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INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1 Perspectiva Histórica
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afastar da escola regular das crianças com atrasos, os que obtinham um quociente
intelectual (Q.I.) abaixo de certos limite. (1997, p. 12)
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constitui um exemplo dessa tendência (Coll et al., 2000). Deste modo, inicia-se
uma “substituição progressiva de um tipo de intervenção clínica, ou médica,
centrada sobretudo no diagnóstico e no tratamento dos transtornos de
desenvolvimento e da conduta, para uma intervenção do tipo mais educativo,
centrada nos problemas e nas dificuldades de aprendizagem dos alunos e no
trabalho escolar” (idem, pp. 62-63).
Esta visão vai gerando a progressiva democratização da escola que, então,
visa organizar-se de molde a facilitar a igualdade de oportunidades de acesso à
educação escolar a todas as crianças. Contudo, se as portas da escola se abriam,
as portas das salas de aula pareciam continuar demasiado fechadas à inevitável
diversidade dos alunos.
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Esta visão, existente durante estas primeiras décadas, trouxe consigo duas
consequências significativas. A primeira era a necessidade de uma detecção
precisa do distúrbio, que se beneficiou sobremaneira com o enorme
desenvolvimento dos testes de inteligência, cujas mensurações proporcionaram a
delimitação dos diferentes níveis do atraso mental. A segunda aparece vinculada à
conscientização de uma atenção educacional especial, distinta e separada da
organização educacional regular. Surgem, assim, as escolas de educação
especial, que foram se ampliando e consolidando paralelamente ao
desenvolvimento do estado moderno. (p. 9)
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Este novo modelo não afecta apenas os alunos até agora considerados casos
típicos de Educação Especial, mas, também, e isto é importante, todos os outros
alunos com atraso escolar por causas diversas que engrossariam dentro em pouco
essa lista de fracassados escolares e que agora, graças às alterações propostas
para as condições educativas, receberão o apoio adequado para superar as suas
dificuldades. (Jiménez, 1997, p.11)
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Luz sobre inúmeras e variadas dificuldades de aprendizagem que afetam [sic] uma
proporção muito maior de alunos. Pode-se incluir aqui os atrasos na aprendizagem
de diferentes matérias, a lentidão na compreensão da leitura, os problemas de
linguagem, os distúrbios emocionais de conduta, a evasão escolar, o isolamento
social, etc. (p. 12)
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Quadro 1
Comparação Semântica da Expressão Educação Especial (EE) no seu Sentido
Tradicional com a Expressão Necessidades Educativas Especiais (N.E.E.)
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Adopta-se, aqui, a noção expressa por Rodrigues (2001) ao referir que a escola integrativa é “ a escola em
que se integram alunos com necessidades educativas especiais” (p. 17).
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Com o decorrer dos anos, e tendo em conta esta realidade, em 1986, os defensores
dos direitos dos alunos com NEE, os pais dos alunos com NEE severas e o
reconhecimento público de que a escola não estava a desempenhar o seu papel ao
não providenciar respostas educativas para todos os alunos forçaram a
reestruturação do sistema educativo, apelando para a criação de condições que
permitissem responder às necessidades educativas dos alunos com NEE nas
escolas regulares das suas residências. (2003b, p.19)
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os interesses dos alunos concretos à frente dos slogans teóricos, por mais
atractivos que estes possam ser.
S. Stainback e W. Stainback (1999), acrescentam, entretanto, que nos
tempos actuais já se assiste a um gradual abandono do termo integração, uma
vez que, ao mesmo, está associada a ideia de colocação, na vida escolar, de
alguém, ou de um grupo de indivíduos, que, até ao momento, dela estavam
excluídos. Sob estes parâmetros de análise, S. Stainback e W. Stainback
expressam a ideia de que a integração traduz o princípio de que os alunos a
integrar terão de ser, previamente, preparados para se adaptarem ao modelo
pedagógico implementado nas classes regulares, o qual estaria, então,
desenhado, para responder, fundamentalmente, aos alunos normais. Em
contrapartida - e continuando-se a adoptar as linhas de pensamento defendidas
pelos autores mencionados - a educação inclusiva centra-se na assunção, por
parte da equipa educativa da escola, da responsabilidade de organizar
estratégias, dinâmicas e serviços pedagógicos susceptíveis de responder às
necessidades reveladas pelo conjunto dos seus alunos. Deste modo, Stainback e
Stainback postulam o princípio de que cada escola se deverá dimensionar para
atender toda e qualquer criança da sua área de residência, opinião que, neste
particular, se afigura adequada e que, em consequência é alvo de adesão neste
trabalho.
Com uma vasta gama de pressupostos, Stainback e Stainback sustentam,
portanto, claramente que uma escola inclusiva deve estar organizada de molde a
não deixar ninguém de fora, tanto do ponto de vista educativo, como social, ou
físico. Está em jogo, assim, uma visão que propugna por um ideal em que todas
as crianças sejam consideradas membros activos e reconhecidos no seu contexto
sócio-cultural de referência e que, no mesmo, todas disponham de igualdade de
oportunidades educacionais e sociais.
Na mesma linha de raciocínio, Correia (2001, 2003a), explicita, também, as
diferenças operativas entre os conceitos de integração e de inclusão. Assim, no
que se refere ao termo integração, este autor esclarece que, o mesmo, pressupõe
o ingresso de alguém na corrente educativa principal admitindo-se até que,
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parece, por vezes, acontecer. Daqui, resultará um cenário de todo indesejável, até
pelas percepções ambíguas que pode provocar nos esquemas conceptuais dos
educadores, induzindo, consequentemente, eventuais reflexos negativos tanto nos
processos de planificação e de gestão das suas práticas profissionais quotidianas,
como nos resultados pedagógicos de tal decorrentes, junto dos alunos. Daí que se
afigure ser indispensável desenvolver esforços para se chegar a uma clarificação
conceptual e consensual dos termos mais usados no seio da comunidade
profissional educativa, no campo da educação inclusiva.
O pressuposto de base contido, de forma mais ou menos explícita, nos
princípios expostos, consiste no facto de que os alunos são todos diferentes e
que, consequentemente, abordam as propostas curriculares de acordo com as
respectivas potencialidades e limitações, designadamente, os alunos com NEE.
Daqui parece, então, emergir o termo diversidade, como aquele que melhor traduz
o sentido profundo da inclusão educativa. Inerente ao termo diversidade subjaz,
por seu turno, uma certa ideia de igualdade, a qual significa que, conquanto
diferentes, todas as crianças têm algo em comum, sendo que, esse algo, é
representado, exactamente, pela necessidade de aprender. Então, incluir seria, do
ponto de vista pedagógico, ensinar, tendo como base da planificação e da
intervenção, o quadro dos estilos de aprendizagem dos alunos e, em particular, os
dos alunos com necessidades educativas especiais. Desta maneira seria
escrupulosamente concretizada a tão justamente propalada igualdade de
oportunidades educativas para todos e para cada um dos alunos, através de um
atendimento escolar rigorosamente assente no respeito das suas formas
específicas de apropriação dos saberes
Precisamente nos anos noventa do século XX, as preocupações em torno
da Escola para Todos, reforçavam e promoviam o ideal subjacente às políticas
implícitas da educação inclusiva, relevando-se, deste modo, o reconhecimento da
diversidade, o direito à especificidade e o respeito pelos ritmos de aprendizagem.
Como corolário de tudo isto realçava-se o princípio da assunção da necessidade
do atendimento educativo diferenciado, a fim de salvaguardar os direitos das
crianças com NEE.
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Pode-se, neste aspecto, admitir que este decréscimo é, nalguns países, uma consequência do
abrandamento dos nascimentos, como sucedeu, por exemplo, em Portugal.
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Num mundo em que a realidade social e cultural se centra cada vez mais
na trinomia da globalização, diversidade e comunicação, a dicotomia da inclusão
versus exclusão, ocupa - designadamente após a realização da anteriormente
referida Conferência de Salamanca - um lugar crucial na preocupação das
políticas de governação da generalidade dos países. Esta preocupação encontra,
naturalmente lugar privilegiado a nível dos respectivos sistemas educativos,
visando-se, desse modo preparar as novas gerações para uma futura convivência
pacífica entre os povos, assente no conhecimento, aceitação e valorização das
diferenças.
Num tempo em que as mais diversas gentes se cruzam um pouco por toda
a parte, torna-se imperioso que a educação das crianças e dos jovens de hoje se
subordine aos princípios da interacção e da inclusão, facilitando, assim, por um
lado, o crescimento de uma predisposição para lidar com aquela diversidade e,
por outro, o desenvolvimento experienciado de um saber que, alicerçado em
relações de solidariedade e de cooperação, emerge como um suporte
fundamental e determinante da própria sobrevivência da humanidade, no século
XXI: o saber conviver. Perante estes pressupostos, novos e complexos desafios
se colocam, de forma irreversível, aos sistemas educativos em geral, os quais,
pressionados pela inevitabilidade de educar para e na diversidade, são
confrontados, portanto, com a questão de como tornar as escolas
verdadeiramente inclusivas. Ou seja, de como devem as escolas organizar-se
para serem capazes de lidar, eficientemente, com as diferenças,
independentemente da sua origem, ou natureza.
Nalguns países, a par do conceito de escola inclusiva, vai emergindo o de
escola compreensiva caracterizando-se um e outro por uma “vontade de tornar
possível uma educação comum e individualizada, mediante a oferta de opções
múltiplas e diversas em um mesmo contexto escolar” (Gortázar, 1995, p. 322). A
este propósito, a UNESCO (2000) tece, também, algumas considerações que,
pela sua pertinência, aqui se recuperam, na sua essência:
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que devido a determinados factores sejam tidos como especiais (Gartner, 1987).
Ou seja, os estabelecimentos de ensino deverão organizar-se de molde a que
nenhum dos seus alunos se sinta excluído.
Neste contexto, impõe-se o “reconhecimento e a valorização da
heterogeneidade, implicando a necessidade de se não ser indiferente à diferença,
pelo que se deverá proporcionar a cada aluno, a oportunidade de progredir de
acordo com as suas necessidades e características” (Correia & Serrano, J. 2000,
p. 32). Sob esta perspectiva, afigura-se fundamentada a crença de se estar
perante uma escola quase que ideal, até porque “ a filosofia da inclusão só traz
vantagens no que respeita às aprendizagens de todos os alunos” (Correia, 2003a,
p. 14).
A progressiva transformação das comunidades escolares em comunidades
inclusivas irá consolidando o sentimento de pertença a um grupo de referência,
com as consequentes influências positivas a nível da auto-estima dos alunos, bem
como da valorização das diferenças e do respeito mútuo. Paralelamente:
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que não canalizar, parte desses recursos, para os diferentes sistemas educativos,
a fim de que os mesmos possam garantir uma educação de qualidade e de
igualdade a todas as crianças? Com esta simples alteração estratégica no
investimento financeiro, certamente que seriam minoradas as assimetrias sociais
existentes e tornada a vivência de todos mais apetecida e tranquila.
As escolas representam um espaço social de excelência para se
equacionarem, reflectirem e debaterem os grandes dilemas que se colocam às
sociedades contemporâneas. São, por isso, um óptimo lugar para as novas
gerações iniciaram uma aprendizagem consciente e assumida dos valores e
práticas da inclusão. Uma escola que valorize a diversidade e pratique a inclusão
é uma escola de grande potencialidade formativa para todos quantos nela
trabalhem e estudem e muito especialmente “ para os alunos sem NEE, uma vez
que lhes permite perceber que todos somos diferentes e, por conseguinte, que as
diferenças individuais devem ser respeitadas e aceites” (Correia, 2003a, p. 15).
Murray-Seegert, há uns anos atrás (1989) preconizava, já, que os alunos
sem necessidades educativas especiais recolhiam benefícios para o
desenvolvimento das suas competências sociais, precisamente, devido à sua
interacção - em contextos escolares inclusivos - com os seus pares portadores de
necessidades educativas especiais. Marchesi e Martin (1990) reforçam esta
perspectiva, referindo que os alunos que não são portadores de necessidades
educativas especiais, em contextos educativos inclusivos, dispõem de um ensino
mais individualizado, de mais recursos e desenvolvem valores e atitudes de
solidariedade, de respeito e de colaboração. Apontam, também, para uma espécie
de reciprocidade de benefícios resultante das relações de amizade geradas, no
quotidiano escolar, entre os alunos com e sem necessidades educativas
especiais.
Um estudo de invulgar fôlego, realizado por Meyer, Park, Grenot-Scheyer,
Schwartz e Harry, publicado em 1998, conduziu a resultados que permitem
confirmar as referidas perspectivas de Murray-Segert e de Marchesi e Martin. Ou
seja, os resultados da sua investigação demonstraram, de forma cientificamente
comprovada, que os alunos sem necessidades especiais, colhem benefícios
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Para além da filosofia da inclusão lhe reconhecer o direito de aprender junto com
os seus pares sem NEE, o que lhe proporciona aprendizagens similares e
interacções sociais adequadas, ela pretende retirar-lhe, também, o estigma da
“deficiência”, preocupando-se com o seu desenvolvimento global dentro de um
espírito de pertença, de participação em todos os aspectos da vida escolar.
(Correia, 2003a, p. 15)
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Perante estes dados, parece portanto urgente que sejam criadas condições
para que as crianças e os jovens desenvolvam competências éticas de relações
pessoais, decorrentes de valores como de aceitação, de respeito, de confiança
mútua e de cooperação, valores que, como já foi evidenciado, consubstanciam os
alicerces da escola inclusiva. Estes princípios deverão, contudo, ser objecto de
atenção, também por parte da própria sociedade em geral e, em particular, por
parte das famílias, pois que sozinha, a escola não será capaz de levar a bom
termo esta missão.
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• Liderança eficaz, não só por parte do director, mas difundida através da escola
• Envolvimento da equipa de profissionais, alunos e comunidade nas orientações e
decisões da escola
• Um compromisso relativo a uma planificação realizada sob dinâmicas de
colaboração
• Estratégias de coordenação
• Focalização da atenção nos benefícios potenciais da investigação e da reflexão
• Uma política de valorização profissional de toda a equipa educativa. (p. 24)
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Princípios para a Inovação das Organizações Educativas numa Perspectiva de
Escola para Todos a Partir dos Contributos de Torres (1993)
Princípios Estratégias
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Kauffman (1995) revela uma posição não coincidente. Efectivamente, este autor preconiza a ideia de que se,
de facto, se quer preparar as crianças para viver no mundo adulto, então, será melhor proporcionar-lhes a sua
afiliação a diferentes grupos e que aprendam a movimentar-se, adequadamente, de uns para outros.
relacionar a rumo das mudanças com a natureza dos resultados escolares dos
alunos, condição que se julga ser de pertinente relevância.
remete, sem dúvida, para uma finalidade que certamente merecerá a unanimidade
de concordância por parte da generalidade dos profissionais de educação. O que
se afigura, no entanto, importante é que esse desejado acréscimo de qualidade
seja perspectivado em relação a todo e qualquer aluno, independentemente das
suas capacidades e limitações, a fim de que o ideal da educação inclusiva se
afirme, também, na implementação desta reorganização curricular.
No seu conteúdo preambular, o decreto-lei em análise esclarece que o seu
próprio aparecimento decorreu de um processo longo e continuado de trabalho
com as escolas, destacando, neste contexto, o projecto de reflexão participada
sobre os currículos do ensino básico. Na mesma secção é, ainda, realçado que “
após o diagnóstico, foram lançadas medidas de combate à exclusão no âmbito do
ensino básico, nomeadamente, os currículos alternativos” (parágrafo 4.º). Este
excerto atesta e reforça a referida intenção inclusiva que subjaz à legislação em
análise, facto que justifica o alimentar da esperança de que o sistema educativo
português esteja sensível a esta problemática e que preconize, em consequência,
a adopção de medidas que combatam a exclusão.
Julga-se, oportuno entretanto, aqui, expressar as dúvidas que se julgam
inerentes à medida mencionada - currículos alternativos - nomeadamente, no que
concerne ao facto de, a mesma, poder ser considerada, ou não, uma resposta
educativa intrinsecamente inclusiva. Efectivamente, se se poderão reconhecer
algumas virtualidades no que se refere à prevenção da exclusão escolar, já o
mesmo não se poderá, eventualmente, afirmar no que respeita à inclusão
curricular, uma vez que a medida em causa assenta, precisamente, no
pressuposto de um currículo alternativo o qual, pela sua natureza, não possui o
atributo da equidade dentro da organização curricular do ensino básico, antes se
caracteriza por ser um itinerário de segunda oportunidade especialmente
concebido para alunos que de um modo, ou de outro, não obtiveram sucesso no
contexto curricular geral. Não sendo, portanto, uma via de diversificação curricular,
integrada - a nível de primeira oportunidade - no currículo, geral e aberta para todo
e qualquer aluno, cujo estilo de aprendizagem aconselhe a sua frequência, os
modalidade e que, para além disso, aparenta não aplicar-se aos alunos com
dificuldades de aprendizagem.
Perante este cenário, importa, ainda, reflectir nos dados numéricos em jogo,
números que, no caso, não são identidades abstractas, antes se referem a
pessoas concretas: crianças e jovens. Assim, o autor antes citado (Correia, 1997)
indica que, do universo dos alunos com problemas escolares, 48% se integram na
categoria das dificuldades específicas de aprendizagem. Logo - e sem se sair da
realidade pura e crua dos dados matemáticos - há que concluir que praticamente
metade dos alunos que revelam dificuldades no seu percurso escolar, não são
elegíveis, segundo a letra da lei, para serem alvo da disponibilização dos serviços
a prestar pela educação especial.
Face ao exposto, julga-se, então, haver matéria e fundamentos para uma
profunda reflexão sobre a natureza das possíveis implicações práticas do decreto-
lei, sobretudo, no que toca à construção e - se possível - generalização de escolas
inclusivas. Daí o entender-se que, pela natureza do presente trabalho, esta
questão merece, aqui, uma atenção e uma reflexão pormenorizadas.
Recuperando-se, entretanto, outras linhas de força cruciais da legislação
em apreço - nomeadamente, no que respeita à gestão qualitativa da diversidade e
à formação integral do aluno - emerge, com evidente clareza, a necessidade de
serem privilegiadas estratégias de ensino-aprendizagem, mormente nas salas de
aula, que possibilitem a consecução efectiva daquelas metas educativas. Caso
contrário, as escolas não corresponderão às expectativas geradas em torno do
decreto-lei e, por conseguinte, não serão satisfeitas as necessidades das crianças
e dos jovens de hoje, em ordem a, por sua vez, serem capazes de uma integração
activa, crítica e responsável, na vida social contemporânea e futura cujas
exigências são cada vez mais profundas.
