ao sistema
moléculas de DNA. nervoso, que se caracterizam por uma
Carnes, peixes, leite
desmineralização dos nervos. O
e derivados.
excesso de vitamina B12 é eliminado
na urina.

 A vitamina A em excesso é tóxica para o organismo. Pode causar ressecamento e


descamação da pele, dores abdominais e nas articulações, crescimento interrompido, danos
hepáticos, dores nos ossos, aumento do fígado e do baço, dores de cabeça e malformação de
fetos. Alguns medicamentos para combater a acne são á base de ácido retinóico

 A vitamina D em excesso é a mais tóxica para o organismo, causando náuseas, vômitos,


perda de apetite e depósito de cálcio em tecidos moles. O excesso de cálcio no sangue
chama-se hipercalcemia e o depósito de cálcio nos vasos chama-se aterosclerose.

Minerais

São indispensáveis para regular as funções do nosso organismo e compor a estrutura dos nossos
ossos e dentes.

Podemos encontrar os minerais nos alimentos de origem animal e vegetal. As melhores fontes
alimentares são aquelas nas quais os minerais estão presentes em maior quantidade e melhor
absorvidas pelo organismo. Ex: Tubérculos, Sementes.
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Classificam em: Macronutrientes: são indispensáveis à nutrição. São eles: cálcio, fósforo,
potássio, enxofre, sódio, cloro e magnésio. Micronutrientes: ferro, zinco, selênio, manganês,
cobre, iodo e outros. No organismo são encontrados apenas traços desses minerais.

Minerais Função Fontes Carência

Cálcio Essencial para a Leite e derivados, Osteoporose,


constituição de sardinhas, mariscos. raquitismo, má
ossos e dentes. formação dos
dentes.

Fósforo É componente de Leite e derivados, Diminuição da


todas as células do gema de ovo, carnes, capacidade cerebral.
organismo e de peixes, aves, cereais
produtos do integrais e feijão.
metabolismo.

Magnésio Atua em quase Cereais Desequilíbrio na


todos os processos integrais, contração muscular.
orgânicos, ativando carnes, leite,
reações. vegetais e chocolate.

Sódio Responsável por Sal de cozinha, Cãibras


regular os alimentos do mar, musculares,
líquidos corporais alimentos de gases intestinais,
(ex:pressão origem animal. A vômito,
sanguínea) maioria dos inapetência.
alimentos contem
sal.

Potássio Atua na regulação Frutas, leite, Acne, sede


dos líquidos carnes, cereais, contínua, pele
corporais. É vegetais e seca, prisão de
necessário para o feijões. ventre,
metabolismo de taquicardia e
proteínas e insônia.
carboidratos.

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Ferro Presente a em Carnes, fígado, Glossite,
componentes do leguminosas Apnéia,
sangue e em (feijão, lentilha), anemia, insônia,
enzimas. vegetais verde- falta de energia.
Auxilia na escuros, rapadura,
transferência do
camarão, ostras,
oxigênio e na
grãos integrais.
respiração celular,
protege o
organismo contra
infecções e
exerce papel na
performance
cognitiva.

Zinco É constituinte de Fígado, mariscos, Dificuldade de


diversas enzimas e farelo de trigo, leite cicatrização,
da insulina. e distúrbios
Importante no derivados, hormonais, cegueira
metabolismo nos leguminosas noturna, flatulência.
ácidos nucléicos. (feijão)

Iodo Relacionado ao Sal de cozinha Hipotireoidismo ou


processo da iodado, alimentos do hipertireoidismo.
glândula tireóide. mar.
Participa das
reações celulares
que envolvem
energia,
incluindo o
metabolismo dos
nutrientes.

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Flúor Constitui ossos e Água potável, Cárie dental.
dentes. Reduz as chá, arroz,
cáries dentárias e a soja, espinafre e
perda óssea. frutos do mar.

Água

A água é a responsável por cerca de 70% do nosso peso corporal. A água que não é considerada
um alimento, possui inúmeras funções essenciais para o nosso, tais como:

 É o principal solvente do organismo, possibilitando a ocorrência das reações químicas;


 É pela água que são transportados os nutrientes, moléculas e outras substâncias orgânicas;
 É essencial em processos fisiológicos, desde a digestão até a absorção e excreção de
substâncias;
 Atua como lubrificante nos processos de mastigação, deglutição, excreção e nas
articulações; Auxilia na regulação da temperatura corporal;
 É extremamente necessária para o bom funcionamento dos rins, intestino e sistema
circulatório; Mantém o equilíbrio dos líquidos corporais (urina, suor, líquido pleural,
líquido pericárdico).

Todos os alimentos contém água, uns mais, outros menos. As melhores fontes de água são: a
própria água (adequadamente tratada), os alimentos líquidos (leite, sucos e bebidas) e os
alimentos sólidos (verduras, frutas e carnes).

A quantidade de água que devemos tomar vai variar de acordo com o clima, de atividades físicas
desenvolvidas, do estado fisiológico, da faixa etária e da dieta que cada um segue. A
recomendação geral é de 8 copos de água por dia.
 As vias pelas quais o organismo pode perder água –
 Através da pele pulmões: - Excreção urinaria e intestinal, - Suor
 A falta de água no organismo pode causar desidratação, que é a perda de água,
principalmente através do vômito e diarreia.
 Seus sintomas são sede, náuseas, vômitos, como quente e seco, língua seca, perda de peso,
confusão mental, delírio, abatimento e etc.

