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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


0010643-32.2021.5.03.0144
Relator: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 21/09/2022


Valor da causa: R$ 272.069,01

Partes:
RECORRENTE: MARCUS MENDES PEREIRA BOLDRIN
ADVOGADO: ANDRE LEONARDO DE ARAUJO COUTO
RECORRENTE: AZUL LINHAS AEREAS BRASILEIRAS S.A.

ADVOGADO: CLAUDIA AL ALAM ELIAS FERNANDES


RECORRIDO: MARCUS MENDES PEREIRA BOLDRIN
ADVOGADO: ANDRE LEONARDO DE ARAUJO COUTO
RECORRIDO: AZUL LINHAS AEREAS BRASILEIRAS S.A.

ADVOGADO: CLAUDIA AL ALAM ELIAS FERNANDES


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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 03ª REGIÃO

PROCESSO nº 0010643-32.2021.5.03.0144 (ROT)


RECORRENTES: MARCUS MENDES PEREIRA BOLDRIN, AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
RECORRIDOS: MARCUS MENDES PEREIRA BOLDRIN, AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
RELATOR(A): LUCILDE D'AJUDA LYRA DE ALMEIDA

EMENTA

MULTA CONVENCIONAL. DESCUMPRIMENTO DE NORMA


COLETIVA. CABIMENTO. Comprovado o descumprimento, pela
reclamada, de cláusula prevista na CCT da categoria, é devida a
condenação da empresa ao pagamento da multa disposta no instrumento
normativo.

RELATÓRIO

O MM. Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Pedro Leopoldo, pela r. sentença


de id. ec7c3dd, complementada pela decisão em embargos de declaração de id. cf7e428 cujo relatório
adoto e a este incorporo, julgou parcialmente procedentes os pedidos.

Recorre a reclamada (id. 5e3d228), insurgindo-se contra a condenação ao


pagamento de horas extras, indenização substitutiva do período estabilitário, multa convencional,
contribuições previdenciárias.

Custas recolhidas e apólice de seguro-garantia apresentada em


substituição ao depósito recursal (id. fab4dc8 e cb0b6cb).

Recorre adesivamente o reclamante (id. 1d94fde), insurgindo-se com


relação a horas extras, reflexos de indenização da garantia de emprego e justiça gratuita.

As partes apresentaram contrarrazões (id. e196fb9 e bc3a35f).

Não se vislumbra, no presente feito, interesse público a proteger.

É o relatório.

VOTO

Assinado eletronicamente por: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida - 19/10/2022 15:49:08 - 3e22c1b
https://pje.trt3.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22092712504592400000089728719
Número do processo: 0010643-32.2021.5.03.0144 ID. 3e22c1b - Pág. 1
Número do documento: 22092712504592400000089728719
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ADMISSIBILIDADE

O reclamante argui, em contrarrazões, preliminar de deserção do apelo da


ré, argumentando que o seguro judicial apresentado não atende à finalidade de garantia do juízo. Sustenta
que, conforme consta na apólice, o referido seguro possui período de vigência limitado, qual seja, de 18
/02/2022 a 17/08/2025, o que se mostra incompatível com a natureza da garantia oferecida. Aponta que
pode ser exigida a apresentação de documentos complementares, permitindo, a critério da seguradora, a
suspensão do prazo para pagamento da indenização e que a cláusula 15 da referida apólice dispõe sobre
hipótese de rescisão total ou parcial do contrato.

Examino.

O §11 do art. 899 da CLT, introduzido pela Lei 13.467/2017, já vigente à


época de interposição do recurso, autoriza a substituição do depósito recursal por fiança bancária ou
seguro garantia judicial, sem estabelecer maiores requisitos para tanto.