Em termos gerais, a intenção subjacente à publicação da legislação em
questão, parece configurar um espectro globalmente positivo, já que postula vários
procedimentos que, no seu todo, visam um ajustamento curricular e metodológico
às novas e prementes exigências das condições sócio-culturais em que se
envolvem e desenvolvem as sociedades modernas. Contudo, parece haver
fundamentos para se considerar esta mudança curricular, como algo que fica a
meio caminho, pois que a própria legislação em apreço remete alguns dos seus
pontos para a organização curricular anteriormente vigente, facto que sugere, uma
visão fragmentada, desarticulada e algo incoerente do próprio currículo nacional.
Fundamenta-se, assim, a crença de ser necessário, em legislação futura,
conceder maior profundidade à reorganização curricular em questão, pois, assim,
como está, aparenta ser - como costuma, nestes casos, referir Rudduck, (1991) -
como que uma inovação desprovida de mudança.
Wang (1997) refere, a este propósito, que num estudo por si realizado, com
a colaboração de Haertel e de Walberg - e concluído em 1993 - procurou,
precisamente, recensear quais as variáveis que revelam um maior grau de
influência na criação de organizações escolares orientadas para a educação
inclusiva, essencialmente, a nível da sala de aula. Tal indica, portanto, que Wang
e os seus colaboradores se preocuparam, essencialmente, com as variáveis que
mais de perto determinam o grau de eficiência e de inclusão do processo de
ensino-aprendizagem. O estudo em análise, demonstrou que as variáveis
chamadas de influências directas são as que, sem dúvida, produzem maior efeito.
Explicitando quais as variáveis que designam por influências directas, Wang e
seus colaboradores referem que neste contexto se incluem: as capacidades
cognitivas, a motivação, o comportamento dos alunos, a organização da sala de
aula, o clima relacional e as interacções entre os alunos e o professor; a
quantidade e a qualidade do ensino e o apoio dos pais, nomeadamente no que
concerne à ajuda na aprendizagem em casa.
Outras variáveis que os autores em questão consideram como variáveis de
influência indirecta, são igualmente elencadas, porém, com a indicação de que o
seu concurso para a educação inclusiva, embora importante, se situa num grau de
menor impacto do que o ocorrido com as chamadas variáveis de influência directa.
Para Wang, as variáveis de influência indirecta, são: a cultura da escola, a tomada
de decisões pelo professor/administrador e as influências comunitárias.
A autora intenciona, assim, evidenciar que as possíveis variáveis que
concorrem para a implementação de uma escola inclusiva, têm, para este efeito,
um grau de influência diferenciada, entre si. Analisando-se os resultados da
investigação aportados por Margaret Wang, julga-se, então, ser de concluir que a
sala de aula e as dinâmicas de ensino-aprendizagem, desenvolvidas naquele
espaço, configuram o núcleo de referência crucial de todo o projecto de uma
escola inclusiva. Ora, por se concordar com aquela opinião, o espaço e as
dinâmicas da sala de aula merecerão, neste trabalho, uma atenção julgada
correspondente à importância que detêm no contexto em estudo.
Estamos convictos de que não basta criar um sistema de boas vontades, de bons
relacionamentos e que preveja uma formação adequada. Há também que considerar
que qualquer tipo de mudança deve ser compreendida e desejada, não só por
educadores, professores e gestores escolares, mas também por pais e cidadãos em
geral. (p. 41)
4
Rossman, Corbertt e Firestone (1988) remetem a ideia de cultura escolar para a existência de um conjunto
de expectativas construídas e partilhadas pelos elementos de cada escola, em relação tanto ao que esta é,
como ao que deve ser.
5
Como corroboram Correia e Serrano, J. (2002) ao afirmarem que “a existência de uma atitude de crença,
por parte de cada comunidade educativa, configura o requisito fundamental para a consecução de uma
verdadeira cultura de inclusão” p. 32.
6
Staessens (1993), também aborda esta questão da relação entre a cultura escolar e a inovação,
preconizando a ideia de que a natureza da reacção da organização à implementação de mudanças, depende
da cultura existente e que esta consubstancia, mesmo, o factor determinante do êxito, ou do fracasso
daquelas mudanças
Quadro 3
Relações entre a Cultura Escolar e as Mudanças Educacionais, na Perspectiva de
Rossman, Corbett & Firestone (1988).
7
Entendendo-se identidade como o conjunto de crenças e de valores gerados, interactivamente, pelo
colectivo da organização (González, 1994)
8
Resultados que, no entender dos autores, se referem ao incremento do pensamento crítico, capacidade de
aprendizagem e auto-estima, nos alunos e, no que diz respeito aos professores, reforço da atitude de
cooperação e de responsabilização e, ainda, do desenvolvimento profissional.
9
Para Barth (1988), as relações entre os adultos, numa escola, influenciam mais o clima, a qualidade da
mesma e o próprio progresso educativo dos alunos do que nenhum outro factor.
básico, pelo que urge que as equipas escolares considerem aquela diversidade,
como um factor positivo. Logo, a atenção à diversidade é um pressuposto nuclear
da escola inclusiva e, portanto, consubstancia uma forte razão para o
desenvolvimento de processos interactivos de reflexão que redundem na procura
de estratégias de intervenção susceptíveis de responder a todos e a cada um dos
alunos, na sua escola de referência. Para que tal se concretize é forçoso que este
princípio seja assumido por todos os profissionais que asseguram a organização e
o funcionamento de cada escola (Arnaiz, 1996). Pretende-se, assim, demonstrar
que manter as escolas sob modelos de organização tradicionais significa,
provavelmente o adiar da vigência das práticas inclusivas, dado que estas exigem
“ a reestruturação da escola e do currículo no sentido de permitir a todos os
alunos, com as mais diversas capacidades e interesses, características e
necessidades, uma aprendizagem em conjunto” (Correia 2003a, p. 13).
Nesta perspectiva, um dos percursos mais nítidos da reorganização da
cultura escolar para um modelo de inclusão, parece situar-se, não tanto, em
mudanças de natureza quantitativa, mas, sim e fundamentalmente, em alterações
do foro qualitativo. E dentro deste último âmbito, impõe-se tanto a renovação da
própria concepção de educação, como o repensar da gestão do currículo,
passando pela forma de organizar as actividades de aprendizagem em sala de
aula (Pérez Gómez, 1992).
A propósito refira-se que Ainscow e Muncey (1989) realizaram uma série de
estudos com a finalidade de identificar quais eram os factores principais que
caracterizam as escolas regulares consideradas eficazes no atendimento a alunos
com necessidades educativas especiais. Analisando-se os resultados obtidos pela
pesquisa referida, constata-se que os procedimentos em causa se centram
fundamentalmente nos seguintes processos:
• Ampla gama de experiências curriculares de forma a satisfazer as
necessidades de todos os alunos;
• Formas organizadas de apoio aos professores de turma;
• Registo e avaliação dinâmica dos progressos dos alunos.
O ensino é, muitas vezes, uma profissão solitária. Um professor pode fazer algo
maravilhoso na sua turma sem que o colega da sala vizinha faça a mínima ideia do
que aconteceu. É possível que quatro professores no mesmo edifício criem
materiais sobre um determinado tópico e nunca fiquem a saber que houve uma
duplicação de esforços entre si. (p. 111)
português, dado que neste existe ainda, uma forte tendência para o cultivo da
burocracia, nomeadamente na área da organização e gestão educacional.
Continuando-se, ainda, a abordar autores que se debruçaram, entretanto,
sobre a problemática da mudança da organização escolar, refere-se, também, a
perspectiva de Shein (1985), a qual pressupõe que o desenvolvimento
organizacional da escola deve passar, essencialmente, por novas formas de
pensar, de aprender e de trabalhar. Estas novas formas de proceder deverão
assentar - prossegue o mesmo autor - em dinâmicas de colaboração convergente
entre todos os profissionais escolares e, destes, com os eventuais recursos
comunitários e de apoio técnico.
Entretanto - e como é genericamente assumido - a escolaridade visa, por
norma, a consecução de um determinado conjunto de objectivos curriculares
comuns para todos os alunos, o qual se espera seja, minimamente, dominado por
cada um. Nesta perspectiva, afigura-se criticamente importante atentar no efeito
que os referidos objectivos possam ter como contributo para a chamada qualidade
de vida dos alunos, tanto a nível dos seus tempos presentes como a nível do seu
futuro. Por tal razão, importa que os objectivos e conteúdos educacionais sejam
efectivamente relevantes, dado que parece inquestionável que todo o processo
educativo desenvolvido e a desenvolver, junto de cada aluno, terá, como meta
nuclear, facilitar-lhe, precisamente, a fruição de uma vida com o maior nível de
qualidade possível. Nesta lógica, passa a ser crucial o facto de se assegurar que
cada criança seja alvo de um processo eficiente de ajuda pedagógica de molde a
permitir-lhe a consecução das aprendizagens indispensáveis para a realização do
seu projecto de vida, de acordo com as suas limitações e capacidades
específicas. Assim, importa ter presente - a nível da concepção e gestão da
escola inclusiva - que, esta, não deve ser considerada como um fim em si própria,
o qual uma vez conseguido daria a impressão do dever cumprido, pois, tudo
estaria alcançado. Pelo contrário, julga-se ser imprescindível considerar a escola
inclusiva, como uma estratégia de fazer escola de modo a que, mais e melhor, se
respeite a igualdade de oportunidades e de direitos de todas as crianças.
Entendida deste modo, a escola inclusiva representaria o meio mais pertinente
no seu todo, se julga poder serem consideradas como o eixo nuclear das
estratégias a mobilizar para a construção da escola inclusiva e que de alguma
forma acentuam e resumem muito do que a este propósito tem sido descrito. As
estratégias em questão são as seguintes:
• Planificação cooperativa
• Intervenção colaborativa
• Dinamização para o envolvimento de parceiros.
10
Papéis, aqui entendidos como as expectativas de comportamento associadas à posição que um indivíduo
ocupa em determinado âmbito (Hargreaves, 1977)
conjunto de procedimentos, Wang (1998) propõe uma síntese dos mesmos, a qual
se pode resumir nos seguintes aspectos:
• Promover a prática de uma diversidade de estratégias diversificadas de
ensino.
• Procurar, activamente, soluções para os problemas identificados em cada
turma.
• Proporcionar e participar em actividades formativas de aperfeiçoamento dos
docentes.
• Orientar programas de formação - formal e informal - do professorado.
• Observar a acção pedagógica dos professores e restituir informação sobre
a mesma.
• Trabalhar com os professores para identificar as finalidades educativas
principais, bem como os meios para assegurar o sucessos dos alunos.
Como se infere do exposto, a acção do órgão de gestão torna-se um
elemento cujo impacto é fundamental nos processos de construção da escola
inclusiva. Esta importância estratégica do papel da lideranças é, também, de suma
importância na criação de dinâmicas internas de sustentação à educação
inclusiva, como refere Correia (2003a) ao afirmar que:
11
A qual passa, segundo Carvalho et al. (1993) pela “institucionalização de condições de diálogo e, portanto,
de comunicação que, por seu turno, assegurarão a distribuição e a partilha do poder, sobretudo, ao nível dos
processos de tomada de decisão e de desenvolvimento das práticas daí emergentes” (p. 26).
Figura 2. Factores essenciais para a construção da Escola Inclusiva com base nos
contributos de Ainscow (2000), Faro e Vilageliu (2000) e Porter (2000).
12
Por exemplo Creemers (1994), na sua proposta de modelo de eficácia escolar, salienta que o tempo
efectivamente dedicado à aprendizagem é um dos factores que caracterizam as escolas consideradas
eficazes, a nível de resultados junto dos alunos.
13
Como, por exemplo, Ainscow (1997), Correia (1997, 2001 e 2003), Wang, (1998) e S. Stainback e W.
Stainback (1999).
Por sua vez, Del Carmen e Zabalza (1987) pressupõem a ideia de Projecto
Curricular de Escola, essencialmente, como um conjunto diversificado de
decisões, mas articuladas, entre si, para assegurar a adequação do Currículo
Nacional ao contexto específico em que se situa cada escola. Conquanto não se
sobreponham entre si, tanto as ideias expressas por Coll, como por Del Carmen e
Zabalza convergem, no entanto, num ponto: o princípio da adequação do
Currículo Nacional à especificidade das características concretas e singulares da
população escolar de cada estabelecimento de ensino.
Por outro lado, entendendo-se, genericamente, o currículo como um
conjunto de experiências educativas, afigura-se lógico prenunciar o Projecto
Curricular de Escola como o conjunto de experiências educativas intencionalmente
a desenvolver pela instituição, no sentido de ser dada consecução prática aos
objectivos e conteúdos estabelecidos no Currículo Nacional. Paralelamente,
devem constar no Projecto Curricular de Escola os princípios a adoptar na gestão
curricular para que seja significativamente respeitada a realidade sócio-cultural em
que se envolve e desenvolve a respectiva população escolar. É, precisamente,
este o sentido que Roldão (1999) citada em Leite et al. (2001), atribui ao projecto
curricular de escola ao considerá-lo como:
maneira especial de conceber a educação, ou, até, como modelo para a própria
vida humana, pela profunda semântica de interacção social que o termo sugere e
comporta.
Neste âmbito, interessa, agora aprofundar e clarificar o que se entende por
currículo. E, neste aspecto em particular há que reconhecer que o termo currículo
não é de fácil conceituação, sendo, mesmo, um “conceito polissémico, carregado
de ambiguidade” como afirma Pacheco (2001, p. 15). O mesmo autor, numa
tentativa de precisar mais a semântica do vocábulo em análise, adianta que se
pode adoptar “um conceito de currículo definido em termos de projecto,
incorporado em programas/planos de intenções que se justificam por experiências
educativas, em geral, e por experiências de aprendizagem, em particular” (idem, p.
16). Já para Coll (1985) a semântica do termo currículo, pressupõe, uma
associação entre o indivíduo e a sociedade, a tal ponto que - como sugere o autor
- os processos psicológicos que estruturam o crescimento da pessoa acabam, em
grande medida, por resultar de uma interacção permanente, entre aquela e o seu
meio, culturalmente organizado.
Em termos complementares, Coll (idem) sugere que o desenvolvimento
curricular assenta, nuclearmente, na resposta a quatro questões:
1. O que ensinar? Como resposta, Coll, aponta, por um lado, para os
conteúdos (conceitos, procedimentos, normas, valores, etc.) e, por
outro, para os objectivos, ou seja para os processos de crescimento
pessoal que se desejam favorecer mediante o ensino.
2. Quando ensinar? Questão que diz respeito à ordem e sequência da
abordagem dos conteúdos e dos objectivos.
3. Como ensinar? Referindo-se, esta questão, à forma como devem ser
estruturadas as actividades de ensino-aprendizagem, com a finalidade
de alcançar os objectivos propostos, em articulação com os conteúdos
estabelecidos.
4. O quê, como e quando avaliar? Devendo-se, neste âmbito, considerar a
avaliação como um meio imprescindível para garantir a adequação das
gestão, devendo, de tal, resultar, como uma das estruturas em causa, a equipa de
planificação inclusiva.
O autor em análise (Correia, 2003) aponta, como objectivo principal
daquela equipa “planear, dinamizar e avaliar o projecto de escola conducente à
inclusão” (p. 24). Para este autor, portanto, esta equipa detém um papel
estratégico em todos os níveis do processo de construção da escola inclusiva,
dado que lhe está cometida a responsabilidade do planeamento e da avaliação
desse mesmo processo, bem como, ainda, a função de dinamizar o seu
desenvolvimento prático. O mesmo autor insere, ainda, no âmbito da esfera de
acção da equipa de planificação inclusiva, entre outros, os seguintes aspectos:
• Implementação de uma cultura de escola e de sala de aula facilitadora das
dinâmicas de inclusão;
• Sensibilização da comunidade educativa para o processo de inclusão;
• Disponibilização do atendimento escolar para toda e qualquer criança
residente na sua área de influência;
• Diagnóstico dos constrangimentos e problemas inibidores da inclusão;
• Estímulo à emergência de um clima relacional securizante e de entreajuda
a nível da comunidade escolar;
• Promoção da resolução de problemas educacionais de alunos com
problemáticas complexas mediante a intervenção de equipas de
colaboração.
A Equipa de Planificação Inclusiva consubstancia, pois, um recurso crucial
no processo de construção da escola que aqui se defende. Paralelamente,
configura, um estratégico meio auxiliar do órgão de gestão, nos processos de
concepção e implementação dos planos gerais da acção educativa a
operacionalizar, pela comunidade, em cada ano escolar.
Nesta perspectiva afigura-se que a equipa em questão detém um papel
fundamental na elaboração do ideário da escola - a nível, portanto, do seu projecto
educativo - bem como na identificação clara das estratégias de gestão curricular
os quais deverão, por sua vez, consubstanciar os princípios orientadores do
projecto curricular de escola. Ideário e estratégias de gestão curricular que serão,
16
No Diccionário Enciclopédico de Educación Especial este conceito é definido como um fenómeno “... que
se produce como consecuencia de la adaptación de las respuestas de los individuos a los reqerimientos del
medio y a la vez, el producto o resultado de dicho processo (1986, p. 1171).
17
Elósegui, J. (1992) descreve a atenção como a disposição que cada indivíduo tem, ou adopta, em
situações em que ouve, vê ou actua.
Quadro 4
Fases do Processo de Aprendizagem Organizadas por Araújo e Chadwick (1998),
com Base na Teoria de Gagné
cada aluno para aprender, pelo que se afigura extremamente adequado a sua
recuperação neste trabalho.
Assentando - como se confirma empiricamente, no quotidiano escolar - o
processo de ensino-aprendizagem, na linguagem oral e escrita, o saber escutar e
o saber ver, configuram, neste âmbito, procedimentos de crucial importância e que
dependem, consequentemente, de um bom uso da atenção, por parte de cada
aluno. Conjugando-se os trabalhos que, neste âmbito, foram produzidos, quer por
Elósegui (1992), quer por Lemaitre e Maquére (1987), importa ter em conta que a
funcionalidade daqueles processos perceptivo-sensoriais, por parte dos alunos,
dependem, por sua vez, da influência de dois factores fundamentais. Tais factores
são:
1) A intenção com que o sujeito mobiliza, quer o saber escutar, quer o saber
ver, a qual é decorrente de uma decisão pessoal, face à percepção do
resultado, ou do proveito que, da acção, em causa, se pode obter;
2) A motivação18 que impulsiona o indivíduo a escutar e a ver, a qual,
depende, tanto do desejo pessoal, como do grau de satisfação que se
espera obter, da situação envolvente.
