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3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - O programa de salas de recursos multifuncionais
7 2.1 Objetivos

8 2.2 Ações

8 2.3 Critérios para implantação

9 2.4 Ajudas Técnicas e Tecnologias Assistivas

11 UNIDADE 3 - Público-alvo e os recursos humanos


11 3.1 Público-alvo

SUMÁRIO
11 3.2 Caracterização das deficiências do público-alvo das salas de recursos multifuncionais

16 3.3 Recursos Humanos

19 UNIDADE 4 - As salas de recursos multifuncionais


19 4.1 Especificações

20 4.2 Recursos e materiais pedagógicos

22 UNIDADE 5 - As salas multifuncionais nas escolas regulares e o atendimento às famílias


22 5.1 Importância das salas no ensino regular

24 5.2 A organização curricular

27 5.3 Orientação e atendimento às famílias

30 UNIDADE 6 - A utilização de softwares e outras experiências


30 6.1 Uso de softwares

33 6.2 Enunciado em blogs

34 6.3 Outras experiências

36 UNIDADE 7 - Modelo de plano de ação pedagógico (PAP) e o plano de ação individual para o AEE
40 UNIDADE 8 - Legislação pertinente
40 8.1 Decreto nº 6094 de 2007

40 8.2 Portaria Normativa nº 13 de 24 de abril de 2007

40 8.3 Nota técnica – SEESP/GAB/Nº 11 de 2010

41 8.4. Portaria nº 25 de 19 de junho de 2012

44 REFERÊNCIAS
49 ANEXOS
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UNIDADE 1 - Introdução
Vamos começar nossos estudos so- está aqui se capacitando para trabalhar
bre as Salas de Recursos Multifuncionais com essas especialidades, ou seja, sua
(SRM) por um entendimento básico: a di- atuação e as possibilidades de sucesso na
ferença entre uma Sala de Recursos e uma docência em muito dependerá de sua res-
Sala de Recursos Multifuncionais que se dá ponsabilidade que podemos resumir em
em relação ao alunado, à estrutura da sala comprometimento, estudo, pesquisa e de-
e formação do professor. Esse também é dicação.
o ponto de partida para o estudo, a análi-
Dessa maneira, vale a pena refletir e fa-
se e o entendimento das salas de recursos
zer valer as palavras de Marion Welchmann
multifuncionais, objetivo desta apostila.
(s.d): “se uma criança não pode aprender
Pela definição de Alves (2006), as salas da maneira que é ensinada, é melhor en-
de recursos multifuncionais são espaços siná-la da maneira que ela pode aprender”.
da escola onde se realiza o atendimento
Pois bem, partindo do entendimento
educacional especializado para alunos com
que educação inclusiva é um direito as-
necessidades educacionais especiais, por
segurado pela Constituição Federal e que
meio do desenvolvimento de estratégias
esse direito deve ser cumprido pelas redes
de aprendizagem, centradas em um novo
de ensino, considerando ainda que o aces-
fazer pedagógico que favoreça a constru-
so aos recursos pedagógicos e acessibili-
ção de conhecimentos pelos alunos, sub-
dade na escola elimina a discriminação e
sidiando-os para que desenvolvam o currí-
a segregação, veremos que a sala de re-
culo e participem da vida escolar.
cursos multifuncionais é um dos caminhos
A sala de recursos multifuncionais que possibilita a educação de qualidade
atende alunos cegos e surdos, enquanto a para essa parcela da sociedade que tem os
sala de recursos dita “comum” atende alu- mesmos direitos a uma educação de quali-
nos com deficiência mental/intelectual e dade como toda nossa população.
aqueles que apresentam transtornos fun-
Frise-se que,
cionais específicos como TDAH e outros
distúrbios de aprendizagem. o atendimento educacional especia-
lizado trabalha com descrições de-
Quanto à estrutura da sala, as comuns
talhadas de situações, eventos, pes-
utilizam materiais pedagógicos que podem
soas, interações e comportamentos
ser confeccionados pelos próprios profes-
que são observáveis, incorporando a
sores e a comunidade escolar de maneira
voz dos participantes, suas experiên-
geral. A sala de recursos multifuncionais,
cias, atitudes, crenças, pensamentos
por sua vez, recebem materiais, mobiliário
e reflexões, tal e qual são expressas
próprio e computadores, geralmente do
por eles mesmos (ESTEBAN, 2010, p.
governo federal.
125).
Por fim, a formação dos professores
Portanto, precisamos estar abertos,
também faz a diferença! Tanto que você
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despojados de preconceitos, mas ávidos sicos, não se tratando, portanto, de uma


e ambiciosos para entrar no mundo deles, redação original e tendo em vista o cará-
ganhar sua confiança e dar o melhor de ter didático da obra, não serão expressas
nós. opiniões pessoais.

A apostila segue uma lógica que pode- Ao final do módulo, além da lista de
mos dizer que é didática e ao mesmo tem- referências básicas, encontram-se ou-
po serve de orientação para que a escola tras que foram ora utilizadas, ora somen-
participe do programa. Primeiramente, te consultadas, mas que, de todo modo,
serão expostos os objetivos, as ações e podem servir para sanar lacunas que por
os critérios para implantação do progra- ventura venham a surgir ao longo dos es-
ma. Na sequência, teremos definições tudos.
básicas de ajudas técnicas e tecnologias
assistivas. Reforçaremos o público-alvo e
os recursos humanos que são elementos
essenciais para efetivar o programa, bem
como teremos as especificações das salas
e uma lista com os recursos materiais pe-
dagógicos necessários. Não poderíamos
nos furtar a suscitar questionamentos e
reflexões acerca da importância dessas
salas no ensino regular, sua organização
curricular, bem como o atendimento às fa-
mílias.

O enriquecimento fica por conta da uti-


lização de alguns softwares e modelo de
Plano de Ação Pedagógico, bem como fi-
nalizaremos com a legislação pertinente.
Em anexo teremos algumas sugestões de
atividades para os diversos tipos de ne-
cessidades.

Ressaltamos em primeiro lugar que em-


bora a escrita acadêmica tenha como pre-
missa ser científica, baseada em normas
e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos
de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas
não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma
compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clás-
5

UNIDADE 2 - O programa de salas de


recursos multifuncionais
A concepção de escola inclusiva se fun- nº 2, de 11 de setembro de 2001, na Lei nº
damenta no reconhecimento das diferen- 10.436/02 e no Decreto nº 5.626, de 22 de
ças humanas e na aprendizagem centrada dezembro de 2005.
nas potencialidades dos alunos, ao invés
As salas de recursos multifuncionais
da imposição de rituais pedagógicos pre-
são espaços da escola onde se realiza o
estabelecidos que acabam por legitimar as
atendimento educacional especializado
desigualdades sociais e negar a diversida-
para alunos com necessidades educacio-
de. Nessa perspectiva, as escolas devem
nais especiais, por meio do desenvolvi-
responder às necessidades educacionais
mento de estratégias de aprendizagem,
especiais de seus alunos, considerando a
centradas em um novo fazer pedagógico
complexidade e heterogeneidade de esti-
que favoreça a construção de conheci-
los e ritmos de aprendizagem. Para tanto,
mentos pelos alunos, subsidiando-os para
é necessária uma nova estrutura organi-
que desenvolvam o currículo e participem
zacional, com currículos flexíveis, estra-
da vida escolar (ALVES, 2006).
tégias teóricas metodológicas eficientes,
recursos e parcerias com a comunidade. De todo modo, o atendimento educa-
cional especializado a ser desenvolvido
A Educação Especial, como modalida-
nessas salas não substitui o ensino da
de da educação escolar responsável pelo
classe comum, e é um serviço comple-
atendimento educacional especializa-
mentar e suplementar (REZENDE; TARTU-
do, organiza-se de modo a considerar a
CE, 2013).
aproximação dos pressupostos teóricos
à prática da educação inclusiva, a fim de Apesar das salas de recursos multifun-
cumprir dispositivos legais, políticos e fi- cionais fazerem parte de um programa que
losóficos. se iniciou na segunda metade da década
de 2000 e compor a política de inclusão
Os alunos com necessidades educacio-
de alunos com necessidade educacionais
nais especiais têm assegurado na Consti-
especiais, essas salas já faziam parte da
tuição Federal de 1988, o direito à educa-
política educação desses alunos, contudo
ção (escolarização) realizada em classes
com características distintas. As salas de
comuns e ao atendimento educacional
recursos se organizavam geralmente arti-
especializado complementar ou suple-
culada às deficiências, salas categoriais e
mentar à escolarização, que deve ser re-
as salas de recursos multifuncionais com
alizado preferencialmente em salas de
foco no atendimento de todas as neces-
recursos na escola onde estejam matricu-
sidades educacionais especiais é acresci-
lados, em outra escola, ou em centros de
da de “multifuncionais” e de mobiliários,
atendimento educacional especializado.
equipamentos, materiais didáticos, recur-
Esse direito também está assegurado na
sos pedagógicos e de acessibilidade.
LDBEN - Lei nº 9.394/96, no parecer do
CNE/CEB nº 17/01, na Resolução CNE/CEB Segundo Mazzotta (2012), a sala de
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recursos é um auxílio especial na escola, alizado individualmente ou em pequenos


onde o professor especializado da rede grupos em horário diferente daquele em
pública utiliza de materiais e equipamen- que frequentam a classe comum.
tos específicos que auxiliam os alunos com
A sala de recursos multifuncionais é,
deficiência de modo a mantê-los juntos à
portanto, um espaço organizado com
classe comum. A função deste docente se
materiais didáticos, pedagógicos, equi-
resume em duas etapas, a primeira é um
pamentos e profissionais com formação
trabalho direto com o aluno e a segunda
para o atendimento às necessidades edu-
um trabalho indireto de parceria com os
cacionais especiais. No atendimento, é
professores da classe comum, às famílias
fundamental que o professor considere
e aos demais integrantes da comunidade
as diferentes áreas do conhecimento, os
escolar.
aspectos relacionados ao estágio de de-
Portanto, o professor de sala de recur- senvolvimento cognitivo dos alunos, o
sos assume papéis em dois âmbitos: um nível de escolaridade, os recursos especí-
diretamente com o aluno com necessida- ficos para sua aprendizagem e as ativida-
des educacionais especiais e outro indire- des de complementação e suplementação
tamente, na consultoria colaborativa com curricular.
a família e outros profissionais da escola
A denominação sala de recursos multi-
visando à educação desse aluno. O aten-
funcionais se refere ao entendimento de
dimento em salas de recursos multifun-
que esse espaço pode ser utilizado para o
cionais, conforme já referido, visa com-
atendimento das diversas necessidades
plementar e suplementar o processo de
educacionais especiais e para desenvolvi-
escolarização desses alunos (REZENDE;
mento das diferentes complementações
TARTUCE, 2013).
ou suplementações curriculares. Uma
De acordo com as Diretrizes Nacionais mesma sala de recursos, organizada com
de Educação Especial para a Educação diferentes equipamentos e materiais,
Básica, o atendimento educacional espe- pode atender, conforme cronograma e
cializado em salas de recursos constitui horários, alunos com deficiência, altas ha-
serviço de natureza pedagógica, condu- bilidades/superdotação, dislexia, hipera-
zido por professor especializado, que su- tividade, déficit de atenção ou outras ne-
plementa, no caso dos alunos com altas cessidades educacionais especiais. Para
habilidades/superdotação, e complemen- atender alunos cegos, por exemplo, deve
ta, no caso dos alunos com dificuldades dispor de professores com formação e re-
acentuadas de aprendizagem vinculadas cursos necessários para seu atendimento
ou não à deficiência. Esse serviço se rea- educacional especializado. Para atender
liza em espaço dotado de equipamentos alunos surdos, deve-se estruturar com
e recursos pedagógicos adequados às profissionais e materiais bilíngues. Por-
necessidades educacionais especiais dos tanto, essa sala de recursos é multifun-
alunos, podendo estender-se a alunos de cional em virtude de a sua constituição ser
escolas mais próximas, nas quais ainda flexível para promover os diversos tipos
não exista esse atendimento. Pode ser re- de acessibilidade ao currículo, de acordo
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com as necessidades de cada contexto assistivas, entre outros.


educacional.
Nesse sentido, o atendimento educa-
A escola deve articular junto à gestão cional especializado não pode ser confun-
da sua rede de ensino, as condições ne- dido com atividades de mera repetição de
cessárias para a implementação das salas conteúdos programáticos desenvolvidos
de recursos multifuncionais, bem como a na sala de aula, mas deve constituir um
definição de procedimentos pedagógicos conjunto de procedimentos específicos
e a participação dos pais ou responsáveis. mediadores do processo de apropriação
e produção de conhecimentos (ALVES,
O atendimento educacional especiali-
2006).
zado nas salas de recursos multifuncio-
nais se caracteriza por ser uma ação do
2.1 Objetivos
sistema de ensino no sentido de acolher
a diversidade ao longo do processo edu- Segundo o Manual de Orientação (BRA-
cativo, constituindo-se num serviço dis- SIL, 2010), o Programa de Implantação de
ponibilizado pela escola para oferecer o Salas de Recursos Multifuncionais, insti-
suporte necessário às necessidades edu- tuído pelo MEC/SEESP (hoje vinculado a
cacionais especiais dos alunos, favore- SECADI) por meio da Portaria Ministerial
cendo seu acesso ao conhecimento. nº 13/2007, integra o Plano de Desenvol-
vimento da Educação – PDE, destinando
O atendimento educacional especia-
apoio técnico e financeiro aos sistemas de
lizado constitui parte diversificada do
ensino para garantir o acesso ao ensino
currículo dos alunos com necessidades
regular e a oferta do AEE aos alunos com
educacionais especiais, organizado insti-
deficiência, transtornos globais do desen-
tucionalmente para apoiar, complementar
volvimento e/ou altas habilidades/super-
e suplementar os serviços educacionais
dotação.
comuns. Dentre as atividades curriculares
específicas desenvolvidas no atendimen- No contexto da Política Nacional de
to educacional especializado em salas de Educação Especial na Perspectiva da
recursos se destacam: o ensino da Lín- Educação Inclusiva, o Programa tem
gua Brasileira de Sinais (Libras), o sistema como objetivos:
Braille e o Soroban, a comunicação alter-
nativa, o enriquecimento curricular, den- apoiar a organização da educação
tre outros. especial na perspectiva da educação in-
clusiva;
Além do atendimento educacional es-
pecializado realizado em salas de recur- assegurar o pleno acesso dos alu-
sos ou centros especializados, algumas nos público-alvo da educação especial no
atividades ou recursos devem ser disponi- ensino regular em igualdade de condições
bilizados dentro da própria classe comum, com os demais alunos;
como, por exemplo, os serviços de tradu- disponibilizar recursos pedagógi-
tor e intérprete de Libras e a disponibi- cos e de acessibilidade às escolas regula-
lidade das ajudas técnicas e tecnologias res da rede pública de ensino;
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promover o desenvolvimento pro- as demandas da rede, atendendo os se-


