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Nome: Breno Gomes Peixoto

Curso: Eletroeletrônica Ano: 2° ano

Matéria: Artes Professor: Gilbert Daniel da Silva

RELATÓRIO – ESTUDO TEÓRICO I

Hélio Oiticica, pintor bem como criador de obras bidimensionais e


tridimensionais, tem em suas primeiras obras, técnicas, composições, cores e dimensões
que se comparados as últimas de suas coleções percebe-se uma grande divergência de
representações. Sua primeira pintura tem início aos 16 anos mais ou menos, onde fazendo
parte de um grupo chamado “Frente”, 1956, tinha como principal base clássica, a relação
pintura e quadro.

Todas as suas obras carregam elementos geométricos, fato que contribuiu para a
saída da obra do plano para o espaço, além disso, uma característica marcante
inicialmente é a tabela de cores utilizada, normalmente monocromáticas, idealizando uma
cor somente, e que implica uma preocupação cromática. Ademais, as características
gerais de sua obra antes das mudanças drásticas na forma de confecção, em meados de
1959, demonstram que estas obras artísticas se encaixavam em parâmetros construtivos e
abstratos, onde, como já exposto, a preocupação recaia sobre pintura em si, sua invenção
formal, construção do espaço, de modo a expor problemas restritos a linguagem da arte.

Próximo do ano de 1956, Hélio já expressava uma vontade em suas obras de


quadro de mudar o “local” de trabalho, como expressado em suas últimas obras de quadro,
o branco implicava uma ausência de interação, fazendo referência a questão de quadro
como alvo de contemplação, porquanto isso o motivou a partir para o espaço, inicialmente
como uma obra bidimensional, onde a única certeza de uma evolução para o
tridimensional era a paleta de cores utilizada, que em conjunto ajudada pela posição de
visualização implicava visualmente uma obra tridimensional, não o sendo ainda. Nisso,
suas obras demarcam de 1959 a 1998 uma característica de relevo espacial, onde as
diferenças se dão pela forma e cor basicamente, condizente com a frase dita pelos
apresentadores do vídeo do Museu Vivo, “Sai da representação para ser apresentado”.

Essa tridimensionalidade alcançada mudou a forma como o público interagia com


as obras de Oiticica. Ao invés de contemplar, o público faz parte da obra, como na obra
que possui um espelho ao chão sendo possível se ver ao mesmo tempo que vê a parte
inferior da obra superior, ou mesmo a obra nomeada de “V1”, onde se pode manipular
divisórias que influenciadas por fatores como a luz ambiente e cores do redor
apresentavam cores variadas. Até este ponto em específico, suas obras apresentavam
cores de grande destaque, onde cada objeto apesar de possuir somente uma cor, esta era
de grande intensidade e mudara quando exposta a certos fatores.

As obras de Hélio sofreram uma grande mudança quando o mesmo mudou o foco
do desconcerto cromático para o Brasil em si, após visitar uma favela. Seu trabalho ainda
se deu no âmbito espacial, mas suas ferramentas e materiais eram capas e outros objetos
de uso popular deste local. Uma de suas obras que chama atenção é o parangole, que
consiste incialmente numa tenda, mas logo sua produção é feita de diversos tecidos, não
sendo algo fácil de se confeccionar muito menos de vestir. Neste ponto, o interesse recai
pelo fato do público interagir com a obra diretamente ao vestir o parangole, dançando
com o mesmo ou encontrando seu “próprio” jeito de se vestir com este, aqui não existe
diferença de corpo e obra.

O público passa por uma evolução, contempla, interage e agora vive a arte, se
tornando até o confeccionador delas no espaço dos parangoles. Quanto a relação artista
espectador, Hélio tratara de representar bem, não expressava um significado direto nem
criara algo que fosse abstrato o bastante que se impedisse um entendimento próprio, os
parangoles são um exemplo onde nas palavras do apresentador César Oiticica Filho,
cineasta, suscitavam à liberdade, algo que se pode entender, mas não exposto diretamente,
assim consistiam em as obras do idealizador Hélio Oiticica.

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