A matéria foi regulamentada pelo CSJT, através do ATO CONJUNTO


TST.CSJT.CGJT Nº 1, DE 16 DE OUTUBRO DE 2019, estabelecendo-se os seguintes requisitos para a
aceitação do seguro garantia judicial:

"(...) Art. 3º A aceitação do seguro garantia judicial de que trata o art. 1º, prestado por
seguradora idônea e devidamente autorizada a funcionar no Brasil, nos termos da
legislação aplicável, fica condicionada à observância dos seguintes requisitos, que
deverão estar expressos nas cláusulas da respectiva apólice:

I - no seguro garantia judicial para execução trabalhista, o valor segurado deverá ser
igual ao montante original do débito executado com os encargos e os acréscimos legais,
inclusive honorários advocatícios, assistenciais e periciais, devidamente atualizado
pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas na data da realização do
depósito, acrescido de, no mínimo, 30% (Orientação Jurisprudencial 59 da SBDI-II do
TST);

II - no seguro garantia para substituição de depósito recursal, o valor segurado inicial


deverá ser igual ao montante da condenação, acrescido de, no mínimo 30%, observados
os limites estabelecidos pela Lei 8.177 e pela Instrução Normativa 3 do TST;

III - previsão de atualização da indenização pelos índices legais aplicáveis aos débitos
trabalhistas;

IV - manutenção da vigência do seguro, mesmo quando o tomador não houver pago o


prêmio nas datas convencionadas, com base no art. 11, §1º, da Circular 477 da SUSEP
e em renúncia aos termos do art. 763 do Código Civil e do art. 12 do Decreto-Lei 73, de
21 de novembro de 1966;

V - referência ao número do processo judicial;

VI - o valor do prêmio;

VII - vigência da apólice de, no mínimo, 3 (três) anos;

VIII - estabelecimento das situações caracterizadoras da ocorrência de sinistro nos


termos do art. 9º deste Ato Conjunto;

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XI - endereço atualizado da seguradora;

XII - cláusula de renovação automática.

§ 1º Além dos requisitos estabelecidos neste artigo, o contrato de seguro garantia não
poderá conter cláusula de desobrigação decorrente de atos de responsabilidade
exclusiva do tomador, da seguradora ou de ambos, tampouco cláusula que permita sua
rescisão, ainda que de forma bilateral.

(...)"

Pois bem.

Verifica-se que, no presente caso, a apólice do seguro garantia


apresentado pela ré (id. cb0b6cb) preenche os requisitos previstos no referido ato normativo editado pelo
TST, que especifica que a vigência da apólice deverá ser de, no mínimo 3 anos, o que foi observado no
presente caso, não havendo fundamento para sua invalidade.

Além disso, consta de forma bastante clara nas Cláusulas 3 a 6 da apólice


quanto a renovação e a caracterização do Sinistro (id. cb0b6cb - Pág. 8):

"(...) 3. INDENIZAÇÃO:

3.1. Intimada pelo juízo, a Seguradora deverá efetuar, mediante depósito judicial, o
pagamento dos valores a que se obrigou na apólice, limitado ao valor da garantia,
devidamente atualizados pelos índices legais aplicáveis aos débitos trabalhistas, no prazo
15 (quinze) dias, incluindo o pagamento dos valores incontroversos na execução, seja
definitiva ou provisória, cujo valor da condenação ou da quantia executada não haja sido
pago pelo tomador, sob pena de contra ela prosseguir a execução nos próprios autos, sem
prejuízo de eventuais sanções administrativas ou penais pelo descumprimento da ordem
judicial.

3.2. Ficam revogadas as Cláusulas Sétima - Expectativa, Reclamação e Caracterização


do Sinistro, Oitava - Indenização e Décima Primeira - Perda de Direitos, das Condições
Gerais desta Apólice.

4. ATUALIZAÇÃO DE VALORES:

O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido pelos índices
aplicáveis aos débitos trabalhistas, de acordo com o estipulado na legislação vigente,
ficando revogado o índice previsto no item 9.2 das Condições Gerais da Apólice.

5. RENOVAÇÃO:

5.1. A renovação da apólice deverá ser solicitada pelo tomador, até sessenta dias antes do
fim de vigência da apólice.

5.1.1. O tomador poderá não solicitar a renovação somente se comprovar não haver mais
risco a ser coberto pela apólice ou se apresentada nova garantia.

5.2. A seguradora somente poderá se manifestar pela não renovação com base em fatos
que comprovem não haver mais risco a ser coberto pela apólice ou quando comprovada
perda de direito do segurado.

5.3. Se, no prazo disposto na cláusula 5.1, não houve qualquer manifestação, por parte do
Tomador, quanto a não necessidade da renovação da referida apólice, a Seguradora se
obriga a comunicar, com 30 dias de antecedência, ao mesmo quanto renovação deste
instrumento de forma compulsória, sob pena de ter o mesmo executado de forma
antecipada pelo segurado.