fissional e a participação da comunidade guintes critérios do Programa:
escolar.
a secretaria de educação a qual se
vincula a escola deve ter elaborado o Pla-
2.2 Ações
no de Ações Articuladas – PAR, registran-
De acordo com esses objetivos, do as demandas do sistema de ensino com
para que aconteça o processo de im- base no diagnóstico da realidade educa-
plantação das salas de recursos mul- cional;
tifuncionais, o MEC/SEESP realiza as a escola indicada deve ser da rede
seguintes as ações: pública de ensino regular, conforme re-
aquisição dos recursos que com- gistro no Censo Escolar MEC/INEP (escola
põem as salas; comum);

informação sobre a disponibiliza- a escola de ensino regular deve


ção das salas e critérios adotados; ter matrícula de aluno(s) público-alvo da
educação especial em classe comum, re-
monitoramento da entrega e insta- gistrado(s) no Censo Escolar/INEP, para a
lação dos itens às escolas; implantação da sala Tipo I;
orientação aos sistemas de ensino a escola de ensino regular deve ter
para a organização e oferta do AEE; matrícula de aluno(s) cego(s) em classe
cadastro das escolas com sala de comum, registrado(s) no Censo Escolar/
recursos multifuncionais implantadas; INEP, para a implantação da sala de Tipo II;

promoção da formação continuada a escola deve ter disponibilidade


de professores para o AEE; de espaço físico para o funcionamento
da sala e professor para atuação no AEE
encaminhamento, assinatura e pu- (BRASIL, 2010).
blicação dos Contratos de Doação;
A entrega dos itens que compõem as
atualização dos recursos das salas salas de recursos multifuncionais dá-se,
implantadas pelo Programa; diretamente, na escola, no endereço re-
apoio à acessibilidade nas escolas gistrado no Censo Escolar, por empresas
com salas implantadas (BRASIL, 2010). diferentes, em prazo contado a partir da
emissão da Autorização de Entrega.
2.3 Critérios para implanta- O MEC/SECADI acompanha e fiscaliza
ção essa execução nas diferentes regiões do
país, por meio do sistema informatizado
Aos gestores dos sistemas de ensino
de monitoramento para atestar sua con-
cabe definir quanto à implantação das sa-
formidade.
las de recursos multifuncionais, o planeja-
mento da oferta do AEE e a indicação das O responsável pela escola, no momento
escolas a serem contempladas, conforme da entrega deve conferir os itens especifi-
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cados na nota fiscal e assinar o TERMO DE ponível no site: http://portal.mec.gov.br/


RECEBIMENTO (Anexo I); posteriormente, index.php?option=com_docman&task=-
no ato da instalação dos equipamentos doc_download&gid=11037&Itemid=
de informática, o TERMO DE ACEITAÇÃO
(Anexo II). As empresas são desrespon- 2.4 Ajudas Técnicas e Tec-
sabilizadas após tentativas inválidas ou nologias Assistivas
recusa de recebimento/instalação, devi-
damente registradas. As ajudas técnicas possuíam uma orien-
tação predominantemente voltada para o
No período entre a entrega e a instala- suporte à ação médica e à reabilitação, de
ção, não deve ocorrer abertura das caixas forma que a ênfase desses recursos era
ou violação dos equipamentos. Durante a colocada apenas na patologia e nas es-
garantia, é admitida a troca de mobiliários/ tratégias de redução das dificuldades das
equipamentos/materiais defeituosos, por pessoas com deficiência.
outros iguais ou de tecnologia superior,
desde que autorizada pela contratante Ampliando essa orientação, a Lei nº
(MEC/SECADI). 10.098/00, que trata das normas gerais e
critérios básicos para a promoção da aces-
Observa-se que a(s) empresa(s) não sibilidade de pessoas com deficiência ou
são autorizadas a efetuar a entrega e/ou mobilidade reduzida, dispôs que o poder
a instalação em local diverso do especifi- público promoverá a supressão de barrei-
cado na nota fiscal. Casos excepcionais, ras urbanísticas, arquitetônicas, de trans-
como calamidade pública, mudança de en- porte e de comunicação, mediante ajudas
dereço e outros, devem ser previamente técnicas. Na regulamentação da Lei, o art.
comunicados ao MEC/SECADI, formalizan- 61 do Decreto nº 5.296/04 definiu:
do a justificativa da alteração. É vedada a
troca de escola que contrarie os critérios consideram-se ajudas técnicas os
do programa. produtos, instrumentos e equipa-
mentos ou tecnologia adaptados ou
O interesse de manter a qualidade especialmente projetados para me-
dos itens, o cumprimento dos prazos e a lhorar a funcionalidade da pessoa
garantia dos recursos são tanto da con- portadora de deficiência ou com mo-
tratada (empresa) como da contratante bilidade reduzida, favorecendo a au-
(MEC/SECADI/FNDE) e dos beneficiários tonomia pessoal, total ou assistida.
(escola/sistemas de ensino). Portanto, os
gestores das secretarias de educação e Recentemente foi inserida na cultura
das escolas devem conhecer e conferir os educacional brasileira, a terminologia tec-
quantitativos e a especificação dos itens, nologias assistivas, apresentando-se pa-
além de colaborar para que a entrega e a ralelamente à expressão ajudas técnicas,
instalação ocorram nos prazos previstos. no que diz respeito aos recursos que favo-
recem a funcionalidade e aos serviços que
Vale a pena conferir o documento têm por objetivo promover a avaliação,
orientador do programa de SRM com atu- indicação, confecção e orientação para o
alizações para 2013 que encontra-se dis- desenvolvimento de autonomia funcional
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do usuário da tecnologia assistiva. rigidas à promoção da inclusão de todos


os alunos nas escolas. Portanto, o espaço
Tecnologia assistiva, portanto, é uma
escolar deve ser estruturado como aquele
expressão utilizada para identificar todo
que oferece também as ajudas técnicas e
o arsenal de recursos e serviços que con-
os serviços de tecnologia assistiva.
tribuem para proporcionar ou ampliar ha-
bilidades funcionais de pessoas com defi- A tecnologia assistiva é classificada em
ciência e, consequentemente, promover várias áreas de especialização importan-
vida independente e inclusão. tes no processo educacional, sendo en-
tendida como recursos para alunos cegos
Ainda, de acordo com Dias de Sá (2003
ou com baixa visão; surdos, ou com déficit
apud ALVES, 2006), a tecnologia assistiva
auditivo; com deficiência mental; com de-
deve ser compreendida como resolução
ficiência física, superdotados, destacan-
de problemas funcionais, em uma pers-
do-se o material escolar pedagógico adap-
pectiva de desenvolvimento das poten-
tado; a adequação de postura (mobiliário);
cialidades humanas, valorização de dese-
a mobilidade; a comunicação aumentativa
jos, habilidades, expectativas positivas
e alternativa; a informática acessível e os
e da qualidade de vida, as quais incluem
projetos arquitetônicos para acessibilida-
recursos de comunicação alternativa, de
de, entre outros.
acessibilidade ao computador, de ativida-
des de vida diária, de orientação e mobili- Dessa forma, as ajudas técnicas e as
dade, de adequação postural, de adapta- tecnologias assistivas constituem campo
ção de veículos, órteses e próteses, entre de atuação da educação especial que têm
outros. por finalidade atender o que é específico
dos alunos com necessidades educacio-
Nesse sentido, o Ministério da Ciência
nais especiais, buscando recursos e es-
e Tecnologia (BRASIL, 2005) definiu as
tratégias que favoreçam seu processo de
tecnologias assistivas como aquelas que
aprendizagem, habilitando-os funcional-
reduzem ou eliminem as limitações de-
mente na realização de tarefas escolares.
correntes das deficiências física, mental,
visual, auditiva, a fim de colaborar para a No processo educacional, poderão ser
inclusão social das pessoas com deficiên- utilizadas nas salas de recursos, tanto a
cia e dos idosos. tecnologia avançada, quanto os compu-
tadores e softwares específicos, como
Essa concepção efetiva o disposto na
também os recursos de baixa tecnologia,
Constituição Federal de 1988, que garan-
que podem ser obtidos ou confeccionados
te às pessoas com deficiência, o direito ao
artesanalmente pelo professor, a partir
atendimento educacional especializado, o
de materiais que fazem parte do cotidiano
qual deve contemplar as ajudas técnicas e
escolar.
as tecnologias assistivas.

No desenvolvimento de sistemas edu-


cacionais inclusivos, as ajudas técnicas e
as tecnologias assistivas estão inseridas
no contexto da educação brasileira, di-
11
UNIDADE 3 - Público-alvo e os recursos
humanos
Os alunos, público-alvo do atendimen- túrbios, disfunções ou deficiências, tais
to educacional especializado, são aqueles como, autismo, hiperatividade, déficit de
com deficiência, transtornos globais do atenção, dislexia, deficiência física, para-
desenvolvimento e altas habilidades ou lisia cerebral e outros.
superdotação, no ensino regular.
3.2 Caracterização das defi-
3.1 Público-alvo ciências do público-alvo das
Reforçando: a sala de recursos mul- salas de recursos multifun-
tifuncionais é um espaço para a rea-
lização do atendimento educacional
cionais
especializado de alunos que apresen- A literatura é extensa e rica ao tratar
tam, ao longo de sua aprendizagem, das diversas deficiências, mas nesse mo-
alguma necessidade educacional es- mento falaremos brevemente sobre cada
pecial, temporária ou permanente, um delas, pois o foco são as SRM e não as
compreendida, segundo as Diretrizes deficiências em si, mas como dito, há vasto
Nacionais para a Educação Especial material e algumas referências dão a dica
para aqueles que desejam se aprofundar.
na Educação Básica, em três grupos:
1. Alunos com dificuldades acentu- a) Deficiência intelectual/mental
adas de aprendizagem ou limitações no Segundo a American Association on In-
processo de desenvolvimento que difi- tellectual and Developmental Disabilities
cultam o acompanhamento das ativida- – AAIDD (AAMR, 2006, p. 20 apud SOUSA,
des curriculares: aquelas não vinculadas a 2011, p. 36), deficiência intelectual/men-
uma causa orgânica específica ou aquelas tal é a
relacionadas a condições, disfunções, li-
mitações ou deficiências. incapacidade caracterizada por
importantes limitações, tanto no
2. Alunos com dificuldades de comu- funcionamento intelectual como
nicação e sinalização diferenciadas dos no comportamento adaptativo, ex-
demais alunos. pressa nas habilidades adaptativas
conceituais, sociais e práticas. Essa
3. Alunos que evidenciem altas habi-
incapacidade tem início antes dos 18
lidades/superdotação e que apresentem
anos de idade.
uma grande facilidade ou interesse em re-
lação a algum tema ou grande criatividade As habilidades intelectuais referem-
ou talento específico. -se à inteligência, cuja aplicação se dá por
meio do raciocínio e organização do pen-
Incluem-se, nesses grupos, alunos que
samento que precisa ser observado des-
enfrentam limitações no processo de
de a infância para que se possa identificar
aprendizagem devido a condições, dis-
suas reais necessidades.
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b) Deficiência Auditiva ban, orientação e mobilidade, dentre ou-


tros;
O Decreto Federal nº 3.298 de 20 de de-
zembro de 1999, alterado pelo Decreto nº baixa visão – prejuízo da função vi-
5.296/2004 estabelece como deficiência sual mesmo após tratamento e/ou refra-
auditiva a “perda bilateral, parcial ou total, ção óptica. As condições de baixa visão
de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, são variáveis, bem como as necessidades
aferida por audiograma nas frequências educacionais especiais do estudante com
de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz”. baixa visão, que variam de um para outro,
de acordo com o grau de sua perda visual.
Considerando a linguagem como uma
capacidade humana que se desenvol- d) Surdo cegueira
ve na interação com o outro (VIGOTSKY,
A deficiência surdo cegueira não se re-
2000), devemos ressaltar o fato que o
fere apenas à soma das condições impos-
indivíduo não exposto a um ambiente lin-
tas pela surdez e pela cegueira. A pessoa
guístico que propicie a aquisição de uma
surda e cega apresenta várias dificulda-
língua, ao longo dos seus primeiros anos
des em razão da falta de um sentido que
de vida, apresentará defasagem em seu
lhe permita perceber os fatos do ambien-
desenvolvimento linguístico. Isso porque
te que a cerca, impossibilitando a anteci-
esse é o período de denominado “ótimo”
pação do que vai acontecer ao seu redor.
para aquisição de uma língua. Cole e Cole
Essas crianças necessitam de recursos
(2004) afirmam que o desenvolvimen-
e metodologias que possibilitem a cons-
to da linguagem de uma criança que não
trução do conhecimento com a utilização
é exposta a uma experiência linguística
dos sentidos remanescentes, entre eles
direta, mas apenas à vida cotidiana orga-
o cutâneo, cinestésico (corporal - articu-
nizada pela linguagem, não terá como de-
lações e músculos; e sensorial visceral),
senvolver todo o seu potencial linguístico.
gustativo e olfativo (MEC, SEESP, 2004).
Para que haja um desenvolvimento com-
As pessoas surdo cegas apresentam ca-
pleto, a criança precisa escutar (ou ver) a
racterísticas distintas e variáveis, interli-
linguagem.
gadas a fatores que a levaram a essa con-
c) Deficiência Visual dição. Esses fatores e as consequências
deles decorrentes variam de acordo com
A deficiência visual refere-se a uma si-
o ambiente familiar, social e cultural, bem
tuação de perda total da visão – denomi-
como de acordo com o acesso a recursos
nada cegueira – ou a um quadro de baixa
de atendimento clínico, escolar e a outros
visão. Pode-se, portanto, conceituá-la
serviços necessários ao seu desenvolvi-
como:
mento.
cegueira – situação de ausência to-
e) Deficiência Múltipla
tal de visão, chegando, inclusive, à perda
total de projeção de luz. O estudante cego O termo deficiência múltipla tem sido
necessita, para o seu desenvolvimento utilizado com frequência para caracteri-
educacional, de atendimentos específi- zar o conjunto de duas ou mais deficiên-
cos, tais como: domínio do Braille, soro- cias associadas, podendo ser de ordem
13

