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INSTITUTO LATINO AMERICANO DE

CIÊNCIAS DA VIDA E DA NATUREZA


(ILACVN)

MEDICINA - TURMA VII

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO SITUACIONAL


UNIDADE DE SAÚDE SÃO ROQUE ANAIR DOS SANTOS QUADRO - ÁREA 74

ALEJANDRA DE LA CARIDAD HERNÁNDEZ HERBELLO


ALIDA SANCHEZ SERVIAT
BIANCA LIMA ALESSI
CESAR AUGUSTO BECKER LONGEN
FELIPPE SARACENI TECELÃO
LAUREN OLIVEIRA DE MELLO
MARIANA SOARES

Foz do Iguaçu
2021
ALEJANDRA DE LA CARIDAD HERNÁNDEZ HERBELLO
ALIDA SANCHEZ SERVIAT
BIANCA LIMA ALESSI
CESAR AUGUSTO BECKER LONGEN
FELIPPE SARACENI TECELÃO
LAUREN OLIVEIRA DE MELLO
MARIANA SOARES

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO SITUACIONAL


UNIDADE DE SAÚDE SÃO ROQUE ANAIR DOS SANTOS QUADRO - ÁREA 74

Relatório desenvolvido pelos


estudantes do terceiro período do
curso de Medicina da Universidade
Federal da Integração
Latino-Americana, como parte das
exigências para conclusão do módulo
de Programa de Integração Ensino,
Serviço e Comunidade III, sob
orientação da professora Regina Maria
Gonçalves Dias.

Foz do Iguaçu, 2021

2
RESUMO

O planejamento em saúde vem sendo desenvolvido e aprimorado ao longo


dos anos com a finalidade de adequar os serviços às necessidades da população.
Nessa vertente, surge como ferramenta de aprimoramento e organização a
realização do Diagnóstico Situacional das unidades de saúde. Tal artefato colabora
no âmbito de reconhecer, estruturar e manipular dados de determinada equipe
vinculada a uma área de saúde a fim de promover melhorias na implantação de seus
serviços de acordo com a realidade da sua localidade. Assim, foram avaliados os
Relatórios Operacionais e Consolidados da Equipe 74 - gerados pelo Ministério da
Saúde na plataforma on-line e-SUS, o presente estudo tem por objetivo a realização
do diagnóstico situacional da Unidade de Saúde da Família São Roque no município
de Foz do Iguaçu.

3
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

2. RESULTADOS DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM SAÚDE E


TERRITORIALIZAÇÃO 7
2.1 PERFIL INSTITUCIONAL 7
2.2.1 A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 10
2.2 PERFIL TERRITORIAL - AMBIENTAL 12
2.2.1 TERRITÓRIO 12
2.2.2 GEOGRAFIA E AMBIENTE 13
2.2.3 DELIMITAÇÃO DO TERRITÓRIO DA UAPS NO MAPA 14
2.2.4 URBANIZAÇÃO ACESSO 16
2.2.5 CARACTERÍSTICAS DOS DOMICÍLIOS / CONDIÇÕES DE MORADIA
16
2.2.6 MAPA INTELIGENTE DA ÁREA 17
2.3 PERFIL DEMOGRÁFICO 19
2.3.1 POPULAÇÕES ELEGÍVEIS PARA AÇÕES ESPECÍFICAS SEGUNDO
FAIXA ETÁRIA 23
2.4 PERFIL SOCIOECONÔMICO 26
2.4.1 PESSOAS POBRE E EXTREMAMENTE POBRES 26
2.4.2 ANALFABETISMO, GRAU DE ESCOLARIDADE E ONDE FICAM AS
CRIANÇAS DE 0 A 9 ANOS 27
2.4.3 OCUPAÇÕES, SITUAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO E PLANO
DE SAÚDE PRIVADO 30
2.4.6 CIDADÃOS EM SITUAÇÃO DE RUA 32
2.4.7 População LGBT 34
2.5 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO 36