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Fibras

São substâncias que também estão presentes no nosso organismo, porém elas não são
consideradas nutrientes porque não são absorvidas pelo organismo, isto é, não vão para a
corrente sanguínea. Mesmo assim, são essenciais para manter o bom funcionamento do
intestino, previne o câncerintestinal, auxilia na sensação de plenitude gastrointestinal, diminui o
açúcar no sangue e reduz osníveis do colesterol.

O tipo de fibra importante para a nutrição é a de origem VEGETAL, também denominada fibra
dietética.

As fibras, encontradas em grãos, frutas e hortaliças, são componentes dos alimentos que não são
digeridos pelo organismo. Elas passam quase intactas pelo sistema digestivo e são eliminadas
pelas fezes. Na verdade, elas são imprescindíveis à dieta. Como não são digeridas, vão para o
intestino, onde atuam como “vassouras”, que carregam os resíduos alimentares e a gordura
excedente na alimentação pelo intestino, baixando o nível de colesterol absorvido.

3.0 Peso Saudável

O peso saudável é o peso adequado para desempenhar as atividades (internas e externas) do


organismo, nem mais, nem menos.

ATENÇÃO: Um corpo bonito ou magro não é sinônimo de ser saudável.

O peso saudável é aquele adequado para o seu caso e o de mais ninguém.

Para saber se o peso é adequado, o melhor é consultar um médico e/ou nutricionista. A


alimentação saudável associada à prática de exercícios físicos são fundamentais para alcançar o
SEU peso saudável.

É importante ter consciência que para se obter um peso saudável deve haver harmonia entre
altura, idade e atividades físicas que o indivíduo desenvolva, isso irá diminuir os riscos de
surgimento de doenças como: obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares,
desnutrição, carências nutricionais, entre outras.

3.1 Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é a relação entre o peso do indivíduo e sua altura elevada ao quadrado. Esse índice
auxilia nos diagnósticos da adequação de peso com os seguintes parâmetros: normalidade,
sobrepeso, obesidade e baixo peso.

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3.1.1 Classificação do IMC

3.2 Peso Saudável em Crianças

ATENÇÃO: Não existe valores de IMC para crianças, pois elas estão numa fase em que tanto a
altura como o peso aumentam rapidamente.

Desse modo, o que se utiliza são tabelas relacionando peso, altura e idade da criança. Através do
“cartão da criança” os postos de saúde acompanham a adequação do peso e da altura da criança até
os 5 anos de idade.

4.0Alimentação na Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças

A promoção da saúde consiste num conjunto de estratégias focadas na melhoria da qualidade de


vida dos indivíduos e coletividades.

A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor de saúde para buscar a melhoria da
qualidade de vida da população. É definida pela Carta de Ottawa como “o processo de
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo
uma maior participação no controle deste processo”.

A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) tem por objetivo apoiar Estados e
municípios brasileiros no desenvolvimento da promoção e proteção à saúde da população,
possibilitando um pleno potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de
vida e cidadania. Além disso, reflete a preocupação com a prevenção e com o cuidado integral
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição como a prevenção das carências nutricionais
específicas, desnutrição e contribui para a redução da prevalência do sobrepeso e obesidade e das
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doenças crônicas não transmissíveis, além de contemplar necessidades alimentares especiais tais
como doença falciforme, hipertensão, diabetes, câncer, entre outras.

Princípios de Uma Alimentação Saudável

A alimentação saudável é o mesmo que dieta balanceada ou equilibrada e pode ser resumida por
três princípios: variedade, moderação e equilíbrio.

 Variedade: é importante comer diferentes tipos de alimentos pertencentes aos diversos grupos;
 Moderação: não se deve comer nem mais nem menos do que o organismo precisa; é importante
estar atento à quantidade certa de alimentos;
 Equilíbrio: quantidade e qualidade são importantes; o ideal é consumir alimentos variados,
respeitando a quantidade de porções recomendadas para cada grupo de alimentos. Ou seja,
“comer de tudo um pouco”.

A Pirâmide dos Alimentos

A Pirâmide dos Alimentos foi criada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, ela é
um instrumento educativo para ser facilmente utilizado por todos. A Pirâmide mostra o que
devemos comer no diaa-dia. Não é uma prescrição rígida, mas um guia geral que nos permite
escolher uma dieta saudável, que garanta todos os nutrientes necessários para a nossa saúde e
bem-estar.

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4.2 Obesidade

A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que resulta frequentemente em


um comprometimento significativo da saúde. São considerados obesos homens com mais de
25% de gordura corporal e mulheres com mais de 30% de gordura corporal.

A obesidade tornou-se um problema de saúde pública, agravado pelo fato da TV exercer grande
influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo.

Tratamento da obesidade

 Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do
organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais
saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança
não só provoca redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do
quadro saudável.

O tratamento medicamentoso para obesidade deve ser orientado pelo médico


endocrinologista após avaliar o estado de saúde do indivíduo. Alguns exemplos de
remédios para obesidade são além da Sibutramina são: -
 Xanax; -
 Xenical; -
 Biomag; -
 Desobesi.

 Estes remédios ajudam a tirar a fome e ajudam a combater a gordura acumulada


alcançando ótimos resultados, contudo, só devem ser utilizados sob orientação médica,
pois eles possuem contra indicações e efeitos colaterais como dor de cabeça, insônia, boca
seca e ansiedade generalizada.