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5.4. Não havendo, novamente, qualquer manifestação por parte da empresa Tomadora e
Seguradora, quanto a não necessidade da renovação desta apólice, por qualquer uma das
opções dispostas no item 5.1.1 e 5.2, a Seguradora fica obrigada a renovar o referido
instrumento por igual período, de forma obrigatória e automática enquanto durar o
processo judicial garantido.

5.4.1. As Apólices apresentadas permanecerão válidas independentemente do pedido da


empresa Tomadora para a sua renovação, enquanto houver risco e/ou não for substituída
por outra garantia aceita pelo juízo.

6. RECLAMAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO SINISTRO:

Fica caracterizado o sinistro nos seguintes casos:

6.1 Com o não pagamento pelo tomador do valor executado, quando determinado pelo
juiz, independentemente do trânsito em julgado ou de qualquer outra ação judicial em
curso na qual se discuta o débito;

6.2. Com o não pagamento pelo tomador do valor discutido, quando determinado pelo
juiz, independentemente do trânsito em julgado da respectiva ação judicial em curso,
incluindo o pagamento dos valores incontroversos na execução, seja definitiva ou
provisória, cujo valor da condenação ou da quantia executada não haja sido pago pelo
tomador; (...)."

Portanto, a apólice atende aos requisitos mínimos legais que permitam


aferir a efetiva existência de numerário à disposição do juízo, para fins de garantia da execução.

Dessa forma, não há ofensa a quaisquer dos dispositivos legais citados.

Rejeito a preliminar de deserção.

Satisfeitos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço dos


recursos ordinários interpostos, bem como das contrarrazões, regulares e tempestivamente apresentadas.

Os recursos serão analisados conjuntamente nas matérias comuns.

FUNDAMENTAÇÃO

EXCLUSÃO DE DOCUMENTOS

Em sede de contrarrazões (id. e196fb9), o reclamante aponta que os


documentos de id. 9c0c48d a 83e1db6 foram anexados em fase recursal, o que afronta a Súmula 08 do
TST, visto que, não se trata de documentos referentes a fatos posteriores a sentença e poderiam
perfeitamente terem sido juntados com a contestação, pelo que não devem ser considerados.

A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o


justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença (art. 435 do
CPC e entendimento da Súmula 08 do TST).

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Compulsando os documentos juntados com as razões do recurso ordinário


da ré (id. 9c0c48d a 83e1db6), verifica-se que de fato se tratam de documentos antigos. Dessa forma, não
se tratando de fatos novos ocorridos após a prolação da sentença e por não ter sido provado justo
impedimento para sua oportuna apresentação, conforme a Súmula nº 08 do TST, não conheço dos
documentos juntados aos autos pela recorrente no bojo da petição de id. 9c0c48d a 83e1db6 em sede
recursal.

Esclareço que tal fato enseja apenas o não conhecimento dos referidos
documentos, não havendo que se falar em não conhecimento do recurso por tais razões.

RECURSO DA RECLAMADA.

TEMPO DE DESLOCAMENTO FORA DA BASE CONTRATUAL

A reclamada não se conforma com a sentença que a condenou ao


pagamento de horas extras pelo tempo de deslocamento fora da base contratual. Aduz que o local de
trabalho de um comandante é o avião e que seu labor se inicia e finda no aeroporto em que tem que se
apresentar e não no saguão do hotel. Afirma que o tempo de deslocamento não integra a jornada pelo
simples fato de haver fornecimento de transporte pela reclamada em algumas oportunidades. Aponta que
o artigo 58, §2° da CLT, exclui o tempo de transporte do empregado até a efetiva ocupação de seu posto
de trabalho, ainda que o transporte seja fornecido pelo empregador, regra aplicável integralmente ao
contrato de trabalho do reclamante que iniciou em 05/08/2019. Acrescenta que sempre observou o
repouso mínimo entre duas jornadas acrescidos de duas horas quando o reclamante estava fora da base.
Na eventualidade, requer que para que se determine, então, o recálculo de todas as jornadas efetuadas
pelo reclamante, conforme anotações do início do primeiro voo (ao qual se acrescerá o tempo, conforme
determinou a sentença). Só depois de observado o recálculo das horas é que se deverá, nos termos da lei,
verificar se houve efetivamente extrapolação das 11 horas diárias previstas no artigo 21 da Lei 7.183,
para se entregar ao reclamante, então, como extraordinário apenas o período que extrapolar das 11 horas
de trabalho diárias, e não pelas meras diferenças entre escalas publicadas e executadas.