3. PROCESSO DE PLANEJAMENTO 51
3.1 MOMENTO EXPLICATIVO 51
3.2 MOMENTO NORMATIVO 55
3.3 Momento estratégico 56

4
4. CONCLUSÃO 60

5. REFERÊNCIAS 61

5
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste na realização do Diagnóstico Situacional (DS)


da área 74 de abrangência da Unidade de Saúde da Família São Roque, localizada
na cidade de Foz do Iguaçu-PR, foi realizado por estudantes de Medicina no período
de dezembro de 2021 à fevereiro de 2022, como proposta de atividade do módulo
de Programa de Integração Ensino-Serviço-Comunidade III da Universidade Federal
da Integração Latino-Americana.

O planejamento é uma ferramenta muito relevante e que possibilita a


antecipação de diversas demandas e a organização para que elas sejam sanadas,
de forma a otimizar o trabalho em saúde. Além disso, ela é utilizada nas diversas
áreas da saúde, não sendo diferente na Atenção Primária de Saúde (APS). Nesse
sentido, a realização do Diagnóstico Situacional da referida unidade vale-se da
necessidade de compreensão da realidade local com o intuito de otimizar o
planejamento das ações em saúde.

Paralelo a isso, entende-se que o Diagnóstico Situacional contribui para a


melhoria da gestão em saúde, além de estar profundamente associado com o tripé
universitário, visto que engloba pesquisa de dados, manipulação dos mesmos
(ensino) e visitas à unidade com a finalidade de reconhecermos a realidade da
população que utiliza o serviço público de saúde (extensão).

No desenvolvimento de atividades em saúde temos como porta de entrada ao


serviço a APS e como representante dela temos as Unidades de Saúde da Família,
as quais são compostas por equipes de saúde responsáveis por determinada região.
Em alguns casos, uma unidade pode ter mais de uma equipe, a depender do
número de usuários vinculados à ela (PNAB, 2017). O presente relatório terá como
desenvolvimento e referência a equipe 74 da USF São Roque.

Partindo disso, sabe-se que para planejar algo é necessário conhecimento


prévio dos fatores que estarão envolvidos naquilo que será estruturado. Nessa

6
vertente, a realização do diagnóstico situacional de um território é essencial para
qualquer aspiração de mudança que venha ser implantada na região de cobertura
de uma equipe de saúde. Ademais, realizar a territorialização do local é fator
determinante para o bom desenvolvimento do DS, tendo em vista a importância do
território e da relação homem-ambiente no processo saúde-doença.

Por fim, vale mencionar que o uso aprofundado dos dados que foram
coletados para a realização deste trabalho é de extrema riqueza para representar,
ainda que em partes, a realidade sanitária do município.

7
2. RESULTADOS DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM SAÚDE E
TERRITORIALIZAÇÃO

2.1 PERFIL INSTITUCIONAL

Nome do distrito sanitário: Distrito Leste

Nome da Unidade de Saúde: USF São Roque Anair Do Santos Quadros

Nome Fantasia: USF São Roque

Gerente da UBS: Cristiane Padilha Da Rosa

CNES da UBS: 9871314 INE: 0000384801 Tipo de Equipe: eSF

E-mail: / Telefone: ubssaoroque.pmfi@ / (45) 3525-1615

Histórico da UAPS: A USF São Roque Anair Dos Santos de Quadros, com
fundação em julho de 2019. Possui esse nome em homenagem à técnica de
enfermagem Anair dos Santos de Quadros, natural de Prudentópolis/PR.

Localização: Rua Da Caratinga, 130, Jardim São Roque, Foz do Iguaçu-PR. CEP:
85853-709

Tipologia das equipes da UAPS: Equipes Saúde da Família, equipe Atenção


Primária, equipe Saúde Bucal

Acesso à UAPS: topografia e transporte urbano: Tem acesso cadeirante com


caminho acessível até a rampa, possui transporte urbano e estacionamento próprio.