Tratamento cirúrgico

Gastroplastia também chamada de Cirurgia Bariátrica, Cirurgia da Obesidade ou ainda de


Cirurgia de redução do estomago, é, como o próprio nome diz, uma plástica no estômago (gastro
= estômago, plastia = plástica), que tem como o objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC
muito elevado.

Esse tipo de cirurgia está indicado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) para
pacientes com IMC acima de 35 Kg/m², que tenham complicações como apneia do sono,
hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue, problemas articulares, ou pacientes
com IMC maior que 40 Kg/m², que não tenham obtido sucesso na perda de peso com outros
tratamentos.

A avaliação psicológica também faz parte dos procedimentos pré-operatórios. Pacientes com
instabilidade psicológica grave, portador de transtornos alimentares (como, por exemplo, bulimia),
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devem ser tratados antes da cirurgia. O tratamento cirúrgico é um procedimento complexo e
apresenta risco de complicações. A intervenção impõe uma mudança fundamental nos hábitos
alimentares dos indivíduos. Portanto, é primordial que o paciente conheça muito bem o
procedimento cirúrgico e quais os riscos e benefícios da cirurgia.

Desta forma, além das orientações técnicas, o acompanhamento psicológico e o apoio da família
são aconselháveis em todas as fases do processo. Em alguns casos, uma cirurgia plástica para
retirada do excesso de pele é necessária. A mesma poderá ser feita quando a perda de peso estiver
totalmente estabilizada, ou seja, depois de aproximadamente dois anos

Prevenção da Obesidade

 Praticar atividades físicas regularmente e com orientação de um profissional;


 Fracionar a alimentação diária, é importante realizar mais refeições com menor quantidade em
cada; Dar preferência às frutas nos lanches que antecedem o almoço e o jantar, se possível,
ingeri-las com o bagaço, assim elas facilitam o trânsito intestinal e dão saciedade;
 Evitar frituras, dar preferência aos alimentos grelhados, cozidos ou assados;
 Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, pois eles fornecem apenas calorias vazias;
 Dar preferência aos alimentos naturais, evitar os industrializados e enlatados;
 Ao consumir leite e seus derivados (iogurte, requeijão, queijos,...), optar pelos desnatados e
lights;
 Reduzir o sal nas refeições, em excesso, o sal provoca retenção de líquidos;
 Na hora das refeições, procure não se alimentar assistindo TV, falando no telefone ou fazendo
outra atividade, o ideal é um ambiente calmo onde possa comer devagar e mastigar bem os
alimentos;

Terapia Nutricional Enteral (TNE)


Indicações Pacientes impossibilitados de ingestão oral seja por patologias do trato
gastrointestinal alto, por intubação orotraqueal, por distúrbios neurológicos com
comprometimento do nível de consciência ou dos movimentos mastigatórios.
Indicado também nos casos em que o paciente vem com ingestão oral baixa, por anorexia
de diversas etiologias.

Sondas nasoenterais

A administração de dieta por sonda nasoenteral não contraindica a alimentação oral, se esta
não implicar em riscos para o paciente.
Utilizamos as sondas de polietileno, nos diâmetros de 8 a 12 French(“Dubbohoff”).
 Lembrete: Devido todas as orientações citadas acima é importante ressaltar que nenhum
paciente tem autorização de receber alimentos trazidos de fora da unidade hospitalar.
A administração por sondas de calibres maiores não é indicada, pelo risco de regurgitação e
microaspirações, além de complicações mecânicas outras.
A posição da sonda pode ser gástrica, duodenal ou jejunal.

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Não há contra-indicação de se iniciar a administração da dieta se a sonda está em posição
gástrica desde que não haja contra-indicações para tal, e desde que sejam respeitados os
cuidados orientados durante a administração da mesma.
A posição duodenal pode ser desejável se houver gastroparesia, ou grande risco de
microaspiração.
A posição jejunal está indicada na TNE em pacientes com pancreatite, devendo ser usada
uma fórmula elementar ou semi-elementar; exige sonda específica e passagem endoscópica
da mesma.

4.3 Diabetes Mellitus

A Diabetes é uma doença silenciosa, o que significa que geralmente, se não forem feitos exames
médicos, a pessoa pode não ter consciência de que tem esta condição. Os principais fatores de
risco para o desenvolvimento da Diabetes são:

 Obesidade;
 Ingestão de açúcar e gordura em excesso;
 Sedentarismo;
 História familiar e herança genética;
 Idade;
 Stress;
 Alcoolismo.

Prevenção da Diabetes

A prevenção da Diabetes, para quem tem um ou vários destes fatores de risco, mas não tem
ainda o diagnóstico da doença, passa por adotar um estilo de vida mais saudável e consultar o
médico, fazendo exames regulares de diagnóstico.

Para quem tem o diagnóstico de Diabetes, a prevenção também é um fator importante para o
controle da doença e para uma maior qualidade de vida. A prevenção passa por alguns pontos
fundamentais para ter uma vida mais saudável:

 Entender a Diabetes;
 Adotar uma Vida Saudável:
-uma alimentação equilibrada
-praticar exercício físico regularmente

Controlar a Diabetes:

 Monitorizando periodicamente os níveis de glicemia no sangue; Fazendo uso da medicação


quando prescrita pelo médico.