física, sensorial e/ou intelectual. Entre- les que possuem diagnósticos de autis-
tanto, conforme documentos orienta- mo, síndromes do espectro do autismo e
dores nacionais (MEC/Educação Infantil, psicose infantil, conforme classificação
2002, v. 4), a caracterização do estudante do Ministério da Educação (MEC/SEESP,
com deficiência múltipla não se dará ape- 2007). Além desses diagnósticos, é im-
nas em decorrência da somatória aleató- portante ressaltar que as classificações e
ria de suas deficiências, mas da observa- características dos transtornos incluídos
ção quanto ao grau de implicação dessas nessa categoria são aquelas constantes
deficiências para a pessoa. Nesse sentido, no Manual de Diagnóstico e Estatística
o nível de comprometimento e as possibi- das Doenças Mentais – DSM IV-TR - (APA.
lidades funcionais do estudante, de sua 2002) e na Classificação Internacional de
comunicação, de sua interação social e de Doenças – CID 10 - (OMS, 2000).
aprendizagem é que determinam as ne-
O autismo é um transtorno global do
cessidades educacionais do estudante.
desenvolvimento caracterizado por um
f) Deficiência Física desenvolvimento anormal ou alterado,
manifestado antes da idade de três anos,
A deficiência física é caracterizada pelo
e apresenta uma perturbação caracterís-
comprometimento de condições motoras
tica do funcionamento em cada um dos
que acometem algumas pessoas de for-
três domínios: interações sociais, comu-
ma a comprometer-lhes a mobilidade, sua
nicação, e comportamento focalizado e
coordenação motora geral e/ou sua fala.
repetitivo.
Geralmente essas implicações são conse-
quentes de lesões neurológicas, neuro- O autismo apresenta grandes dificulda-
musculares, ortopédicas, reumáticas ou des para ser diagnosticado e é considerado
má-formação de natureza congênita. Des- como uma síndrome comportamental com
sa forma, conforme documentos orienta- etiologias múltiplas. É caracterizado por
dores nacionais (MEC, 2004), a deficiên- provocar um comprometimento acentua-
cia física refere-se ao comprometimento do no uso de múltiplos comportamentos
do aparelho locomotor, que compreende não-verbais, tais como: contato visual di-
o sistema osteoarticular, o sistema mus- reto, expressão facial, posturas corporais
cular e o sistema nervoso. As doenças e gestos para regular a interação social, e
ou lesões que afetam quaisquer desses acentuado fracasso em desenvolver ha-
sistemas, isoladamente ou em conjunto, bilidades de comunicação apropriadas ao
podem produzir quadros de limitações nível de desenvolvimento esperado, isso
físicas de grau e gravidade variáveis, se- porque a pessoa com autismo apresenta
gundo o(s) segmento(s) corporal(is) afe- uma falta de disposição para compartilhar
tados(s) e o tipo de lesão ocorrida. prazeres, interesses ou realizações com
outras pessoas, bem como não apresenta
g) Transtornos Globais do Desenvol-
reciprocidade social ou emocional.
vimento (TGD)
O autismo atípico é um transtorno glo-
Os estudantes com Transtornos Glo-
bal do desenvolvimento que se caracteriza
bais do Desenvolvimento (TGD) são aque-
por apresentar, geralmente após a idade
14

de três anos, características que não res- ração do tipo autístico da interação social
pondem aos três grupos de critérios diag- e da comunicação. Pode ser também cha-
nósticos do autismo infantil. Dessa forma, mado de demência infantil, psicose desin-
a criança não apresentará manifestações tegrativa, psicose simbiótica ou síndrome
patológicas suficientes em um ou dois dos de Heller.
três domínios psicopatológicos no autis-
O Transtorno de Asperger é um trans-
mo infantil. Assim, podem ser observadas
torno caracterizado por uma alteração
características de interações sociais re-
qualitativa das interações sociais recí-
cíprocas, comunicação, comportamentos
procas, semelhante à observada no au-
limitados, estereotipados ou repetitivos
tismo, com um repertório de interesses
implicados no autismo infantil. O autismo
e atividades restrito, estereotipado e re-
atípico ocorre habitualmente em crianças
petitivo. Entretanto, ele se diferencia do
que apresentam um retardo mental pro-
autismo essencialmente pelo fato de não
fundo ou um transtorno específico grave
ser acompanhado de um retardo ou de
do desenvolvimento de linguagem do tipo
uma deficiência de linguagem ou do de-
receptivo.
senvolvimento cognitivo. Esse transtorno
O Transtorno de Rett é caracterizado é acompanhado, por vezes, de episódios
por um desenvolvimento inicial, aparente- psicóticos no início da idade adulta. É tam-
mente normal, seguido de uma perda par- bém chamado de psicopatia autística ou
cial ou completa de linguagem, da marcha transtorno esquizóide da infância.
e do uso das mãos, associado a um atraso
h) Altas Habilidades/Superdotação
no desenvolvimento craniano e que ocor-
re habitualmente entre 7 e 24 meses. Por A heterogeneidade desse grupo de in-
isso, observa-se que o desenvolvimento divíduos apresenta-se como um desafio
social e o lúdico permanecerão detidos à definição de parâmetros precisos que
enquanto o interesse social continuará, determinem um conceito único de altas
em geral, conservado. habilidades/superdotação. O que na prá-
tica ocorre é a construção desses parâ-
O transtorno desintegrativo da infân-
metros a partir dos referenciais teóricos
cia é uma espécie de transtorno global
adotados para o atendimento educacio-
do desenvolvimento caracterizada por
nal especializado ofertado pelos diversos
ser antecedido por um período de desen-
sistemas de ensino (ALENCAR; FLEITH,
volvimento completamente normal, cuja
2001). No que se refere à definição oficial,
característica é a perda manifesta das ha-
o MEC/SEESP, ao lançar a Política Nacio-
bilidades, anteriormente adquiridas em
nal de Educação Especial na Perspectiva
vários domínios do desenvolvimento, em
da Educação inclusiva, em 2008, consi-
um período de poucos meses. Essas mani-
dera estudantes com altas habilidades/
festações são acompanhadas tipicamen-
superdotação aqueles que demonstram
te por uma perda global do interesse pelo
potencial elevado em qualquer uma das
ambiente, pela apresentação de condu-
seguintes áreas: intelectual, acadêmica,
tas motoras estereotipadas, repetitivas
liderança, psicomotricidade e artes, iso-
e maneirismos, bem como por uma alte-
ladas ou combinadas, além de potencial
15

criativo, envolvimento na aprendizagem e condições da escola, a prática docente, as


na realização de tarefas em áreas de seu in- diretrizes do sistema de ensino, bem como a
teresse. relação entre todas elas.

Algumas Secretarias adotam o modelo Portanto, são beneficiados com atendi-


dos Três Anéis, proposto por Renzulli (1978, mento educacional especializado todos os
1986, 1988 apud FLEITH, 2001), através do alunos que encontram respostas às suas
qual a visão de superdotação ocorre como necessidades educacionais especiais. Essas
resultado da interação de três fatores: ha- respostas são estabelecidas na relação en-
bilidade acima da média, envolvimento com tre a modalidade da Educação Especial e as
a tarefa e criatividade. Esse modelo vem etapas da educação.
ao encontro das diretrizes para a educação
Quanto às crianças com idade de zero a
do superdotado e talentoso recomenda-
três anos, o AEE se efetiva por meio de ser-
das pelo Ministério da Educação e Desporto
viços de estimulação precoce, os quais têm
(FLEITH, 2001).
como objetivo otimizar o processo de de-
Esses alunos que, muitas vezes, não têm senvolvimento e aprendizagem em conso-
encontrado respostas às suas necessida- nância com outros serviços públicos. Avan-
des educacionais especiais no sistema de çando no processo de desenvolvimento e
ensino, poderão ser beneficiados com os potencializando a sua aprendizagem, para
recursos de acessibilidade por meio de aju- os alunos com deficiência visual, surdez, de-
das técnicas e de tecnologias assistivas, uti- ficiência física, intelectual e motora, o qua-
lização de linguagens e códigos aplicáveis e dro abaixo descreve algumas das atividades
pela abordagem pedagógica que possibilite desenvolvidas nesses espaços (ÁSFORA,
seu acesso ao currículo. 2012).

Mediante tantas espécies de deficiência, Alunos com cegueira


não se tem a pretensão de esgotar o amplo
Ensinar o Sistema braile.
espectro de alunos que têm direito ao aten-
dimento educacional especializado, ficando Realizar atividades de Orientação e Mo-
os sistemas de ensino com a responsabilida- bilidade.
de e autonomia para se organizar conforme
Ensinar Atividades de Vida Diária (A VD).
as necessidades apresentadas por seus alu-
nos. Transcrever materiais do braile para
tinta e vice versa.
Segundo o Parecer CNE/CEB nº 17/2001,
o projeto pedagógico de uma escola inclusi- Fazer adequação de materiais didático-
va deverá atender ao princípio da flexibilida- -pedagógico em parceria com o CAPs (Cen-
de para que o acesso ao currículo seja ade- tros de Atendimento Pedagógico para Defi-
quado às condições do aluno, favorecendo cientes Visuais).
seu processo escolar. Dessa forma, devem
ser observadas as variáveis que podem in- Alunos com baixa visão
terferir no processo de aprendizagem, tais Ensinar a usar os recursos ópticos e não
como: as de cunho individual do aluno, as ópticos.
16

Estimular o resíduo visual com o uso Alunos com deficiência mental


de materiais que tenham cores fortes e
Promover atividades em que o aluno
contratantes.
seja sujeito ativo do conhecimento e que
Ampliação de fontes. resgate a autonomia.
Produção de materiais com contraste Ensinar AVD.
visual.
Possibilitar o desenvolvimento da
Produção de materiais didático-pe- criatividade.
dagógicos adequados ao tipo visão.
Fonte: Ásfora (2012, p. 37-8).
Alunos surdos
Ensinar a Libras.
3.3 Recursos Humanos
O professor da sala de recursos multi-
Coordenar oficinas de Libras.
funcionais deverá ter curso de graduação,
Promover o aprendizado da língua pós-graduação e ou formação continua-
portuguesa na modalidade escrita. da que o habilite para atuar em áreas da
educação especial para o atendimento às
Encaminhar para os serviços de fo-
necessidades educacionais especiais dos
noaudiologia os que optarem pela oraliza-
alunos. A formação docente, de acordo
ção.
com sua área específica, deve desenvol-
Estabelecer parceria com o CAS. ver conhecimentos acerca de: Comunica-
ção Aumentativa e Alternativa, Sistema
Adequar materiais didático-pedagó- Braille, Orientação e Mobilidade, Soroban,
gicos que promovam experiências visuais Ensino da Língua Brasileira de Sinais – Li-
de ensino. bras, Ensino de Língua Portuguesa para
Alunos com deficiência física Surdos, Atividades de Vida Diária, Ativi-
dades Cognitivas, Aprofundamento e En-
Adequar materiais didático-pedagó- riquecimento Curricular, Estimulação Pre-
gicos. coce, entre outros.
Adequar recursos de informática. O professor da sala de recursos
Adequar o mobiliário. multifuncionais tem como atribui-
ções:
Providenciar recursos de auxílio da
AVD e recursos de mobilidade. atuar como docente nas atividades
de complementação ou suplementação
Desenvolver projetos em parceria curricular específica que constituem o
com profissionais da arquitetura, terapia atendimento educacional especializado
ocupacional, fonoaudiologia, engenharia, dos alunos com necessidades educacio-
dentre outros. nais especiais;

atuar de forma colaborativa com o


professor da classe comum para a defini-
17

ção de estratégias pedagógicas que favo- elaboração do projeto pedagógico, de-


reçam o acesso do aluno com necessida- senvolvendo ação conjunta com os pro-
des educacionais especiais ao currículo e fessores das classes comuns e demais
a sua interação no grupo; profissionais da escola para a promoção
da inclusão escolar.
promover as condições para a inclu-
são dos alunos com necessidades educa- Sobre a questão dos recursos huma-
cionais especiais em todas as atividades nos, Barreto e Goulart (2008) nos lem-
da escola; bram que eles são elementos essenciais à
prática da educação inclusiva e salientam
orientar as famílias para o seu en-
que a necessidade de recursos humanos
volvimento e a sua participação no pro-
devidamente capacitados para atuarem
cesso educacional;
em classes inclusivas implica não só o co-
informar à comunidade escolar nhecimento a respeito das especificida-
acerca da legislação e normas educacio- des da deficiência com a qual se vai tra-
nais vigentes que asseguram a inclusão balhar, mas também uma reflexão crítica
educacional; acerca do sentido da educação e de suas
finalidades.
participar do processo de identi-
ficação e tomada de decisões acerca do Professores do ensino regular e da
atendimento às necessidades educacio- educação especial deveriam relacionar-se
nais especiais dos alunos; como aliados em busca dos mesmos obje-
tivos e não como “detentores” de um sa-
preparar material específico para
ber direcionado unicamente à sua área de
uso dos alunos na sala de recursos;
atuação (SERRA, 2006).
orientar a elaboração de materiais
Infelizmente, essa não é a realidade de
didático-pedagógicos que possam ser uti-
muitas escolas, alguns professores do en-
lizados pelos alunos nas classes comuns
sino regular, por falta de conhecimento ou
do ensino regular;
“comodismo”, depositam toda a respon-
indicar e orientar o uso de equipa- sabilidade nos serviços de apoio, como se
mentos e materiais específicos e de ou- estes fossem os únicos responsáveis pela
tros recursos existentes na família e na aprendizagem e inclusão de alunos com
comunidade; necessidades educativas especiais e/ou
dificuldades escolares.
articular, com gestores e profes-
sores, para que o projeto pedagógico da Construir e cultivar políticas de inclu-
instituição de ensino se organize coleti- são pressupõe planejar novas formas de
vamente numa perspectiva de educação atuação, com intencionalidade e ousadia,
inclusiva. a fim de que os aspectos criativos do tra-
balho docente possibilitem novas formas
Salienta-se que o professor da sala de de intervenção que garantam a partici-
recursos multifuncionais deverá parti- pação de todos em diferentes campos de
cipar das reuniões pedagógicas, do pla- atuação e em diferentes espaços. Aqui,
nejamento, dos conselhos de classe, da
18

mais uma vez, o sujeito professor entra Nessa perspectiva, cabe ao profes-
em cena, na medida em que planejar é sor:
pensar e criar estratégias. O pensar é um
ato individual, mas não é solitário. Afinal, realizar atividades que estimulem o
não podemos esquecer que ninguém pen- desenvolvimento dos processos mentais:
sa sozinho. Pensar envolve ouvir e ser ou- atenção, memória, raciocínio, imaginação,
vido pelos outros. É no pensar com o outro criatividade, linguagem, entre outros;
e para o outro que o professor pode en- proporcionar ao aluno o conheci-
contrar as estratégias adequadas a cada mento de seu corpo, levando-o a usá-lo
tipo de situação e problema enfrentado. como instrumento de expressão cons-
(SALGADO, 2006, p. 62). ciente na busca de sua independência e
Ao analisar a formação e a ação peda- na satisfação de suas necessidades;
gógica do professor, no processo de in- fortalecer a autonomia dos alunos
clusão, Salgado (2006 apud BARRETO para decidir, opinar, escolher e tomar ini-
e GOULART, 2008) conclui que a prática ciativas, a partir de suas necessidades e
depende fundamentalmente da sua cons- motivações;
tituição histórica, seus valores e convic-
ções. Sugere ainda a utilização dos três propiciar a interação entre os alu-
AAA, de Nóvoa, aderir, agir e autocons- nos em ambientes sociais, valorizando as
cientizar-se, essenciais à transformação diferenças e a não-discriminação;
de verdades e conceitos em novos para- preparar materiais e atividades
digmas, que garantam uma relação dialó- específicas para o desenvolvimento da
gica entre os sujeitos, e que a Educação aprendizagem dos alunos (ALVES, 2006,
possa ser “especial” para todos. p. 23-24).
O documento Sala de Recursos Multi- Ressalte-se o papel socializador do pro-
funcionais: espaço para o atendimento fessor que atuará nessas salas, pensando
educacional especializado, elaborado pelo não somente no aluno como também nas
Ministério da Educação e Secretaria da relações com suas famílias, conforme ve-
Educação Especial, em 2006, ao se referir remos adiante.
ao atendimento dos alunos com deficiên-
cia mental nas Salas de Recursos, reafirma
as áreas de desenvolvimento e esclarece
que “[...] os professores realizam a me-
diação docente de forma a desenvolver
os processos cognitivos, também chama-
dos processos mentais, que oportunizam
a produção do conhecimento” (ALVES,
2006, p. 21).
19
UNIDADE 4 - As salas de recursos
multifuncionais
4.1 Especificações 01 quadro branco