Horário de funcionamento da UAPS: A USF São Roque Anair Do Santos Quadros


funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. Sábados e domingos a
Unidade fica fechada.

Profissão da gerente da UAPS e sua maior escolaridade: A administração da


Unidade é feita pela gerente Cristiane Padilha da Rocha, que está à frente da USF

8
há 2 anos. Sua formação é em Gestão Pública, com enfoque em saúde, além do
curso técnico em Enfermagem.

Presença de especialidades médicas nas UAPS, incluindo MFC: Há 2 médicas


especialistas em Medicina de Família e Comunidade.

Aparecida Amelia com CNS: 704403356446510 e CBO: 225142

Regina Maria Gonçalves Dias com CNS: 210161260600008 e CBO: 225130

Horário das equipes: há 2 equipes de saúde na USF São Roque Anair Do Santos
Quadros, sendo que a equipe 75 trabalha no horário da manhã e à tarde a equipe
74.

Segundo a portaria do MS 340/2013 (redefine o componente construção do


programa de requalificação de Unidades Básicas de Saúde) e725/2014(altera as
portarias nº339/GM/MS enº341/GM/MS, de 4 de março de 2013,que redefinem os
componentes Ampliação e Reforma do Programa de Requalificação de Unidades
Básicas de Saúde; possibilita nova contemplação, com recursos de emendas
parlamentares, à UBS, já contempladas em anos anteriores com objetos ampliação
reforma do programa Programa Requalifica, e substitui-o Anexo 1 da portaria nº
340/GM/MS, de 4 de março de 2013, que redefine o construção do programa de
requalificação de UBS), a USF São Roque Anair Do Santos Quadros trataria-se de
uma UBS Porte II (UBS destinada e apta a abrigar, no mínimo, 2 (duas) Equipes de
Atenção Básica, com número de profissionais compatível a 2 (duas) Equipes de
Atenção Básica) e apresenta os seguintes ambientes conforme o quadro 1 das
portarias MS 340/2013 e 725/2014:

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Quadro 1, ambientes presentes e preconizados na UBS

N° Ambientes Quantidade (un.)

1 Sala de recepção de espera 1

2 Sanitário para pessoa com deficiência 2

3 Banheiro 1

4 Sala de imunização 1

5 Farmácia 1

6 Consultório clínicas básicas 1

7 Consultório indiferenciado/acolhimento 1

8 Consultório com sanitário anexo 2

8.1 Sanitário do Consultório 1

9 Consultório odontológico para 2 equipes 2

10 Sala de inalação 1

11 Sala de curativos 1

12 Sala de procedimento/coleta 1

13 Expurgo 1

14 Outros consultórios não médicos 2

15 Sala pequena de cirurgia 1

16 Sala de repouso/observação indiferenciado 1

17 Sala de enfermagem (servicios) 2

18 Sala de esterilização/estocagem de material esterilizado 1

19 Sala de gerência 1

20 Sala de atividades coletivas/sala de ACS 1

21 Almoxarifado 1

22 Copa 1

23 Banheiro para funcionários 2

24 Depósito de material de limpeza 1

25 Depósito de resíduos comuns 1

10
26 Depósitos de resíduos contaminado 1

27 Área externa para embarque e desembarque de 1


ambulância
Fonte: os autores

Meio utilizado pela UAPS para comunicação com a comunidade: há diálogo com
a associação de moradores, também tem o site da UAPS, Whatsapp, e-mail e a
caixa de sugestões.

Recursos Humanos (número de profissionais por categoria): 2 médicos, 2


enfermeiros, 4 auxiliares de enfermagem, 8 ACSs, 2 recepcionistas, 1 auxiliar em
saúde bucal, 1 dentista, 1 farmacêutico, 1 estagiário de enfermagem, 1 gerente e 2
alunos internos.(2 nutricionistas, 1 fisioterapeuta que fazem parte da equipe
multiprofissional que dá apoio às UBS do distrito Leste)

Tipos de vínculos do médico com a Prefeitura Municipal de Saúde: Todos


concursados

Existe algum programa de enfrentamento a problemas de saúde? Antes,


quando ainda existia o NASF, tinham um programa de antitabagismo. Atualmente,
contam com o auxílio de uma psicóloga duas vezes na semana e estagiários de
fisioterapia. No entanto, não estão sendo desenvolvidos programas diretamente com
a comunidade.