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Em geral, a alimentação dos diabéticos deve ser tão equilibrada, variada e completa como a
alimentação de qualquer indivíduo saudável. De fato, é importante que inclua na alimentação
diária o consumo de hortaliças, frutos, cereais de grão inteiro e leguminosas, todos ricos em
hidratos de carbono (carboidratos), mas igualmente ricos em fibra alimentar, vitaminas, minerais,
antioxidantes e outras substâncias protetoras.

Apesar dos diabéticos não estarem absolutamente proibidos de ingerir açúcar ou alimentos
açucarados, convém lembrar que estes alimentos, além de contribuírem para uma rápida subida da
glicemia (açúcar no sangue), apresentam, normalmente, uma elevada densidade calórica, e,
simultaneamente, déficits de fibras, vitaminas e minerais. Por isso, não acrescentam qualquer valor
a uma alimentação que se pretende saudável, além de contribuírem para o aumento de peso.

4.4 Hipertensão

Hipertensão é uma doença que acomete crianças, adultos e idosos, homens e mulheres de todas as
classes sociais e condições financeiras. Popularmente conhecida como “pressão alta”, está
relacionada com a força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular
por todo o corpo.

Fatores de Risco para Hipertensão

A hipertensão é herdada dos pais em 90% dos casos. Entretanto, há vários outros fatores que
influenciam os níveis de pressão arterial, entre eles:

 Fumo;
 Consumo de bebidas alcoólicas;
 Obesidade;
 Estresse;
 Grande consumo de sal;
 Níveis altos de colesterol;
 Falta de atividade física;
 Diabetes;
 Sono inadequado.

Alimentação x Hipertensão

 Coma sal com moderação. Ele é um mineral importante para o organismo e não deve ser
eliminado da dieta dos hipertensos;
 Consumir aveia, auxilia no processo de emagrecimento por retardar o esvaziamento
gástrico, o que prolonga a sensação de saciedade;
 Amêndoa e noz, por serem boas fontes de magnésio, atuam como vasodilatadores, ou seja,
ampliadores dos vasos sanguíneos, o que auxilia no controle da pressão arterial;
 Fazer a ingestão de alimentos ricos em ômega 3 ( sardinha, salmão, atum, linhaça e
azeite), essa substância está intimamente relacionada à diminuição da vasoconstrição e ao
aumento da vasodilatação; Cereais integrais, eles reduzem as chances de diabetes, previnem o
câncer, ajudam a manter o peso e ainda são grandes combatentes da hipertensão. O grande mérito

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desses alimentos é a concentração de magnésio, que, estimula a dilatação dos vasos sanguíneos,
reduzindo, por tabela, o inchaço típico de pessoas que retêm líquidos.
 Alimentos ricos em potássio agem como um natriurético, estimulando a eliminação do
sódio presente no corpo. Assim, alimentos ricos nesse elemento são muito recomendados para
hipertensos. O potássioestá presente no inhame, no feijão preto, na abóbora, na cenoura, no
espinafre, no maracujá, na laranja, na banana e em diversos outros alimentos.
 Derivados do leite, amêndoa, farinha de linhaça, agrião, acelga, espinafre, brócolis são
importantes fontes de cálcio, e não podem ficar de fora da dieta de pessoas com hipertensão. O
cálcio funciona como hipotensor, ou seja, atua na diminuição da pressão sanguínea, uma vez que
estimula a eliminação de sódio.

5.0 Tipos de Dietas Hospitalares

As dietas são elaboradas considerando-se o estado nutricional e fisiológico das pessoas, e em


situações hospitalares, devem estar adequadas ao estado clínico do paciente, além de proporcionar
melhoria na sua qualidade de vida. Portanto a dieta hospitalar garante o aporte de nutrientes ao
paciente internado e preservar seu estado nutricional, por ter um papel co-terapêutico em doenças
crônicas e agudas.

As dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo as modificações qualitativas e


quantitativas da alimentação normal, assim como da consistência, temperatura, volume, valor
calórico total, alterações de macronutrientes e restrições de nutrientes, com isso podem ser
classificadas a partir das suas principais características, indicações e alimentos ou preparações
que serão servidos.

Dieta Geral

É indicada para pacientes que não têm restrição de nutrientes, por isso a quantidade de
macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) é normal, ou seja, normoglicídica,
normoproteíca e normolipídica.

Alimentos recomendados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas e seus produtos integrais,
pobres em gorduras; hortaliças e frutas frescas; leite, iogurte, queijo com pouca gordura e sal;
carnes, aves, peixes e ovos magros (sem pele e gordura); e gorduras, óleos e açúcares com
moderação.

Alimentos evitados: Pães, cereais, arroz, massas, leguminosas ricos em gorduras e açúcar;
hortaliças e frutas, enlatadas com sal e óleo, e conservas com calda de açúcar respectivamente;
leite, iogurte, queijo ricos em gordura e sal; carnes, aves, peixes e ovos ricos em gordura e sal,
como os frios em geral; e gorduras, óleos e açúcares em excesso.

Dieta Branda

É utilizada tanto para pacientes com problemas mecânicos de mastigação e deglutição quanto para
facilitar a digestão de pacientes no pós-operatório ou pode ser recomendada como transição para a
dieta geral.
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Portanto, a dieta branda é idêntica à geral em relação a distribuição dos mascronutrientes, sendo
normoglicídica, normoprotéica, normpolipípica. Porém a consistência da dieta é mais macia. São
permitidos pedaços de legumes, vegetais. Carnes, não sendo obrigatório que o alimento seja
triturado ou moído.