Pois bem.

Em sede inicial o autor narrou que tinha como base contratual o aeroporto
de Recife e que, em média, permanecia fora da base 15 vezes por mês em aeroporto situado a mais de 50
km do aeroporto base gastando, em média, 01 hora no deslocamento, pelo que requereu o pagamento,
como extras, das horas de deslocamento em transporte fornecido pela empresa nessas situações.

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Em defesa, a ré alega que o tempo de deslocamento entre um e outro


aeroporto faz, sim, parte da jornada, é tempo planejado entre voos, e se identifica sob a sigla BUS tanto
nas escalas executadas como nas planejadas. Ademais, assevera que fornece transporte aos tripulantes
para o trajeto aeroporto-hotel-aeroporto, de uso não obrigatório.

A Lei 13.475/17, Lei especial dos Aeronautas dispõe:

"Da Base Contratual

(...)

Art. 25. Será fornecido pelo empregador transporte gratuito aos tripulantes de voo e de
cabine sempre que se iniciar ou finalizar uma programação de voo em aeroporto situado
a mais de 50 (cinquenta) quilômetros de distância do aeroporto definido como base
contratual.

§ 1º O tempo de deslocamento entre o aeroporto definido como base contratual e o


aeroporto designado para o início do voo será computado na jornada de trabalho e não
será remunerado.

§ 2º No caso de viagem que termine em aeroporto diferente do definido como base


contratual e situado a mais de 50 (cinquenta) quilômetros de distância, a jornada de
trabalho será encerrada conforme o disposto no art. 35, e o repouso mínimo
regulamentar será acrescido de, no mínimo, 2 (duas) horas.

(...)

Dos Limites da Jornada de Trabalho

Art. 35. Jornada é a duração do trabalho do tripulante de voo ou de cabine, contada


entre a hora da apresentação no local de trabalho e a hora em que ele é encerrado.

§ 1º A jornada na base contratual será contada a partir da hora de apresentação do


tripulante no local de trabalho.

§ 2º Fora da base contratual, a jornada será contada a partir da hora de apresentação


do tripulante no local estabelecido pelo empregador.

§ 3º Nas hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º deste artigo, a apresentação no aeroporto ou


em outro local estabelecido pelo empregador deverá ocorrer com antecedência mínima
de 30 (trinta) minutos da hora prevista para o início do voo.

§ 4º A jornada será considerada encerrada 30 (trinta) minutos após a parada final dos
motores, no caso de voos domésticos, e 45 (quarenta e cinco) minutos após a parada
final dos motores, no caso de voos internacionais.

§ 5º Para atividades em terra, não se aplicam as disposições dos §§ 3º e 4º deste artigo.

§ 6º Os limites previstos no § 4º deste artigo podem ser alterados pelos operadores de


aeronaves que possuírem Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana no
planejamento e na execução das escalas de serviço de seus tripulantes, sendo o limite
mínimo de 30 (trinta) minutos". (grifos acrescidos)

Compulsando a prova oral produzida na audiência de id. 0a3d124, a


testemunha Rinaldo Nery da Hora disse que:

"(...) em média gastava 25 min de transporte entre hotel e aeroporto quando estava fora
da base, sendo que usava tal transporte em média 40 vezes por mês e nunca recebeu por
elas, e não constavam da escala; que as escalas vêm com horário de apresentação; que
caso não fosse utilizar o transporte, tinha que avisar a companhia aérea; que a

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apresentação como aeronauta tinha que ser no aeroporto; que no pernoite tinha que
apresentar no aeroporto, sendo que atualmente é no portão de embarque."

A testemunha Roberto Macedo Feio disse:

"(...) que a sua base era Campinas, mas assumia voos fora de sua base; que em torno de 1
/3 da escala ficava fora da base; que o horário de apresentação consta na escala
planejada; que se apresentavam antes no hotel, exceto na sua base; que quando recebe a
escala planejada, segue o horário, o qual é sujeito à alterações; que não recebe
diariamente a escala executada; que era obrigado a usar o transporte da empresa; que saía
do hotel 1h30 antes da escala planejada."