Microáreas descobertas: Microárea 25 - “mata verde”

Áreas descobertas: Nenhuma

Integração Ensino-serviço: A USF São Roque Anair Do Santos Quadros recebe


alunos dos cursos da Saúde de Medicina e Fisioterapia. Recebe, atualmente, 2
internos da Medicina provenientes da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (UNILA) que encerraram suas atividades em 4 de março. Recebe
também 2 estagiários de enfermagem e 1 médico residente em MFC.

Conselhos Locais de Saúde (CLS): Teve, mas não está ativo no momento.

11
O CLS participa do planejamento e monitoramento das ações desenvolvidas
pelas ES?: Não

2.2.1 A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Esse tópico tem por objetivo relatar as informações que obtivemos com a
equipe em relação a realidade diária da unidade, foram coletadas de maneira
informal, mas que ainda assim se mostram de grande valor visto que os
componentes da equipe são a máquina que faz com que a unidade esteja
funcionando da forma que está e, também, representa como fomos bem recebidos
na unidade e a colaboração da equipe com o desenvolvimento deste trabalho.

A unidade de saúde São Roque pertence ao Distrito Leste e está localizada


na Rua da Caratinga, 130, bairro Jardim São Roque III.

Sua fundação é recente, ocorreu em julho de 2019 e conforme relatado pela


equipe 74 foi uma grande conquista da comunidade. Atualmente existem projetos de
infraestrutura (creche, escola, biblioteca e espaço de lazer - pracinha infantil) nas
imediações da unidade. Na visita à unidade fomos informados que as obras estavam
paralisadas por conta da pandemia do Sars-Cov2 (a qual iniciou em fevereiro de
2020, permanecendo até a data de produção do presente trabalho).

A unidade não possui nenhum programa de atividade física, prevenção ao


tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. Ainda assim, promovem grupos online
(WhatsApp) para acompanhamento das gestantes e puericultura.

No início da pandemia, em março de 2020, os pacientes que eram de


acompanhamento domiciliar tiveram as visitas suspensas e aqueles que tiveram
alguma perda familiar vítima da Covid obtiveram apoio online da equipe.

As duas equipes que compõem a unidade (74 e 75) se revezam nos turnos
para atendimento, dessa forma, sempre há uma equipe por turno. Ainda assim, as
emergências são atendidas independente da equipe a que o usuário pertence.

12
A unidade possui um automóvel que é utilizado, em maior parte, pelos ACS
para as visitas domiciliares e cadastro de domicílios mais afastados da unidade.

As gestantes costumam receber visitas uma vez por mês e no último bimestre
uma vez por semana.

Também foi relatado pela equipe 74 que existe uma microárea sobre sua
responsabilidade, chamada de “mata verde”, que está descoberta e fica na zona
rural do distrito.

13
2.2 PERFIL TERRITORIAL - AMBIENTAL

2.2.1 TERRITÓRIO

População com moradia predominantemente urbana (78,84%), enquanto a


população rural é de 21,15%.

Figura 1 - Condições de moradia - Localização

Fonte: Relatório de cadastro domiciliar e territorial de 25/02/2022

Segundo o relatório de cadastro individual, a quantidade de cidadãos ativos


no território é de 2225. Considerando ainda o cadastro, o número de moradias na
região é de 1021, conforme mostra a figura 2.

Distância do centro da cidade de 6,7 km, considerando distância entre a


UBS e o Terminal de Transporte Urbano na Av. Juscelino Kubitscheck. Além disso,
sob responsabilidade da equipe encontram-se 145 terrenos baldios.

