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Universidade Católica De Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Tema:

O Alargamento da Base Tributária em Moçambique: Imposto Simplificado para Pequenos


Contribuintes (ISPC)

Assane Saide

Código: 708225192

Docente: Mutela Supinho

Curso: Administração Pública

Cadeira: Metodologia de Investigação Científica

1º Ano

Gurué, Junho de 2022


O Alargamento da Base Tributária em Moçambique: Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes (ISPC)

Assane Saide

Trabalho de carácter Avaliativo a ser


entregue no Instituto de Ensino a
Distância, no Curso de Licenciatura em
Administração Pública, na cadeira de
Metodologia de Investigação Científica

Tutor: Mutela Supinho

Gurué, Junho de 2022


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nacional e internacionais
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relevantes na área de
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Conclusão 2.0
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gerais
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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 5

1.1. Objectivos ................................................................................................................... 6

1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................... 6

1.1.2. Objectivos Específicos ........................................................................................ 6

1.2. Metodologia ................................................................................................................ 6

2. Imposto............................................................................................................................... 7

2.1. Objectivos do imposto ................................................................................................ 7

2.2. Elementos do Imposto ................................................................................................ 8

2.3. Fases do imposto......................................................................................................... 8

2.4. Receitas fiscais.......................................................................................................... 10

2.5. Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC) .................................... 10

2.5.1. Incidência real sobre o imposto simplificado para pequenos contribuintes ...... 10

3. Conclusão ......................................................................................................................... 12

4. Referências bibliográficas ................................................................................................ 13


1. Introdução

O presente projecto tem como tema, O alargamento da base tributária em Moçambique:


Imposto simplificado para pequenos contribuintes (ISPC).

A base económica de todo e qualquer país é e sempre foram os impostos, que são colectados
de várias vias mas com o mesmo objectivo, que é a justa repartição da riqueza e dos
rendimentos, e a diminuição das desigualdades sociais assim como o de alavancar a economia
do pais e criar mais oportunidades de emprego para os cidadãos. Durante anos vários países
desenvolvidos e subdesenvolvidos tem estabilizado sua economia através das receitas que
eles arrecadam de todas as camadas da comunidade, tanto empregados como desempregados,
agentes económicos, aplicando tais impostos para as despesas orçamentais.

Com o passar dos tempos, após a colonização, com vista a erradicar e escangalhar os traços
do colonialismo, a maioria dos cidadãos, as actividades informais e os pequenos negócios,
continuaram não pagando impostos. As empresas estatais também não o faziam. As receitas
do Estado provinham principalmente dos lucros de algumas poucas empresas rentáveis, das
alfândegas, e o défice era financiado através de crédito bancário, de emissão de moeda pelo
banco central, do financiamento e da ajuda externa. Posteriormente, após as reformas,
regulou-se a responsabilidade das pessoas singulares e colectivas.

Mas a maioria dos agentes económicos e das pessoas continuam não estando abrangidas. A
explicação é simples e complexa. Simples porque a base tributária está associada à estrutura
económica, onde a grandíssima maioria dos agentes económicos são informais, com
pequenos negócios sem organização empresarial convencional e grande parte do emprego
não está legalizado e nem registado e, portanto, não é tributável.

O imposto simplificado para pequenos contribuintes, vem com o objectivo de incluir esta
camada não abrangida para o sistema fiscal, como também promover a passagem para o
sector formal os sujeitos ou cidadãos que actuam no sector informal.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Analisar o contributo do imposto simplificado para pequenos contribuintes no
crescimento fiscal de Moçambique;

1.1.2. Objectivos Específicos


 Identificar os procedimentos levados a cabo na implementação do imposto
simplificado para pequenos contribuintes (ISPC);
 Descrever o nível de arrecadação do ISPC;
 Analisar o contributo do imposto simplificado para pequenos contribuintes ISPC face
ao alargamento da base tributária.

1.2.Metodologia
O trabalho foi elaborado por meio da pesquisa bibliográfica e a Internet, contudo o trabalho
apresenta conteúdo descritivo e explicativo. Segundo Gil (2006), pesquisa bibliográfica é
aquela que é desenvolvida a partir do material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos. (p. 65)
Esta é relevante para a realização dos trabalhos porque facilita a recolha de dados, utilizando
os métodos científicos. Estas são pesquisas usadas para que o objectivo pretendido no
presente trabalho fosse alcançado, e após estas pesquisas fez-se a devida revisão das várias
abordagens trazidas a tona pelos autores das obras consultadas. Por outro lado, foi necessário
o uso das tecnologias de informação e comunicação para a sua digitação, usando
concretamente o Microsoft Office.

