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I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
III. PRELIMINAR:
DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO
9. Com base no artigo art. 448 da CLT, quando ocorre a sucessão empresarial as
obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas na época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, serão de responsabilidade do sucessor:
11. Dessa forma, resta demostrado que a Reclamada U. .FONSECA E CIA. BABY
DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA é parte legitima para atuar no polo passivo
da presente demanda judicial.
12. Ademais, conforme dispõe o art. 10, inciso II, da CLT os sócios da Reclamada
U. .FONSECA E CIA. BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA, respondem
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade:
II - os sócios atuais
14. De acordo com o Art. 223 - B da CLT, causa dano de natureza extrapatrimonial
a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são
as titulares exclusivas do direito à reparação.
15. Além disso, dispõe o Art. 223 – E, da CLT que são responsáveis pelo dano
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extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção
da ação ou da omissão.
17. A Reclamada VIP SHOPPING S.A, também é parte legitima para atuar no polo
passivo desta ação diante do dano extrapatrimonial causado à Reclamante, de acordo com o Art. 223
– B da CLT, diante de sua omissão.
19. O Art. 70-B do ECA, é claro ao elucidar em seu paragrafo único que “São
igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por
razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda
de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
culposos ou dolosos”.
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DA NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
21. A presente demanda judicial trata de relação de trabalho que envolve uma
menor, por isso, há a necessidade de intervenção do Ministério Público do Trabalho, nos termos do
artigo 128, I, alínea B da CF e, do artigo 129, II, da CF.
23. Imperioso se faz destacar que, no presente caso não há prescrição ao direito de
reclamar, isto pois, a Reclamante é menor de idade, possuindo apenas 17 anos.
24. A respeito do assunto, a CLT é clara ao dispor em seu artigo 440 que: “contra
os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição”. Sendo assim, não há qualquer
prejudicial de mérito a ser arguida.
V. MÉRITO
26. Importante, dessa forma, destacar que a Reclamante não desempenhava suas
atividades autonomamente. No cumprimento de seus encargos, obedecia às normas e diretrizes
estabelecidas pela Reclamada U. .FONSECA E CIA. BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE
RECREAÇÃO LTDA para desempenho de suas atividades, bem como as desempenhava com
exclusividade, intensidade, continuidade e repetição, sendo, portanto, preenchidos os requisitos do
Art. 2 e 3 da CLT.
“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário”
27. Dessa forma, apesar de estarmos diante de um trabalho infantil, que é proibido,
a atividade na qual a Reclamante trabalhava não era ilícita, sendo assim, até mesmo para evitar o
enriquecimento ilícito da Reclamada deverá ser reconhecido a existência do contrato de trabalho, pois,
ressalta-se, a Reclamante preenchia todos os requisitos dispostos na CLT que configura a relação de
emprego.
28. Portanto, requer seja reconhecido o vínculo empregatício entre as partes desde
o ano de 2016 em razão do contrato por prazo indeterminado existente.
31. Então, demonstrada a relação empregatícia existente entre as partes, não resta
dúvida que a Reclamante faz jus à anotação do contrato de trabalho em sua CTPS, bem como o
pagamento de todas as verbas trabalhistas, previdenciárias e rescisórias que lhe foram sonegadas.
34. Portanto, evidente que o contrato de trabalho não fora extinto, muito pelo
contrário, permanece vigente.
D. DO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
36. Além disso, o artigo 448 da CLT estabelece que a mudança de propriedade não
afetará os contratos os contratos de trabalho dos empregados e, na sequência, o artigo 448-A aduz que
quando caracterizada a sucessão de empresas as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à
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época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.
39. Desse modo, é notório que a demissão da Reclamante ocorreu de forma indevida
e presume-se que o contrato ainda está em vigor, nos termos do Art. 477 da CLT, paragrafo 6.
49. A Reclamante pretende que seja deferida de imediato sua reintegração, para
assim, receber mensalmente os valores que tem direito a título de salário e demais vantagens
normativas e contratuais.
50. A CLT dispõe em seu Art. 402 que, é considerado menor o trabalhador de
quatorze até dezoito anos. Na ocasião, quando a Reclamante começou a trabalhar no estabelecimento
da Reclamada BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA, ela tinha apenas
12 anos de idade, logo, era apenas uma criança e o contrato de trabalho não poderia ter sido firmado
entre as partes, sendo este ilícito.
51. Nesse sentido, a Constituição Federal dispõe o seguinte em seu art. 227,
paragrafo 3º:
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(…)
56. Portanto, evidente que mais uma vez houve a lesão a proteção ao menor,
devendo as Reclamadas serem responsabilizadas pelos violações aos direitos trabalhistas da
Reclamante.