Alimentos recomendados: Salada cozida; carnes frescas cozidas, assadas, grelhadas; vegetais
cozidos no forno, água, vapor e refogados; ovo cozido, pochê ou quente; frutas (sucos, em
compotas, assadas, ou bem maduras, sem a casca); torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não
integrais); sopas, óleos vegetais; margarina; gordura somente para cocção, não para frituras.

Alimentos evitados: Cereais e derivados integrais; frituras em geral; frutas oleaginosas (que
possuem óleos e gorduras - castanhas-do-pará, castanhas-de-caju, nozes, amêndoas, avelãs e
macadâmias) ; leguminosas inteiras; doces concentrados; condimentos fortes, picantes; queijos
duros e fortes. São evitadas frituras e condimentos fortes.

Dieta Leve

É usada em casos de pacientes com problemas mecânicos na mastigação, naqueles que


apresentam função gastrintestinal moderadamente alterada, no preparo de exames, cirurgias e nos
períodos pós-operatório.

Sua consistência deve ser semilíquida, além de hiperglicídica, normoprotéica e hipolipídica.


Como pode ocorrer deficiência de nutrientes com seu uso prolongado, podendo levar à
desnutrição, essa dieta é usada por curtos períodos.

Alimentos recomendados: Café com leite, sucos, frutas macias, geléia, queijo, sopas, torradas,
pães e cereais integrais.

Alimentos evitados: Especiarias e condimentos fortes, bebidas gaseificadas, hortaliças e legumes


crus, frituras.

Dieta Líquida

A dieta líquida é necessária quando há restrição na função digestiva, problemas mecânicos de


mastigação e deglutição, no preparo para exames e no pré e pós-operatório. Também é utilizada
por curtos períodos. Sua consistência é líquida, hiperglicídica, normoprotéica e hipolipídica,
sendo de baixo teor calórico e de fácil absorção.

Alimentos recomendados: Mingaus a 3% (arroz, milho, mucilon, maisena); caldos e sopas


liquidificadas; sucos diluídos e/ou coados; leite, iogurte, creme de leite, queijos cremosos;
gelatina, geléia de mocotó, pudim, sorvetes; chá, café, chocolate, mate, bebidas não gasosas,
sucos de frutas e de vegetais coados; mingau de cereais, sopa de vegetais peneirados, cremosas
e caldos de carnes; óleos vegetais.

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Alimentos evitados: cereais integrais, sementes, farelos, sementes oleaginosas, hortaliças, frutas
inteiras com casca, queijos ricos em gorduras, embutidos, condimentos picantes.

Dieta Pastosa

A dieta pastosa é indicada para pacientes com dificuldade de deglutição, digestão, que
necessitem de repouso gastrintestinal e em alguns pós-operatórios. A consistência da dieta é
abrandada pela cocção e processos mecânicos, com alimentos moídos, liquidificados, em formas
de purês. A composição deve ser normoglicídica, normoprotéica e normolipídica.
A papa I é utilizada para pacientes idosos, naqueles com dificuldade de deglutição, estreitamento
esofágico e nos períodos pré e pós-operatório de esôfago ou otorrinolaringologia. É semelhante à
dieta líquida, porém é hiperprotéica.

A papa II é indicada para pacientes idosos, com dificuldade de deglutição, no período pós-
operatório de cabeça e pescoço, em alterações neurológicas e em risco respiratório. É semelhante à
dieta leve, porém é hiperprotéica.

Alimentos recomendados: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus
de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e
amassados.

Alimentos evitados: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente,
casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e
bacon. Iogurte com pedaços de frutas, frutas com polpas, hortaliças folhosas cruas, com sementes;
biscoitos amanteigados, pastelarias.

Dieta Hipogordurosa

É utilizada em pacientes com doenças hepáticas, pancreáticas e da vesícula biliar. Todas


gordura de adição é retirada (óleo, azeite), assim como os alimentos ricos em gordura (frios,
queijos, carnes gordas, gema do ovo, entre outros).

Dieta Hipoproteica

É indicada para doentes renais, que necessitam da restrição da proteína da dieta, por isso são
retirados os alimentos de origem animal (carnes, queijos, ovo, dentre outros).

Alimentos recomendados: saladas, sucos naturais, pães e cereais integrais, frutas.

Alimentos evitados: alimentos de origem animal, ricos em proteína.

Dieta Hiperproteica

Quando há necessidade de aumento de nutrientes, como a proteína. É indicada para doentes co m


infecções, quando há a necessidade de aumento do aporte calórico.
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Alimentos recomendados: ricos em proteína (ovo, carnes, queijos), sucos naturais, leguminosas,
arroz, saladas, cereais.

As dietas orais podem ser modificadas, pobres em resíduo, que significa que algum nutriente ou
alimento pode ser retirado. A restrição do sal de adição e de alimentos industrializados, que
recebem acréscimo de sal (embutidos, enlatados e alimentos em conserva), pode ser necessária
em doentes renais, cardíacos e hipertensos. Quando há a restrição total do sódio de adição, a
dieta é chamada de acloretada.

Quando é permitido o consumo de pouca quantidade de sódio, geralmente cerca de um a dois


gramas ao dia, a dieta é chamada de hipossódica. Tanto as dietas normais quanto as modificadas e
as hiperprotéicas podem ser hipossódicas ou acloretadas.