Encontram-se, também, elementos nos trabalhos daqueles autores que
relevam o facto de que a percepção do fracasso tem implicações inibitórias no
funcionamento da atenção. Assim, se o aluno pressente uma hipótese forte de
insucesso nas tarefas que lhe são propostas, os consequentes impulsos
motivacionais levam-no a uma atitude espontânea de rejeição, tanto do ver, como
do escutar, mesmo que se esforce, internamente, por estar atento. Muito
frequentemente este comportamento provoca uma incontida irritação nos
docentes, como observa Élósegui (1992).
Ainda segundo os autores em análise, a distracção consubstancia o grande
inimigo da atenção, como, de resto, é do senso comum. Mas o que se julga ser
de realçar, neste aspecto, é a possibilidade de serem identificados - com base na
18
Por seu turno Dweck (1989) frisa o facto de haver alunos, cuja motivação está subordinada à
aprendizagem, enquanto que a de outros se subordina aos resultados. Como consequência desta
diferenciação aquele autor, refere que os primeiros assumem a escola como um desafio, enquanto que os
segundos estão, essencialmente, mais preocupados em não cometer erros do que em aprender.
análise das obras em apreço - alguns factores que, assentes numa dinâmica de
causa/efeito, facilitam, com frequência em determinados alunos, a emergência dos
indesejáveis quadros de distracção. Como exemplos desses factores, podem ser
especificados os seguintes:
• Fragilidades no domínio dos saberes básicos (existências de falhas
significativas em áreas como a linguagem, ou a matemática, tornando
muito difícil, a sua recuperação, se não for implementada uma adequada
orientação).
• Domínio precário das técnicas de estudo (um número muito significativo
de alunos não sabe estudar e só o aprenderão se as técnicas em questão
forem objecto de ensino intencional e da consequente prática).
• Problemas familiares (há alunos que são alvo de uma incipiente aceitação
familiar; outros - ou os mesmos - vivenciam, por norma, ambientes
relacionais conflituosos entre os pais e outros há ainda, que não usufruem
de qualquer enquadramento educacional, nos tempos extra-escolares).
• Hábitos de pouca persistência nos trabalhos (há crianças habituadas à
expressão e realização imediata dos seus desejos sem qualquer
contrapartida da sua parte, o que elimina a possibilidade da percepção
profunda da satisfação advinda da obtenção de algo que é conseguido
graças à vontade e ao esforço pessoais).
No que se refere, entretanto, à memória, julga-se ser legítimo inferir que
esta capacidade cognitiva consubstancia um elemento fundamental no processo
de aprendizagem. A sua importância, neste contexto, verifica-se sobretudo, a nível
da retenção da informação, bem como a nível do fornecimento de matéria para a
evocação e para o consequente desempenho (aplicação em contexto), por parte
do sujeito.
A memória representa, portanto, a faculdade humana de armazenar todos
os conhecimentos adquiridos. Face à relevância desta capacidade, afigura-se
fundamentado, aprofundar, seguidamente, esta questão, para o que se recorreu à
interacção lógica e articulada dos trabalhos desenvolvidos por Carrasco (1995),
Lemaitre e Maquére (1987) e Espinar, (1993).
19
Um exemplo muito conhecido: Trinta dias tem Novembro, Abril, Junho e Setembro. De vinte e oito, ou vinte
e nove, só há um, os outros todos têm trinta e um.
Una de las actividades más usuales del aula es hablar. Y hablar correctamente y
de forma adecuada a cada situación de intercambio comunicativo no es nada
sencillo. Son muchos los alumnos y alumnas que experimentan dificultades de
expresión oral, lo cual les impide comunicarse de una manera eficaz. (p. 239)
20
Outros autores designam a leitura cognitiva como leitura compreensiva, como, por exemplo, Carrasco
(1995) e Lasterra (1989).
Quadro 5
Maus Hábitos na Aprendizagem da Leitura e Respectivas Estratégias de
Remediação com Base nos Contributos de Jiménez (1994)
21
Espinar (1993) prefere encarar a motivação numa outra perspectiva, considerando-a, essencialmente, como
um conjunto de processos que, estimulam, orientam e conferem persistência à acção do indivíduo.
22
Tomlinson e Allan (2002) relacionam a motivação com o interesse, afirmando, neste contexto, que “ligado à
motivação, o interesse do aluno pode ser um factor estimulador da aprendizagem, porque o interesse torna as
tarefas atraentes, satisfatórias e pessoalmente estimulantes.” (p. 38)
23
Como elementos concernentes ao perfil de aprendizagem, Tomlinson e Allan (2002) apontam “o talento dos
estudantes, ou o seu tipo de inteligência”. ( p. 26)
bem sucedida, por parte da generalidade dos alunos. Para aqueles autores, as
estratégias mais relevantes, para o efeito em apreço, são:
a) A apresentação de novos conteúdos deve relacionar-se com as
experiências e conhecimentos prévios dos alunos;
b) Os conteúdos devem ser apresentados numa ordem que vá dos mais
gerais e inclusivos aos mais específicos;
c) A abordagem de novos conteúdos deverá ser precedida da explicitação das
relações que mantêm com os já existentes na estrutura cognitiva dos
alunos;
d) A apresentação de novos conteúdos gerais deverá apoiar-se em exemplos
empíricos que os ilustrem e os tornem significativos.
NovaK e Gowin concedem, como se pode constatar, um realce muito
especial à articulação entre os conhecimentos prévios e os novos saberes,
visando desta forma que sejam desenvolvidos procedimentos didácticos que
proporcionem, aos alunos, uma integração sucessivamente significativa das novas
aprendizagens. De algum modo, os autores em questão sugerem que os saberes
já dominados pelos alunos passem a funcionar como pré-requisitos das futuras
aprendizagens. Tal estratégia parece deter uma importância muito especial no
âmbito da intervenção pedagógica, mormente junto dos alunos mais novos, como
é o caso, naturalmente, dos que frequentam o primeiro ciclo da escolaridade
básica. Agindo-se desta maneira as crianças aprenderão com mais segurança
dado que a apreensão dos novos saberes será mediada através de uma
ancoragem significativa nos conhecimentos que já possuem. Está, aqui, pois,
muito claramente formulada a lei pedagógica que subjaz, de modo estrutural, à tão
proclamada aprendizagem significativa.
Como noutro local já se salientou Correia (2001, 2003a), nos seus trabalhos
de investigação sobre as formas de construção da escola inclusiva refere, neste
24
Assumindo-se, aqui, o sentido que é dado ao termo colaboração por Idol, Paolucci-Whitcomb e Nevin
(1986, citado em Correia, 2003, p. 26): “ a colaboração é um processo interactivo, através do qual
intervenientes, com diferentes experiências, encontram soluções criativas para problemas mútuos”.
(2003a, p. 25). São dispositivos de apoio desta natureza que se torna premente
criar no interior das escolas votadas à inclusão, pois que:
alunos com NEE e na qual a equipa pode ser ainda considerada como simples
equipa de colaboração. A proposta em apreço assenta num processo de recolha
de informação sobre cada um dos tópicos constantes na figura 3.
Uma que diz respeito ao conhecimento; outra que se refere a uma planificação
apropriada, com base nesse conhecimento; uma outra que se relaciona com uma
intervenção adequada que se apoia nas características e necessidades do aluno
e dos ambientes onde ele interage (conhecimento) e numa listagem coerente de
objectivos curriculares (planificação); e ainda uma outra que diz respeito à
reavaliação, ou seja, a um conjunto de decisões que se referem à adequação da
programação delineada para o aluno.” (pp. 18-19)
Não é nossa intenção deixar implicado que todas as crianças - incluindo as que
apresentam deficiências mais severas – podem ser ensinadas eficazmente na sala
de aula regular. Acreditamos num leque alargado de serviços e de opções de
Este deve possuir habilitação própria, cujas funções devem ser paralelas às suas
áreas fortes de docência, ou seja, se por exemplo, a área forte do professor, for a
língua portuguesa, então ele será determinante na consecução dos objectivos
globais e específicos referentes à leitura e à escrita, contidos nas programações
individualizadas elaboradas para os alunos com NEE”. ( p. 29)
elencadas, neste contexto, por Ana Gortázar, com base nas quais se organizou a
Figura 4 a seguir inserta.
• contexto25
• currículo
• professores
• alunos
Nesta perspectiva, julga-se extremamente pertinente salvaguardar o
princípio de que, uma escola inclusiva não se concebe, apenas, como uma
intenção de assegurar a educação a todas as crianças que residam na sua área
geográfica de influência, mas, sim e também, que esse processo educativo
procure as melhores formas de optimizar o potencial de desenvolvimento e de
aprendizagem de cada uma daquelas crianças. E é, precisamente, neste ponto,
que a intervenção em sala de aula ocupa um lugar estrategicamente crucial, por
ser fundamentalmente ali que se procura concretizar o processo de ensino-
aprendizagem e onde acaba por acontecer a consecução última do currículo, com
a finalidade de dar a resposta mais adequada à diversidade dos discentes ali
presentes (Arnaiz & Gil, 1997).
Por tudo isto, S. Stainback e W. Stainback (1999) consideram que, nas
escolas inclusivas, a aula consubstancia a unidade básica do enfoque pedagógico,
ideia que confere àquele espaço o sentido de um local estratégico de intervenção.
Dada a sua proeminência, no contexto da implementação da educação inclusiva,
ali, devem, portanto ser criadas condições reais para que “.todos os alunos
aprendam juntos, respeitando a sua diversidade” (Correia, 2003, p. 13).
Assim, a gestão da sala de aula configura, certamente, um dos aspectos
centrais da resposta escolar numa perspectiva inclusiva. Ao mesmo tempo, parece
remeter, de forma mais ou menos clara, para a ideia de que muito da qualidade
das aprendizagens dos alunos, está directamente relacionada - ou mesmo
dependente - da qualidade da intervenção dos professores no contexto da sala de
aula.
A importância deste facto emerge, assim, como um dos vectores
fundamentais a considerar em projectos de escola inclusiva, pelo que se afigura
de todo imprescindível que as práticas da sala de aula se insiram, nas
25
A expressão ambiente de aprendizagem será usada, também, como sinónimo de contexto em sala de aula.
26
Esta expressão parece remeter para a ideia de diferenciação. Conceito que, por sua vez, é entendido por
Tomlinson e Allan como “ uma forma de resposta proactiva do professor face às necessidades de cada aluno”
(2002, p. 14).
O meio educativo tem um enorme impacto, tanto nos alunos com NEE como em
todos os outros. No decorrer do processo de inclusão de alunos com NEE nas
classes regulares, o professor não só lhes deve transmitir sentimentos positivos
como deve também revelar-lhes afecto. As atitudes do professor são rapidamente
detectadas e adoptadas pelos restantes alunos. A criação de um ambiente positivo
também, o que o aluno faz e sente que é capaz de fazer, influenciando, por
conseguinte de modo positivo, a imagem que tem de si mesmo.
Transportando a sua linha de pensamento para as práticas desenvolvidas
no interior da sala de aula, o investigador em referência, postula uma série de
requisitos a que deve obedecer a acção educativa, naquele contexto, para que
seja respeitada a diversidade dos diferentes estilos de aprendizagem. Designando
o conjunto de procedimentos subjacentes ao processo de ensino, por sequência
didáctica, Zabala identifica um rol de pressupostos que na sala de aula devem ser
contemplados - numa perspectiva de atenção à diversidade - para que aquela
configure um ambiente de aprendizagem verdadeiramente inclusivo.
Assim - como sugere o autor - as actividades preliminares à aprendizagem
de novos conteúdos, devem facilitar e provocar a recuperação dos conhecimentos
prévios27, detidos pelos alunos sobre aquelas novas temáticas. Seguidamente, é
preconizado que as aprendizagens sejam propostas de modo a que os alunos
pressintam, tanto a sua funcionalidade, como a sua utilidade, tornando-se, assim,
significativas28.
Um outro aspecto referido neste âmbito, por Zabala, prende-se com a
necessidade estratégica de os conteúdos apresentarem um grau de complexidade
adequado ao nível de desenvolvimento dos alunos, respeitando, dessa forma, as
suas competências do momento29, isto é, que se situem na sua zona de
desenvolvimento proximal. Ao chegar a esta situação, as actividades de
aprendizagem deverão, de seguida, estimular nos alunos, a percepção de um
conflito dialéctico entre o que cada aluno já sabe e o que é convidado a aprender,
conflito esse que deverá ser orientado para a emergência da sua actividade
27
Moll e Whitmore (1993) chamam a atenção para o facto de os conhecimentos prévios integrarem, também,
determinados conhecimentos apreendidos no seio da especificidade cultural, racial ou étnica, das crianças e
que constitui um factor a ter, na devida conta, pelos professores, pois que, alguns daqueles saberes, podem
estar, até, em oposição à cultura escolar, sendo, por isso, causa de rejeição da criança a esta última cultura.
28
Coll (1989) partilha de uma convicção similar, frisando que um elevado grau de significatividade da
aprendizagem, promove, nesta, um grau idêntico de funcionalidade.
29
Araújo e Chadwick (1988), integrando-se na linha piagetiana, referem-se a esta questão afirmando que uma
das condições especiais a que deverão subordinar-se as actividades de aprendizagem reside na necessidade
de, as mesmas, permitirem que o aluno se desenvolva a partir do seu próprio nível de entrada.
32
Basil e Coll (1990) apresentam, sobre a mesma questão (sequência didáctica) uma proposta sensivelmente
mais resumida:
a) Partir de objectivos claramente formulados;
b) Estabelecer uma sequência ordenada no ensino a fim de potenciar a consecução dos objectivos;
c) Proporcionar condições, na aprendizagem, que se ajustem à natureza dos objectivos propostos e às
características do aluno.
33
Vygotsky (1979), distingue a mediação instrumental (uso de instrumentos psicológicos, por parte do sujeito,
para se adaptar à realidade e para a transformar) da mediação social (actividade interactiva em que outros
proporcionam, ao sujeito, os instrumentos que emprega na sua relação com os objectos).
34
Em relação a esta questão Tomlinson e Allan (2002) referem que o papel do professor é “empurrar a
criança para a sua zona de desenvolvimento próximo, supervisionar o sucesso através de tarefas cada vez
mais complexas que a criança não consegue fazer sozinha e, assim, alargar a sua área de autonomia” ( p.37).
dirigida a outros dentro da mesma (Landivar, 1993). Quando tal não se afigurar
possível devido à problemática de determinados alunos devem ser encaradas
outras alternativas, incluindo-se, nestas, a possibildade da prestação de apoio fora
do contexto da sala de aula regular.
Concebendo-se, a turma, como uma pequena comunidade social, infere-se
- como já se frisou - que as interacções ocorridas no seu seio, consubstanciam um
aspecto de relevante importância no campo da percepção de sentimentos de
aceitação e de pertença de cada um dos seus elementos, em relação ao conjunto
dos restantes. Joga-se, por conseguinte, nesta dimensão interactiva, muito do
êxito, ou do fracasso das intenções inclusivas. Ultimamente, a investigação tem
vindo a relevar o significado pedagógico deste processo interactivo35, entre iguais,
sendo, mesmo, considerado, como um dos aspectos mais relevantes que se
abordaram, em matéria de ensino, nas duas últimas décadas (Coll & Colomina,
1991).
Resumidamente, pode-se dizer que a interacção discente cooperativa se
fundamenta no facto dos alunos se relacionarem entre si, de modo mais ou menos
estruturado na sala de aula, durante a aprendizagem, visando-se uma partilha e
um acréscimo de saberes. Convém, neste campo atentar-se no facto de que a
relação entre os alunos pode consistir em mais do que um modo, pois que os
alunos podem trabalhar numa dimensão competitiva - até para se saber quem é o
melhor - podem, numa outra ordem de ideias, trabalhar de modo individualista e,
finalmente, podem, também, organizar-se em torno de uma atitude de interesse
activo pelo êxito de todos e de cada um dos elementos da turma e, como
consequência, agir cooperativamente.
São, por conseguinte, hipóteses diferentes de agrupar, pedagogicamente,
os alunos na sala de aula. Contudo há que ter em linha de conta que a
aprendizagem competitiva colide com os princípios subjacentes à construção da
35
De notar, também, nesta matéria, a opinião de Araújo e Chadwick (1988) que, inspirados, ainda, na teoria
piagetiana, sustentam o princípio de que a própria aprendizagem deve ser estruturada de modo a privilegiar a
cooperação e a colaboração entre os alunos
comunidade, a qual é o esteio social da escola inclusiva pelo que, neste contexto,
não deverá ser estimulada (D. Jonhson & R. Jonhson, 1994).
É, pois, neste campo que se prefiguram de profundo alcance, as noções de
igualdade e de mutualidade, aportadas por Damon e Phelps (1989). Assim, à
expressão igualdade, os autores em análise, atribuem a ideia de simetria, em
relação aos papéis assumidos e desempenhados por cada aluno, em situações de
aprendizagem grupal, reservando, para o termo mutualidade, os níveis de
assimetria da conexão, profundidade e direccionalidade das interacções
comunicativas verificadas entre os alunos. Ou seja, enquanto que a igualdade
apresenta uma semântica relativa às semelhanças, a mutualidade exprime um
sentido conotado com as diferenças, pelo que os autores referidos argumentam
ser a mutualidade a melhor estratégia para se poder atingir a verdadeira
igualdade.
Foot, Shute, Morgan e Barron, (1990) exemplificam e clarificam esta
questão recorrendo ao exemplo da tutoria entre iguais. Assim, os autores em
questão identificam, neste caso, a predominância da mutualidade, face à da
igualdade, dado que o tutor, em princípio, detém saberes que o tutorando não
possui. Então, através deste processo de interacção, o tutor tentará que o
tutorando venha, também, a dominar os saberes em jogo, atingindo-se, então, o
nível da igualdade mediante o desenvolvimento prévio de um processo de
mutualidade.