Da análise da prova oral depreende-se que, ao contrário do que alega a ré


em sua tese defensiva, não havia inclusão do tempo de deslocamento quando em atividade fora da base
contratual, não sendo tal interregno computado para fins de jornada. Ademais, como asseverado pela
testemunha Roberto, a apresentação dos empregados se dava no hotel, pelo que são devidas as horas de
deslocamento entre hotel e aeroporto.

Nessa toada, o arbitramento feito em sentença de que são devidas 15


horas por mês a esse título encontra-se em consonância com a média de tempo gasto informado pela
prova oral, pelo que não há que se falar em reforma da sentença, tampouco em modificação da forma de
apuração das horas deferidas, sendo certo que tais horas, uma vez que não foram consideradas para fins
de cômputo de jornada, são devidas sob qualquer ótica.

Esclareço a ré que pelo princípio da especialidade das normas, sendo a


Lei n. 13.475/17 especial dos aeronautas, a vigência da mesma, ainda que anterior à lei n. 13.467/17,
afasta a aplicação desta última, pelo que não há que se falar em aplicação ao caso em comento do art. 58,
§2° da CLT.

Ante o exposto, nada a prover.

GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO (matéria recursal


comum)

A ré não se conforma com o deferimento de indenização substitutiva pela


garantia provisória de emprego. Afirma que a notícia de revogação do ACT que estabeleceu a vedação de
dispensa imotivada foi amplamente divulgada na mídia e nos meios de comunicação, pelo que não pode
ser acolhida a estabilidade provisória do autor apenas porque não foi trazido aos autos documento oficial
que comprove tal revogação.

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Por sua vez, o autor requer que na indenização substitutiva de emprego


sejam deferidos reflexos em aviso prévio, 13º salários, férias + 1/3, FGTS + 40%.

Ao exame.

Na inicial, o reclamante afirmou que teve sua jornada reduzida no período


de abril de 2020 e novembro de 2020, com base em ACT que estabeleceu expressamente a vedação a
dispensa imotivada a todos os comandantes, durante a vigência do acordo, pelo que faz jus à
reintegração, em razão da garantia do emprego até o término de vigência do ACT.

Pois bem.

Analisando o ACT, vigente no período de 01/04/2020 a 30/06/2020 (id.


d6335a5), que instituiu medidas emergenciais em razão da pandemia do coronavírus, aplicáveis aos
tripulantes da reclamada, verifica-se que foi convencionada a redução proporcional da remuneração com
o aumento do número de folgas regulamentares, consoante disposto na Cláusula 4ª, bem como a vedação
da dispensa sem justa causa de qualquer aeronauta durante a vigência do acordo, nos termos da Cláusula
12ª.

No mesmo sentido, o ACT vigente no período de 01/07/2020 a 31/12


/2021 (id. a4af178), também firmado entre o sindicato da categoria e a reclamada e que dispôs sobre
medidas temporárias aplicáveis aos comandantes em razão da pandemia do coronavírus, previu a redução
da jornada (Cláusula 7ª) e em sua Cláusula 9ª dispôs com relação à garantia de emprego:

"CLÁUSULA NONA-DA GARANTIA DE EMPREGO

Fica vedada a dispensa sem justa causa de todos os COMANDANTES durante o período
de vigência deste Acordo Coletivo de Trabalho, salvo aqueles que aderirem ao PID ou
PAI, ora instituídos.

Parágrafo Único: A garantia de emprego ajustada no caput substitui integralmente a


garantia de emprego conferida aos COMANDANTES aderentes às LNRV's
anteriormente implementadas pela EMPRESA."

Nessa toada, ao contrário do que alega a ré, não há nos autos ACT
revogando o acordo anteriormente firmado, o que seria necessário para desobrigar a ré dos compromissos
firmados.

Dessa forma, não havendo prova de previsão em norma coletiva dispondo


expressamente sobre a revogação da garantia de emprego vigente na época da dispensa do autor, deve ser
mantida a sentença que deferiu indenização substitutiva da garantia provisória do emprego,
correspondente aos salários do período de 09/03/2021 a 31/12/2021.