6.0 Necessidades e Recomendações de Alimentação no Diferentes Ciclos da Vida

6.1 Nutrição na Gravidez

É de extrema importância manter uma alimentação saudável no período gestacional, não só para
que haja um bom desenvolvimento do feto mas também do ponto de vista da saúde materna.

Durante a gravidez, é importante uma alimentação equilibrada, que contenha todos os nutrientes
essenciais para a formação do bebê.

IMPORTANTE: Não se deve comer tudo que se vê pela frente, pensando que “grávida deve
comer por dois”!

O excesso de peso também pode prejudicar o desenvolvimento do bebê e colocar em risco a saúde
da mãe, podendo ocasionar doenças como: pré-eclampsia e eclampsia (aumento da pressão arterial
durante a gestação). É importante que o ganho de peso durante a gestação seja gradual, devendo
atingir de 9 a 12 kg no tempo total da gravidez.

É importante ressaltar que no período da gestação, NÃO é recomendado fazer dietas de


emagrecimento, mesmo que a gestante esteja acima do peso, pois se houve uma restrição calórica,
poderá haver deficiência de nutrientes importantes para a formação e crescimento do bebê.

Durante a gestação é importante que a gestante tenha acompanhamento médico e nutricional,


pois existe a necessidade da suplementação de algumas vitaminas e minerais, como ferro,
vitaminas no complexo B, ácido fólico, entre outros. O ácido fólico é importantíssimo, pois
desempenha papel fundamental na formação do tubo neural do bebê. Ele está presente
principalmente em: fígado, feijões, vegetais de folhas verde-escuras, como espinafre e brócolis
e carnes magras.

A alimentação da gestante deve basear-se em frutas, verduras, legumes, cereais, carnes, aves e
peixes, leite e derivados, bastante água e, diariamente , alimentos ricos em fibras. Vale ressaltar a
importância de se evitar bebidas alcoólicas, fumo e uso de adoçantes dietéticos artificiais. Dar
preferência para os naturais como a stevia.
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Para evitar distúrbios decorrentes da gravidez como náuseas, tonturas, vômitos e azia, é
fundamental ter uma alimentação fracionada, ou seja, realizar várias refeições ao dia, em
pequenas quantidades, evitando ficar muito tempo sem comer. Para diminuir esses sintomas
também é importante não consumir frituras, alimentos gordurosos, bebidas cafeinadas, doces,
entre outros.

Após o nascimento do bebê, a mamãe deve continuar se alimentando bem para que o seu leite
esteja adequado ao bebê. Para que a mamãe possa voltar ao seu peso ideal, é importante continuar
com a alimentação adequada, apenas reduzindo as quantidades, para que ocorra a eliminação de
peso juntamente com a prática de atividade física regularmente.

Dicas para uma Boa Alimentação na Gestação

 Ingerir diariamente alimentos ricos em cálcio;


 Consumir alimentos ricos em ferro (carnes no geral) e alimentos ricos em ácido fólico (ricota,
alimentos integrais, iogurtes, leguminosas, hortaliças de folhas verdes);
 Ingerir cerca de 2 litros de água por dia;
 Fracionar as alimentações, alimentar-se devagar e mastigar bem;
 Evitar alimentos que causem ou piorem os sintomas da pirose (café, chá preto e mate,
refrigerantes, temperos picantes, alimentos ricos em açucares, gorduras e bebidas alcoólicas);
 Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibra (verduras, legumes, frutas, grão integrais).

6.2 Nutrição na Lactação

O aleitamento materno é um ato de amor e também o mais eficiente instrumento na direção da


promoção da saúde física e mental já desde a primeira fase da vida humana. Ele é o alimento
completo até o sexto mês de vida do bebê.

Fases do Leite Materno

 Colostro – é o primeiro leite que a mãe secreta e tem um papel definido para a proteção
do recém nascido (contém mais anticorpos e mais células brancas). É rico em proteína e
vitaminas A, E e K além de minerais como zinco e sódio. Contém menos gordura e carboidratos.
É secretado em quantidades que variam entre 10 e 100 ml/dia, ocorrendo maior produção em
multíparas. Permanece até o 4° ou 7° dia pósparto.

 Leite de Transição – Permanece entre 7° e o 21° dia pós-parto. Nesse período ocorre
alterações como o aumento da gordura e da lactose, e a diminuição do teor protéico e minerais.

 Leite Maduro – tem características próprias como diferentes concentrações de nutrientes


em uma mesma mamada, sendo eles o leito do começo, rico em proteína, lactose, vitaminas,
minerais e água e o leite do fim que contém mais gordura.

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IMPORTANTE: Uma das recomendações mais importantes é a livre demanda relacionada à
mamada.

Vantagens do Aleitamento Materno

Para o bebê:

 O leite materno é o mais completo alimento para o bebê até o 6° mês de vida; É de fácil
digestão;
 Protege o bebê contra doenças como: diarréia, resfriados, infecções urinárias e respiratórias,
alergia e problemas na arcada dentária;
 Protege a criança contra várias doenças, à medida que contém todas as substâncias necessárias
para bem nutri-la e imunizá-la;
 Previne alterações estruturais e funcionais da face, promovendo o desenvolvimento harmônico
dessa respectiva musculatura;
 Auxilia o movimento dos músculos e ossos da face, promovendo melhor flexibilidade na
articulação das estruturas que participam da fala;
 Estimula o padrão respiratório nasal do bebê, facilitando a oxigenação de suas estruturas faciais;
 Desenvolve e fortalece a musculatura da boca da criança, melhorando o desempenho das
funções de sucção, mastigação, deglutição e fonação (fala);
 É uma forma muito especial e fortalecedora do relacionamento entre mãe e filho, que transmite
segurança, carinho e amor ao bebê. Favorece um bom relacionamento físico e mental da criança
e, conseqüentemente, estabilidade emocional e maio adaptação nas etapas da vida.