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Contextualização

2. Imposto

Segundo Waty (2013), o imposto é uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, definitiva,
não sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por lei, a favor duma entidade
pública ou com funções públicas, para a satisfação de necessidades públicas e redistribuição
de riqueza, independente de qualquer vínculo anterior.

Para Ibraimo (2000), o imposto é “uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral,
Estabelecida por lei, sem carácter de sanção, a favor do Estado, para a realização de fins
públicos”. (p. 40)

Para Oliveira (2011) imposto: é uma prestação pecuniária unilateral, definitiva e coactiva,
fixada por lei exigida às pessoas com capacidade contributiva, a favor de entidades que
desenvolvem ou exercem funções públicas. Com vista à satisfação de necessidades colectivas
e que não tem carácter de sanção de acto ilícito. (p. 92)

Dos conceitos acima supracitados, o que se encaixa mais com o trabalho é e definição de
Oliveira (2011), que define imposto como uma prestação pecuniária unilateral, definitiva e
coactiva, fixada por lei exigida às pessoas com capacidade contributiva, a favor de entidades
que desenvolvem ou exercem funções públicas. Com vista à satisfação de necessidades
colectivas e que não tem carácter de sanção de acto ilícito.

2.1.Objectivos do imposto

Segundo Waty (2013), o imposto tem por objectivo a justa repartição da riqueza e dos
rendimentos, e a diminuição das desigualdades sociais.

Por outro lado, a lei de Bases do Sistema Tributário (Lei 2/2006 de 22 de Março) estabelece
três Objectivos do imposto, quais sejam:

a) Objectivo fiscal: obtenção de receitas para a satisfação das necessidades financeiras do


Estado;

b) Objectivo social: repartição justa da riqueza e dos rendimentos e a diminuição das


desigualdades sociais e

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c) Objectivo económico: combater a inflação, obter a selectividade do consumo, proteger as
indústrias nacionais e incentivar a poupança e o investimento.

Nesta perspectiva, pode-se considerar que a cobrança do Imposto simplificado para pequenos
contribuintes enquadra-se no Objectivo de obtenção de receitas para a satisfação das
necessidades financeiras do Estado.

2.2.Elementos do Imposto

Segundo oliveira (2010/2011), o imposto apresenta dois elementos, nomeadamente, elemento


objectivo e subjectivo.

Elemento objectivo é uma prestação. Esta prestação tem determinado características,


nomeadamente:

a) Pecuniária (entrega de dinheiro);


b) Unilateral (sem contraprestação imediata e individualizada);
c) Definitiva (não dá direito a reembolso);
d) Coactiva (imposta por lei).

Elemento Subjectivo: exigido a detentores de capacidade contributiva (sujeito passivo –


quem paga o imposto), a favor de entidades que exercem funções públicas (sujeito activo – a
favor de quem)

Exemplo: Estado ou empresas privadas com funções públicas.

Elemento Teleológico: destina-se à realização de finalidades públicas. Se é imposto, é


porque obrigatoriamente terá de ser aplicado na melhoria dos serviços públicos.

2.3.Fases do imposto

Sob ponto de vista da disciplina jurídica do imposto, podemos identificar dois momentos
essenciais em que se desdobra a sua vida: (1) a incidência e (2) o momento administrativo.
(pene 2014, p. 74).

1ª Fase: Incidência

Para Pene (2014), na incidência, que é fase de criação ou instituição do imposto, trata-se de
definir, através da lei e da forma geral e abstracta, o complexo de pressupostos de cuja
conjugação nasce a obrigação do imposto, bem como os elementos da mesma obrigação.

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As normas que determinam a taxa do imposto, as deduções à colecta e os benefícios fiscais
também se enquadram na incidência. E segundo este autor, a incidência é um momento
legislativo qualificado, visto que a sua disciplina esta subordinada as exigências do principio
de legalidade fiscal.

2ª Fase: Momento administrativo

Segundo Pene (2014), no momento administrativo procede-se a aplicação, administração e


gestão do imposto, através das operações do lançamento, liquidação e cobrança. Conforme
se, não se trata nesta fase de instituir ou de criar o imposto, mas antes e só o de administrar ou
gerir. (p. 76)

3ª Fase: Lançamento

O lançamento consiste num conjunto de actos e operações pelos quais a administração


tributária, ou seja o sujeito passivo, no caso do auto lançamento, determina em concreto os
elementos da obrigação de impostos, isto é, identificasse os contribuintes, determina-se em
concreto a matéria colectável ou tributável e a taxa (no caso de impostos com mais de uma
taxa). (Pene 2014, p. 76)

4ª Fase: Liquidação

Pela liquidação determina-se a colecta aplicando-se a taxa à matéria colectável ou tributável.