O Programa de Implantação de Salas 02 mesas para computador


de Recursos Multifuncionais disponibiliza 02 cadeiras
equipamentos, mobiliários, materiais di-
dáticos e pedagógicos para a organização Material didático pedagógico
das salas e a oferta do atendimento edu- 01 material dourado
cacional especializado – AEE.
01 esquema corporal
As salas podem ser de dois tipos: tipo I e
de tipo II, variando a sala do tipo II devido 01 bandinha rítmica
adicionar recursos de acessibilidade para
01 memória de numerais
alunos com deficiência visual.
01 tapete alfabético encaixado
Ambas as salas terão os seguintes
equipamentos, mobiliários e materiais di- 01 Software comunicação alterna-
dáticos: tiva

Equipamentos 01 sacolão criativo monta tudo

02 microcomputadores 01 quebra-cabeça – sequência lógi-


ca
01 laptop
01 dominó de associação de ideias
01 estabilizador
01 dominó de frases
01 scanner
01 dominó de animais em Libras
01 impressora laser
01 dominó de frutas em libras
01 teclado com colmeia
01 dominó tátil
01 acionador de pressão
01 alfabeto Braille
01 mouse com entrada para acio-
nador 01 kit de lupas manuais

01 lupa eletrônica 01 plano inclinado – suporte para


leitura
Mobiliário
01 memória tátil
01 mesa redonda
Na sala do tipo II será acrescido
04 cadeiras
01 impressora Braille – pequeno
01 mesa para impressora porte
01 armário
20

01 máquina de datilografia Braille 01 Guia de assinatura

Máquina e impressora Braille

01 Reglete de mesa 01 kit de Desenho Geométrico

01 Punção 01 Calculadora Sonora

4.2 Recursos e materiais pe-


dagógicos
Entre a grande variedade de mate-
riais e recursos pedagógicos, alguns
citados acima e que podem ser utili-
zados para o trabalho na sala de re-
cursos multifuncionais, destacam-se:
jogos pedagógicos que valorizam
os aspectos lúdicos, a criatividade e o de-
senvolvimento de estratégias de lógica e
pensamento. Os jogos e materiais peda-
gógicos podem ser confeccionados pelos
professores da sala de recursos e devem
Reglete de mesa com dois tipos de punção obedecer a critérios de tamanho, espes-
sura, peso e cor, de acordo com a habilida-
01 Soroban (utiliza base decimal
de motora e sensorial do aluno. São muito
para representar os números)
úteis as sucatas, folhas coloridas, fotos e
gravuras, velcro, ímãs, etc.;

jogos pedagógicos adaptados para


atender às necessidades educacionais es-
peciais dos alunos, como aqueles confec-
cionados com simbologia gráfica, utilizada
nas pranchas de comunicação correspon-
dentes à atividade proposta pelo pro-
fessor, ou ainda aqueles que têm peças
grandes, de fácil manejo, que contemplam
vários temas e desafios para escrita, cál-
culo, ciências, geografia, história e outros;
21

livros didáticos e paradidáticos im-


pressos em letra ampliada, em Braille, di-
gitais em Libras, com simbologia gráfica e
pranchas de comunicação temáticas cor-
respondentes à atividade proposta pelo
professor; livros de histórias virtuais, li-
vros falados, livros de histórias adaptados
com velcro e com separador de páginas,
dicionário trilíngue: Libras/Português/In-
glês e outros;

recursos específicos como reglete,


punção, soroban, guia de assinatura, ma-
terial para desenho adaptado, lupa manu-
al, calculadora sonora, caderno de pauta
ampliada, caneta ponta porosa, engros-
sadores de lápis e pincéis, suporte para
livro (plano inclinado), tesoura adaptada,
softwares, brinquedos e miniaturas para
o desenvolvimento da linguagem, reco-
nhecimento de formas e atividades de
vida diária, e outros materiais relativos ao
desenvolvimento do processo educacio-
nal;

mobiliários adaptados, tais como:


mesa com recorte, ajuste de altura e ân-
gulo do tampo; cadeiras com ajustes para
controle de tronco e cabeça do aluno,
apoio de pés, regulagem da inclinação do
assento com rodas, quando necessário;
tapetes antiderrapantes para o não des-
colamento das cadeiras (ALVES, 2006).
22
UNIDADE 5 - As salas multifuncionais nas
escolas regulares e o atendimento às famílias
5.1 Importância das salas nha, os programas propostos pelas asso-
ciações de bairro, as relações de seus pais
no ensino regular no ambiente de trabalho são exemplos do
Tanto porque as palavras (e suas defi- funcionamento deste amplo sistema.
nições lato sensu) “exclusão” e “precon- Focando o ambiente escolar e as in-
ceito” ainda façam parte, mesmo que de ter-relações que as crianças podem par-
maneira sorrateira, do código de conduta ticipar ali é fácil inferir que irão fazer a
de grande maioria da sociedade, torna-se diferença para a criança, cada uma a seu
necessário discutir a questão do atendi- tempo e dentro de suas possibilidades de
mento educacional especializado nas es- desenvolvimento, portanto, justifica-se
colas regulares, ponto que merece ser re- como viável e importante essa participa-
visto devido a sua atualidade. ção, essa convivência na escola regular
Vamos tomar como sustentáculo para que é saudável e plural.
esse aporte (das salas multifuncionais no Em relação ao processo educativo, Vy-
ensino regular) as considerações de Vy- gotsky considera que o contexto históri-
gotsky e Bronfenbenner. co-cultural no qual o ser humano encon-
O segundo pesquisador, falecido re- tra-se, está diretamente relacionado ao
centemente (2005), apresenta uma teo- seu desenvolvimento. Esse ambiente é
ria ecológica na qual o desenvolvimento capaz de intervir no comportamento so-
humano é definido como o conjunto de cial, no desenvolvimento psicológico e,
processos através dos quais as particula- consequentemente, em sua progressão
ridades da pessoa e do ambiente intera- intelectual. Considera ainda que os pro-
gem para produzir constância e mudança cessos mentais não são inatos, mas se
nas características da pessoa no curso de originam entre indivíduos humanos e se
sua vida. desenvolvem ao longo do processo de in-
ternalização de formas culturais de com-
Sua teoria se apoia em quatro níveis portamento e não de reações automáti-
dinâmicos e inter-relacionados: a pessoa, cas [...] (BESSA, 2006).
o processo, o contexto e o tempo que, de
forma resumida se reporta a microam- Nessa linha, Vygotsky ressalta fato-
bientes pelos quais a criança vai passando res importantes para o desenvolvimento,
e extraindo ou não o equilíbrio. como o estímulo ou elemento mediador,
que então resultará em alguma resposta.
Ao tratar do ecossistema, Bronfenbren- A relação entre o homem e o mundo não
ner considera os ambientes onde a pes- acontece simplesmente ao acaso, para
soa em desenvolvimento não se encontra ele, o fato de viver em sociedade é de
presente, mas cujas relações que neles suma importância para as modificações
existem afetam seu desenvolvimento. As ocorridas na vida do homem. E através
decisões tomadas pela direção da escoli- dessa convivência surge o conhecimento
23

e, consequentemente, a aprendizagem. de outra forma. A partir do momento em


que Vygotsky define o que poderia agra-
Segundo os princípios de Vygotsky, a
var o desenvolvimento e a personalidade
aprendizagem se caracteriza por de uma criança se tem o seguinte: “de um
meio das relações experimentadas lado, o defeito é a limitação, [...] a diminui-
que se constrói e que vão permitir o ção do desenvolvimento; por outro lado,
desenvolvimento mental, uma vez porque precisamente origina dificulda-
que a criança nasce dotada de ape- des, estimula o movimento elevado e in-
nas funções psicológicas elementa- tensificado pelo desenvolvimento” (VY-
res. GOTSKY, 1989 apud SIERRA, 2009, p. 5).

e a partir da relação com o meio social Além disso, precisamos nos lembrar da
as crianças passam a desenvolver funções linguagem, o principal instrumento de in-
psicológicas mais bem dotadas ou enten- termediação no qual surge como funda-
didas como funções superiores (SOUZA; mental a zona de comunicação para que o
MARTINS, 2006). estímulo seja possível e que seja causa das
respostas processadas (MACIEL, 2011).
Considerando esse desenvolvimento,
cabe ressaltar que isso acontece devido Sierra (2009, p. 3) descreve que base-
outras questões envolvidas nesse meio. ando-se na teoria vygotskiana, é possível
Para Vygotsky, a relação do homem com afirmar que a defesa de que pessoas com
seu contexto não é de forma direta, mas deficiências [...], podem vir a conquistar
é feita através de interferências de ele- um nível de desenvolvimento elevado dos
mentos definidos por ele como instru- seus psiquismos e consciência, valendo-
mentos e signos. -se do pensamento e da linguagem ver-
bais para apreenderem o mundo e com-
[...] a formação histórica e social da
preendê-lo para, depois, intervir sobre o
consciência se dá ante as ações do
mesmo.
homem em sua vida social, media-
das pelo uso de instrumentos e de Dessa maneira, reafirmando as ideias
signos. É justamente, a criação e a do estudioso, a linguagem se mostra,
apropriação de ferramenta e de ins- portanto, como uma forma de edificar a
trumentos psicológicos (signos) que cultura, enriquecendo-a com sistemas
leva a efetivar o trabalho instrumen- complementares como a fala e o pensa-
tal (VYGOTSKY, 1989 apud SIERRA, mento. E nessas características, a fala
2009, p. 2). para Vygotsky, surge a partir do momento
em que a criança interiorizou um aspecto
Utilizando esses elementos, Vygotsky
do mundo externo em meio constante de
faz apreciação ao fato da mediação no
interação. Para o autor, é como uma forma
contexto da aprendizagem. Para ele, as
de “caracterizar os aspectos tipicamente
informações levadas às crianças possuem
humanos do comportamento e elaborar
um veiculador identificado como “estímu-
hipóteses de como essas características
lo” que irá intermediar as respostas da-
formam-se, ao longo da histórica humana,
das por elas. Estímulo também entendido
e de como se desenvolvem durante a vida
24

de um indivíduo” (VYGOTSKY, 1984, p. 21 5.2 A organização curricular


apud SIERRA, 2009).
Um ponto de grande importância que
Eis o ponto que queríamos chegar: a não pode ser desconsiderado em nenhu-
revelação da grande importância do con- ma ferramenta de inclusão é a questão da
vívio social para todas as crianças, inde- concepção curricular. O currículo escolar
pendente de qualquer tipo de transtorno, deixou de ser algo isolado e estanque que
pois como enfatiza Vygotsky, é o meio representava apenas a organização e se-
interacionista, o meio de interação social riação dos conteúdos, o mesmo já não é
onde os planos mentais superiores serão mais desprovido de significações que pos-
construídos. sam contribuir para o desenvolvimento do
Para ele, estudar as maneiras de desen- educando com um todo (SOUSA, 2011).
volvimento vinculadas ao relacionamento Hoje, além de orientar as atividades
pessoal é sinônimo de relacionar pensa- educativas e as formas de executá-las,
mento/fala/linguagem, fatores cruciais apresenta-se como um recurso que consi-
que orientam o desenrolar dos seus es- dera todas as dimensões educativas, cul-
tudos com as crianças portadoras de dis- turais e sociais do aluno, sendo, portanto
túrbios de aprendizagem ou qualquer ne- um elemento representativo das expec-
cessidade de educação especial, uma vez tativas pedagógicas de todos os envolvi-
que sua trajetória foi marcada por fatores dos no processo, a fim de garantir respei-
relacionados a esse cenário. to às particularidades dos estudantes e
Seguindo essa linha de pensamentos, oportunizar condições de aprendizagem
é possível perceber a necessidade e im- para todos.
portância em transformar a educação Viegas e Carneiro (2003 apud SOUSA,
especial em educação especial inclusiva, 2011) definem o currículo como sendo
(entenda-se aqui a inclusão na escola re- “o lugar organizado e instrumentador da
gular) uma vez que para o efetivo desen- singularidade do sujeito”. Essa concepção
volvimento da criança com transtorno de toma-se de grande importância no atual
qualquer espécie que a faça portadora contexto da Educação Inclusiva, pois com-
de necessidades especiais, torna-se de promete-se com as diferenças individuais.
maior importância sua inserção no meio
social, considerando ainda que a coletivi- Embora o currículo considere vários as-
dade seja sinônimo de desenvolvimento, pectos da vida escolar dos alunos, ainda
portanto, é possível e real buscar na es- apresenta uma inflexibilidade que pode
cola regular formas de complementação gerar algumas consequências para o pro-
como as salas multifuncionais, para tra- gresso educacional, o que ocasionou e
balhar de maneira específica, as diversas ocasiona a necessidade das adaptações
peculiaridades dos alunos (MACIEL, 2011). curriculares para a educação especial.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, em seu Capítulo 5, consolida a
Educação Especial como sendo a modali-
dade de educação escolar oferecida ao es-
25