6.3 Alimentação dos 6 aos 24 meses

O aleitamento materno exclusivo é suficientemente adequado para suprir as necessidades da


maioria das crianças até o sexto mês de vida.

A partir dos 6 meses já se inicia a introdução do alimentos complementares são quaisquer


alimentos que não o leite humano oferecidos à criança amamentada. O termo “alimentos de
desmame” deve ser evitado, pois pode dar a falsa impressão de que eles são usados para provocar
o desmame e não para complementar o leite materno.

A introdução precoce de alimentos complementares na dieta da criança é considerada uma prática


perigosa, visto que a criança deixa de receber fatores protetores importantes que fazem parte do
leite da mãe. E também por que nem sempre a preparação dos alimentos ocorre da forma ideal,
seja por falta de hábitos de higiene adequados, seja por uso de água contaminada na preparação.

A introdução de novos alimentos na dieta da criança deve ser gradativa. Deve ser introduzido um
tipo de alimento de cada vez. Em um primeiro momento, misturas são desaconselhadas, pois
podem confundir o
paladar da criança, para a identificação de possíveis alergias ou intolerâncias, essa prática também
é

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desaconselhada. A criança deve receber o mesmo alimento várias vezes, antes que seja ofertado
outro diferente, mesmo que nas primeiras ofertas ele o recuse, não o aceite. É sabido que as
crianças fazem “cara feia”, ou cospem os alimentos num primeiro momento, o que não quer dizer
que ela não tenha gostado, pois é a primeira experiência com novos sabores e texturas.

Sucos de frutas ou vegetais e sopas são desaconselhados, por possuírem baixa quantidade de
energia. Os alimentos devem ser amassados, raspados, NUNCA liquidificados, pois a criança deve
se habituar a mastigálos.

Como muitas vezes é difícil avaliar a quantidade de leite materno que a criança ingere, a OMS
recomenda que os alimentos complementares sejam inicialmente oferecidos 3 vezes ao dia.

A quantidade e a freqüência deve ser aumentada gradativamente, de maneira que uma criança
com 12 meses de idade receba alimentos complementares 5 vezes ao dia (3 refeições e 2
lanches). A criança não amamentada, ou amamentada infrequentemente, deve ser alimentada
com alimentos complementares 5 vezes ao dia desde o início da complementação alimentar.

O primeiro alimento a ser oferecido pode ser uma papa de fruta, amassada ou raspada. Após o
primeiro momento de oferta, deve-se estar atento às possíveis reações indesejáveis do alimento
sobre a criança: diarréia, alergias, intolerâncias. As papas salgadas podem ser de arroz, batata,
cenoura, moranga, vegetais em geral. Deve-se evitar o uso de massas, pães e bolachas no
primeiro ano de vida. Após a introdução da papa salgada, pode-se acrescentar carne à ela. Carne
bovina ou frango, o peixe deve ser evitado no primeiro ano de vida, devido à grande ocorrência
de alergias.

O uso do mel também é contra-indicado no primeiro ano de vida, pois é comum estar
contaminado com uma toxina (esporos da bactéria Clostridium botulinum) que pode ser mortal
aos bebês dessa faixa de idade.

Os vegetais folhosos podem ser introduzidos às papas salgadas também, seguindo ainda os
mesmos critérios para observação (relacionada a alergias) da criança. O feijão deve ser
oferecido por volta dos 7, 8 meses, começando pelo caldo.

A partir dos 9 meses, já se pode oferecer uma dieta pastosa, podendo ser a mesma da família,
desde que não muito condimentada, respeitando o paladar da criança.

Dos 12 aos 24 meses, pode-se introduzir o suco de fruta natural e pão de forma nos horários do
lanche. A massa também pode ser introduzida no cardápio.

6.4 Alimentação na Idade Pré-Escolar (3 a 5 anos de idade)

Durante o período pré-escolar, os pais e/ou cuidadores das crianças ainda têm um controle
razoável sobre seu consumo de alimentos, e a preocupação nutricional consiste em oferecer
seleção e quantidade adequadas dos nutrientes necessários para a criança em crescimento.

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Os pré-escolares respondem melhor as refeições em horários regulares. Três refeições ao dia não
são suficientes para essa faixa etária, e recomenda-se que sejam oferecidos lanches como parte
de um padrão alimentar regular.

6.5 Alimentação na Idade Escolar (5 a 10 anos de idade)

As crianças em idade escolar já não dependem tanto dos adultos. As necessidades nutricionais
precisam ser equilibradas com a sua necessidade de tomar decisões e com a aceitação dos
amigos. As crianças em idade escolar passam grande parte do dia no colégio, longe dos pais,
e, em muitos casos, a supervisão na hora do lanche é superficial.

6.6 Nutrição na Adolescência

Durante a adolescência, a alimentação balanceada é muito importante, pois além de satisfazer as


elevadas necessidades de nutrientes, ela ser também para criar e manter bons hábitos alimentares
para o resto da vida.