Adentro, ainda, da problemática das interacções entre os alunos, na sala de
aula, Gauvain e Rogoff, (1989), descrevem, por seu lado, a relação de
colaboração entre iguais, na qual, identificam uma interacção de valor simétrico
entre os alunos. Assim, uma relação de colaboração entre iguais caracteriza-se
por uma situação em que um grupo de alunos, com saberes e competências
próximos, trabalham juntos numa tarefa, visando a sua resolução. Trata-se, por
conseguinte, de uma situação em que os graus de mutualidade e de igualdade
são semelhantes. Gauvain e Rogoff atribuem a esta modalidade de interacção
entre alunos a designação de aprendizagem colaborativa.
36
Coll e Colomina (1990) afirmam, também, que as situações cooperativas garantem melhores resultado do
que as competitivas e individualistas. Neste contexto, expressam, ainda, a convicção de que a cooperação
intragrupal, combinada com a competição intergrupal gera maior rendimento académico do que a competição
interpessoal.
37
Perret-Clermont (1984), coloca, explicitamente, a hipótese de que a existência de pontos de vista
moderadamente diferenciados entre os alunos que, interactivamente, realizam uma tarefa, dá lugar a um
conflito sócio-cognitivo que activa reestruturações cognitivas facilitadoras do progresso intelectual.
do ponto de vista académico, tendem a ser menos aceites pelos seus pares de
rendimento elevado, ou até mesmo, pelos de rendimento médio.
Evidenciados que foram os efeitos dos processos competitivos, nos
contextos da intervenção educativa, prefigura-se, por conseguinte, ser imperioso
tentar evitar a ocorrência de tais situações, sob pena de se gerarem relações
sociais, precisamente opostas às que caracterizam e promovem a pedagogia da
inclusão. Em alternativa, ganha, então, cabimento, a implementação de estruturas
sociais de sala de aula que se baseiem em interacções do tipo colaborativo e
cooperativo38. Parece, até, não haver grandes entraves à adopção generalizada
deste tipo de interacções, nas práticas quotidianas das escolas, uma vez que, as
mesmas, consubstanciam estratégias metodológicas de ensino-aprendizagem
susceptíveis de serem aplicadas em qualquer nível de ensino e no interior da
maioria das disciplinas dos currículos escolares (Sharan & Hertz-Lazarowitz,
1980, Slavin, 1983).
Na dimensão em análise, D. Johnson e R. Johnson (1991), consideram, por
sua vez, que a aprendizagem cooperativa constitui uma óptima estratégia, no
âmbito da atenção à diversidade. Para os autores em apreço, aquela estratégia é
significativamente motivadora para o trabalho escolar quando este é desenvolvido
por grupos heterogéneos de alunos39. Ainda segundo a mesma fonte a
aprendizagem cooperativa permite estruturar actividades de níveis múltiplos e,
para além disso, estimula a emergência de hábitos de colaboração entre a
totalidade dos elementos da turma, ao mesmo tempo que estimula cada aluno a
tentar dar o melhor de si próprio, tanto para aprender mais, como para ajudar os
seus pares a melhor progredir.
As actividades de níveis múltiplos a que D. Johnson e R. Johnson fazem
referência, filiam-se na estratégia pedagógico-didáctica a que, de forma pioneira
38
Coll (1990) formula, mesmo, a convicção de que a interacção entre iguais é o motor do desenvolvimento e
que, consequentemente, se justificaria a transferência da mediação da relação professor-aluno, para a relação
entre os alunos.
39
Tomlinson e Allan (2002) sugerem, também, a possibilidade de agrupamentos por paridade de níveis de
aprendizagem, ao admitirem que “ por vezes, os alunos trabalham em grupos homogéneos quanto a
capacidades” (p. 19).
40
Trata-se de um processo gerido entre pares e que tem por objectivo sensibilizar os alunos de uma dada
turma, para as necessidades de amizade percepcionadas por um colega recém-chegado, conforme o conceito
avançado por Snow e Forest (1987).
crença nos valores que enformam aquelas práticas, dependendo, até, a eficácia
destas, do grau de adesão afectiva aos referidos valores. Logo, a implementação
de pequenas comunidades inclusivas, nas escolas - e dentro destas, em cada
turma - implica, não só, a interacção cognitiva entre os alunos, mas, também - e,
provavelmente, sobretudo - a interacção emocional. Logo, são estas duas
dimensões (a emocional e a cognitiva) que travejam a estrutura da formação
integral do indivíduo, pelo que, este aspecto, deverá merecer a atenção
permanente e profunda de todo e qualquer docente.
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 6/2001 é, assim, recuperada, de
maneira muito incisiva, o ideal da formação integral do aluno-pessoa. Desta forma
ganha corpo a esperança de que se, por conseguinte, as escolas e os professores
se envolverem já, na prossecução quotidiana daquele objectivo, a vida das
sociedades futuras, será, por essa via, seguramente, cada vez mais tolerante,
mais solidária, mais justa e, numa palavra, mais inclusiva.
Para além do saber ser, a formação integral do aluno pressupõe, ao mesmo
tempo, o saber aprender, o aprender conhecimentos e, também, o saber fazer.
Através do desenvolvimento deste conjunto integrado de saberes, o aluno terá
possibilidades reais de crescer, ética e harmoniosamente, nas dimensões do
sentir, do pensar e do agir, as quais, de modo holístico e sumário, definem a
pessoa humana.
Ora, se as crianças de hoje aprenderem a sentir, a pensar e a agir em
cooperação e em solidariedade recíprocas, infere-se que o seu amanhã será mais
pacífico do que os tempos actuais e, sobretudo, será, certamente - insista-se
nesta ideia - mais ... feliz. Enfim, razões de sobra para que as escolas se
empenhem, firmemente, no desenvolvimento da formação integral dos seus
alunos, numa perspectiva subordinada aos ideais da inclusão.
Admitindo-se, como pressuposto, que a formação integral deverá ser
entendida como uma finalidade transversal, deduz-se que, a mesma, deverá ser
objecto de desenvolvimento educativo em todos os tempos curriculares, de modo
contextualizado e oportuno. Porém, a tradição no sistema educativo português, da
persistência de uma estrutura programática que, basicamente, tem assentado em
- Orientar e regular o próprio comportamento nas atuações [sic] que têm como
um determinante o trabalho e o estudo pessoal, o intercâmbio com os outros
e a elaboração coletiva [sic] de resultados.
- Aceitar-se e valorizar-se tanto quanto possível e mostrar compreensão e
41
Bernard (1993), apresenta, também, uma noção de estratégias de aprendizagem que, em síntese, remete
para a ideia do conjunto de procedimentos que o sujeito necessita de mobilizar para atingir, com sucesso, um
determinado objectivo de aprendizagem.
quem não deseje ficar de fora do seu tempo. Por consequência afigura-se,
extremamente, importante que, durante a escolaridade, os alunos aprendam a
aprender a fim de que possam, com eficácia, continuar o seu inevitável processo
de actualização de saberes, após a saída da escola.
Aquela situação de aprender a aprender põe em relevo, por parte do aluno,
justamente, tanto o papel das estratégias de aprendizagem - enquanto sujeito da
aprendizagem - como a necessidade de que, elas próprias, sejam, também,
entendidas como conteúdo, ou seja, objecto da aprendizagem. No que diz
respeito, concretamente, ao ensino de estratégias de aprendizagem, Selmes
(1988) sugere um conjunto de procedimentos pedagógico-didácticos que se
podem resumir do seguinte modo:
• dinamizar tarefas que estimulem a análise do aluno sobre as suas próprias
estratégias de aprendizagem;
• desenvolver hábitos de observar e debater os modos utilizados pelos
colegas, para aprender;
• relevar as estratégias que melhor resultem em cada actividade de
aprendizagem;
• proporcionar o desenvolvimento de atitudes de análise dos processos de
aprendizagem envolvidos nas tarefas da vida diária;
• apoiar a aplicação de novas estratégias de aprendizagem à medida que se
vai progredindo na abordagem dos diversos conteúdo escolares.
A importância do aprender a aprender - em que são proporcionadas,
portanto, oportunidades de os alunos desenvolverem e gerirem os seus próprios
processos de aquisição de saberes - parece ser demasiado grande, face às
necessidades das novas gerações, para que não se dê, à mesma, o realce que
deve merecer, no contexto das aprendizagens a abordar na sala de aula. Porém,
para que essa importância seja, devidamente, percepcionada pelos alunos,
necessário se torna que, estes, disponham de tempos escolares específicos, para
reflectirem e debaterem o alcance actual e futuro, do domínio das estratégias em
questão (Beltrán, 1993). Resulta, então, da aludida perspectiva de Beltrán, que as
escolas e os docentes deverão criar e desenvolver ambientes e acções de
Para onde queremos ir? Quais os passos a seguir para lá chegar? Quando
avaliamos cuidadosamente o nosso progresso? Como conseguir auxílio para
realizar as avaliações significativas e úteis do nosso processo de crescimento? O
que é que fazemos com aquilo que aprendemos nas avaliações? (pp. 99-100)
Auto-avaliação
Do Aluno Do Professor
da sua acção, recolhe informação que lhe permite introduzir, em cada momento,
as alterações que considere mais necessárias à prossecução de uma pedagogia
de qualidade. Trata-se de um processo que concorre, de modo sistemático, para o
desenvolvimento da sua autonomia profissional. Ao mesmo tempo, o aluno deverá
ser encorajado a apreciar de modo igualmente crítico, o seu envolvimento nas
tarefas de aprendizagem. Por este meio, torna-se gradualmente responsável, de
forma autónoma, pelo controle tanto dos seus progressos, como pela procura dos
melhores caminhos para a sua progressão nas aprendizagens.
Os tipos de procedimentos, antes enunciados, colidirão, provavelmente,
com um conjunto de práticas tradicionalmente em uso, as quais se subordinam,
por norma, ao primado da avaliação dos chamados objectivos programáticos. Esta
perspectiva levará a que praticamente todas as actividades de aprendizagem
sejam concretizadas e avaliadas, tendo por referência essencial, aqueles
objectivos. Vinculados a estas estratégias de sujeição ao programa, quer os
professores, quer os alunos verão, sistematicamente inibidas as suas
possibilidades de desenvolvimento da autonomia. Tais práticas parecem ser
especialmente gravosas para os alunos, como salienta Abrecht (1994):
Já por várias vezes nos pareceu que a boa vontade posta, sobretudo pelos
seguidores da pedagogia por objectivos, em conduzir o aluno, por um caminho
rigorosamente demarcado é, no fundo, um pouco inoportuna; e que, sobretudo, é
contrária a uma evidência que é preciso nunca perder de vista: que o papel do
professor é, em grande parte, levar o aluno a governar-se sem ele. (p. 15)
aquisição das competências básicas neste domínio” ( ponto 2 do Artigo 6.º). Fica,
deste modo, patente, a relevância que é dada a esta aprendizagem, a qual,
precisamente pela importância estratégica que detém - como condição facilitadora
da futura entrada no mercado de trabalho - deverá ser objecto de certificação
específica. Julga-se, assim, ser indispensável que os alunos, professores e
famílias estejam devidamente despertos para este acto de certificação das
competências alcançadas no domínio das novas tecnologias. Este aspecto
consagra, efectivamente um factor de inegável importância, uma vez que aponta
claramente para o arranque - ainda que, obviamente, embrionário - do curriculum
vitae dos alunos.
42
Repare-se, a propósito, na sugestiva imagem que, referindo-se aos ambientes de aprendizagem, apresenta
Jensen (1998), citado em Tomlinson & Allan, (2002) ao dizer que “o melhor ambiente de aprendizagem é
como uma boa cafetaria. Não só garante os produtos essenciais como também oferece uma grande variedade
de escolhas para satisfazer os gostos individuais” (p. 47).
43
Para Bruner (citado em Palácios, 1988), a educação configura uma espécie de diálogo em que o aluno
aprende a realizar a construção conceptual do mundo, com a ajuda – andaimaria – do professor.
Quadro 6
Comparação Estabelecida por Porter (1997) entre a Abordagem Tradicional e a
Abordagem Inclusiva
- a inteligência é modificável
- devem atribuir os resultados das tarefas a causas pessoais,
modificáveis e controláveis
- deverão tomar consciência dos factores que os fazem sentir menos
motivados.
Entretanto para que seja assegurada a modelação das formas de enfrentar
as tarefas, Alonso Tapia aconselha a demonstração prática dos procedimentos a
desenvolver para a realização bem sucedida de cada uma delas. E, finalmente,
para o desenvolvimento dos procedimentos de avaliação com sentido formativo e
motivador ao longo do processo de ensino-aprendizagem, o autor em análise
propõe que aqueles sejam administrados de forma a que:
1. Os alunos os considerem como mais uma oportunidade de aprendizagem.
2. Sejam evitadas comparações de uns alunos com os outros e, pelo
contrário, se privilegie a comparação de cada aluno, consigo próprio.
Um outro investigador, Robles (1995), aporta, também, importantes
contributos no âmbito da matéria em análise, realçando a conveniência de serem
implementados, em sala de aula, procedimentos que promovam hábitos de auto-
motivação, por parte de todos os alunos. Como pretexto para advogar este
posicionamento, o autor em causa expressa a ideia de que se torna indispensável
a existência de uma motivação positiva, por parte dos alunos, como requisito
fundamental à consecução dos resultados necessários e desejados. Robles,
preconiza, mesmo, o princípio de que a motivação positiva é indispensável para a
ocorrência da aprendizagem, parecendo, portanto, expressar a crença de que, os
alunos desmotivados não estão disponíveis para a aprendizagem. Parecendo
inquestionável o papel que os níveis motivacionais desempenham, no âmbito da
actividade escolar, mormente no que concerne à eficácia das aprendizagens,
julga-se, por consequência, imperiosa a necessidade de se atentar neste aspecto
com toda a profundidade que a sua importância impõe, fundamentalmente junto
dos alunos com NEE, sob pena de se colocarem em causa, todos os propósitos
de desenvolvimento de uma escola inclusiva.
Como se viu, Coll reporta-se aos estudos de Piaget para elaborar uma
explicação dos processos psicológicos desenvolvidos pelos alunos na sua
actividade de aprendizagem. Valorizando desta maneira o contributo da escola de
Genebra, Coll, no entanto, vislumbra na teoria genética, algumas limitações
Este modelo tem por base quatro componentes essenciais: uma que diz respeito
ao conhecimento do aluno e dos seus ambientes de aprendizagem; outra que se
refere a uma planificação apropriada, com base nesse conhecimento; uma outra
que se relaciona com uma intervenção adequada que se apoie nas características
e necessidades do aluno e dos ambientes onde ele interage (conhecimento) e
numa listagem coerente de objectivos curriculares e ainda uma outra que diz
respeito à reavaliação, ou seja, a um conjunto de decisões que digam respeito à
adequação da programação delineada para os alunos. (pp. 18-19)
Quadro 7
Sistematização dos Modos de Atendimento à Diversidade a Partir da Proposta de
Correia (2003a)
Fases Estratégias/Actividades
44
Como comprovam Correia e Serrano, A. M. ao expressarem que “a nossa experiência relata-nos que a
relação pais-professores ainda não é a melhor” 2002, p. 73
45
Percepcionada como um sistema interaccional em que “acontecimentos que afectem qualquer um dos
membros da família podem ter impacto em todos os seus membros” (Carter & McGoldrick, 1980, citado em
Correia, 1997, pp. 145-146).
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
1 A Formulação do Problema
48
Era esta a designação formal do responsável pelo órgão de gestão da escola, antes desta entrar no regime
de autonomia estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, após o que a designação em causa,
passou a ser a de Presidente do Conselho Executivo.
49
Aquí, considerado como “documento escrito en el que el investigador relata cuidadosamente todos os
pasos seguidos en la investigación, los resultados obtenidos y sus conclusiones con respecto al problema
estudiado” (León & Montero, 1995, p. 22)..
2 Objectivos do Estudo
Quadro 8
Relação de Congruência entre as Perguntas, Objectivos e Respostas do Projecto
de Investigação
3 A Legitimação da Investigação
4 Modo de Investigação
53
Que León e Montero definem de um modo muito singelo: “conjunto de pasos reglados que utiliza la Ciencia
para la ampliación de sus conocimientos” (1995, p. 22)
Real Artificial
Aberto Fechado
Incontrolado Controlado
tudo vai bem. Outras há em que tudo parece que vai descambar. Ao longo deste
trabalho tudo isto tem acontecido. E, assim, se tem a certeza de que se vai no
caminho certo, já que se está envolvido num campo de pura intervenção humana
e que esta se tem caracterizado, sempre, pelo seu elevado grau de
imprevisibilidade. Quando tal deixar de acontecer ... muito provavelmente também
deixará de acontecer a própria vida humana.
A notória carga de informalidade com que o trabalho tem sido desenvolvido
localmente não tem, todavia, impedido que fossem identificadas e concretizadas
determinadas directrizes com a intenção, sobretudo de garantir quer a sua
intencionalidade metodológica, quer a sua regulação dinâmica. Sob esta lógica,
foram então definidas as seguintes estratégias de actuação:
• desenvolver a acção investigativa a partir da história real da comunidade
escolar;
• partilhar, periodicamente, os resultados dessa investigação, com o
colectivo de profissionais da escola;
• considerar a organização escolar e as práticas pedagógicas como
procedimentos hermenêuticos e objectos de reflexão crítica;
• induzir a futura necessidade de integração dos contributos teóricos nas
culturas e práticas existentes, de forma reflexiva, compreensiva e
contextualizada;
• sensibilizar os docentes para se considerarem, a si próprios, como agentes
de mudança;
• promover o entendimento da sala de aula como um espaço de
investigação;
• considerar os efeitos das práticas pedagógicas como objecto de reflexão e,
em consequência, de inovação;
• construir, a partir dos percursos efectuados pela comunidade escolar - e
com base nos dados da investigação - o modelo referencial de escola
inclusiva;
curricular ali em curso, quer por uma intenção prospectiva de adequar aquelas
práticas aos propósitos da educação inclusiva.
No fundo, visa-se, fundamentalmente, uma verdadeira inovação das formas
de gestão curricular, na sala de aula. Este propósito tem a sua razão de ser no
facto de se ter constatado in loco que se centrava precisamente na gestão da sala
de aula um dos aspectos cujo estado indiciava maior distanciamento em relação
ao que, na mesma dimensão, recomendam os teóricos e os investigadores.