tudante com necessidades educacionais de criação ou manutenção de atendimen-


especiais. Propõe o recurso da adequação tos especializados para os alunos consi-
curricular como resposta às demandas de derados com necessidades especiais.
aprendizagem de um número elevado de
O modelo médico-psicológico contri-
estudantes prejudicados pela massifica-
buiu para que a tarefa da educação es-
ção existente na educação formal decor-
pecial estivesse a serviço de um sistema
rentes da homogeneização da ação peda-
educacional de organização seriada, eli-
gógica e da rigidez dos currículos.
tista e classificatória, produtor de exclu-
Esse recurso é construído e bastante são da escola de ensino fundamental e
utilizado no trabalho das salas de recur- estruturado historicamente por meio de
sos, pois possibilita o aluno deficiente um uma organização racional do trabalho pe-
aprendizado de acordo com suas possibili- dagógico com base na homogeneidade.
dades e não de acordo com os padrões ou Faz parte do processo de escolarização
normas vigentes (SOUSA, 2011). no Brasil a identificação dos “alunos que
não acompanham o ensino” (LATERMAN,
Michels, Carneiro e Garcia (2010) 2004) e a consequente criação de estru-
também ao analisarem a organização turas responsáveis pelo diagnóstico de
do trabalho pedagógico da educação deficiências, dificuldades de aprendiza-
especial na educação básica, inferem gem e fracasso escolar.
que ele se apoia em duas premissas
complementares: O princípio de homogeneidade foi to-
mado como organizador das estruturas e
1º. A defesa de uma abordagem edu- serviços voltados a práticas educacionais
cacional de atendimento que se apoia na de separação dos alunos, as quais contri-
concepção das “necessidades educacio- buíram, em grande medida, para os resul-
nais especiais” para se contrapor ao mo- tados de evasão e repetência no ensino
delo médico-psicológico de atendimento fundamental. As estruturas de atendi-
aos alunos da educação especial. mento de educação especial foram pro-
2º. A crítica à homogeneização da es- postas sob esse mesmo critério, confor-
cola do ensino regular: completa a primei- me demonstra JANNUZZI (2004).
ra e defende o reconhecimento da hete- Entretanto, nas duas últimas décadas,
rogeneidade dos alunos ao contrapor-se à junto à universalização do ensino funda-
homogeneização pretendida pelas esco- mental, com ampliação da cobertura de
las do ensino regular. matrículas, percebe-se uma mudança na
Outros pontos que atravessam este composição dos alunos e um acento no
debate são os “serviços” pedagógicos, os discurso do reconhecimento da heteroge-
locais de atendimento, as funções da edu- neidade na escola. Uma nova proposição
cação especial na educação básica e as de organização racional do trabalho peda-
propostas de flexibilização e adaptação gógico foi colocada, agora com base na di-
curriculares. Os serviços educacionais são versidade e na heterogeneidade que põe
classificados como regulares e especiais, para a escola a necessidade de mudanças
identificando claramente a necessidade curriculares. Acredita-se que o modelo
26

médico-psicológico já não é mais referên- mos de escolarização. Com isso, do ponto


cia, nem apoiado nas diferenças individu- de vista curricular, o lócus preferencial do
ais (COLL et al., 1996; BRASIL, 1998). atendimento educacional especializado
passa a ser a sala de recursos multifun-
Pode-se afirmar que a organização cional.
do trabalho pedagógico na propos-
ta de educação especial na educa- Ainda na esteira desses acontecimen-
ção básica (BRASIL, 2001), no âmbito tos vimos o discurso avançar para a asso-
nacional, orientava-se pelo local de ciação do AEE com atividades e recursos
atendimento: de acessibilidade e pedagógicos e, atual-
mente, a atenção aos recursos materiais,
1) Na escola regular (classe comum, equipamentos e espaços especializados
classe especial e sala de recursos). presentes na educação especial passam
2) Na escola especial (em seus diferen- a focar a educação regular, apostando em
tes níveis de atendimento). uma escola de melhor qualidade para os
alunos com alguma necessidade especial.
3) Em ambiente não escolar (classe hos-
pitalar e atendimento domiciliar). Evidentemente que a articulação do
trabalho pedagógico utilizando tais recur-
O local de atendimento mantinha ínti- sos é de extrema importância, mas não
ma relação com as funções que estão pre- podemos nos esquecer da questão curri-
vistas para o atendimento especializado: cular.
apoiar, complementar e suplementar e,
por último, substituir os serviços educa- Sacristán (2000) observa o currícu-
cionais comuns. A diversificação do aten- lo escolar como a ferramenta essencial
dimento possibilitava contemplar uma para a organização didática de processo
grande variedade de necessidades que de ensino e aprendizagem, o qual deve
podiam ser apresentadas pela heteroge- ser estruturado a partir da seleção de co-
neidade dos alunos da educação especial. nhecimentos e das reinterpretações das
práticas sociais, políticas, culturais, inte-
Em 2008, a Secretaria de Educação Es- lectuais e pedagógicas vivenciadas pela
pecial do Ministério de Educação, elabo- escola.
rou, mediante a constituição de um grupo
de trabalho, o documento Política Nacio- No entendimento de Moreira e Baumel
nal de Educação Especial na Perspectiva (2001), as classes especiais devem adotar
Inclusiva (BRASIL, 2008) indicando al- o currículo regular oficial com as devidas
gumas mudanças sobre a educação dos adaptações e seu processo de ensino e
sujeitos historicamente atendidos pela aprendizagem deve ser baseado em ava-
Educação Especial. Destaca-se a função liações e diagnósticos de natureza educa-
da Educação Especial que passa a ser de cional.
apoiar, suplementar e complementar, dei- Ressalte-se que o atendimento educa-
xando de valer a função de substituição cional especializado em salas de recursos
da educação comum para as crianças e multifuncionais não consiste em sala de
jovens na faixa etária obrigatória em ter- reforço, mas em complementação e su-
27

plementação e se constituem em formas de do indivíduo, a família e a escola, que ocu-


dar respostas às diferentes necessidades pam um lugar imprescindível e indissociável.
dos estudantes. A afirmativa de que esta Apesar de possuírem características e pos-
sala não é reforço e que não deve ser a repe- sibilidades diferenciadas, com bastante fre-
tição do que ocorre na sala de aula comum, quência essas instituições se superpõem e
pode levar a diferentes compreensões, en- se complementam, atingindo ambas a con-
tre elas uma que tem afastado o trabalho do duta do indivíduo de tal modo que não se
atendimento das salas de recursos do currí- pode abordar o desenvolvimento do indiví-
culo escolar e dificultado o estabelecimento duo e a sua educação sem tê-las em conta.
de relação desse serviço com o ensino co-
Hoje, a família é interpretada como um
mum (REZENDE; TARTUCE, 2013).
contexto complexo, promotor do desenvol-
Pois bem, se a escola inclusiva se funda- vimento primário, da sobrevivência e da so-
menta no reconhecimento das diferenças cialização da criança, e também um espaço
humanas e na aprendizagem centrada nas de transmissão de cultura, significado social
potencialidades dos alunos, ao invés da im- e conhecimento comum agregado ao longo
posição de rituais pedagógicos preestabele- das gerações (DESSEN; BRAZ, 2005).
cidos que acabam por legitimar as desigual-
De fato, a família tem um papel central no
dades sociais e negar a diversidade, nessa
desenvolvimento das pessoas, pelo fato de
perspectiva, as escolas devem responder
garantir sua sobrevivência física e permitir
às necessidades educacionais especiais de
as aprendizagens básicas necessárias para
seus alunos, considerando a complexidade
o desenvolvimento dentro da sociedade
e heterogeneidade de estilos e ritmos de
(aprendizagem do sistema de valores, da lin-
aprendizagem. Para tanto, é necessária uma
guagem e do controle da impulsividade). Por
nova estrutura organizacional, com currícu-
meio de diferentes mecanismos (recompen-
los flexíveis, estratégias teóricas metodoló-
sa, castigo, modelação e outras formas de
gicas eficientes, recursos e parcerias com a
interação com a criança), a família vai mol-
comunidade.
dando as características psicológicas do in-
5.3 Orientação e atendimen- divíduo (COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2004;
DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005; DESSEN;
to às famílias COSTA, 2005).
Muito além de a escola regular abrir suas A família também é um contexto de so-
portas para a inclusão de alunos portadores cialização especialmente relevante para a
de necessidades especiais, precisamos pen- criança, já que durante muitos anos é o prin-
sar no papel da família como participante cipal ambiente no qual ela cresce (GOMIDE,
dessa longa caminhada, afinal, ela faz parte2004; WEBER, 2008 apud GUALDA; BORGES
de um dos grupos de essencial importância E CIA, 2013). A família transmite valores, ati-
na formação dos indivíduos. tudes, cultura, conhecimento e habilidades
Concordamos com Portela e Almeida para a vida, com base na maneira como ofe-
(2009) quando dizem ser preciso reconhe- rece suporte emocional, social e financeiro
cer entre os fatores que exercem influência para as crianças (DESSEN; SILVA, 2004).
educativa na formação da personalidade
28

No entanto, segundo Dorziat (2007), há Estudos de Araújo (2004) e Williams e


o pressuposto de que as expectativas dos Aiello (2004) apontaram que os progra-
familiares podem tanto contribuir para o mas de intervenção que envolvem as fa-
desenvolvimento escolar dos alunos como mílias devem empoderá-las, a fim de que
para a estagnação desse processo. No pri- se tornem independentes e com habilida-
meiro caso, não basta o conhecimento dos des para buscar e ter recursos necessários
direitos legais dos diferentes à educação, ao longo do desenvolvimento do seu filho.
mas também o reconhecimento por parte Os programas de intervenção com famí-
da família das capacidades alternativas lias tendem a focar nos seus aspectos po-
de elaboração e construção de conheci- sitivos e de prepará-las para enfrentar as
mentos, exigindo que o ambiente escolar diferentes adversidades. Assim deve-se
cumpra seu papel educativo também para trabalhar com o controle de estresse, au-
essas pessoas. Assume, assim, um papel mentar o seu repertório de enfrentamen-
importante na constituição de atitudes to e ampliar a sua rede de apoio social.
positivas, de aceitação da diferença em
Mais recentemente, Gualda, Borges e
seus aspectos potenciais, enfim, pode ser
Cia (2013) desenvolveram uma pesquisa
um agente impulsionador do desenvolvi-
que buscou investigar quais são os recur-
mento dos(as) filhos(as), também no âm-
sos e as necessidades dos pais de crianças
bito escolar.
pré-escolares com necessidades educa-
A mesma autora acredita que muitas cionais especiais e mais uma vez foi Bron-
das situações observadas de estagnação fenbrenner quem respaldou os resultados
quanto ao desenvolvimento escolar dos dessa pesquisa. Fazendo um recorte nes-
diferentes são consequências, essencial- ses resultados vamos apresentar apenas
mente, das baixas expectativas quanto às alguns pontos que se relacionam com a
suas capacidades, que podem começar no participação da família que possuem fi-
ambiente familiar. É confirmada e ratifica- lhos portadores de alguma necessidade
da, ano após ano, a certeza inicial da inca- especial e a educação inclusiva, no tocan-
pacidade, da deficiência, postura essa que te à sala de recursos multifuncionais.
dificulta a busca de outras possibilidades
Quanto maior a presença de ob-
de desenvolvimento, já corroborada pelas
jetos e símbolos no ambiente imediato
visões de desenvolvimento universal e
da criança, maior a probabilidade de que
padronizado existentes na escola.
a criança explore e manipule os objetos
Que as famílias precisam se adaptar à ao seu redor, o que também favorece-
nova rotina ao ter uma criança com neces- rá a ocorrência dos processos proximais
sidades especiais não há dúvidas, como (BRONFENBRENNER, 1996 apud GUALDA,
também é evidente e incontestável a ne- BORGES e CIA, 2013).
cessidade do Estado oferecer suporte so-
Por serem os pais os principais me-
cial para diminuir o estresse e auxiliar no
diadores entre a criança e o mundo, o es-
processo de adaptação que pode ser lon-
tabelecimento das relações afetivas den-
go, focando as reais necessidades dessas
tro da família, facilita não só a superação
famílias (GOITEIN; CIA, 2011).
de possíveis divergências, como também
29

a sua integração na sociedade (GOMIDE,


2004 apud GUALDA, BORGES e CIA, 2013).

Os hábitos familiares devem ser


mantidos por meio de uma grande comu-
nicação, pois é fundamental dentro dos
padrões familiares que os pais sejam res-
ponsivos, ou seja, reajam de forma sensí-
vel às necessidades das crianças procu-
rando captar seus interesses (BEE; BOYD,
2011 apud GUALDA, BORGES e CIA, 2013).

Ao nível macrossistêmico, enten-


de-se que os investimentos destinados
para os diferentes setores, podem ser
fundamentais na minimização dos pro-
blemas encontrados pelas famílias como,
por exemplo, tratamentos adequados,
presença de sala de recursos multifuncio-
nais próxima aos lares e serviços de lazer
disponíveis, tanto para as crianças quanto
para os pais.
30
UNIDADE 6 - A utilização de softwares e
outras experiências
6.1 Uso de softwares do dia a dia da criança (SANTAROSA et al.,
2010).
O avanço tecnológico e o desenvolvi-
mento da engenharia de softwares vie- É importante salientar que as pranchas
ram contribuir sobremaneira com o aten- não são o único recurso para se trabalhar
dimento educacional especializado e com com símbolos gráficos: podem ser con-
as salas de recursos multifuncionais, tan- feccionados também cartões de comuni-
to que dentre os equipamentos para es- cação, agendas, álbuns de fotografias e
tas salas encontramos computadores de tantos outros acessórios que venham a se
mesa e laptops. adequar ao contexto comunicacional do
sujeito.
No caso da Comunicação Aumentativa
Alternativa (CAA) são usadas as pranchas, Em todos estes recursos referidos, as
superfícies com símbolos selecionados imagens têm uma posição importante
de acordo com as necessidades do aluno como ferramenta simbólica de comuni-
e os próprios objetivos das pranchas. Elas cação, apresentando-se hoje por meio de
podem dispor de fotografias, desenhos, softwares. Os símbolos podem ser esta-
imagens confeccionadas, com ou sem le- belecidos a partir de imagens fotográfi-
genda, alfabeto, números, enfim, quais- cas, figuras desenhadas pelos mediado-
quer elementos necessários para efetivar res ou pelos sujeitos, ou figuras obtidas
a comunicação (SANTAROSA et al, 2010). por outros meios. Porém, existem conjun-
tos de imagens desenhadas a partir de um
O processo de comunicação por meio mesmo padrão. Dentre o conjunto dos sis-
de pranchas consiste em apontar para temas simbólicos, o sistema BLISS, o sis-
aquilo que se deseja espessar, comuni- tema PIC e o sistema PCS têm sido muito
cando através das imagens, palavras con- utilizados.
tidas na prancha, ou até mesmo formando
palavras a partir do alfabeto, no caso de O sistema Picture Communication Sym-
sujeitos letrados ou em processo de letra- bols (PCS) foi desenvolvido pela fonoaudi-
mento. O ato de apontar pode variar se- óloga Roxana Mayer Johnson em meados
gundo o grau de comprometimento motor de 1981, como forma de promover a CAA
do usuário da prancha. Em alguns casos entre adultos e crianças. Atualmente,
utilizam-se da CAA aliada a outras Tecno- conta com mais de 6.000 símbolos colori-
logias Assistivas como apontadores, vo- dos ou em preto e branco (MAYER-JOHN-
calizadores, etc. SON, 2010 apud AVILA, 2011; SCHIRMER;
BERSCH, 2007).
Evidentemente que o uso das pran-
chas requer estratégias pedagógicas que Os PCS têm sido muito difundidos no
se adequem às necessidades do sujeito e âmbito internacional. Ao todo, já foram
que variam de acordo com o contexto, tor- traduzidos para 10 idiomas distintos, in-
nando-se presentes nos diversos espaços cluindo o português (BERSCH e SCHIR-
MER, 2007). O conjunto de símbolos PCS
31

pode ser encontrado nos softwares Bo- 1)Tela principal do editor livre de pran-
ardmaker e Escrevendo com Símbolos ou cha.
em livro (Combination Book).