14
Figura 2 - tipo de imóvel

Fonte: Relatório de cadastro domiciliar e territorial de 25/02/2022

2.2.2 GEOGRAFIA E AMBIENTE

O relevo da área da UBS é semelhante ao restante da cidade, com colinas


onduladas e variação de elevação moderada, até 50 metros, o solo é latossolo
distroférrico de textura argilosa. Na figura 3 é possível observar a topografia de parte
do território da cidade, incluindo o território da equipe 74.

15
Figura 3 - mapa topográfico de Foz do Iguaçu

Fonte: Mapa topográfico Foz do Iguaçu, altitude, relevo

Além disso, pequeno córrego não encanado presente paralelamente à Av.


Maria Bubiak; não há fontes de água, nem presença de barreiras geográficas, como
ainda pode ser observado na figura 2.

2.2.3 DELIMITAÇÃO DO TERRITÓRIO DA UAPS NO MAPA

Pontos de atenção à saúde: não existem na região UAPS, centros de


especialidades, consultórios, ambulatórios privados, hospitais, laboratórios,
residências terapêuticas, pronto-atendimentos ou quaisquer outros pontos de
atenção no território 74.

Equipamentos e serviços sociais: na área, não há presença de escola,


abrigo, instituição de longa permanência para idosos, unidade prisional, unidade de
medida sócio educativa, delegacia e farmácia. Há apenas uma creche.

16
Figura 4 - Mapa da área 74

Fonte: Autores

17
2.2.4 URBANIZAÇÃO ACESSO

Ruas majoritariamente asfaltadas com algumas ruas de terra nas zonas


periféricas e rurais. Do total de 1188 vias cadastradas, 929 são asfaltadas, 51 são de
chão batido, nota-se ainda grande número de vias sem dados informados,
representando 17,5% do total (208 ruas). O acesso à UBS é bom, com pouco ou
nenhum trânsito usual e ruas asfaltadas, além de a unidade possuir rampas de
acessibilidade.

Figura 5 - Condições de moradia - Tipo de acesso ao domicílio

Fonte: Relatório de cadastro domiciliar e territorial de 25/02/2022

A região tem acesso ao transporte público. As linhas de ônibus que


atravessam a área 74 são:
● Linha 380 JARDIM SÃO ROQUE / JARDIM AMÉRICA
● Linha 325 JARDIM GUARAPUAVA
● Linha 320 INTERBAIRROS
● Linha 315 PRIMEIRO DE MAIO

Não há na área ferrovias, hidrovias ou estações rodoviárias.

2.2.5 CARACTERÍSTICAS DOS DOMICÍLIOS / CONDIÇÕES DE MORADIA

Entre as 1188 residências, 969 dos domicílios são casas, 8 são


apartamentos, 1 cômodo e 2 outros tipos e, além disso, os tipos de acesso às
moradias são: 929 domicílios têm pavimento como tipo de acesso. 51 possuem chão

18
batido e sobre outras 208 residências não há informação. Faltam informações de
208 moradias.
O abastecimento de água da região é realizado, predominantemente, por
rede encanada até o domicílio (922). 57 moradias utilizam de poço e nascente, 2 por
outros meios. Faltam informações de 207 moradias.
Do total de 1188 residências na área 74, 475 têm animais. Ao todo, são
388 cachorros, 131 gatos, 32 pássaros e 17 outros animais não informados.
A situação das moradias da região: 608 é própria posse, 199 residências
são alugadas, 24 financiadas, 42 cedidas, 1 arrendada e 147 outros tipos de posse.
Não há informação de 167 moradias.
A construção das paredes externas dos domicílios é feita, principalmente,
com o uso de alvenaria com revestimento (935). 12 residências são feitas de
alvenaria sem revestimento, 21 de madeira aparelhada, 9 de material aproveitado e
3 de outros materiais. Faltam dados de 208 moradias.
Percebe-se que na maioria das residências não ocorre tratamento de água
para o consumo em domicílio (737). Em 72 residências a água é tratada por
filtração. Além disso, a água é fervida em 3 residências e em 33 é mineral. Não há
informação de 235 moradias.
Observa-se que a forma de escoamento do banheiro ou sanitário difere
entre as 1188 residências. Em 22 domicílios há a utilização do sistema de esgoto ou
pluvial, 560 utilizam fossa séptica, 398 usam fossa rudimentar e 4 escoam para o
céu aberto.
O número de domicílios com energia elétrica é 917. 5 moradias não
possuem esse tipo de energia e não foram coletados dados de 266 residências.
Nota-se que de 1188 residências, 962 domicílios têm seu lixo coletado, em
6 o lixo é queimado ou enterrado e não há nenhuma moradia que o lixo fica a céu
aberto.