Quando não haja deduções à colecta ou adicionais liquidados conjuntamente com os impostos
principais, a liquidação coincidira com o imposto a pagar pelo contribuinte. (Pene 2014, p.
77)

5ª Fase: Cobrança ou pagamento

A cobrança visa a arrecadação do imposto liquidado e demais encargos legais e a


consequente extinção da divida.

Segundo o art. 142 da LGT a cobrança da divida tributaria pode ocorrer sob a modalidade do
pagamento voluntário ou cobrança coerciva.

O pagamento voluntario é efectuado ate a instauração do processo de execução fiscal, sem


prejuízo do vencimento de eventuais juros, no caso de não apagamento da divida dentro do
prazo, conforme disposto no art. 143 conjugado com o n4 do art. 168 da LGT

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2.4.Receitas fiscais

Receitas fiscais ou impostos: são prestações pecuniárias de natureza corrente, definitivas,


com carácter coercivo e unilateral, porque sem contrapartida imediata e directa para quem a
paga ou suporta, de que são beneficiários o Estado, uma autarquia local, outros níveis do
governo ou outro ante público (ex: IRS, IVA, imposto sobre veículos, imposto sobre o
consumo de tabaco, imposto municipal sobre veículos, etc). (Perreira et all 2012. p. 2016)

Pois embora as receitas fiscais abriguem um elevado número de tipologias, o presente


trabalho pretende se focalizar apenas no alargamento da base tributário, caso do imposto
simplificado para pequenos contribuintes.

2.5.Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)

O imposto simplificado para pequenos contribuintes assenta num regime de tributação


logicamente simplificado que visa essencialmente atrair o sector informal para o sistema
tributário, alargando assim, a base tributária e, em paralelo, diminuindo a taxa de imposto
aplicável ao contribuinte, facto que rentável para a Administração Tributária, uma vez que
em princípio originará um aumento da receita fiscal (por passar a abarcar o mercado
informal).

Segundo o decreto 14/2009 de 14 de Abril, no seu artigo n01, defende que o imposto
simplificado para pequenos contribuintes, abreviadamente designado ISPC, aplica-se as
pessoas singulares e colectivas que desenvolvam, em território nacional, actividades
agrícolas, industriais ou comerciais, tais como a comercialização agrícola, o comércio
ambulante, o comércio geral por grosso, a retalho e misto, e o comércio rural, incluindo as
bancas, barracas, quiosques, cantinas, lojas e tendas, bem como a indústria transformadora e a
prestação de serviços, incluindo os exportadores e os importadores, de pequena dimensão.

2.5.1. Incidência real sobre o imposto simplificado para pequenos contribuintes

Segundo o decreto 14/2009 de 14 de Abril, o ISPC incide, nos termos da lei n 5/2009, de 12
de Janeiro, sobre o volume de negócios realizados durante o ano fiscal, pelos sujeitos
passivos referidos no artigo n01 do decreto acima citado, desde que:

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a) Em relação ao ano anterior, o volume de negócios seja igual ou inferior a
2.500.000,00mt; e
b) Não sejam obrigados, para efeitos dos impostos sobre o rendimento, a possuir
contabilidade organizada.

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3. Conclusão

Este trabalho teve como objectivo geral, Avaliar o contributo do imposto simplificado
para pequenos contribuintes nas receitas fiscais, que permitiu concluir que o ISPC contribuiu
bastante nas receitas fiscais de um pais, visto que um número considerável de cidadãos que
antes actuavam no sector informal passou a actuar no sector formal cumprindo com a
obrigação de pagar os seus impostos.

O sector informal cresce a cada ano de modo muito acelerado e uma vez que estes actuavam
fora do sistema tributário, houve necessidade de se criar uma lei que abrangesse essa camada
a fim de que mais receita fosse colectada para os cofres do Estado.

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4. Referências bibliográficas

Pene, C. (2014) apontamentos do direito fiscal moçambicano, escolar editoras.

Perreira, P. T., Afonso, A., Arcanjo, M., e Santos, José C. G., (2012) economia e finanças
públicas, 4ed revista actualizada, escolar editora

Pires, M., e Pires, R. C., (2010) direito fiscal, 4ed.

Teixeira, R., (1989) Lições de Finanças Públicas, 3ª Edição, Coimbra Editora, 1989.

Ibraimo, I.(2000) Direito Tributário. Maputo. Livraria Universitária. Universidade Eduardo


Mondlane

Waty, T. (2013) Direito Tributário.Maputo. W&W Editor, Lda.

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