Os sistemas simbólicos podem ser ex-


plorados em recursos de baixa tecnologia,
constituindo-se elementos representati-
vos em pranchas, álbuns ou cadernos de
comunicação, por exemplo. Além disso,
pode-se explorá-los em recursos de alta
tecnologia, como é o caso dos PCS, que
constituem o sistema simbólico do sof-
tware Boardmaker.

Porém, os sistemas simbólicos não pre- 2)Tela para a construção de pranchas


cisam necessariamente pertencer a um no prancha livre.
software para serem utilizados no mes-
mo. Pode-se utilizar estes sistemas em
softwares que não foram desenvolvidos
especificamente para a CAA, mas que
apresentam potencial para este fim.

Vamos falar de alguns sistemas compu-


tacionais que podem ser utilizados com a
finalidade de desenvolver estratégias de
CAA, sendo alguns deles softwares espe-
cíficos para CAA e outros, apenas aplica-
tivos que implementam estratégias peda-
gógicas de uso da mesma. A Prancha Livre, embora possua o mes-
mo banco de imagens do Editor Livre, foi
a) Amplisoft
construída com o propósito de uso de
O Amplisoft é um conjunto de aplicati- pranchas incorporando recursos de áu-
vos desenvolvidos para pessoas com defi- dio e varredura. O sistema de varredura
ciência motora. Dentre os aplicativos en- consiste no software apontar sequencial-
contram-se o Editor Livre de Prancha e a mente os objetos na tela, permitindo ao
Prancha Livre (ilustrados abaixo). O Editor usuário o controle através do uso de co-
Livre de Prancha é um aplicativo que per- mutadores ou outros dispositivos. A pre-
mite construir uma prancha com espaços sença destes recursos na Prancha Livre
definidos para a inserção de imagens para leva o seu uso a ser eficaz quando direta-
uso impresso. mente no computador.

b) Boardmaker
O Boardmaker é um software proprie-
tário, cuja sexta versão contém mais de
32

4500 símbolos (PCS) que são utilizados ra seu uso não seja específico para CAA,
para a confecção de pranchas de comuni- o mesmo pode ser utilizado em função de
cação (MAYER-JOHNSON 2010 apud AVI- que os recursos que contém possibilitam
LA, 2011). o desenvolvimento de estratégias diver-
sificadas voltadas para a comunicação e o
letramento.

O software dispõe de um conjunto de


personagens, objetos e cenários a serem
utilizados em suas histórias. Possibilita a
inserção de novas imagens, o que permite
que o sistema seja adaptado às necessi-
dades do aluno.

d) Bitstrips
O Bitstrips é uma ferramenta online
Tela principal do Boardmaker para a construção de charges animadas.
Não se trata de um software educativo,
O Boardmaker é ferramenta destinada mas pode ser utilizado para tal fim.
à confecção de pranchas, oferecendo op-
ções de localização e aplicação de símbo- Esta ferramenta oferece diversas op-
los (já contidos no software) e imagens (as ções de cenários e personagens, com
quais podem ser importadas). As imagens possibilidades de modificações dos mes-
e legendas podem ser editadas dentro do mos, trabalhando-se elementos como a
software. São oferecidas também as op- aparência física das pessoas, suas vesti-
ções de imprimir, para que se possa traba- mentas e estado de humor. Com isso, po-
lhar as pranchas construídas em material de-se trabalhar com as crianças questões
concreto, e salvar, para que as pranchas referentes a características (pessoais e
construídas possam ser retomadas poste- de outros), fazendo a montagem de per-
riormente. Além disso, o Boardmaker tam- sonagens.
bém oferece uma série de templates que As histórias criadas são salvas num ser-
permitem ao usuário, por exemplo, orga- vidor e acessíveis ao público, sempre que
nizar agendas, calendários e atividades. autorizado pelo criador das mesmas.
c) HagáQuê O acesso ao Bitstrips ocorre a partir do
Este software foi desenvolvido pelo seu endereço na internet: http:www.bits-
Núcleo de Informática Aplicada à Educa- trips.com. Para utilizá-lo, basta que o usu-
ção (NIED) da Universidade Estadual de ário crie um login no site indicado.
Campinas (UNICAMP) com vistas a propor- e) Toon Doo
cionar a criação de histórias em quadri-
nhos por crianças dos primeiro e segundo Assim como o Bitstrips, o Toon Doo é
ciclos do ensino fundamental, ainda não uma ferramenta online para a criação de
familiarizadas com o computador. Embo- histórias em quadrinhos. Esta ferramenta
33

também oferece manipulação de objetos O PowerPoint e o Impress também po-


e permite a criação de personagens, com dem ser utilizados como recursos de alta
diferentes formas e feições. tecnologia para oferecer a CAA. Apresen-
tações podem ser criadas com diferentes
Como no caso anterior, a opção de sal-
níveis de pranchas, onde cada slide traz
var, publica a história. Para utilizar o Toon
novas informações (ilustração abaixo).
Doo, é necessário efetuar um cadastro em
seu site: http: www.toondoo.com Apresentação elaborada em Power-
Point (Office 2007)
f) Softwares do pacote Office ou BrO-
ffice
Além dos softwares descritos, que
contemplam ou diretamente a CAA ou a
criação de histórias em quadrinhos, sof-
twares que constituem os pacotes Office
ou BrOffice, como o Word e o PowerPoint
ou o Writer e o Impress também podem
ser explorados no âmbito da CAA.

Em softwares como o Word ou o Writer Temos ainda o software SCALA (Sis-


podem ser confeccionadas, por exemplo, tema de Comunicação Alternativa para
pranchas através de tabelas com a inser- Letramento de alunos com Autismo) que
ção de figuras e legendas nas mesmas, permite a inclusão de sujeitos com défi-
como apresentado na figura abaixo. cits na comunicação oral, auxiliando no
Prancha elaborada no software word processo de comunicação e, consequen-
do pacote Office 2007 te, inclusão. Este software utiliza símbo-
los pictóricos que foca na utilização em
dispositivos móveis (celular, tablets, en-
tre outros) existindo ainda uma versão
para web para módulos prancha e história
(BEZ; PASSERINO, 2012).

6.2 Enunciado em blogs


Rios e Mendes (2013) iniciaram uma
pesquisa interessante sobre práticas de
professores que atuam em salas de re-
cursos multifuncionais e seus relatos em
blogs que acreditamos ser uma via alter-
nativa para repassar a experiência a ou-
tros colegas e que pode ser bem enrique-
cedora.

O levantamento dos blogs foi feito a


34

partir de buscadores na internet, com o bre Atendimento Educacional Especiali-


filtro “Pesquisa de Blogs”. Os descritores zado. “Ser feliz nem sempre significa que
utilizados foram “sala de recursos multi- tudo é perfeito. Significa que você decidiu
funcional”, “sala de recurso”, “atendimen- olhar além das imperfeições”.
to educacional especializado”, “inclusão
Por fim: http://inclusaofranciscalopes.
escolar” e “educação inclusiva”.
blogspot.com.br/2012/05/sala-de-recur-
Para a seleção dos blogs, foram ado- so-multifuncionalplano-de.html
tados os seguintes critérios: ser nacio-
nal; pertencer a professor da educação
especial – verificado a partir do perfil do
blogueiro. Desconsiderou-se blogs de es-
6.3 Outras experiências
colas, diretorias de ensino, ou similares, já Goiatá e Teixeira (2012) também rea-
que os textos não eram de autoria de um lizaram uma pesquisa com o objetivo de
único professor; conter pelo menos cin- saber quais saberes e quais maneiras de
co postagens; temática ser relacionada à aprender são favorecidas por dispositi-
educação especial. Blogs que continham vos utilizados fora da sala de aula comum,
várias temáticas, ou outras que não fos- partindo do princípio de que o desenho,
sem a educação especial foram descarta- a invenção de histórias e a elaboração de
dos. um chiste (piada graciosa) podem facili-
tar a construção de textos e, vice-versa,
Considerando que a PNEE-EI foi homo-
ou seja, a resolução de problemas lógicos
logada em 2008, optou-se por delimitar a
pode representar um fato histórico, um
busca entre 2009 e 2012.
contexto subjetivo, indicar um conheci-
Vale a pena aguardar o resultado da mento adquirido ou o desejo de construir
pesquisa e analisar, até mesmo compa- um conhecimento novo e concluíram que
rativamente, as postagens desses pro- espaços educacionais fora da sala de aula
fessores refletindo sobre teoria-prática, comum não devem ser considerados ape-
ou seja, se elas têm caminhando parale- nas como complementação da aprendiza-
lamente ou se a teoria ainda sobrepõe a gem, mas como espaços que podem pro-
prática cotidiana. piciar a construção do conhecimento com
toda a complexidade que lhe é inerente.
De todo modo, temos abaixo três su-
gestões de blogs que vale a pena visitar: Algumas indagações orientaram a prá-
tica: As histórias e os desenhos constru-
Na sala de recursos Cecília Meireles dis-
ídos na SRM podem conter elementos
ponível no site: http://saladerecursosce-
indicadores do desenvolvimento cogniti-
ciliameireles.blogspot.com.br/p/ativida-
vo dos alunos? De que forma o desenho,
des.html existem atividades online para
a construção de histórias e a elaboração
alfabetização e reforço.
de um chiste como expressões da sub-
O site http://acilianesaladerecursos. jetividade dos alunos com deficiência,
blogspot.com.br/ é um blog destinado a Transtornos Globais de Desenvolvimento
troca de informações e experiências so- (TGDs) e altas habilidades (superdotação)
35

podem contribuir para a reorganização os conhecimentos trabalhados na escola


do pensamento em sua função cognitiva, – que, muitas vezes, não correspondem ao
desdobrando-se em produção de conheci- que delas é esperado em termos de exi-
mento? gência curricular; e, por outro, atenuar as
diferenças que extrapolam as dificuldades
Para Nagem (1997) e Duarte (2005), o
de aprendizagem, determinadas, também,
conhecimento é construído com um racio-
pelo contexto social, cultural e subjetivo.
cínio analógico. Consequentemente, o uso
de analogias e metáforas como mediado- Nesse sentido, observa-se que parte
res no processo de aprendizagem facilita da necessidade de educação presente na
a compreensão de conceitos, e seu uso criança como estruturante de seu desen-
pode ser um indicador de aprendizagem. volvimento psíquico e social se reapresen-
Isso porque tanto as analogias quanto as ta como um saber novo mediante a cons-
metáforas são construídas com base em, trução de imagens e narrativas associadas
pelo menos, dois conceitos distintos: um às suas experiências de vida, que suge-
desconhecido e outro que é familiar ao rem a busca pelo prazer e onde o ende-
sujeito; ambas expressam formas de com- reçamento das tiradas irônicas e cômicas
paração complexas e tais comparações ao outro – professora e colegas – chega a
possibilitam a compreensão de ideias e provocar o riso coletivo. O elemento sub-
conceitos abstratos. jetivo presente no chiste se desdobra em
metáforas nas atividades pedagógicas se-
A estratégia de ensino com analogias
guintes, pois os alunos continuam trazen-
e metáforas consiste em introduzir no-
do outros elementos significativos para
vos conhecimentos a partir do estabele-
as aprendizagens, traduzidos no estudo
cimento explícito desses elementos com
dessas autoras como produção de conhe-
um domínio de conhecimento mais fami-
cimento (GOIATÁ; TEIXEIRA, 2012).
liar e melhor organizado, que serve como
um marco referencial para compreender a A tensão que envolve a reconstrução
nova informação, construir novos conhe- do conhecimento encontra-se presente,
cimentos. em seu aspecto singular, na expressão de
cada um dos alunos, verificada na diversi-
Na pesquisa citada, nas respostas dos
dade de linguagem em forma de analogias,
alunos com NEE à proposta da professora
metáforas e chistes. Diante disso, faz-se
de construir coletivamente um livro e na
necessário salientar que as necessidades
forma singular como eles conceberam essa
educacionais tornam-se especiais uma vez
proposta, podem ser localizadas oportu-
que existe um esforço de criação de senti-
nidades de novas estratégias de ensino/
do que nos surpreende. Assim, os espaços
aprendizagem ao se considerar a Sala de
educacionais de apoio pedagógico devem
Recursos como espaços privilegiados para
ser considerados espaços privilegiados de
emergência da diferença. Isso significa,
aprendizagem, independentemente de
por um lado, ampliar os recursos das crian-
serem caracterizados como apoio escolar
ças e adolescentes que apresentam defi-
na esfera pública ou privada, dentro ou
ciências, transtornos globais de desenvol-
fora da sala de aula comum.
vimento e altas habilidades para lidar com
36

UNIDADE 7 - Modelo de plano de ação pedagó-


gico (PAP) e o plano de ação individual para o AEE
O essencial para o professor or- to, fala acerca do público alvo, organiza-
ganizar o Plano de Ação Pedagógico ção, desenvolvimento, implementação,
(PAP) dentro do Projeto Político Pe- recursos e outras questões necessárias
dagógico é o seguinte: para o PAP.

1. Dados de identificação da escola. Público Alvo: descreve quem são os


beneficiados no PAP. Poderá descrever o
2. Nome do Projeto. contexto, o local e a realidade na qual o
3. Nome do professor elaborador e público se insere.
parceiros. Organização, desenvolvimento, im-
4. Introdução: o quadro de levanta- plementação: descrição de como será o
mento em forma descritiva (o original irá atendimento educacional especializado
como anexo) nessa descrição será des- em termos de organização, desenvol-
crita de forma ampla a dificuldade geral vimento, implementação, cronograma,
dos alunos e se for altas habilidades será atividades, etc.
o desenvolvimento superior, como ele Recursos: descrição dos recursos hu-
aprende que recursos são os mais viáveis manos e físicos necessários para o de-
(relatar só o que já possui). Importante senvolvimento do PAP.
fazer uma leve comparação ao desen-
volvimento primário usando uma visão Cada PAP tem suas características e
holística (ampla). poderá utilizar outros itens no desenvol-
vimento da sua metodologia. Você pode-
5. Objetivo geral: colocar um objetivo rá descrever de forma ampla direcionan-
de pensamento amplo que sugere um re- do o atendimento para que não pareça
sultado final de forma exata, porque esse reforço nem laboratório de Psicopeda-
será o seu pressuposto de trabalho. gogia. Lembrando sempre que o AEE não
6. Objetivos específicos: usar o decreto enfatiza conteúdo, mas sim o trabalho
do AEE e as Leis que são próprias do seu das habilidades do aluno.
estado, ou município, se for o caso utilizar 9.Resultados esperados: descrição e
apenas três objetivos para cada aluno. análise dos possíveis resultados da imple-
7. Referencial teórico: a principal a ser mentação do PAP, quanto ao número de
mencionada é a LDB nº 9394/96, mas abrangência de alunos, escolas, profes-
cada estado pode ter decreto do Conse- sores e comunidade beneficiados. Pode-
lho Estadual, sendo que na página do MEC -se descrever o tipo de benefício (diretos
serão encontrados muitos documentos e indiretos) que os envolvidos obterão,
legais orientadores. entre outras questões.