Perfil Alimentar dos Adolescentes

Os adolescentes têm sido freqüentemente considerados como um grupo de risco nutricional em


razão de seus hábitos alimentares:

 Muitas vezes deixam de fazer o café da manhã;


 Pulam algumas refeições e as substituem por lanches;
 Consomem alimentos industrializados e refrescos em grande quantidade;
 Fazem regime para emagrecer, especialmente as meninas, que podem determinar níveis de
ingestão inferiores ao recomendado;
 Fazem lanches compostos por frituras, doces e chocolates, produtos lácteos, frutas e pães.
Quando os lanches substituem as principais refeições é importante assegurar que sejam
nutritivos, podendo contribuir para uma dieta equilibrada, desde que os demais alimentos
escolhidos sejam adequados.

Como certos hábitos alimentares estabelecidos na adolescência podem resultar em maior risco de
desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo doença coronária, osteoporose e alguns tipos de
câncer na vida adulta, os esforços para conscientização da importância de uma dieta preventiva
devem começar logo no início desta fase.

Como Melhorar a Alimentação

Para garantir a elaboração de lanches nutritivos, deve-se assegurar que cada lanche contenha pelo
menos 1 porção de cada grupo de alimentos: Carboidratos (pães, de preferência integrais ou ricos
em fibras, bolachas simples, torradas, cereais, massas simples); Proteínas (leite, iogurte, coalhada,
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queijo, ovo, presunto magro, peito de peru, carne de boi magra, peixe ou frango); Reguladores
(frutas, sucos naturais, vegetais).

Reduzir as gorduras saturadas e o colesterol. Para tanto, basta dar preferência às carnes magras,
remover as gorduras das carnes gordurosas antes de prepará-las ou comê-las, consumir leite e
derivados desnatados ou reduzidos em gordura; Evitar as refeições freqüentes em fast foods.

6.7 Nutrição e o Adulto

Como o crescimento e a maturação estão prontos no início da vida adulta aproximadamente aos
19 anos de idade, as condições nutricionais para o adulto enfatizam mais a manutenção do peso
corporal saudável e a preparação física, evitando o ganho ponderal excessivo, e continuando a
fortalecer o corpo.

6.8 Nutrição e o Idoso

O idoso tem necessidades nutricionais especiais porque seus tecidos e sistema de


órgãos estão envelhecendo. Mais de 80% dos adultos com mais de 65 anos de idade
têm artrite, hipertensão, cardiopatias, diabetes, ou uma combinação dessas doenças.

A saúde nutricional pode ajudar os idosos a manter suas vidas ativas e agradáveis, protegê-los de
doenças, suavizar a gravidade da doença e acelerar a recuperação.

A adequação da dieta é condição para que a alimentação cumpra o seu papel no processo de
nutrição, e satisfaça as necessidades globais dos indivíduos. A alimentação aplicada à atividade
física tem como objetivo promover saúde, proporcionar o funcionamento dos processos
metabólicos ligados ao exercício, retardar a fadiga, auxiliar na recuperação de lesões ou traumas,
reduzir o tempo de recuperação dos estoques de energia e promover o aumento da massa
muscular. Para os idosos, a nutrição é especialmente importante devido às mudanças fisiológicas
relacionadas ao envelhecimento e ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas.

7.0 Desnutrição Infantil

O termo “desnutrição” é, na verdade, usado para caracterizar qualquer tipo de distúrbio


alimentar, desde hipernutrição (excesso de nutrientes) até as desnutrição protéico-calórica (ou
subnutrição), que se caracteriza, como o nome já diz, pela falta de proteínas, que são
basicamente os “tijolos” do corpo humano.

Há três tipos de desnutrição protéico-calórica: o marasmo, o kwashiorkor e a combinação de


ambos, okwashiorkor marasmático.

7.1 Marasmo: ocorre quando a criança possui peso abaixo de 60% do esperado para a sua altura e
idade. Isto faz com ela perca tecido muscular, gordura e às vezes até papilas gustativas. O cabelo
fica escasso, quebradiço e pode vir a perder a coloração. Enquanto isso a criança fica triste e
quieta.
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7.2 Kwashiorkor: é menos aparente, pois a criança tem peso ente 60% e 80% do esperado, às
vezes bem perto do normal. É causado, mais que pela falta de alimentação, pela falta de
proteínas em particular. A criança com esse tipo de desnutrição aparenta lesões características
na pele (descamassão), cabelo despigmentado, apatia, inapetência, fraqueza, tristeza e edemas.
Além disso, seu fígado costuma ser gorduroso e aumentado (insuficiência hepática).

A infiltração edematosa e a conservação da gordura subcutânea dão à face aspecto redondo de


“lua cheia”. A explicação para um desnutrido apresentar edema é que as proteínas (das quais o
indivíduo está carente) fazem o papel da pressão oncótica (pressão que “segura” os líquidos
plasmáticos dentro dos vasos sanguíneos). Desta forma, não há proteínas (albumina)
suficientemente, acontece o extravasamento do líquido para a cavidade abdominal e, em
processos mais avançados de desnutrição, para outras partes do corpo de maneira generalizada.

7.3Kwashiorkormarasmático: ocorre quando a criança tem todos os sintomas do marasmo,


porém apresenta edemas.

O tratamento consiste, obviamente, em uma dieta com os nutrientes adequados para a


recuperação. Caso não haja tratamento, a gravidade da situação da criança piorará
gradativamente, até que seja tarde demais para uma reversão do quadro. A morte não é nem um
pouco incomum nestes casos, principalmente de bebês.

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