Neste campo, Ângulo (1990) considera ser de enorme transcendência o
facto de os docentes adquirirem competências sólidas no campo da investigação
activa e crítica, para que mediante o recurso sistematizado e intencional a tais
saberes empreendam alterações fundamentadas a nível de gestão do próprio
currículo. Assim - ainda segundo aquele autor - ao reflectirem, por exemplo, sobre
os princípios e conteúdos curriculares formal e oficialmente propostos, os
professores poderão percepcionar nos mesmos, ideologias, valores e concepções
que considerem menos éticos, mas que de alguma maneira continuam
subjacentes aos modelos sociais vigentes. Discordando, assim, daqueles
componentes curriculares, os docentes devem ser encorajados a alterá-los,
dando-lhes um sentido mais próximo dos valores e das crenças que entendam ser
mais correctos.
Agindo daquela maneira, os professores podem tornar-se, por conseguinte,
sujeitos de uma acção susceptível de contribuir para a transformação futura da
própria sociedade, melhorando-a. Neste caso concreto, os ideais da inclusão
prefiguram valores que, se implementados nas novas gerações, contribuirão, sem
lugar para dúvidas, para o advento seguro de uma futura sociedade melhor.
Trata-se, pois, de um agir. Um agir que decorre dos resultados de um
reflectir, isto é, de um pensar. Julga-se, no entanto, que estes agir e pensar só
terão significado se, por sua vez, se plasmarem no campo do sentir. Por
consequência, acha-se crucial que, neste âmbito, os protagonistas desenvolvam,
antes de tudo, uma adesão afectiva e intencional aos propósitos da mudança em
emergência.
56
Alguns autores utilizam a expressão investigação aplicada com um sentido muito similar, como por
exemplo, Ander-Egg (1987) que considera ser, aquela, uma investigação que procura conhecer para fazer e
para actuar.
Schon (1981) uma vez que este teórico concebe o professor como um profissional
reflexivo e, por consequência, como alguém que analisa, de modo sistemático, a
sua prática docente com o fim de a melhorar, transformando-a.
Como já foi dito, à medida que o projecto se ia desenrolando avançava,
igualmente, um contínuo processo de transformação da própria forma pessoal de
pensar. Este facto revelou-se de extraordinário interesse, já que colocava, em
permanente situação de dúvida, muitas das certezas, anteriormente
percepcionadas como tal. Efectivamente, a ordem metodológica que as
circunstâncias iam ditando, depressa relegou para um plano secundário, a
sequência racional que fora previamente estabelecida.
Como também já se referenciou, os contínuos contactos com a realidade
implicavam novas consultas bibliográficas, ou a reorientação de pesquisa nas
obras já consultadas e cujos resultados, não raro, sugeriam um questionamento
da mesma situação, sob um diferente ângulo de análise. Daí que os processos da
pesquisa literária, do conhecimento da realidade e do gizar do plano para a sua
transformação, não tenham sido desenvolvidos em espaços de tempo específicos,
linearmente sequencializados e diferenciados, antes pelo contrário.
O que realmente tem vindo a suceder é que, ao longo do desenvolvimento
do trabalho se tem verificado o desenrolar de um processo em que o
conhecimento da realidade, a pesquisa bibliográfica e a planificação da acção de
transformação avançam paralelamente. Consequentemente, influenciam-se
mutuamente, gerando uma constante dinâmica de reformulação.
Todos estes factos provocam sem dúvida - há, disso, perfeita consciência -
alguma perplexidade metodológica. Porém, tal parece susceptível de alguma
desculpabilização na medida em que, a tudo isto, tem estado sempre subjacente a
intenção primordial de se procurarem formas de se obterem os melhores
resultados possíveis, para a comunidade envolvida e, nomeadamente, para o seus
alunos, sobretudo para os alunos com NEE. Por outras palavras: a linearidade
metodológica esteve sempre subordinada aos processos de melhoria das
respostas da comunidade escolar estudada e não o contrário.
57
Ou longa, conforme a apelidam Bogdan & Biklen (1994).
58
Cujas características se conformam, em traços gerais, com a definição dada por Correia, ou seja, “conjunto
de deficiências numa mesma criança, tal como deficiência mental-cegueira, paralisia cerebral-deficiência
5.3 A Entrevista
mental, etc., causadoras de problemas educacionais severos que requerem intervenções específicas de
acordo com a concomitância da problemática (1997, p. 58).
59
A que Bogdan & Biklen (1994) atribuem, neste contexto, um papel fundamental – a par com a observação
participante – ao referirem que “as estratégias mais representativas da investigação qualitativa . . . são a
observação participante e a entrevista em profundidade” (p. 16).
60
Seguiu-se, aqui, como se pode constatar, o elenco das dimensões entretanto adoptadas para a
estruturação do modelo de escola inclusiva adoptado.
5. Objectivos específicos:
a. Caracterizar o perfil profissional da entrevistada
b. Obter informação precisa sobre aspectos significativos da organização e
gestão da escola.
c. Recolher opinião sobre as formas de elaboração do projecto educativo de
escola, bem como dos seus conteúdos relevantes.
d. Conhecer a perspectiva de análise sobre a organização e funcionamento da
equipa de planificação inclusiva.
e. Recolher informação pormenorizada sobre a forma como é percepcionada
a gestão pedagógica das salas de aula.
f. Aprofundar o conhecimento sobre a génese e evolução do projecto local de
atendimento educativo a crianças multideficientes e de outras práticas
inclusivas.
g. Obter dados relativos ao grau de percepção sobre o funcionamento da
Equipa de Planificação Educacional Individualizada.
h. Conhecer o modo de entendimento sobre o funcionamento da educação
especial e dos apoios educativos no contexto escolar local.
i. Recolher informação àcerca do que pensa a entrevistada sobre a
actividade e funções do pessoal auxiliar da acção educativa.
j. Compreender como são entendidos os níveis e as formas de interacção
entre a escola e as famílias.
k. Recolher a opinião sobre quais as áreas e conteúdos a priorizar a fim de
serem optimizadas as atitudes e práticas inclusivas da comunidade escolar.
Relativamente, ainda, à recolha de informação concernente à situação
concreta da organização e funcionamento pedagógico da escola, vários autores
(nomeadamente, Lessard-Hébert, 1996, Meron & Kendall, 1946, Bell, 1997, e
Bogdan & Biklen, 1994) preconizam - nos estudos de natureza qualitativa - que
para além da entrevista se deve recorrer ao uso da observação directa. Ora a
observação directa tinha sido - como já se referenciou - a estratégia mais
naturalmente utilizada ao longo dos últimos anos para conhecer e apoiar a escola.
Só que os resultados dessa observação foram alvo de uma interiorização
5.4 Procedimentos
61
Os quais em termos metodológicos são entendidos como uma espécie de plano de actuação desenvolvido
pelo investigador, no momento de recolher os dados e em que são identificados os detalhes relativos aos
instrumentos utilizados, bem como os passos seguidos para a sua operacionalização (Léon, & Montero,
1995).
CAPÍTULO III
1 Análise Contextual
uma situação rara no panorama nacional, o certo é que este factor provoca,
naturalmente, um inevitável distanciamento entre os pais e o percurso escolar dos
filhos.
1. 2 Descrição da Escola
62
Esta legislação regulamenta o processo de autonomia dos estabelecimentos de educação e de ensino.
63
Espaço que funciona como a sede física do projecto.
a) Um aluno, com paralisia cerebral que, por essa razão, havia frequentado o
Centro de Paralisia Cerebral e que, após esse período, permaneceu em
casa, por falta de respostas educativas na sua área de residência;
b) Um outro com Síndroma de Down e epilepsia que recebia apoio
domiciliário, prestado por uma educadora e que havia frequentado,
paralelamente, um jardim de infância;
c) Ainda uma aluna com deficiências em várias áreas de desenvolvimento e
cujo diagnóstico, ainda hoje, não se encontra totalmente esclarecido. Esta
criança frequentou, também, um jardim de infância da sua área de
residência.
Na altura, aquelas crianças tinham idades compreendidas entre os sete e
os nove anos de idade, logo em plena idade de frequência da escolaridade
obrigatória. Este facto foi decisivo para a decisão dos pais em desejarem a
matrícula dos seus filhos na escola local. Perante a constatação daquele quadro
de necessidades educativas especiais, a equipa docente da escola, entendeu que
não dispunha de condições para assegurar o atendimento daquelas crianças pelo
que diligenciou no sentido de se inventariarem outras alternativas. Foi neste
sentido que se contactaram então, as instituições de ensino especial existentes no
concelho de Vila Franca de Xira. Porém, estes esforços revelaram-se infrutíferos
dado que nenhuma das instituições contactadas tinha vagas para aquelas
crianças.
A professora de apoio educativo de então - e actualmente Coordenadora da
Equipa dos Apoios Educativos de Vila Franca de Xira - manifestara, entretanto, a
opinião de que, estando as crianças dentro da idade da escolaridade obrigatória,
deveria ser o estabelecimento de ensino a garantir a efectividade do direito das
crianças à escolaridade. Dentro deste espírito sugeriu mesmo ao Director da
Escola que agendasse e propusesse a discussão da situação no respectivo
Conselho Escolar. Perante esta posição a questão acabaria por ser analisada pelo
conjunto dos professores da escola (conselho escolar). Nesta reunião a maioria
dos docentes pronunciou-se favoravelmente à entrada e frequência das crianças
na sua escola.
mantém-se mas a formação que foi dada inicialmente de um modo muito intenso
foi, com o passar dos tempos, esmorecendo. Actualmente é quase inexistente. Os
seminários orientados pelo Professor Doutor Miranda Correia, no âmbito do
projecto A Nossa Escola o Nosso Mundo: Colaborar para Incluir deram um novo
alento e imprimiram uma nova dinâmica à escola a qual teve reflexos muito
positivos na eficiência do trabalho com os alunos multideficientes. Porém, os
docentes (vinculados ao projecto) que participaram nos seminários em questão
saíram, entretanto, da escola. Os que vieram depois tentam fazer os possíveis
para que os alunos recebam uma resposta adequada mas as suas dúvidas são,
por vezes, muito difíceis de ultrapassar o que provoca, pontualmente, uma menor
curva de rendimento na eficácia nos resultados do projecto.
Independentemente das dificuldades que, pontualmente ocorrem como se
mencionou atrás, o projecto lá vai caminhando. Os profissionais locais
consideram-no como necessário e entendem que o mesmo contribui para tornar a
escola para uns mais inclusiva, para outros mais integradora. Os serviços oficiais
parecem, por seu turno, utilizar, também, esta dupla linguagem quando a ele se
referem. Tal, em si, não se afigura negativo de forma transcendente. Todavia
afigura-se conveniente clarificar a situação de hibridismo conceptual que se
verifica em redor do projecto e isto por força de três motivos:
a) Em defesa do rigor de terminologia que deve estar presente num trabalho
desta natureza;
b) O facto de se considerar que a comunidade escolar atingiu um patamar de
acção e de maturidade organizacional que justificam o direito a um
processo de teorização conceptual da sua história educativa recente;
c) A necessidade de ser introduzida uma noção de inclusão que, de algum
modo preserve o seu sentido intrínseco “uma vez que parece existir uma
grande controvérsia à sua volta, não só pelo facto de ao conceito em si
serem dadas diversas interpretações, mas também pela forma mais ou
menos abrangente como é visto” (Correia, 2003b, p. 15).
Tendo-se, então, em vista clarificar conceptualmente a questão, decidiu-se
aprofundar a pesquisa na literatura a fim de se recolher informação que, neste
Esta questão parece, pois, merecer especial atenção, pelo que implica a
nível de percepção conceptual. Como se mencionou, antes, a experiência descrita
é considerada no seio da comunidade escolar em que se desenvolve, ora como
um testemunho claro e inequívoco de integração, ou como uma prática pura de
inclusão. No fundo é isso que acontece: um pouco de ambas as coisas. Só que a
percepção de onde acaba uma e começa a outra é que não parece minimamente
adquirida.
Neste contexto, aproveita-se a oportunidade para se reforçar a filosofia do
modelo de inclusão, definido e defendido no presente trabalho. Assim, como em
local próprio foi assumido, adopta-se, em termos nucleares, a perspectiva
defendida por Correia (1997, 2003a, 2003b), essencialmente orientada para a
inserção dos alunos com NEE, sempre que possível e sob a garantia de uma
educação apropriada (prestação individualizada de serviços especializados,
previamente planeados).
Contudo, em termos complementares, reafirma-se a preocupação de não
deixar de parte, num modelo inclusivo, as restantes crianças, dado que,
potencialmente, qualquer delas, em qualquer altura, - e por razões várias - pode
tornar-se num protagonista da exclusão escolar ou social. Neste pressuposto, uma
eficiente gestão pedagógica do projecto curricular de turma, desenvolvida em
cooperação estreita entre o professor titular de turma e o pessoal de apoio parece
consubstanciar uma resposta preventiva aos mencionados riscos de exclusão. É
sobretudo por esta razão que os projectos curriculares de turma e a acção da
equipa de programação educacional individualizada protagonizam os papéis-
chave no presente trabalho.
Ganha, pois, sentido, realçar a convicção de que a implementação
sistematizada de processos qualitativos de apoio educacional aos alunos com
NEE, pode ligar-se simultaneamente ao objectivo de melhorar a resposta
educativa da escola à generalidade dos alunos, desiderato que a tornará
efectivamente mais inclusiva. Pugna-se, aqui, por consequência, por princípios
que, uma vez operacionalizados, tornem a organização e funcionamento da escola
em meios estruturalmente dimensionados para disponibilizar um atendimento de
crianças distintas umas das outras do que uma realidade sócio-educativa com
uma identidade única e concreta.
Estratégias de intervenção - Em termos gerais os docentes tendem a usar
estratégias mais ou menos semelhantes para todos os alunos. Verifica-se uma
atenção aluno a aluno quando estes apresentam nítidas dificuldades na
aprendizagem. Este aspecto é mais evidente no que toca aos alunos com NEE,
enquadrados em regime de PEI. Neste contexto verifica-se que, de um modo
geral, os professores recém-chegados à escola denotam bastantes dificuldades
em lidar com tais alunos. Há poucas dinâmicas de trabalho grupal nas salas de
aula. As actividades escolares apoiam-se bastante no modelo expositivo. Os
professores dão repetida e minuciosamente instruções sobre cada tarefa que os
alunos devem realizar. Por esta razão, os alunos estão sempre à espera que o
professor vá dizendo o que fazer e como fazer. As actividades são muito
parecidas para todos os alunos. O professor, normalmente é o centro de toda a
actividade na sala de aula. As práticas de avaliação são essencialmente centradas
na apreciação dos produtos
Necessidade de inovação das práticas - De um modo geral, as formas de
trabalho mantêm-se muito tradicionais. A maioria dos professores ensina como se
ensinava há anos atrás. A intervenção pedagógica é realizada um pouco como se
os alunos fossem todos iguais, exceptuando-se o caso dos docentes mais antigos,
no seu trabalho com os alunos com NEE. Não existem estratégias
verdadeiramente inovadoras, embora aqui e ali se registe uma ou outra actividade
menos rotineira. No fundo, a maioria dos docentes trabalha como lhes foi ensinado
aquando da sua formação inicial.
sua práticas indiciam um elevado teor de inclusão, pelo que se afigura desejável
proporcionar-lhes a respectiva teorização. Tal não se afigura difícil. Bastará, até,
que os docentes locais interpretem - de forma reflexiva e à luz dos princípios da
inclusão - o sentido do que, neste âmbito, já vão fazendo.
Realce-se, a propósito, o facto de a comunidade escolar em apreço denotar,
genericamente - como se constatou - alguma ausência de hábitos de reflexão
conjunta, situação que se julga estar na base da não consolidação conceptual de
algumas das ideias-chave inerentes à educação inclusiva. Esta questão afigura-se
significativa, não como um dado de conotação crítica àquele conjunto de
profissionais, mas sim como um factor que devidamente equacionado e
problematizado internamente, poderá, em resultado de tal, contribuir para uma
mais profunda clarificação dos caminhos a trilhar e, consequentemente, abrir
novos percursos conducentes à melhoria dos resultados educativos da
generalidade dos alunos e dos próprios alunos com NEE..
Nesta perspectiva prefigura-se então determinante partir daquilo que a
comunidade é e faz, para que possa vir a ser e a fazer um trabalho intrínseco de
educação inclusiva e em que esta filosofia seja assumida como:
a) Uma forma de atender todo e qualquer aluno da sua área de influência
(desiderato já assumido).
b) Um meio pedagógico de optimizar a potencialidade de aprendizagem de
todos e de cada aluno e de acordo com as respectivas capacidades e
limitações (o princípio da atenção à diversidade).
c) Um processo de maximizar o atendimento dos alunos com NEE,
aproximando-o assim daquilo a que Correia (2003a, 2003b) designa por
adequação apropriada.
Constata-se, então, com clareza que muitos e importantes passos foram já
dados. Verifica-se, porém, que há que continuar a caminhada pois que muitos
passos ainda estarão por dar. Por exemplo, concluiu-se que a cultura da escola
faz coincidir a ideia de inclusão com o atendimento educativo de um determinado
grupo de alunos (alunos com necessidades educativas especiais). Está perfeito.
Porém, crendo-se que, actualmente, todo e qualquer aluno, quer seja portador, ou
CAPÍTULO IV
1 Os Fundamentos da Planificação
2 A Planificação da Acção
uma espécie de roteiro das sucessivas acções a levar a cabo junto da comunidade
local para diluir a distância entre a situação actual e a situação desejada.
Quadro 9
Quadro Sinóptico dos Roteiros das Acções a Desenvolver para a Consecução da
Situação Desejada
Quadro 10
Roteiro 1 – Planificação da Acção Relativa à Cultura Organizacional de Escola
1. Objectivos
2. Conteúdos
3. Referências bibliográficas
- Antúnes & Gairín (1990). Formación de Equipos Directivos. Madrid: MEC.
- Correia, L. M. (1997). Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares de
Quadro 11
Roteiro 2 – Planificação da Acção Relativa ao Projecto Educativo de Escola
1. Objectivos
2. Conteúdos
3. Referências bibliográficas
- Barberá, V. (1989). Proeycto Educativo. Plan Anual del Centro. Programación docente Y
Memoria. Madrid: Escuela Española.
- Carvalho, A. (Org.). Almeida, L., Afonso, M. & Araújo, E. (1993). A construção do Projecto de
Escola. Porto: Porto Editora.