8.Metodologia: metodologia trata de 10. Referências.


“como” será desenvolvido o PAP. Portan-
37

Quanto ao Plano de Ação Individu- finalizar a segmentação da letra, ao for-


al (PAI), o roteiro pode ser o seguinte: mar o seu nome na mesa confundiu M e W
confundiu o P e o H não reconheceu o D e
1. Identificação da escola: o T, o S denominou como SA de “sapo” o K
2. Nome do(s) professor(es): confundiu com Y, não reconheceu o Y e o
Z. (UTILIZE FOTOS, ESCRITA DO NOME, DI-
3. Nome do aluno: NÂMICA, ATIVIDADES IMPRESSAS, ETC...)
A) Diagnóstico Pedagógico: Lateralidade: confunde as partes bila-
B) Orientação escolar: terais do corpo e não identifica quando
tem um comando duplo e com referencia
Em 2010, a aluna citada obteve aten- frontal.
dimento com a Orientação no qual detec-
tou-se a seguinte situação: repetente a ESQUEMA CORPORAL, QUEBRA-CABE-
quatro anos não apresenta rendimento ÇA.
escolar, conhece as vogais e junções, não Sequência: dificuldade espacial,
reconhece dias da semana e apresenta porém realiza segmentações simples e
um quadro estacionário na sua evolução com duas ou três dificuldades, conseguiu
intelectual, tanto na língua portuguesa e melhor desempenho após a segunda ex-
na matemática. plicação, conhece os conceitos de adição
Em 2011, a professora do ensino e subtração denominando de “mais” e
regular procurou o AEE para solicitar “menos”, realizou adições e subtrações
atendimento de forma que pudesse com material concreto e conseguiu abs-
ajudar. Tudo registrado em ata (Ata nº trair sem a utilização do material.
011/2xxx.). Conversou-se com a família BLOCOS LÓGICOS, QUEBRA-CABEÇAS,
sobre a necessidade de um diagnóstico JOGOS DE ENCAIXE, ATIVIDADES IMPRES-
clínico para direcionamento de atendi- SAS, ETC.
mento.
Oralidade: associação de ideias: não
A aluna foi transferida desta institui- consegue desenvolver um texto oral sem
ção de ensino terminando o ano letivo em ajuda, prende-se a relembrar posicionan-
outra unidade e retornando esse ano. do sempre o olho para a direita.
Para os itens abaixo utilize materiais RELATO DE FATOS DO DIA-A-DIA; RELA-
concretos de fácil manuseio que aluno TOS DE HISTÓRIAS FEED-BACK DA AULA,
possa entender de forma clara os coman- ETC.
dos.
Teste de escrita: método de Emília
Diagnóstico de 2011: realizado com a Ferreiro.
professora Maria, notou-se na aluna o
seguinte desempenho: Grupo de palavras: Festa de aniversá-
rio. Foi a festa de aniversário da prima e
Identidade: escreveu o nome de forma relacionou os itens que tinha no ambien-
não usual porém cursiva, retornando para te. Selecionamos o seguinte grupo de
38

palavras: objetivos individuais, quando ele alcança


você, aí substitui por outro.
BRIGADEIRO – BEXIGA – UVA - PÃO e a
frase “EU BRINQUEI NO ANIVERSÁRIO”. No caso da cegueira e da surdez não
se recomenda o uso dos três objetivos,
O desenvolvimento foi o seguinte:
porque esses alunos não possuem uma
Escreveu para BRIGADEIRO: I-G-O dificuldade cognitiva.
percebendo que faltava uma letra rees-
O AEE caminha de acordo com o desen-
creveu: I-G-B-O garantindo uma letra para
volvimento de sala e a dificuldade pes-
cada sílaba. BEXIGA escreveu: B-X-G. O
soal do aluno. Nesse caso, o professor de
processo foi o mesmo. UVA escreveu UA
AEE realizará a confecção junto ao pro-
mas quando leu descobriu que não era e
fessor de sala regular a fim de que ambos
não conseguiu escrever novamente. PÃO:
tenham um desenvolvimento dentro do
escreveu CO e não conseguiu fazer o som
esperado.
nasalisado: Ã. Depois tentou escrever da
seguinte forma: T ou P, mas não conse- Aplica-se os três objetivos para: PC
guiu descobrir. AEU BRINQUEI NO ANI- (paralisia cerebral), deficiências múlti-
VERSÁRIO. Escreveu E- OI-ACA- A. plas, deficiência intelectual e surdo-ce-
gueira. No caso dos transtorno globais do
CUIDADO: O professor do AEE não tra-
desenvolvimento deve ter características
balha conteúdo de sala de aula, ele traba-
próprias.
lha a dificuldade do aluno. Essa avaliação
é importante para saber onde o aluno E) Conteúdos: Sequência; Consciên-
parou e como você pode ajudá-lo. cia fonológica; Identidade; Lateralidade;
Temporalidade.
C) Justificativa: utilize o Decreto nº
6.571/2008, a LDB e outros documentos F) Disciplinas envolvidas Língua Portu-
disponíveis. guesa.

D) Objetivos G) Metodologia/Procedimentos
1° Desenvolver atividades de sequen- Jogos; Pranchas; Tipos de texto; Rimas;
ciação: palavras, objetos, etc. Jogos online; Atividades direcionadas à
fase silábica; Dinâmicas; Jogos de mesa;
2° Propiciar momentos de atividades
Jogos da memória; Quebra- cabeça; His-
para consciência fonológica das palavras
tórias;
em nível silábico.
H) Registro do processo
3° Propor atividades com recursos de
lateralidade e temporalidade, envolvendo Através de relatórios e fotos, filmes,
o esquema corporal e conceitos de dia, de acordo com a necessidade. (CASO
mês e ano, tempo recente: ontem, hoje, PRECISAREM DE UTILIZAR AS FOTOS DO
amanhã, etc. ALUNO E SUAS VIVÊNCIAS PUBLICAMEN-
TE, FAÇAM O TERMO DE AUTORIZAÇÃO
No caso de deficiência intelectual,
PARA QUE LHES DEEM RESPALDO.
você deve utilizar o menor número de
39

I) Avaliação e resultados esperados


Conselho de professores com desen-
volvimento anual e avaliação individual
de cada aluno de forma ampla e estrita,
os registros constam em ata de atendi-
mento e reunião de pais.

Relatório geral a Secretaria de educa-


ção.

(Sala de Recursos Cecília Meirelles,


disponível em http://saladerecursosceci-
liameireles.blogspot.com.br/p/plano-de-
-aula.html)
40

UNIDADE 8 - Legislação pertinente


Além da Constituição Federal de 1988, Recursos Multifuncionais”, que tem como
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação objetivo justamente apoiar os sistemas
Nacional (LDBEN, nº 9394/9) e outras de públicos de ensino na organização e ofer-
igual teor, encontramos alguns documen- ta do atendimento educacional especia-
tos norteadores da política de educação lizado e contribuir para o fortalecimento
inclusiva e ênfase nas salas de recursos do processo de inclusão educacional nas
multifuncionais que devem ser de conhe- classes comuns de ensino (art. 1º).
cimento dos profissionais que atuarão
Seu parágrafo único diz que essa sala
nessa área, a saber:
de recursos é um espaço organizado com
equipamentos de informática, ajudas téc-
8.1 Decreto nº 6094 de 2007
nicas, materiais pedagógicos e mobiliários
1
O Decreto nº 6.094, de 24 de abril de adaptados, para atendimento às necessi-
2007, dispõe sobre a implementação do dades educacionais especiais dos alunos.
Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação, pela União Federal, em regime 8.3 Nota técnica – SEESP/
de colaboração com Municípios, Distrito
GAB/Nº 11 de 2010
Federal e Estados, e a participação das
famílias e da comunidade, mediante pro- A Nota Técnica3 nº 11 de 07 de maio de
gramas e ações de assistência técnica e 2010, interessada aos sistemas de ensi-
financeira, visando a mobilização social no, trata das orientações para a institu-
pela melhoria da qualidade da educação cionalização da oferta do atendimento
básica. educacional Especializado (AEE) em Salas
de Recursos Multifuncionais, implantadas
8.2 Portaria Normativa nº nas escolas Regulares.
13 de 24 de abril de 2007 Relembrando que a educação inclusiva,
fundamentada em princípios filosóficos,
A Portaria Normativa 2 nº 13 de 24 de
políticos e legais dos direitos humanos,
abril de 2007 dispõe sobre a criação do
compreende a mudança de concepção
“Programa de Implantação de Salas de
pedagógica, de formação docente e de
1-Os decretos fazem parte das normas inferiores às normas
infraconstitucionais. Nascem do burocrata administrativo, é uma 3- Nota Técnica é um documento elaborado por técnicos especia-
normatização interna da administração pública. Normatização lizados em determinado assunto e difere do Parecer pela análise
que serve para buscar a fiel execução da lei, ou seja, as normas completa de todo o contexto, devendo conter histórico e funda-
infralegais detalham o que diz a norma infraconstitucional. Os mento legal, baseados em informações relevantes. É formal e
decretos são expedidos pelo Presidente da República, para dar fiel impessoal, não podendo ser utilizada a primeira pessoa. Oferece
execução a uma lei já existente e dispor sobre a organização da alternativas para tomada de decisão. A Nota Técnica é emitida
administração pública (BITTENCOURT; CLEMENTINO, 2012). quando identificada a necessidade de fundamentação formal ou
2- As Portarias, igualmente os decretos, são as normas inferiores informação específica da área responsável pela matéria. Deverá
às normas infraconstitucionais/legais. É o instrumento pelo qual ser elaborada por técnicos do assunto e encaminhada à chefia
Ministros ou outras autoridades de alto escalão expedem instru- imediata, para validação e providências devidas. Compõe-se de
ções sobre procedimentos relativos à organização e funcionamento três partes distintas: introdução (fundamentos legais ou histórico);
de serviços e, ainda, podem orientar quanto à aplicação de textos desenvolvimento (análise técnica, parecer técnico); conclusão (pa-
legais. Por outro lado, uma instrução normatiza explica de que recer favorável ou desfavorável, com sugestões e/ou proposições
forma será cumprido o que estabelece a portaria (BITTENCOURT; de providências) (AMORIM, 2011).
CLEMENTINO, 2012).
41

gestão educacional para a efetivação do o Decreto nº 6.571/2008, dispõe


direito de todos à educação, busca trans- sobre o apoio técnico e financeiro da
formar as estruturas educacionais que re- União para ampliar a oferta do atendi-
forçam a oposição entre o ensino comum mento educacional especializado;
e especial e a organização de espaços
a Resolução CNE/CEB nº 4/2009,
segregados para alunos público-alvo da
institui Diretrizes Operacionais para o
educação especial.
Atendimento Educacional Especializado
Nesse contexto, o desenvolvimento na Educação Básica.
inclusivo das escolas assume a centrali-
dade das políticas públicas para assegu- 8.4. Portaria nº 25 de 19 de
rar as condições de acesso, participação junho de 2012
e aprendizagem de todos os alunos nas
escolas regulares, em igualdade de condi- Feitas as devidas considerações (no do-
ções. cumento original), a Secretária de Educa-
ção Continuada, Alfabetização, diversida-
Na perspectiva da educação inclusiva, de e Inclusão, no uso de suas atribuições
a educação especial é definida como uma que lhe confere o art. 20 da Lei nº 7.690,
modalidade de ensino transversal a to- de 02 de março de 2012, resolve que a
dos os níveis, etapas e modalidades, que participação no Programa Implantação de
disponibiliza recursos e serviços e realiza Salas de Recursos Multifuncionais estará
o AEE de forma complementar ou suple- condicionada à adesão ao termo constan-
mentar à formação dos alunos público-al- te ao final dessa Portaria (art. 1º) e mais,
vo da educação especial.
Art. 2º - As escolas a serem contempla-
Assim, na organização dessa moda- das pelo Programa Implantação de Salas
lidade na educação básica, devem ser de Recursos Multifuncionais deverão ser
observados os objetivos e as diretrizes indicadas pelas Secretarias de Educação
da política educacional, atendendo o dos Estados, dos Municípios e do Distrito
disposto na legislação que assegura o Federal, por meio do Sistema de Gestão
acesso de todos a um sistema educa- Tecnológica do Ministério da Educação –
cional inclusivo, no qual se destacam: SIGETEC.

a Constituição da República Fede- Parágrafo único - As instituições de en-


rativa do Brasil (1988); sino interessadas em aderir ao Programa
devem ser, obrigatoriamente, públicas,
a Convenção sobre os Direitos das
com matrícula de estudante público-alvo
Pessoas com Deficiência (2006), publica-
da educação especial em classe comum,
da pela ONU e promulgada no Brasil por
registrada no Censo Escolar MEC/INEP do
meio do Decreto nº 6.949/2009;
ano anterior.
a Política Nacional de Educação Es-
Art. 3º - Para aderir ao Programa as Se-
pecial na Perspectiva da Educação Inclusi-
cretarias de Educação dos Estados, dos
va (2008);
Municípios e do Distrito Federal, doravan-
te denominadas de DONATÁRIAS, deverão
42

aceitar a doação com encargos dos bens a ção dos equipamentos doados;
serem enviados às escolas selecionadas e
V - orientar a escola destinatária para
contempladas pelo Programa e concordar,
instituir no seu Projeto Político Pedagógi-
integralmente, com as suas diretrizes.
co, a organização e oferta do Atendimento
Art. 4º - A doação será revertida, me- Educacional Especializado complementar
diante notificação extrajudicial à DONA- ou suplementar à escolarização de estu-
TÁRIA, quando esta der causa a uma das dantes público-alvo da educação especial,
seguintes situações: matriculados nas classes comuns do ensi-
no regular, na Educação de Jovens e Adul-
I - violação dos objetivos ou inobser-
tos e na Educação Profissional;
vância das diretrizes do Programa; ou,
VI - promover a formação continuada
II - quando comprovada a ociosidade ou
aos professores que atuam no AEE;
o mau uso dos equipamentos.
VII - zelar pela segurança e integridade
Art. 5º - São obrigações deste Ministé-
dos equipamentos, inclusive acionar as
rio no âmbito do Programa:
respectivas “garantias de funcionamen-
I - viabilizar e garantir a entrega dos to” oferecido pelo fornecedor; e,
equipamentos e mobiliários;
VIII - restituir os bens doados em per-
II - acompanhar as atividades desenvol- feitas condições de conservação e funcio-
vidas; namento em caso de reversão da doação.

III - avaliar a efetiva utilização dos bens Art. 7º - No ato da adesão ao Programa
em conformidade com a finalidade esta- Implantação de Salas de Recursos Multi-
belecida; e, funcionais far-se-á a doação dos bens que
compõem as Salas de Recursos Multifun-
IV - reaver os bens no caso de reversão
cionais, a ser consolidada após sua efetiva
da doação, e realocá-los para outras esco-
entrega.
las públicas e/ou órgãos passíveis de con-
templação pelo Programa Implantação de
Salas de Recursos Multifuncionais.