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Quanto à pretensão do autor, melhor sorte não lhe assiste, porquanto o


período indenizado, como bem asseverado na Origem, não é contabilizado como tempo de serviço razão
pela qual não integra o contrato para fins dos reflexos pretendidos.

Nada a prover.

MULTA NORMATIVA

A ré se insurge quanto ao deferimento de multa normativa por violação da


norma coletiva.

Comprovado o descumprimento, pela reclamada, de cláusula prevista na


CCT da categoria atinente à estabilidade provisória de emprego, é devida a condenação da empresa ao
pagamento da multa disposta no instrumento normativo.

Não provejo.

RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

A ré pugna pela reforma da sentença para que as contribuições sociais


sejam recolhidas no momento processual oportuno, ou seja, após a liquidação e, após a intimação
específica para fazê-lo, respeitando-se assim, o devido processo legal e não após oito dias do trânsito em
julgado da sentença.

Tendo em vista que as parcelas objeto da condenação e, inclusive as


contribuições previdenciárias, serão apuradas em liquidação de sentença, consoante fundamentação,
observados os parâmetros lá fixados, entendo que é razoável que a ré seja intimada em momento
oportuno, após a liquidação do julgado, para que faça os devidos recolhimentos, pelo que provejo seu
recurso para determinar que as contribuições previdenciárias sejam recolhidas no momento processual
oportuno, ou seja, após a liquidação e, após a intimação específica para tal.

Provejo nestes termos.

RECURSO DO RECLAMANTE (matéria remanescente)

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HORAS EXTRAS EXCEDENTES À JORNADA CONTRATUAL

O reclamante insiste no pedido de pagamento de horas extras excedentes


à jornada mensal ou semanal. Afirma que as escalas utilizadas como prova de trabalho (id 1b6cf28), não
se prestam a provar a jornada do reclamante já que elaboradas unilateralmente pela ré, sem a assinatura
do obreiro e por elas não é possível aferir se tratam das escalas planejadas e/ou executadas. Aponta que
ambas as testemunhas ouvidas no feito foram uníssonas em consignar que a jornada diária era em torno
de 10 horas, trabalhando 05 dias na semana e que não era toda a jornada registrada nas escalas.

Pois bem.

Em sua inicial, o reclamante alegou que trabalhava em jornadas variadas e


que extrapolava a jornada semanal (incluindo tempo de voo e solo) que a devida contraprestação, pelo
que requereu o pagamento de 38 horas extras por mês.

Em defesa, a ré alegou que não houve desrespeito ao limite da jornada


regulada pela Lei 7.183/84 e Lei 13.475, de modo que as 176 horas mensais de trabalho da jornada do
aeronauta são quitadas pela parcela salarial fixa, "sejam elas de voo efetivo, de espera em solo, de tempo
de apresentação, de tempo de encerramento de atividades depois do corte dos motores, de sobreaviso ou
reserva".

A reclamada colacionou aos autos as escalas de vôo de id. 1b6cf28 cujo


teor o reclamante pretende a invalidação, porquanto referidas escaladas não registram as horas
antecedentes e posteriores aos vôos, conforme artigo 35 da Lei 13.457/2017".

A prova oral produzida na audiência de instrução, cujo teor se encontra


videogravado (id. 0a3d124) trouxe aos autos o seguinte material probatório:

A testemunha Rinaldo Nery da Hora disse:

"(...) que pilotava as mesmas aeronaves que o Reclamante; que a ré nunca pagou ou
compensou horas extras; que nas escalas de trabalho não constam todas as horas extras,
não constando os horários que saíam ou chegavam no aeroporto; que já trabalhou na
mesma base contratual que o autor; que os horários de voo lançados na escala executada,
na maior parte, estão corretos, tais como os horários de pouso; que as escalas vêm com
horário de apresentação; que a apresentação como aeronauta, tinha que ser no aeroporto."

A testemunha Roberto Macedo Feio disse:

"(...) que o horário de apresentação consta na escala planejada; que quando recebe a
escala planejada, segue o horário, o qual é sujeito a alterações; que não recebe
diariamente a escala executada; que obedecia a jornada 11 horas diárias."