- Creemers, B. (1994). The effective classroom. London: Cassell.
- Leite, C., Gomes, L. & Fernandes, P. (2001). Projectos Curriculares de Escola e Turma. Conceber
Gerir e Avaliar . Porto: Asa Editores.
- Townsend, T. (1997). What makes schools effective?. A comparison between school
communities in Australia and the USA. School Effectiveness and School Improvement, 8
(3), 311-326.
Quadro 12
Roteiro 3 – Planificação da Acção Relativa ao Projecto Curricular de Escola
1. Objectivos
1.1 – Analisar o conteúdo das referências ao projecto curricular de escola patentes no Decreto-Lei
n.º 6/2001, de 18 de Janeiro
1.2 – Situar o projecto curricular de escola face ao projecto educativo
1.3 – Conceptualizar o projecto curricular de escola
1.4 – Discutir o significado pedagógico da contextualização curricular
1.5 – Estabelecer um guião-base para a elaboração do projecto curricular de escola
1.6 – Identificar as prioridades curriculares face ao contexto sócio-cultural da comunidade escolar
1.7 – Fixar as estratégias curriculares a privilegiar numa gestão pedagógica subordinada aos
princípios da inclusão
2. Conteúdos
3. Referências bibliográficas
- Del Carmen, A. & Zabala, M. (1987). Orientación y criterios para la elaboración de proyectos
curriculares. Barcelona: Departamento de Psicología Evolutiva y de la Educación de la
Universidad Complutense.
- Giné, C. (1998). Hacia dónde va la integración? Cuadernos de Pedagpgía, 269, 40-45.
- Leite, C., Gomes, L. & Fernandes, P. (2001). Projectos Curriculares de Escola e de Turma –
Conceber, Gerir e Avaliar. Porto: Edições ASA.
- Resnick, L. (1987). Educational and learning to think. Washington, DC: National Academy Press.
4. Legislação de suporte
Quadro 13
Roteiro 4 – Planificação da Acção Relativa à Equipa de Planificação Inclusiva
1. Objectivos
2. Conteúdos
2.1 – Problematização do papel da equipa de planificação inclusiva
2.2 – Recuperação dos objectivos e estratégias de intervenção
2.3 – Propostas para a formalização interna do regime de organização e de funcionamento
3. Referências bibliográficas
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora
Quadro 14
Roteiro 5 A – Planificação da Acção Relativa aos Projectos Curriculares de Turma:
Conceito, Relevância Pedagógica e Guião-Base
1. Objectivos
1.1 – Dilucidar o conceito de projecto curricular de turma
1.2 – Identificar a natureza da relação dos projectos curriculares de turma com o projecto
curricular de escola
1.3 – Analisar os objectivos decorrentes do projecto curricular de turma
1.4 – Explorar as virtualidades do projecto no âmbito de uma pedagogia para a inclusão
1.5 – Consensualizar formas colaborativas de gestão dos projectos curriculares de turma
1.6 – Estabelecer um guião-base para a estrutura dos projectos curriculares de turma
2. Conteúdos
2.1 – A semântica curricular do projecto de turma
2.2 – O enquadramento dos projectos de turma no projecto curricular de escola
2.3 – Os resultados esperados do desenvolvimento dos projectos curriculares
2.4 – O projecto curricular de turma como estratégia facilitadora da educação inclusiva
2.5 – A pertinência das práticas colaborativas no desenvolvimento dos projectos de turma
2.6 – Elaboração e explicitação de uma proposta de guião-base para a estrutura organizacional
dos projectos curriculares de turma (segundo o estabelecido no Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de
Janeiro e no Despacho Normativo n.º 30/2001, de 19 de Julho):
a) Introdução
b) Objectivos
c) Caracterização da turma
d) Priorização de problemas
e) Plano curricular
f) Estratégias pedagógicas
g) Estratégias de gestão curricular
h) Dinâmicas de acompanhamento
i) Avaliação
3. Referências bibliográficas
- Melero, M. L. (1995). Diversidad y cultura: en busca de los paradigmas perdidos. In P. Arnaiz &
De Haro, R. (Eds.), 10 años de integración en España. Murcia: Servicio de Publicaciones de
la Universidad.
- Tomlinson, C. & Allan, S. (2002). Liderar projectos de diferenciação pedagógica. Porto: Edições
ASA..
- Leite, C., Gomes, L. & Fernandes, P. (2001). Projectos Curriculares de Escola e de Turma –
Conceber, Gerir e Avaliar. Porto: Edições ASA.
- Wang, M. C. (1998). Atención a la diversidad del alumnado. Madrid: Narcea.
4. Fontes legislativas
- Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro
- Despacho Normativo n.º 30/2001, de 19 de Julho
Quadro 15
Roteiro 5 B – Planificação da Acção Relativa à Organização e Desenvolvimento
dos Projectos Curriculares de Turma: Organização e Desenvolvimento
1. Objectivo
- Desenvolver competências de operacionalização dos projectos curriculares de turma a partir do
guião-base consensualizado
2. Conteúdos
2.1 – Análise específica de cada dimensão integrante do guião-base dos projectos curriculares de
turma:
• Introdução
• Objectivos
• Caracterização de turma
• Priorização de problemas
• Plano curricular
• Metodologias e estratégias
• Envolvimento dos encarregados de educação
• Avaliação
2.2 – Elementos a incluir em cada dimensão dos projectos curriculares de turma
3. Referências bibliográficas
Quadro 16
Roteiro 6 – Planificação da Acção Relativa à Equipa de Programação
Educacional Individualizada
1. Objectivos
1.1 – Revalorizar a utilidade subjacente ao funcionamento da Equipa
1.2 – Estimular a adopção de mecanismos formais, a nível interno, para a optimização da
actividade da equipa
1.3 – Analisar as implicações subjacentes aos conceitos de inclusão total e de inclusão moderada
1.4 – Consolidar o quadro de funções da equipa à luz da inclusão moderada
1.5 – Estimular o aprofundamento das práticas colaborativas de resolução de problemas
1.6 – Reforçar os saberes e experiências inerentes à planificação educacional individualizada
2. Conteúdos
2.1 – Sensibilização para a importância estratégica do trabalho de equipa à luz da escola inclusiva
2.2 – Reafirmação dos critérios de constituição da equipa
2.3 – Consolidação do quadro de funções cometido à equipa
2.4 – Formalização das metodologias de trabalho a desenvolver pela equipa
2.5 – O confronto das perspectivas subjacentes à inclusão total e à inclusão moderada
2.6 – Compreensão das práticas à luz daquelas perspectivas
2.7 – A optimização dos contributos multidisciplinares
2.8 – Revisão dos princípios a adoptar na planificação educacional individualizada
2.9 – Análise dos critérios usados na elaboração das adaptações curriculares
2.10 – Proposta de instrumentos de observação e de registo da competência curricular dos alunos
2.11 – O primado da acção: estratégias colaborativas na resolução de problemas
3. Referências bibliográficas
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora
- Correia, L.M. (2003b). Prefácio (pp. 9-10). Em L. M. Correia (org.). Educação Especial e Inclusão
– Quem disser que uma sobrevive sem a outra não está no seu perfeito juízo. Porto: Porto
Editora.
- Correia, L.M. (2003b). O Sistema Educativo Português e as Necessidades Educativas Especiais
ou Quando Inclusão Quer Dizer Exclusão. (pp. 11-38). Em L. M. Correia (org.). Educação
Especial e Inclusão – Quem disser que uma sobrevive sem a outra não está no seu perfeito
juízo. Porto: Porto Editora.
- Fuchs, D. & Fuchs, L. S. (1995). Special education ineffective? Immoral? Exceptional Children,
61, 303-305.
- Gortázar, A. (1995). O Professor de Apoio na Escola Regular. Em C. Coll, J. Palácios, & A.
Marchesi (Org.). Desenvolvimento Psicológico e Educação: Necessidades Educativas
Especiais e Aprendizagem Escolar - Vol. 3. Porto Alegre: Artes Médicas.
-Kauffman, J. M. (1995). Why we must celebrate a diversity of restrictive environments. Learning
Disabilities. Research and Practice. Vol. 10, (4), 225-238.
- Kauffman, J. M., & Hallahan, D.P. (1995). The illusion of Full Inclusion: a Comprehensive Critique
4. Fonte legislativa
- Decreto-Lei n.º 319/91 de 23 de Agosto
Quadro 17
Roteiro 7 – Planificação da Acção Relativa à Educação Especial e aos Apoios
Educativos
1. Objectivos
1.1 – Problematizar os modos de intervenção no contexto da escola inclusiva
1.2 – Reflectir sobre as funções específicas dos professores de educação especial face aos
professores de apoio educativo
1.3 – Inventariar as práticas de apoio mais conformes à implementação da educação inclusiva em
sala de aula
1.4 – Enquadrar a intervenção dos docentes de apoio no contexto da gestão curricular do projecto
de turma
1.5 – Definir critérios de articulação operacional dos docentes de apoio com os professores
titulares de turma e com a equipa de planificação educacional individualizada
1.6 - Princípios a adoptar no desenvolvimento do processo conducente às programações
individualizadas dos alunos com NEE
1.7 – Identificar linhas de actuação junto das famílias
2. Conteúdos
2.1 – Princípios orientadores da intervenção num contexto de aulas inclusivas
3. Referências bibliográficas
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora
- Gortázar, A. (1995). O Professor de Apoio na Escola Regular. Em C. Coll, J. Palácios, & A.
Marchesi (Org.). Desenvolvimento Psicológico e Educação: Necessidades Educativas
Especiais e Aprendizagem Escolar - Vol. 3. Porto Alegre: Artes Médicas.
- León, M. . (1994). El profesor tutor ante la integración. Granada: Alambra Ediciones.
- Porter; G. (1997). Organização das escolas: Conseguir o acesso e a qualidade através da
inclusão. Caminhos para as escolas inclusivas. Desenvolvimento Curricular na Educação
Básica, 6, 33-48. Lisboa: IIE/Ministério da Educação.
- Rief, S. & Heimburge, J. (2000). Como Ensinar Todos os Alunos na Sala de Aula Inclusiva. Porto:
Porto Editora
- Stainback, W., Stainback, S. & Moravec, J. (1992). Using Curriculum to Build Inclusive
Classrooms. In Stainback, W. & Stainback, S. Curriculum considerations in Inclusive
Classrooms. Baltimore: Paul Brookes.
- Stainback, S. & Stainback, W. (1999). Aulas Inclusivas. Madrid: Narcea, S. A. de Ediciones.
- Vila, R., Thousand, J., Stainback, W. & Stainback, S. (1992). Reestructuring for Caring &
Effective Education. Baltimore: Paul Brookes.
- Wang, M. C. (1998). Atención a la diversidad del alumnado. Madrid: Narcea.
4. Fonte legislativa
- Decreto-Lei n.º 319/91 de 23 de Agosto
Quadro 18
Roteiro 8 A - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: Princípios Orientadores
1. Objectivos
1.1 – Consciencializar a importância crucial da sala de aula para a consecução dos ideais da
inclusão
1.2 – Considerar os eventuais limites do espaço da sala de aula face às características de
determinados alunos com NEE
1.3 – Reflectir sobre as implicações pedagógicas de um dado conjunto de princípios orientadores
2. Conteúdos
2.1 - A centralidade da sala de aula no âmbito da construção de uma escola inclusiva
2.2 – A necessidade de um conhecimento e de um cumprimento profundos da informação
prescrita nos planos educacionais individualizados
2.3 – Análise dos princípios orientadores:
• A gestão integrada do contexto, do currículo, da acção do professor e da acção dos
alunos
• A optimização do potencial de aprendizagem de cada aluno
• O local certo para que todos aprendam juntos sempre que possível
• A necessidade de expectativas positivas em relação à totalidade dos alunos
• A compreensão profunda do estilo de aprendizagem de cada aluno
• A centração da acção pedagógica no aluno
• O respeito pelos saberes, interesses, vivências e raízes culturais dos alunos
• A sala de aula como o habitat de uma comunidade de aprendizagem concreta
• O respeito pelas diferenças e a sua valorização
• Partir do interesse que as crianças demonstram pelo porquê dos seres e das coisas
• A relevância de uma planificação fundamentada nos modos como os alunos aprendem
• A necessidade de uma mediação didáctica adequada às formas de aprender dos alunos
3. Referências bibliográficas
- Ainscow, M. (1998). Necessidades Especiais na Sala de Aula – um guia para a formação de
professores. Lisboa: IIE, Edições UNESCO.
- Arnaiz, P. & Gil, C. (1997). Las adaptaciones curriculares en la educación secundária. Em N. I.
Romeu & ª G. Martinez (Coords). La diversidad y la diferencia en la educación secundaria:
retos educativos para el siglo XXI.Málaga: Aljibe.
- Carey, S. & Gelman, R. (1991). The Epigenesis of Mind: Essays on Biology and Cognition.
Hilldsdale, NJ: Erlabaum.
- Carter, K. & Doyle, W. (1987). Teacher‘s knowledge structure and comprehension processes. In
J. Calderheart, (Ed.). Exploring Teacher Thinking. London: Cassell.
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora
- Duckworth, E. (1987). The Having of Wonderfull Ideas and Other Essays on Teaching and
Learning. New York Teachers College Press.
- Genovard, C. & Gotzens, C. (1990). Psicología de la Instrucción. Madrid: Narcea.
- Loewenberg, D. & Coher, D. (1998). Developing Practice Developing Practitioners: Toward a
Practice-Based Theory of Professional Education. In L. Darling-Hammond, and G. Skyes
(Eds.). Teaching as the Learning Profession: Handbook of Policy and Practice. San Francisco:
Jossey-Bass Publishers
Quadro 19
Roteiro 8 B - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: Atenção à Diversidade
1. Objectivos
1.1 – Problematizar o conceito de diversidade
1.2 – Proporcionar uma concepção de currículo como meio de assegurar uma igualdade de
oportunidades para todos os alunos
1.3 – Sensibilizar para a necessidade do conhecimento das categorias que diferenciam os estilos
de aprendizagem
1.4 – Abordar, numa perspectiva histórica os modelos sucessivamente usados pelos sistemas
2. Conteúdos
2.1 – O conceito de diversidade
2.2 – A gestão curricular numa lógica da igualdade de oportunidades
2.3 – As categorias estruturantes dos estilos de aprendizagem: ambientais, sociais, emocionais,
cognitivas e físicas
2.4 – Os modelos de gestão da diversidade:
• Selectivos
• Por adequação de objectivos
• De flexibilização temporal
• Por compensação pedagógica
• Por ajustamento metodológico
2.5 – A criação de ambientes inclusivos em sala de aula:
• A filosofia da aula
• As regras
• O currículo aberto
• As formas de apoio
2.6 – Os procedimentos de sequencialização das unidades de aprendizagem
3. Referências bibliográficas
- Coll, C. (1986). Marc curricular per a l´ensenyament obligatori. Barcelona: Departament
d´Ensenyament, Generalitat de Catalunya.
- Coll, C. & Colomina, R. (1991). Interacción entre alumnos y aprendizaje escolar. In C. Coll; J.
Palacios & A. Marchesi (Eds.), Desarrolo psicológico y educación III: Psicología de la
Educación. Madrid: Alianza.
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora
- Cronbach, L. (1967). “How can instruction be adapted to individual differences?” Remedial
Special Education, 2 (1), 11-17
- Gagné (Ed.). Learning and individual differences. Columbs, Ohio: Merrill.
- Damon, W. & Phelps, E. (1989). Critical distinctions among three approaches to peer education.
International Journal of Education Research, 13, 9-19.
- Gauvain, M. & Rogoff, B. (1989). Collaborative problem-solving and children´s planning skills.
Developmental Psychology, 25, 139-151.
- Glaser, R. (1977). Adaptative education: individual diversity and learning. Nova YorK: Holt,
Rinchart & Winston.
- Johnson, D. W. & Johnson, R. T. (1994). Cooperation and competition: Theory and research.
Edina, MN: Interaction BooK Co.
- Marchesi, A., & Martín, E. (1998). Calidad de la enseñanza en tiempos de cambio. Madrid:
Alianza Editorial.
- Stainback, W., Stainback, S. & Moravec, J. (1992). Using Curriculum to Build Inclusive
Classrooms. In Stainback, W. & Stainback, S. Curriculum considerations in Inclusive
Classrooms. Baltimore: Paul Brookes.
- Schulz, J. B. & Turnbull, A. P. (1984). Mainstreaming handicapped students. Newron, MA: Allyn
& Bacon Inc.
- Tomlinson, C. & Allan, S. (2002). Liderar projectos de diferenciação pedagógica. Porto: Edições
ASA..
- Wang, M. C. (1998). Atención a la diversidad del alumnado. Madrid: Narcea.
- Zabala, A. (1998). A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: ARTMED.
Quadro 20
Roteiro 8 C - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: Formação Integral dos Alunos
1. Objectivos
1.1 – Relevar as dimensões do ser, do conhecer e do fazer da pessoa humana
1.2 – Salientar o enfoque dado à formação integral do aluno pelo novo modelo de gestão
curricular
1.3 – Reflectir sobre os aspectos mais relevantes do impacto formativo dos conteúdos atitudinais,
conceptuais e procedimentais numa sociedade que se pretende inclusiva
1.4 – Analisar as didácticas diferenciadas subjacentes ao ensinar os saberes conceptuais,
atitudinais e procedimentais
1.5 – Abordar estratégias de ensinar a aprender
2. Conteúdos
2.3 – As exigências do mundo actual e a sua implicação na educação das novas gerações
2.4 – A formação holística do aluno-pessoa e os seus efeitos positivos no contexto da inclusão
escolar e social
2.5 – Procedimentos didácticos específicos para o ensino de:
• saberes atitudinais
• saberes conceptuais
• saberes procedimentais
• estratégias de aprendizagem
3. Referências bibliográficas
4. Fonte legislativa
- Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro
Quadro 21
Roteiro 8 D - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: Procedimentos de Avaliação
1. Objectivos
1.1 – Valorizar o papel da avaliação
1.2 – Analisar o Despacho Normativo n.º 30/2001, de 19 de Julho e as respectivas implicações na
acção educativa
1.3 – Ensaiar instrumentos de recolha metódica de informação de natureza diagnóstica da
competência curricular dos alunos
2. Conteúdos
2.1 – O conceito pedagógico da avaliação
2.2 – As modalidades e procedimentos de avaliação à luz do Despacho Normativo n.º 30/2001, de
19 de Julho
2.3 – Aplicação experimental de instrumentos de avaliação diagnóstica dos alunos
2.4 –Modos de aplicação da avaliação formativa
2.5 – Concepção e formas de operacionalização da avaliação criterial
2.6 – A relevância da avaliação criterial numa perspectiva inclusiva
2.7 – Elaboração de instrumentos de registo do progresso dos alunos (Anexo XI)
2.8 – Os fundamentos pedagógicos da auto-avaliação dos alunos
2.9 – A avaliação como base para a tomada de decisões curriculares
2.10 – O respeito pelos critérios de avaliação prescritos nos PEI dos alunos com NEE.