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H. DO LOCAL DE TRABALHO PROIBIDO PARA O MENOR
57. Conforme fora abordado na descrição dos fatos, a Reclamante foi contratada
para trabalhar como folguista em um quiosque, quiosque esse que ficava localizado no meio de
Shopping, isto é, em um local público.
58. O artigo 405, § 2º, define que:
(…)
60. Ademais, a convenção 182 da OIT, define na lista TIP, no Art. 3, alínea D o
seguinte:
“Artigo 3º - Para os fins desta Convenção, a expressão as piores formas de
trabalho infantil compreende:
d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são
executados, são suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da
criança”
61. Sendo assim, resta demostrado mais uma lesão a proteção ao menor por parte
das Reclamantes.
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I. DA JORNADA DE TRABALHO
62. Primeiramente, a Reclamante foi contratada para trabalhar 3 vezes por semana,
das 16h às 23 horas. Depois de 1 ano de trabalho, o contrato de trabalho fora modificado e a
Reclamante passou a trabalhar na função de atendente, no mesmo horário, de maneira fixa, de segunda
à domingo, sem folgas em feriados, tampouco férias.
63. O Art. 412 da CLT dispõe que o menor tem direito a um intervalo de repouso
não inferior a 11 horas após cada período de trabalho:
“Art. 412 - Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido
em 2 (dois) turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a 11(onze)
horas.”
64. Ainda, é disposto no Art. 413 que é vedado prorrogar a duração normal diária
do trabalho do menor, salvo por acordo ou convecção coletiva ou por motivo de força maior. No
presente caso, nunca houve nenhuma dessas hipóteses e, ainda assim, a Reclamada era obrigada a
cumprir uma jornada excedida, que prejudicava seus estudos e seu desenvolvimento pessoal.
65. O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era
obrigada a prolongar sua jornada, trabalhando de finais de semana e feriados, qualquer remuneração
por hora extra.
68. A Reclamante trabalhava no horário das 16:00 horas até às 23:00 horas,
realizando 7 horas de trabalho.
70. Ora, era direito da Reclamante ter no mínimo 1 hora garantida de intervalo
para alimentação e repouso, como bem dispõe o artigo 71 da CLT:
73. O 13º salário é uma garantia dada aos trabalhadores através de nossa carta
maior em seu artigo 7º, inciso VII, no presente caso, a Reclamante nunca recebeu seu 13º.
75. A Reclamante faz jus ao direito de férias que, também é um dos direitos
assegurado aos trabalhadores pela nossa constituição de 1988, em seu artigo 7º, inciso XVII.
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82. Então, por todo o exposto nesta peça, diante das violações a proteção do
menor e dos direitos trabalhistas, é claro que a Reclamada U.FONSECA E CIA. BABY
DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA e seus sócios ULISSES FONSECA
E CATARINA SAPELLI, devem ser condenados a prestar a indenização no valor de R$
xxxxxx a Reclamante.
86. Além disso, quando analisada a conduta das Reclamadas à luz do artigo 186
do Código Civil, verifica-se que estas cometeram ato ilícito, a ver:
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V. DOS PEDIDOS
90. Por todo exposto, requer a procedência da presente ação para que:
(IV) Seja concedido o pedido de tutela de urgência para que a Reclamante seja reintegrada em
seu emprego.
(V) Seja concedida a condenação da Reclamada U.FONSECA E CIA. BABY DRIVE MY CAR
– SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA e de seus sócios ULISSES FONSECA E CATARINA
SAPELLI, ao pagamento indenizatório de danos morais no valor de R$ xx xx x por todo exposto;
(VI) Seja as Reclamadas VIP SHOPPING S.A e A. MUNIZ – BABY MY CAR LOCAÇÕES
EIRELI condenadas pelos danos extrapatrimoniais causados pelas ações de omissão e ação
danosas.
(VII) Seja a Reclamante reintegrada ao seu empregou ou que a Reclamada U.FONSECA E CIA.
BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE RECREAÇÃO LTDA seus sócios ULISSES
FONSECA E CATARINA SAPELLI paguem as verbas rescisórias do período em que lhe fora
suprimido o labor, haja vista ter sido dispensada durante a vigência da Estabilidade Provisória por
gravidez;
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(VIII) Seja a Reclamada U.FONSECA E CIA. BABY DRIVE MY CAR – SERVIÇOS DE
RECREAÇÃO LTDA e seus sócios ULISSES FONSECA E CATARINA SAPELLI
condenados ao pagamento no importe de R$ xxxxx referente ao 13º proporcional;
(XII) Requer a citação de todas as Reclamadas para defesa, sob pena de revelia;
(XIII) Requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos do art. 5º,
inciso LXXVI da CF, Lei nº. 1.060/50 e legislação complementar, por cuidar-se de pessoa pobre
na acepção jurídica do termo sem condições de arcar com às custas do processo, conforme
declaração anexa;
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