A testemunha Augusto Henrique Daudt Azambuja disse:

Assinado eletronicamente por: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida - 19/10/2022 15:49:08 - 3e22c1b
https://pje.trt3.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22092712504592400000089728719
Número do processo: 0010643-32.2021.5.03.0144 ID. 3e22c1b - Pág. 10
Número do documento: 22092712504592400000089728719
Fls.: 12

"(...) que recebem uma escala planejada com horário de apresentação, com encerramento
e início da jornada; que se apresentam no horário publicado, sendo o mínimo de 50
minutos; que a empresa realiza o pagamento pela escala que beneficia o tripulante, a
publicada ou a planejada; que às vezes tinham que voar além do planejado e fica
registrado para fins de pagamento; que na regulamentação há previsão de extensão de
jornada, dentro da lei, por imprevistos; que a extensão é lançada na escala executada,
consta da mesma e quando é feita extensão é registrado no diário de bordo."

Tendo isso em vista, assim discorreu o Juízo em sentença (id. ec7c3dd):

"(...)Assim, diante da prova oral, restou provado que os horários de início (apresentação)
e o horário de término (efetivo encerramento da jornada) constam na escala laborada. O
que se tem, ao contrário, é que os horários de pouso estão corretos, que os comandantes
chegam no horário de apresentação que consta na escala e que na escala executada
consta o horário de saída, inclusive em casos de extensão da jornada.

Nesse contexto, acolho as escalas juntadas com a defesa como prova da jornada, de
modo que cabia a reclamante apontar os dias em que foi extrapolado os limites definidos
na lei 13.475/2017 ou diferenças a seu favor, ônus do qual não se desincumbiu.

Cabe ressaltar que, conforme os termos da defesa, a Lei 13.475 /2017 dispõe sobre a
duração da jornada legal do aeronauta na qual já estão incluídos o tempo de jornada em
voo, de jornada em terra, reserva e sobreaviso, ressaltando-se, ainda, que os
demonstrativos de pagamento de salário revelam o pagamento salário básico do autor
(jornada regular) e horas adicionais de voo, inexistindo determinação legal para o
desmembramento das horas para efeito de pagamento.

Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de pagamento de horas extras e reflexos


postulados."

Pois bem.

Em reanálise ao conteúdo dos citados depoimentos testemunhais coaduno


com o posicionamento adotado na Origem de que as escalas são válidas e refletem a real jornada de
trabalho do reclamante, não havendo que se falar nas pretendidas horas extras conforme narrado na
inicial. O fato de tais escalas não estarem assinadas pelo reclamante não é motivo apto a ensejar a sua
invalidade.

É importante ressaltar que, no que se refere à valoração da prova oral,


deve ser considerado pelo órgão ad quem, que o MM. Juiz a quo teve contato mais próximo, ainda que
por via de videoconferência, com as partes e testemunhas, encontrando-se em condição privilegiada para
aquilatar a credibilidade que possam merecer (artigo 371 do CPC).

Questões como a de preterir ou não um depoimento, fixar-lhe um maior


ou menor grau de credibilidade, sujeitam-se, antes de tudo, à regra da imediação, razão pela qual devem
prevalecer, sempre que possível, as impressões colhidas em audiência.

Ante o exposto, nada a prover.

JUSTIÇA GRATUITA

Assinado eletronicamente por: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida - 19/10/2022 15:49:08 - 3e22c1b
https://pje.trt3.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22092712504592400000089728719
Número do processo: 0010643-32.2021.5.03.0144 ID. 3e22c1b - Pág. 11
Número do documento: 22092712504592400000089728719
Fls.: 13

O reclamante pugna pelo deferimento dos benefícios da Justiça gratuita


para que seja isentado do pagamento de honorários à parte adversa.

O Juízo sentenciante indeferiu a justiça gratuita nos seguintes termos (id.


ec7c3dd):

"(...)Nos termos do artigo 790, §§ 3º e 4º da CLT, considerando-se o salário constante


dos comprovantes de pagamento e não tendo o autor demonstrado nos autos que tem
renda inferior a 40% do teto dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
indefiro, por ora, os benefícios da justiça gratuita ao mesmo, ficando resguardado o
direito de, posteriormente, comprovar eventual insuficiência de recursos.. (...)"

Pois bem.