2.11 – A prática integrada da avaliação como processo de regulação das actividades de ensino-
aprendizagem
2.12 – A avaliação como dinâmica facilitadora da autonomização das aprendizagens
3. Referências bibliográficas
- Abrecht, R. (1994). A Avaliação Formativa. Porto: Edições ASA
- Coll, C. (1987). Psicología y curriculum. Uma aproximación psicopedagógica a la elaboración del
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- Tomlinson, C. & Allan, S. (2002). Liderar projectos de diferenciação pedagógica. Porto: Edições
ASA.
4. Fonte legislativa
- Despacho Normativo n.º 30/2001, de 19 de Julho
Quadro 22
1. Objectivos
2. Conteúdos
3. Referências bibliográficas
- Correia, L. M., Martins, A. P., Santos, A. C., & Ferreira, R. M. (2003a). Algumas Estratégias a
Utilizar em Salas de Aula Inclusivas em L. M. Correia, Inclusão e Necessidades Educativas
Especiais. Porto: Porto Editora.
4. Fonte legislativa
- Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro
Quadro 23
Roteiro 8 F - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: O Papel Estratégico do Professor Titular de Turma
1. Objectivos
1.1 – Alertar para o papel crucial que o professor titular de turma detém na concretização dos
ideais da educação inclusiva
1.2 – Salientar a importância do tipo de ambiente relacional da sala de aula para a efectivação da
pedagogia de inclusão
1.3 – Evidenciar a necessidade de um conhecimento permanente do evoluir das necessidades dos
alunos
1.4 – Abordar formas de coordenação dos apoios aos alunos com necessidades educativas
especiais
1.5 – Analisar estratégias de integração no projecto curricular de turma dos apoios a prestar aos
alunos com necessidades educativas especiais
1.6 – Problematizar processos didácticos de envolver a generalidade dos alunos na mesma tarefa
educativa
1.7 – Evidenciar o confronto entre determinadas práticas tradicionais e as práticas facilitadoras da
inclusão
1.8 – Alertar para o perigo das ideias veiculadas pelos adeptos da inclusão total
1.9 – Inventariar procedimentos capazes de gerarem contextos motivadores no quotidiano da sala
de aula
1.10 – Analisar propostas pedagógicas orientadas para o desenvolvimento de atitudes de
responsabilização dos alunos pela própria aprendizagem
1.11 – Explicar a aprendizagem sob o ponto de vista construtivista
1.12 – Frisar a necessidade de promover aprendizagens significativas
1.13 - Salientar a importância da mediação social no processo de proporcionar a apropriação de
saberes de forma adequada a cada aluno
1.14 – Proporcionar informação relativa aos estilos de aprendizagem
1.15 – Abordar estratégias de gestão pedagógica dos estilos de aprendizagem em geral e em
especial dos alunos com NEE (respeitando o prescrito nos PEI)
2. Conteúdos
2.1 - O clima de sala de aula
2.2 – Procedimentos para o registo e análise da evolução educativa dos alunos
2.3 – A coordenação dos intervenientes no projecto curricular de turma
2.4 – Estratégias didácticas inclusivas: a inovação das práticas tradicionais
2.5 – Reanálise comparada das perspectivas inerentes à inclusão moderada e à inclusão total
2.5 – A motivação dos alunos: estratégias facilitadoras
2.6 – A auto-avaliação como processo conducente à responsabilização dos alunos pela própria
aprendizagem
3. Referências bibliográficas
Quadro 24
Roteiro 8 G - Planificação da Acção Relativa à Gestão da Sala de Aula numa
Perspectiva Inclusiva: Sistematização do Atendimento à Diversidade
1. Objectivos
2. Conteúdos
3. Referência bibliográfica
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora.
4. Fontes legislativas
- Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro
- Despacho Normativo n.º 30/2001, de 19 de Julho
Quadro 25
Roteiro 9 - Planificação da Acção Relativa à Intervenção dos Auxiliares da Acção
Educativa
1. Objectivos
2. Conteúdos
3. Referências bibliográficas
- Correia, L.M. (2003a). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto: Porto Editora.
Quadro 26
Roteiro 10 - Planificação da Acção Relativa às Estratégias de Envolvimento
Parental
1. Objectivos
1.1 – Relevar o papel das famílias no processo educativo
1.2 – Inventariar possíveis constrangimentos locais na relação escola-família
1.3 – Identificar dinâmicas de acompanhamento dos projectos curriculares de turma, por parte
dos encarregados de educação
1.4 – Analisar as propostas do Ministério da Educação sobre as formas de envolvimento dos pais
no acompanhamento escolar dos alunos com necessidades educativas especiais
1.5 – Incrementar hábitos de realização, no espaço escolar, de eventos informais de convívio
social para uma maior aproximação dos pais.
2. Conteúdos
2.1 – Os pais como parceiros nucleares na construção da escola inclusiva
2.2 – Análise dos problemas actuais na relação escola-família e estudo das formas da sua
resolução
2.3 – Responsabilização dos encarregados de educação no acompanhamento dos projectos
curriculares de turma dos seus educandos.
2. 4 – A relevância dada pelo Ministério da Educação ao papel dos pais no processo educativo
das crianças com necessidades educativas especiais.
2.5 – Procedimentos para implicar activamente os pais na planificação e execução de
programações individualizadas dos alunos com necessidades educativas especiais.
2.6 – A pertinência das jornadas de convívio informal organizadas conjuntamente pela escola e
pelos pais.
3. Referências bibliográficas
- Correia, L. M. (1997). Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares
de Ensino. Porto: Porto Editora.
- Correia, L. M. & Serrano, A. M.(2003a). Parcerias Pais-Professores na Educação da Criança
4. Fonte legislativa
- Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto
contexto comunitário, situação que não tem sido muito praticada no actual modelo
de funcionamento.
Face à argumentação exposta, julga-se, portanto, fundamentado que seja
elaborado um renovado leque de objectivos de intervenção e introduzir o mesmo
no projecto de apoio à multideficiência com vista a garantir uma melhor adequação
das respostas à evolução das necessidades dos seus utentes. Por conseguinte - e
atentando-se nos argumentos antes apresentados - sugere-se que a intervenção
em análise vise atingir os seguintes objectivos:
a) Assegurar a transição apoiada de alguns dos alunos para a escola do 2.º
ciclo da sua área de residência;
b) Reforçar os tempos e modos de interacção de cada um dos alunos
restantes com a sua turma de referência, no contexto do respectivo projecto
curricular, respeitando-se, contudo, as estratégias e conteúdos constantes
nos respectivos PEI (os quais deverão ser objecto de reformulação);
c) Intensificar, junto dos alunos mais velhos, as oportunidades de
desenvolvimento da respectiva autonomia pessoal e social, no seio da
comunidade, através da elaboração e da implementação prática de
programas individualizados de aprendizagem sócio-ocupacional (em
parceria com recursos comunitários adequados).
Crê-se, então, que desta forma a comunidade educativa conseguirá
disponibilizar uma resposta educacional mais conforme com as actuais
necessidades pedagógicas manifestadas pelo grupo de crianças multideficientes
ali atendidas. Por outro lado, a inovação de programas e de estratégias acabará
por alargar o âmbito da capacidade de resposta dos professores e dos técnicos
envolvidos, aos alunos com NEE.
64
Na realidade esta actividade foi antecedida pela apresentação e explicitação, ao colectivo de docentes, do
plano geral da intervenção a desenvolver internamente, para aproximar, a instituição, do modelo de escola
inclusiva adoptado.
• Objectivos
• Caracterização da turma
• Priorização de problemas
• Plano curricular
• Estratégias pedagógicas
• Estratégias de gestão curricular
• Dinâmicas de acompanhamento
• Avaliação.
Cada dimensão do guião-base foi objecto de análise específica, com vista à
clarificação do seu significado e conteúdo, segundo os parâmetros que, de
seguida, se descrevem sumariamente.
Introdução – Secção inicial para referir a fundamentação legal do projecto
curricular de turma, o seu objectivo geral (promover a apropriação dos saberes
essenciais, por parte de todos os alunos), os seus modos de construção e a sua
estrutura.
Objectivos – Secção destinada à explicitação dos propósitos específicos a
dar consecução com a organização e desenvolvimento do projecto curricular de
turma. Como exemplos de possíveis objectivos - tendo-se em conta o objectivo
geral proposto - foram sugeridos os seguintes:
• Identificar os estilos de aprendizagem dos alunos
• Priorizar os problemas educacionais da turma
• Estabelecer o conjunto ordenado dos conteúdos curriculares a leccionar no
ano escolar a que respeita
• Programar as actividades de enriquecimento curricular
• Fundamentar as estratégias pedagógicas
• Definir as estratégias de gestão curricular a priorizar
• Fixar os mecanismos de acompanhamento do desenvolvimento do projecto
• Estabelecer os critérios e procedimentos de avaliação dos resultados dos
alunos e do próprio projecto.
Caracterização da turma – a realizar com recurso a dois instrumentos de
registo:
a) Lista nominal dos alunos com a indicação, para cada um, da idade, da
situação escolar (se está pela primeira vez no ano escolar que frequenta,
ou se foi retido) e interesses específicos.
b) Grelha grupal de registo dos comportamentos e dos desempenhos de cada
aluno ( perfil de turma, a descrever, em pormenor, mais adiante).
Priorização de problemas – Para serem identificadas as áreas consideradas
mais frágeis, com base na interpretação pedagógica da grelha grupal de
comportamentos e de desempenhos.
Plano curricular – A preencher com o conjunto ordenado de conteúdos
específicos das diferentes áreas disciplinares, com as competências transversais
consideradas adequadas à turma, as competências específicas das áreas
curriculares não disciplinares (Formação Cívica, Estudo Acompanhado e Área de
Projecto) e, ainda, as actividades de enriquecimento curricular (visitas de estudo,
torneios desportivos, ciclos de acções culturais, comemoração de efemérides e
outras). Nesta componente seriam também incluídas as planificações
educacionais individualizadas dos alunos com NEE.
Estratégias pedagógicas – Explicitação das estratégias a privilegiar ao
longo do ano escolar, sendo, as mesmas, fundamentadas com base na
interpretação pedagógica da caracterização da turma. Merecem neste contexto
especial atenção as estratégias específicas a desenvolver com os alunos com
NEE.
Estratégias de gestão curricular – Clarificação dos enfoques de
desenvolvimento curricular a adoptar, com vista à optimização das aprendizagens
(exemplos: interdisciplinaridade, trabalho de projecto, temas de integração
curricular, situações-problema, abordagem directa de conteúdos e atenção
individualizada aos alunos com NEE).
Dinâmicas de acompanhamento – Estabelecimento dos mecanismos a
activar ao longo do ano escolar para uma implicação activa e responsabilizada de
todos os intervenientes e parceiros, na promoção do sucesso escolar de todos os
alunos da turma, através do acompanhamento e seguimento da execução do
Quadro 27
Explicitação dos Níveis de Comportamento e de Desempenho de cada Aluno
Áreas Variáveis
a) Respeita as regras e relaciona-se bem com os colegas
b) Respeita regularmente as regras e revela alguma
Competências Sociais inibição no contacto com os outros
c) Não respeita as regras e tem uma relação difícil com os
outros
a) Integra, retém e aplica a informação sem dificuldades
b) Revela ligeiras dificuldades na integração, retenção e
Funcionamento aplicação da informação
Cognitivo c) Apresenta grandes dificuldades no processamento da
informação
a) Possui uma comunicação expressiva/receptiva normal
b) Expressa-se com ligeiras imprecisões morfossintácticas
e entende a comunicação dos outros
Comunicação Oral c) Expressa-se muito mal e tem dificuldades em entender
os outros
a) Domina a leitura perceptiva e cognitiva
Leitura b) Apresenta ligeiras dificuldades na leitura perceptiva e
cognitiva
c) Revela grandes dificuldades no domínio da leitura
a) Escreve com correcção morfossintáctica e ortográfica
Escrita b) Escreve com ligeiras incorrecções morfossintácticas
e/ou ortográficas
c) Revela grandes dificuldades no domínio da escrita
a) Aprende os conceitos e resolve operações lógico-
matemáticas
Matemática b) Revela algumas dificuldades no domínio dos conceitos e
das operações
c) Revela grandes dificuldades no domínio da matemática
a) Tem assiduidade mensal total, ou total menos uma falta
Assiduidade b) Tem uma média mensal de duas faltas
c) Tem uma média mensal superior a duas faltas
a) Por norma trabalha e é cuidadoso com os materiais
b) Trabalha se estimulado e é quase sempre cuidadoso
Organização Pessoal com os materiais
c) Revela uma quase ausência de métodos de trabalho e é
pouco cuidadoso com os materiais
a) Envolve-se espontaneamente na generalidade das
actividades escolares
Motivação b) Precisa de algum estímulo directo para se envolver nas
actividades escolares
c) Raramente se envolve nas actividades escolares
mesmos estavam a ser objecto de cumprimento por parte da equipa, ainda que de
forma um pouco irregular.
Ainda em termos de organização e de funcionamento desta equipa ficou,
também, estabelecido, que a mesma passaria a reunir quinzenalmente e não
mensalmente como até então acontecia. Esta periodicidade foi adoptada por se
haver entendido que seria a mais adequada para se poder dar cumprimento aos
objectivos propostos.
Nesta oficina pedagógica mereceu especial interesse a problemática da
articulação do trabalho da equipa de programação educacional individualizada
com os processos pedagógicos e didácticos inerentes ao desenvolvimento dos
projectos curriculares de turma. A intensidade daquele interesse derivava,
também, do facto de entretanto, terem começado a aparecer, na escola, os
primeiros ensaios de perfis de turma, como resultado prático do trabalho
desenvolvido nas duas primeiras oficinas pedagógicas integrantes deste plano de
intervenção prioritária.
Nos referidos perfis emergia com nítida clareza a situação educacional dos
alunos com NEE. Por esse motivo tornava-se óbvia a conveniência de uma
articulação estreita entre a equipa de programação educacional individualizada e
os professores titulares de turma, mediada, precisamente, pelos referidos perfis de
turma.
Constatava-se, assim, que as acções de mudança estavam a produzir
efeitos concretos e que novas formas de agir ganhavam corpo no seio da
comunidade escolar. Importava portanto, estrategicamente, valorizar o facto e
enquadrar o mesmo no conteúdo desta última oficina pedagógica.
Assim, a questão da articulação da intervenção da equipa de programação
educacional individualizada com as práticas educativas em curso nas sala de aula
- segundo a planificação delineada nos diferentes projectos curriculares de turma -
ocupou um lugar primacial nesta terceira oficina pedagógica. Ou seja, procurava-
se assegurar, fundamentalmente que as adaptações curriculares individualizadas,
nas componentes previstas para serem levadas a cabo no espaço da sala de aula
fossem concebidas sob uma lógica inclusiva. Tal pressupunha, naturalmente, que,
naquele processo, fossem tidos em linha de conta, quer o perfil educativo dos
alunos, quer as decorrentes estratégias de gestão curricular desenvolvidas pelo
respectivo docente.
Sob aquela preocupação foi, então, recuperado e consensualizado o
conjunto ordenado de procedimentos a serem activados no âmbito da organização
de respostas aos alunos com necessidades educativas especiais, do qual se dá
conta de seguida:
1. Os alunos são, em primeira instância, identificados pelo professor titular de
turma.
2. O professor reúne informação relevante sobre o aluno (a partir deste
procedimento - e em todo o restante percurso - o professor titular de turma
conta com a colaboração em parceria do respectivo professor de apoio, se
este existir).
3. Realiza-se uma avaliação diagnóstica do perfil educacional do aluno.
4. Diligencia-se o envolvimento activo e convergente da família.
5. Planifica-se uma acção de reforço pedagógico com vista a minorar os
problemas diagnosticados.
6. Dá-se cumprimento prático, no contexto do projecto curricular de turma, ao
plano desenhado.
7. Procede-se a uma avaliação dinâmica da execução do plano.
8. Analisam-se os resultados decorrentes da avaliação dinâmica. Se estes
forem considerados satisfatórios, a execução do plano continua.
9. Se, pelo contrário, a resposta não for considerada positiva, solicita-se a
intervenção da equipa de programação educacional individualizada.
A fim de consolidar a cultura de operacionalização da actividade da equipa
nos casos em que esta viesse a ser chamada a intervir, ficou então reafirmado
que, a mesma, desenvolveria, por norma e sequencialmente, o seguinte conjunto
de passos:
a) Reunir com os docentes envolvidos no processo educativo do aluno - e se
possível com o encarregado de educação - para a discussão do caso;
PERFIL DE TURMA
Áreas
Alunos CS FC CO LTR ESC MTM ASS OP MTV Observações
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z PEI – C.E.P.*
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
z z z z z z z z z
a) Legenda (Áreas) : 1 – Competências Sociais 2 – Funcionamento Cognitivo 3 – Comunicação Oral 4 – Leitura 5 – Escrita
6 – Matemática 7 – Assiduidade 8 – Organização Pessoal 9 – Motivação
b) Código (Níveis/Cores) : Verde – Bom Azul – Suficiente Amarelo - Insuficiente * Currículo Escolar Próprio
4 Dinâmicas de Continuidade
CONCLUSÃO
escola estudada e, por outro, o desenho de um plano que indicasse, com clareza,
o caminho futuro a seguir pela escola. Neste cenário era ainda imperioso
determinar com metódica segurança, o ponto, tão exacto quanto possível, em que
se encontrava a comunidade escolar entre uma e outra daquelas duas referências
cruciais. Entretanto e por motivo de não se deixarem sem resposta imediata
algumas necessidades prementes, constatadas localmente, assumiu-se que ainda
antes da redacção deste relatório seriam levadas a cabo algumas sessões de
trabalho, orientadas pelo investigador, com o objectivo de ajudar a escola a
organizar-se em termos estruturais e funcionais de modo a obviar as causas das
referidas necessidades. Dada a importância capital de que se revestiam tais
aspectos para a equipa educativa da escola, a resposta aos mesmos foi
considerada como muito urgente pelo que se decidiu conceder uma atenção
imediata àquela questão. Esta acção - como se declarou no corpo do trabalho – foi
considerada como intervenção prioritária e em consequência do período em que
ocorreu é, ainda, objecto de descrição e de análise nesta dissertação.