Art. 6º - Fica obrigada a DONATÁRIA a:

I - subordinar-se às diretrizes do Pro-


grama;

II - responsabilizar-se pela preserva-


ção do espaço físico para a instalação dos
bens doados;

III - disponibilizar professor para atuar


na organização e oferta do atendimento
educacional especializado – AEE;

IV - responsabilizar-se pela manuten-


43

TERMO DE ADESÃO
Estabelecimento /Donatário:_________________________________
CNPJ:__________________________________________________ Município/
UF:____________________________________________
Nome do responsável:_____________________________________
Telefone:_______________;e-mail:__________________________
Eu,__________________________(nome), nomeado (a) Secretário de Educação,
CPF ____________________________, RG______________, residente e domi-
ciliado em _______________(município/UF), por concordar plenamente com as dire-
trizes estabelecidas pela Portaria Ministerial nº l3/2007 efetivo a adesão ao Programa
Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais.
Comprometo-me com a adesão das escolas e com os critérios proclamados pela Portaria
nº 25/2012.

Fica como dica para os profissionais que pretendem caminhar por essa estrada: bus-
quem sempre por novas informações, percebam o quanto é importante seu papel à frente
da educação inclusiva e que além de facilitadores devem ser capazes de orientar e articular
metodologias para a educação desses alunos especiais.
44

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48

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abrapee.psc.br/do-cumentos/cd _ ix _
conpe/lXCONPE_arquivos/43.pdf >.
49

ANEXOS

ANEXO I – TERMO DE RECEBIMENTO


50

ANEXO II – TERMO DE ACEITAÇÃO


51

ANEXO III – PROJETO POLÍTICO PE- trabalho, cedência, outro);


DAGÓGICO Com relação ao(s) docente(s) do AEE,
1. Informações Institucionais informar o número de professores, carga
horária, formação específica (aperfeiçoa-
1.1 Dados cadastrais da escola mento, graduação, pós-graduação), com-
1.2 Objetivos e finalidades da escola petências do professor e interface com o
ensino regular;
1.3 Ato normativo de autorização de
funcionamento da escola 4.3. Profissionais da escola não docen-
tes: número geral de profissionais que
1.4 Código do Censo Escolar/INEP não exerce a função docente; formação
2. Diagnóstico local desses profissionais; carga horária e vín-
culo de trabalho; função exercida na es-
Dados gerais da comunidade onde a es- cola (administrativa, educacional, alimen-
cola se insere. Com relação aos alunos ma- tação, limpeza, apoio ao aluno, tradutor
triculados no AEE, descrever sobre esse intérprete, guia intérprete, outras).
grupo populacional na comunidade.
5. Matrículas na Escola
3. Fundamentação legal, político e
pedagógica Identificação das matrículas gerais da
escola, por etapas e modalidades, séries/
Referenciais atualizados da política anos, níveis ou ciclos; dos participantes
educacional, da legislação do ensino e da em programas e ações educacionais com-
concepção pedagógica que embasam a or- plementares e outras. Com relação aos
ganização do PPP da escola. Com relação alunos público-alvo da educação especial,
ao AEE, indicar os referenciais da educa- além das matrículas em classes comuns
ção especial na perspectiva da educação do ensino regular informar as matrículas
inclusiva que fundamentam sua organiza- no AEE realizado na sala de recursos mul-
ção e oferta. tifuncionais (Anexos I e II). A escola que
4. Gestão não tiver sala de recursos multifuncionais
deverá constar, no Projeto Político Peda-
4.1 Existência de cargos de direção, co- gógico, a informação sobre a oferta do
ordenação pedagógica, conselhos delibe- AEE em sala de recursos de outra escola
rativos; forma de escolha dos gestores e pública ou em centro de AEE.
representantes dos conselhos;
6. Organização da Prática Pedagógi-
4.2 Corpo docente e respectiva forma- ca da Escola
ção: número geral de docentes da escola;
o número de professores que exercem 6.1. Organização curricular, programas
a função docente; a formação inicial dos e projetos desenvolvidos na escola: des-
professores para o exercício da docência crição de objetivos, carga horária, espa-
(normal de nível médio, licenciatura); a ços, atividades, materiais didáticos e pe-
carga horária e o vínculo de trabalho dos dagógicos, entre outros integrantes da
professores (servidor público, contrato de proposta curricular da escola para a for-
52

mação dos alunos. d) Existência de espaço físico adequado


para a sala de recursos multifuncionais;
6.2. Avaliação do ensino e da aprendi-
de mobiliários, equipamentos, materiais
zagem na escola: descrição da concepção,
didático-pedagógicos e outros recursos
instrumentos e registro dos processos
específicos para o AEE, atendendo as con-
avaliativos dos alunos e estratégias de
dições de acessibilidade;
acompanhamento do processo de escola-
rização; 7. Infraestrutura da escola:
6.3 Formação continuada no âmbito da Descrição do espaço físico: existência
escola e/ou do sistema de ensino: descri- e número de salas de aula, sala de pro-
ção da formação na escola (organização, fessores, sala de informática, sala multi-
parcerias e outros); participação em cur- meio, salas de recursos multifuncionais
sos de formação continuada (extensão, e outras; de laboratório de informática,
aperfeiçoamento ou pós-graduação), car- de ciências e outros; de biblioteca; de re-
ga horária, modalidade (presencial ou a feitório; de ginásio, quadra de esportes e
distância), número de professores/cursis- outras instalações desportivas; de sani-
tas da escola. tários feminino e masculino, para alunos
e professores/profissionais, para pessoas
6.4 Com relação aos alunos público-al-
com deficiência ou com mobilidade redu-
vo da educação especial, informar a orga-
zida; de mobiliários; de equipamentos; e
nização da prática pedagógica do AEE na
demais recursos.
sala de recursos multifuncionais:
8. Condições de acessibilidade na es-
a) Atividades e recursos pedagógicos
cola:
e de acessibilidade, prestados de forma
complementar a formação dos alunos pú- Descrição das condições de acessibili-
blico-alvo da educação especial, matricu- dade da escola: arquitetônica (banheiros
lados no ensino regular; e vias de acesso, sinalização táctil, sono-
ra e visual); pedagógica (livros e textos
b) Articulação e interface entre os pro-
em formatos acessíveis e outros recur-
fessores das salas de recursos multifun-
sos de TA disponibilizados na escola); nas
cionais e os demais professores das clas-
comunicações e informações (tradutor/
ses comuns de ensino regular;
intérprete de Libras, guia intérprete e ou-
c) Plano de AEE: identificação das ha- tros recursos e serviços); nos mobiliários
bilidades e necessidades educacionais (classe escolar acessível, cadeira de rodas
específicas do aluno; planejamento das e outros); e, no transporte escolar (veícu-
atividades a serem realizada avaliação do lo rebaixado para acesso aos usuários de
desenvolvimento e acompanhamento dos cadeira de rodas, de muletas, andadores e
alunos; oferta de forma individual ou em outros).
pequenos grupos; periodicidade e carga
horária; e outras informações da organi-
zação do atendimento conforme as ne-
cessidades de cada aluno;
53

ANEXO IV – SUGESTÕES DE ATIVIDA- PROFESSORA DO AEE:


DES PARA ALGUNS TIPOS DE NECESSIDA-
PROFESSORA DO ENSINO REGULAR:
DES ESPECIAIS E PLANOS DE AULA
AGENTE DE ATIVIDADE EM ED. ESPE-
1) Bingo dos Sons Iniciais. Jogos de
CIAL:
alfabetização distribuídos pelo MEC
Problema levantado após um ESTUDO
Esse jogo pode ser trabalhado no 1º ano
DE CASO relativo ao educando:
do ensino fundamental e também aten-
de a alunos com deficiência intelectual, diagnóstico apresentado pelo edu-
que podem se favorecer do material que cando de Deficiência Mental Leve a Mode-
é composto de cartelas com figuras e por rada;
suas palavras correspondentes. Caso o
professor ache necessário, pode realizar dificuldade na leitura, na prática de
adaptações no jogo, como a confecção de escrita;
cartelas com figuras maiores. No caso de dificuldade em relatar por escrito
alunos com deficiência motora, eles tam- suas opiniões, na interpretação oral e es-
bém se favorecerão do jogo se o profes- crita, na ordenação de ideias;
sor, a partir dos seus impedimentos, con-
seguir confeccionar cartelas com material nas demais questões cognitivas,
mais grosso que favoreça pegar o mate- motoras e comportamentais não apre-
rial. senta grandes dificuldades

É importante não exigir dos alunos a OBJETIVOS:


soletração das palavras, respeitando as produzir pequenos textos que apri-
possibilidades de desenvolvimento de morem a sua imaginação e criatividade;
seus alunos com deficiência e atendendo
aos objetivos didáticos já existentes no ampliar as habilidades de memori-
jogo. Todos os objetivos didáticos podem zação;
ser atingidos sem o uso da fala e, poste- aprimorar a linguagem, a constru-
riormente, o aluno com deficiência pode- ção da língua escrita, comunicação e in-
rá utilizar de outros recursos para ler e terpretação;
escrever. Sugere-se que, você professor,
consulte a caixa de “jogos de alfabeti- aperfeiçoar sua potencialidade de
zação” – MEC e utilize-os em sala de aula atenção e concentração.
para todos os alunos. Pense em realizar
ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO:
todas as adaptações possíveis para que
seus alunos com deficiência possam par- Período de Atendimento: Durante todo
ticipar e se favorecer (BRASIL, 2012). o ano letivo.

2) Plano de AEE para educando: Frequência: 2 vezes na semana

NOME: Tempo de Atendimento: 1 hora cada


atendimento
ESCOLA:
54

Composição do atendimento: 1 atendi- profissões, frutas...);


mento Individual / 1 atendimento em du-
jogos de Memória Temáticos.
pla
Adequações de materiais:
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS:
não haverá necessidade de ade-
Atividades envolvendo situações-pro-
quações.
blemas
Materiais a serem adquiridos:
expressão Artística: desenhos, pin-
turas, modelagens, montagens, dramati- livros de Literatura Infantil;
zações;
folhas de E.V.A.
práticas Diversificadas de escrita
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS QUE RE-
e/ou produções textuais envolvendo LU-
CEBERÃO ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA
DICIDADE, sequência de fatos, roteiros
DO AEE:
como referência, etc.
professora de sala de aula;
atividades com músicas – aprecia-
ção musical, cantos, interpretação de le- equipe Técnico-pedagógica.
tras de músicas, utilização de instrumen-
tos musicais, construções de paródias a AVALIAÇÃO
partir de música conhecida; a observação e avaliação do aluno
trabalho com Literatura Infantil – será realizada durante o desenvolvimen-
leitura e interpretação oral e escrita, in- to do trabalho, verificando-se os resulta-
terpretação de imagens, recontos, livros dos que vão sendo alcançados, reestrutu-
sensoriais; rando os objetivos, se necessário.

jogos de Mesa envolvendo frases, o processo avaliativo será realiza-


palavras, descrição de figuras; do mediante acompanhamento e registro
do desenvolvimento individual do aluno,
softwares Educacionais; sendo correlato aos objetivos propostos
neste planejamento.
prática de descrição, narração, re-
conto de situações vividas e significativas 3) Sugestão de trabalho para aluno
ao educando, através de aulas-passeio, com baixa visão (Fabiana Nunes Quei-
atividades extracurriculares. róz - Sala de Recursos Multifuncionais
da Escola Estadual Bueno Brandão -
MATERIAIS A SEREM PRODUZIDOS: Uberlândia/MG. Disponível em: http://
instrumentos Musicais; educacaoespecialceeeu.blogspot.com.
br/2013/07/alunos-com-baixa-visao-e-
quebra-cabeças; -cegueira.html#!/)
caixa de sapato com histórias em O Atendimento Educacional Especiali-
sequência; zado com alunos com baixa visão em sala
de recursos multifuncional baseia-se no
dominó por temas (animais, família,
55

princípio de estimular a utilização plena estratégias de aprendizagem, os procedi-


do potencial de visão e dos sentidos re- mentos, o acesso ao conhecimento e à in-
manescentes, bem como na superação de formação, bem como os instrumentos de
dificuldades e conflitos emocionais. avaliação devem ser adequados às condi-
ções visuais destes educandos, exploran-
Sugestões para o trabalho com o aluno
do ao máximo a estimulação dos sentidos
de baixa visão:
remanescentes, a iniciativa e a participa-
os alunos com baixa visão deverão ção ativa do aluno.
trabalhar olhando para os objetos e para
Oferecer recursos que facilite a aquisi-
as pessoas;
ção da aprendizagem do aluno:
usar contraste claro e escuro entre
máquina BRAILLE, reglete e punção
os objetos e seu fundo;
para aqueles que já dominam o BRAILLE;
estimular o aluno a olhar para as-
para aqueles que ainda não sabem
pectos como cor, forma e encorajá-lo a to-
ou não dominam o BRAILLE, ensinar pri-
car nos objetos enquanto olha;
meiramente por meio de materiais con-
use palavras “olhe” e “veja” livre- cretos;
mente;
soroban, gravadores, notebook;
usar ampliações à mão e impressas
livros e revistas impressos em
(letra tipo Arial com tamanho da letra em
BRAILLE, adaptar materiais visuais com
torno de 20 a 24 dependendo da necessi-
antecedência. E sempre que necessário
dade de cada aluno);
fazer uma boa leitura, com bastante aten-
para alguns alunos é necessário um ção na entonação da voz e pontuação cor-
espaço maior entre as linhas, cadernos reta dos textos lidos.
com pautas ampliadas ou reforçadas;
A predominância de recursos didáticos
para evitar o cansaço de estar cons- eminentemente visuais ocasiona uma vi-
tantemente com o rosto sobre o caderno são fragmentada da realidade e desvia o
pode-se utilizar um suporte para livros e/ foco de interesse e de motivação dos alu-
ou cadernos; nos cegos e com baixa visão. Os recursos
destinados ao atendimento Educacional
fazer uso do lápis 6B e/ou caneta
Especializado desses alunos devem ser
hidrográfica preta ou azul;
inseridos em situações e vivências coti-
lupas ou pedras manuais ou de dianas que estimulem a exploração e o
mesa são muito úteis para ampliar o tama- desenvolvimento pleno dos outros senti-
nho de fontes. dos. A variedade, a adequação e a qualida-
de dos recursos disponíveis possibilitam o
O Atendimento Educacional Especiali- acesso ao conhecimento, à comunicação
zado para os alunos com cegueira em sala e à aprendizagem significativa (SÁ; CAM-
de recursos multifuncional visa desenvol- POS; SILVA, 2007 apud QUEIRÓZ, 2013).
ver a formação de hábitos e de postura,
destreza tátil, o sentido de orientação. As Para promover a comunicação e o en-
56

trosamento entre todos os alunos, é in-


dispensável que os recursos didáticos
possuam estímulos visuais e táteis que
atendam às diferentes condições visuais.
Portanto, o material deve apresentar co-
res contrastantes, texturas e tamanhos
adequados para que se torne útil e signi-
ficativo.
57

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