A ação foi ajuizada já sob a vigência da Lei nº 13.467/17, devendo,


portanto, ser aplicado o dispositivo da lei nova quanto ao tema, tendo em vista o disposto no art. 1º da
Instrução Normativa TST nº 41/2018, in verbis:

A aplicação das normas processuais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho,


alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, com eficácia a partir de 11 de
novembro de 2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou
consolidadas sob a égide da lei revogada.

Dessa forma, dispõe o art. 790, parágrafos terceiro e quarto da CLT, com
a nova redação dada pela Lei nº 13.467/17, in verbis:

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de


qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que


comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.

Das fichas financeiras acostadas aos autos (id. 8548e75), verifica-se que o
reclamante recebia remuneração superior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social.

No entanto, o autor foi dispensado pela ré em fevereiro de 2021, e não há


notícias de que tenha encontrado nova ocupação.

Em virtude disso, entendo que restou configurada a hipossuficência do


reclamante de forma que devem ser deferidos os benefícios da Justiça Gratuita.

Ante o exposto, provejo o recurso autoral para conceder ao reclamante os


benefícios da justiça gratuita.

Assinado eletronicamente por: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida - 19/10/2022 15:49:08 - 3e22c1b
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Número do processo: 0010643-32.2021.5.03.0144 ID. 3e22c1b - Pág. 12
Número do documento: 22092712504592400000089728719
Fls.: 14

Sendo o autor beneficiário da justiça gratuita, os honorários devidos em


favor da ré ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade, nos termos do §4º do art. 791-A da CLT,
consoante entendimento exarado em sede de Embargos de Declaração pelo Min. Alexandre de Moraes na
ADI 5766 em junho de 2022

Provejo nestes termos.

CONCLUSÃO

Rejeito a preliminar de deserção apresentada em contrarrazões, conheço


dos recursos interpostos e, no mérito, provejo parcialmente o recurso da ré para determinar que as
contribuições previdenciárias sejam recolhidas no momento processual oportuno, ou seja, após a
liquidação e, após a intimação específica para tal.

Provejo parcialmente o recurso do autor para conceder-lhe os benefícios


da justiça gratuita. Sendo o autor beneficiário da justiça gratuita, os honorários devidos em favor da ré
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade, nos termos do §4º do art. 791-A da CLT, consoante
entendimento exarado em sede de Embargos de Declaração pelo Min. Alexandre de Moraes na ADI 5766
em junho de 2022

Mantenho o valor da condenação, por ainda compatível.

O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, em Sessão


Ordinária da Sexta Turma, hoje realizada, analisou o presente processo e, à unanimidade, rejeitou a
preliminar de deserção apresentada em contrarrazões e conheceu dos recursos interpostos; no mérito, sem
divergência, proveu parcialmente o recurso da ré para determinar que as contribuições previdenciárias
sejam recolhidas no momento processual oportuno, ou seja, após a liquidação e, após a intimação
específica para tal; unanimemente, proveu parcialmente o recurso do autor para conceder-lhe os

Assinado eletronicamente por: Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida - 19/10/2022 15:49:08 - 3e22c1b
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Número do documento: 22092712504592400000089728719
Fls.: 15

benefícios da justiça gratuita. Sendo o autor beneficiário da justiça gratuita, os honorários devidos em
favor da ré ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade, nos termos do §4º do art. 791-A da CLT,
consoante entendimento exarado em sede de Embargos de Declaração pelo Min. Alexandre de Moraes na
ADI 5766 em junho de 2022. Mantido o valor da condenação, por ainda compatível.

Presidente, em exercício: Exma. Desembargadora Lucilde D'Ajuda Lyra


de Almeida.

Tomaram parte nesta decisão os Exmos.: Desembargadora Lucilde


D'Ajuda Lyra de Almeida (Relatora), Desembargador Anemar Pereira Amaral e Desembargador Jorge
Berg de Mendonça.

Procuradora do Trabalho: Dra. Lutiana Nacur Lorentz.

Sustentação oral: Drª Natália Torres Souza, pela reclamada/recorrente.

Secretária: Márcia Moretzsohn de Oliveira.

Belo Horizonte, 18 de outubro de 2022.

LUCILDE D'AJUDA LYRA DE ALMEIDA

Relatora

VOTOS

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Número do processo: 0010643-32.2021.5.03.0144 ID. 3e22c1b - Pág. 14
Número do documento: 22092712504592400000089728719

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