Atentando-se, então, nos objectivos propostos previamente para o
desenvolvimento deste projecto académico - e tendo-se em consideração os
processos e resultados decorrentes do trabalho desenvolvido e aqui relatados -
entende-se, de forma muito convicta, que os mesmos foram alvo de uma
consecução praticamente plena. Efectivamente, foi construída uma configuração
de modelo de escola inclusiva que, no seu todo, se afigura tão pertinentemente
sistémico quanto viável, conquanto bastante exaustivo. Paralelamente, foi
desenhado um plano de mudanças que, se sujeito a uma análise metódica e
rigorosa se afigura como um meio susceptível de dar corpo a uma espécie de
ponte que a partir do percurso já percorrido pela escola parece representar, com
relativa nitidez e lógica o trajecto a percorrer, por aquela, para atingir a meta
desejada.
Também se assume que os percursos entretanto já calcorreados pela
escola, num possível itinerário conducente a uma escola inclusiva, foram
igualmente identificados com uma apreciável clareza. Finalmente, acrescente-se a
ideia de que a intervenção prioritária entretanto já concretizada, produziu efeitos
68
Refira-se, a propósito, que por convite e proposta da ECAE de Vila Franca de Xira, este modelo de
intervenção será, num futuro próximo alargado a todas as escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico daquele
concelho, facto que poderá, naturalmente servir de teste à sua potencialidade de generalização.
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REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS
ANEXOS
ANEXO I
ANEXO II
Quadro-resumo do Projecto
A Nossa Escola o Nosso Mundo: Colaborar para Incluir
2. Plano de Acções:
a. Selecção das escolas a envolver e sua distribuição em grupo
de controle e grupo experimental
b. Desenvolvimento de Seminários centrados na organização e
gestão da escola inclusiva e em estratégias de atendimento
educativo a alunos com DA
c. Dinamização nas escolas do Grupo Experimental de dinâmicas
sistematizadas de colaboração e de cooperação orientadas
para a promoção de práticas inclusivas
d. Avaliação individual dos alunos das escolas de ambos os
grupos (pré-intervenção)
e. Desenvolvimento de um programa de formação específica para
os professores dos alunos do grupo experimental
f. Desenho e implementação de um plano de intervenção junto
dos alunos do grupo experimental (pós-intervenção)
g. Reavaliação dos alunos dos grupos experimental e de controle
e confronto de resultados
Apoio:
Direcção Regional de Educação de Lisboa
Supervisão Científica:
Professor Doutor Luís de Miranda Correia (Professor da Universidade do
Minho)
ANEXO III
A - Guião da Entrevista
B - Protocolo da Entrevista
A - Guião de Entrevista
Objectivos Gerais:
a) Conhecer as formas actuais de organização e de funcionamento
pedagógico da escola
b) Identificar atitudes e práticas indiciadoras de educação inclusiva,
em curso na escola, bem como os seus antecedentes
Multideficientes
H Conhecer: Dados numéricos
Educação a) Número de elementos e tipo de Formação profissional
Especial e Apoio formação Actividades desenvolvidas
Educativo b) Formas de trabalho Continuidade plurianual
c) Mobilidade anual
Recolher informação sobre: Atitudes face à inclusão
I a) Atitudes face à inclusão Informação/formação so-
Acção Auxiliar b) Nível de conhecimentos sobre bre crianças com NEE
Educativa necessidades educativas especiais Envolvimento nas activi-
c) Formas de cooperação no trabalho dades educativas
pedagógico da escola
J Conhecer os níveis e as formas de Grau de envolvimento
Envolvimento interacção entre a escola e as famílias Formas de interacção
parental
L Inventariar quais as áreas e conteúdos Áreas problemáticas
Propostas de prioritários a trabalhar para reforçar as Concretização de propos-
intervenção atitudes e práticas inclusivas da tas
prioritária comunidade escolar
B - Protocolo da Entrevista
Contextualização da situação
que conheço bem as ideias e ... as práticas destas pessoas. Portanto, vou tentar
recordar o que tem vindo a acontecer e, portanto, tentar corresponder ao teu
pedido. Até porque sei que desta conversa pode sair informação muito importante
para ajudar a escola a melhorar a resposta, não só àqueles alunos mas a todos.
E – Obrigado pela tua disponibilidade. Como sabes, para além do meu
compromisso de desenvolver trabalho de formação com os professores locais,
estou, também, a desenvolver um projecto de investigação no âmbito do meu
doutoramento e esta entrevista vai ser um elemento fundamental neste contexto.
C – Claro que estou consciente desse facto e é com satisfação que
procurarei ajudar-te nessas duas situações.
E – Mais uma vez o meu obrigado. Ainda nesta parte inicial da conversa
queria esclarecer que o conteúdo da mesma será considerado confidencial pelo
que agradecia que falasses com um perfeito à vontade. E, continuando, começa
por falar de ti. Da tua formação, das funções profissionais que tens
desempenhado, do tempo de serviço. Enfim de tudo o que achares importante
dentro do teu perfil profissional...
C – Bom ... fiz o Curso do Magistério Primário em Coimbra, no ano de 1975.
Trabalhei depois, como docente do 1.º ciclo, nos concelhos de Castanheira de
Pera e no de Loures até ao ano de 1979. Seguidamente trabalhei numa instituição
de ensino especial, concretamente na CerciTejo, em Alverca, onde permaneci 10
anos, quatro dos quais como Coordenadora Pedagógica da instituição.
Em 1989 comecei a trabalhar como professora de apoio neste concelho de
Vila Franca, até 31 de Agosto de 1997. Nos últimos três anos desta fase estive
como professora de apoio na Escola do 1.º Ciclo do Forte da Casa. Desde
Setembro de 1997 exerço, como sabes, funções na ECAE de Vila Franca, da qual
tenho sido responsável.
E – Mas para além do Magistério tens outras habilitações, não é?
C – Sim, sim. Tenho a Licenciatura em Ensino na variante de Matemática e
de Ciências e o Diploma de Estudos Superiores Especializados em Educação
Especial, na Área de Problemas Graves de Cognição.
C – Bem, também não sei muito bem. Mas julgo que as actividades são
muito parecidas para todos os alunos. As aulas são muito faladas. Os professores
explicam muitas vezes as tarefas que pretendem e os alunos estão sempre à
espera que o professor vá dizendo o que fazer e como devem fazer. Não existem
estratégias inovadoras. Sei lá ... dá a impressão que os professores ensinam
como aprenderam. Acho que há que mudar e muito esta forma muito rotineira de
trabalhar. O professor é o centro de toda actividade e no fundo julgo que a maioria
ensina hoje como ensinava há anos atrás. Penso que o trabalho é feito, pelo
menos nalguns casos, como se fosse destinado a alunos todos iguais se bem que
os professores tenham muita consciência de que são muito diferentes entre si.
Mas esforçam-se muito e se não fazem diferente é porque a sua formação inicial
os não preparou para isso.
E – Confirmas que, por exemplo, não há um trabalho de avaliação
diagnóstica dos perfis de aprendizagem dos alunos de cada turma?
C – Não. Não há tais práticas. Claro que os professores conhecem os seus
alunos, mas sobretudo pelas dificuldades que eles têm nas aprendizagens. A
turma é entendida mais como um somatório de crianças e não como uma
realidade ...
E – ... pedagógica concreta
C – Isso mesmo. Há uma espécie de trabalho igual para todos e uma
preocupação aluno a aluno, com os que não aprendem bem. Esta atenção é mais
notada em relação aos alunos com NEE que têm uma planificação individualizada.
Tenho notado também que os professores mais novos revelam, em geral, algumas
dificuldades em lidar com estes alunos. Há, por exemplo, poucas dinâmicas de
trabalho grupal, por sistema.
E – E como é que os professores de educação especial e de apoio se
integram nesse trabalho?
C – Sem grandes problemas. De início tentam perceber como é que os
professores de turma trabalham, depois é só ajustarem-se a esse tipo de trabalho
e apoiarem os alunos mais problemáticos no desenvolvimento das suas tarefas.
Muito do apoio aos alunos com NEE é desenvolvido na sala de aula, segundo a
alunos”
“Peno que o trabalho é feito, pelo menos nalguns
casos como se os alunos fossem todos iguais”
“Muito dirigidas ao grupo ao mesmo tempo e da
mesma maneira”
“O professor é o centro de toda actividade”
“Podiam trabalhar melhor”
VIII __________________ _________________________________________________________ _________________
A gestão da sala
de aula “Acho que as formas de trabalhar se mantêm muito
tradicionais” (30)
(continuação) 3 “Não existem estratégias inovadoras”
Necessidade de “Julgo que a maioria ensina hoje como ensinava há
inovação das anos atrás” 7
práticas “Dá a impressão que os professores ensinam como
aprenderam”
“Tenha já havido algumas mudanças nas actividades
nas sala de aula”
“Se não fazem diferente é porque a sua formação
inicial não os preparou para isso”
________________ ______________ ___________________________________________ _____________ _________
“Acho que são poucos para a dimensão desta escola”
1 “A maioria tem uma idade avançada o que não ajuda
Caracterização à mudança” 4
genérica “A grande parte têm habilitações muito baixas”
“Acho que estão a precisar de terem alguns
conhecimentos sobre este problema e sobre a forma
IX ______________ como podem melhorar as suas respostas”_________ _____________
O pessoal da “A maior parte não participa em actividades 9
acção auxiliar educativas de forma sistematizada”
educativa “Ainda que praticamente todas aceitem bem a
presença dos alunos com necessidades educativas
2 especiais”
Funções “Fundamentalmente ocupam-se da limpeza da 5
escola”
“Continua haver uma separação muito nítida entre a
função dos professores e a deste pessoal”
“Exceptuando as auxiliares que têm trabalhado com o
grupo das crianças multideficientes
________________ _____________ ___________________________________________ _____________ _________
“ Esta ideia (de que as famílias são muito importantes
no processo educativo das crianças) foi também
agarrada pela escola”
X 1 “Os contactos entre a escola e a família são muito
Envolvimento Relação escola- frequentes”
Parental família “O contacto escola-família é bom” 9
“Há professores que lidam bem com a família”
A N E X O IV
ANEXO V
Dimensões Conteúdos
Introdução Fundamentação legal, objectivo geral, modos de construção e estrutura
Identificar os estilos de aprendizagem dos alunos. Priorizar os problemas educacionais da
turma. Estabelecer o programa do ano lectivo (em interdependência com o estabelecido no
Objectivos PCE). Programar as actividades de enriquecimento curricular. Fundamentar as estratégias
pedagógicas e de gestão curricular mais adequadas ao grupo de alunos. Fixar os mecanismos
de acompanhamento do desenvolvimento do projecto. Promover a apropriação dos saberes
essenciais por parte de todos os alunos. Definir os critérios e procedimentos de avaliação.
1.Ficha de identificação nominal, idade, situação escolar e interesses específicos dos alunos.
Caracterização da
turma 2. Perfil Educacional da Turma
Priorização de Identificação das áreas mais problemáticas à luz do perfil de turma (a rever no final de cada
problemas
período lectivo)
Conjunto estruturado de saberes de referência e transversais por áreas disciplinares. Saberes
Plano curricular específicos e transversais por áreas curriculares não disciplinares. Competências no domínio
das TIC. Actividades de enriquecimento curricular (visitas de estudo, torneios desportivos, ciclos
de teatro, dança, cantares, efemérides, jornadas de desenvolvimento cultural, etc.)
Explicitação das estratégias educativas a privilegiar tendo em conta o perfil e os problemas
Estratégias educacionais da turma (aprendizagem significativa por recepção directa ou por descoberta
pedagógicas mediada; agrupamentos cooperativos, de tutoria, ou colaborativos, reforço positivo;
comunicação didáctica audio-gráfica-visual, etc.)
Clarificação dos enfoques de desenvolvimento curricular (interdisciplinaridade, trabalho de
Estratégias de
gestão curricular projecto, temas de integração curricular, abordagem directa de conteúdos, etc.)
Estabelecimento dos mecanismos a activar para o acompanhamento implicado do projecto, por
Dinâmicas de parte dos intervenientes e parceiros (conselho de turma, assembleias de turma e conselho de
Acompanhamento
pais)
Desenvolvimento de procedimentos de avaliação dinâmica, retrospectiva e prospectiva,
Avaliação
centrados nos processos e nos resultados (dos alunos e do próprio projecto)
ANEXO VI
Ficha de Registo - A
AREAS COMPORTAMENTOS/DESEMPENHOS C
(1)
A N E X O VII
PERFIL DE TURMA
Ficha de Registo - B
Ano Lectivo de 2001/2002 Turma _____ Ano ____ ____ Período
Áreas
Alunos CS FC CO LTR ESC MTM ASS OP MTV Observações
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
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c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
c c c c c c c c c
a) Legenda (Áreas): 1 – Competências Sociais 2 – Funcionamento Cognitivo 3 – Comunicação Oral 4 – Leitura 5 – Escrita
6 – Matemática 7 – Assiduidade 8 – Organização Pessoal 9 – Motivação
JS/2001
A N E X O VIII
Competências Essenciais
(1.º Ciclo do Ensino Básico)
Área Comportamento/Desempenho
Faz pares com objectos semelhante
Assinala o objecto nomeado
Reconhece-se numa fotografia
Agrupa objectos pelo critério da cor
Funcionamento Cognitivo Discrimina quatro cores
Recorda objectos vistos numa gravura
Enuncia o que falta num desenho
Reflecte sobre o que está a fazer
Compreende a informação apresentada
Aplica, de forma adequada, os conhecimentos
Caminha com autonomia
Anda entre duas linhas paralelas separadas com 15 cms, entre si
Corre com autonomia
Caminha sobre uma linha traçada no chão
Muda de direcção a correr
Sobe e desce escadas alternando os pés
Motricidade Salta com ambos os pés no mesmo sítio
Segura um lápis entre os dedos
Atira uma bola a um par a 1,5 metros
Flexiona os braços ao receber uma bola atirada a 1,5 metros
Lança uma bola com ambas as mãos
Lança uma bola só com uma mão
Mantém os pés juntos, um à frente do outro
Mantém objectos planos sobre a cabeça
Em cima/ em baixo
Perto/Longe
Estruturação Espacial Juntos/separados
(explica por palavras ou gestos, o Ao lado de
significado de cada situação) Entre
Fora de
Esquerda/direita
Em fila
Explica o sentido de rápido /lento
Identifica manhã/tarde/noite
Discrimina o significado de antes/depois
Estruturação Temporal Explica o sentido de sempre/nunca
Conhece os dias da semana
Sabe o dia/mês do aniversário
Nomeia as estações do ano
Brinca com os pares
Relaciona-se adequadamente com os colegas
Competências Sociais Tem amigos
Relaciona-se adequadamente com os adultos
Integra-se no grupo/turma
Assume responsabilidades
Interage com auto-confiança
Autonomia Pessoal Diferencia objectos por forma, cor e tamanho
Selecciona a roupa de modo adequado
Veste-se, despe-se sem ajuda
É autónomo na higiene pessoal
Alimenta-se sem ajuda
Desloca-se de forma autónoma
Orienta-se nas deslocações
Autonomia no Meio Cumpre instruções/recados adequados à idade
Pede ajuda se necessário
Relaciona-se adequadamente com os vizinhos
Expressa-se em frases com pelo menos, sujeito e verbo
Expressa-se em frases com sujeito, verbo e algum complemento
Narra um facto passado de modo compreensível
Comunicação Oral Expressiva Mantém um diálogo lógico
Expressa as suas necessidades de modo claro
Articula correctamente os diversos fonemas
Fala com a correcção esperada para a idade
Escuta com atenção quando está em diálogo
Nomeia objectos ausentes face à descrição das sua função
Comunicação Oral Explica acções presentes numa gravura
Compreensiva Explica relações de causa-efeito
Escuta contos/histórias e reproduz o essencial
Cumpre instruções dadas oralmente
Faz a correspondência grafema/fonema
Descodifica, oralmente, pequenas palavras escritas (nível perceptivo)
Identifica o sentido das palavras descodificadas (nível cognitivo)
Lê frases simples, soletrando
Leitura Lê frases simples sem soletrar
Lê pequenos textos ainda com omissões, substituições ou inversões
Responde a questões sobre os textos lidos
Lê textos com uma entoação adequada
Reproduz, por palavras suas, pequenos textos lidos em voz baixa
Tem uma postura corporal adequada
Pega correctamente no lápis (ou equivalente)
A escrita segue uma linha, mais ou menos, recta da esquerda para a direita
As letras têm um desenho/ tamanho adequado e uniforme
Copia palavras de forma completa
Escrita Copia 2/3 linhas de modo fiel
Separa, correctamente, as palavras, em ditados de duas frases
Escreve pequenos ditados com aceitável correcção ortográfica
Escreve um frase com 4/5 palavras a partir de uma palavra dada
Escreve duas frases sobre um facto
Realiza uma composição de 4, ou mais frases, narrando um facto
Resume, por escrito, um texto simples
Reconta, por escrito, uma história/notícia, oralmente transmitida
Identifica o círculo
Identifica losango
Conhece as medidas de comprimento, capacidade e peso
Matemática Resolve problemas com as operações matemáticas elementares
(continuação) Resolve problemas com as operações matemáticas elementares
Resolve problemas com as unidades de medida
Resolve problemas relativos às figuras geométricas abordadas
Pede esclarecimentos quando tem dúvidas
É limpo e ordenado
Organização Pessoal Envolve-se espontaneamente nos trabalhos
Termina as tarefas sem ser alertado para tal
È cuidadoso com o material
Faz os trabalhos de casa
Revela interesse pelas actividades escolares
Esforça-se por melhorar os níveis dos seus saberes
Motivação Aproveita bem o tempo (procura não estar desocupado)
Tenta corrigir o que errou
Praticamente nunca falta
Assiduidade È pontual na entrada na sala de aula