2.2.6 MAPA INTELIGENTE DA ÁREA

Por fim, apresenta-se o mapa de toda a área coberta pela Unidade,


destacando-se em alaranjado a área 74, mostrando em ícones os principais pontos
da região.

19
Figura 6 - mapa inteligente

Fonte: autores

20
2.3 PERFIL DEMOGRÁFICO

A equipe de saúde 74 da unidade de saúde São Roque possui atualmente


2175 usuários cadastrados, o que corresponde a um cadastro de aproximadamente
90% da área. Entre esses usuários estão estrangeiros, naturalizados e brasileiros,
sendo este último a maioria dos usuários. Segue abaixo, a tabela com o número de
usuários subdivididos por faixa etária e gênero:

Tabela 1 - usuários cadastrados, divididos por faixa etária e gênero

Descrição Masculino Feminino Total

Menos de 01 ano 17 9 26

01 ano 10 7 17

02 anos 16 7 17

03 anos 11 16 27

04 anos 19 19 38

05 a 9 anos 65 62 127

10 a 14 anos 76 49 125

15 a 19 anos 53 66 119

20 a 24 anos 74 78 152

25 a 29 anos 96 95 191

30 a 34 anos 73 102 175

35 a 39 anos 76 97 173

40 a 44 anos 80 101 181

45 a 49 anos 80 97 177

50 a 54 anos 86 83 169

55 a 59 anos 70 86 156

60 a 64 anos 52 59 111

65 a 69 anos 34 42 76

70 a 74 anos 25 34 59

21
75 a 79 anos 9 15 24

80 anos ou mais 16 13 29

Total 1038 1137 2175


Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciliar e territorial/e-SUS de 17/12/2021

Segue abaixo os dados da pirâmide etária dos usuários cadastrados pela


equipe (figura 7) e a pirâmide etária do município de Foz do Iguaçu, pelo censo do
IBGE, 2010 (figura 8):
Figura 7 - Pirâmide etária da Área 74

Fonte: autores

22
Figura 8 - Pirâmide etária de Foz do Iguaçu 2010

Fonte: IBGE, 2010

Comparando-se as populações relativas de Foz do Iguaçu (IBGE, 2010) com


as da área 74 da UBS São Roque, observa-se que há um estreitamento na base da
pirâmide na Unidade de Saúde quando comparada à do município ao mesmo tempo
em que se observa um alargamento da faixa de adultos. Isso é indício do processo
de transição demográfica, em que ocorre uma diminuição das taxas de natalidade.
Um ponto que deve ser considerado é que o último censo do IBGE foi no ano de
2010, o que torna prudente considerar que provavelmente há uma discrepância
entre os indicadores atuais do município.

Observa-se, ainda, que, em relação ao gênero destaca-se como maioria o


sexo feminino (52,27%). Conforme dados atuais do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística IBGE (2021), a cidade de Foz do Iguaçu possui uma população
estimada de 257.971 pessoas. Nessa vertente, destacou-se cerca 51,5% é do sexo
feminino o que corrobora proporcionalmente com a realidade da unidade de saúde
avaliada.

23
Com relação a declaração racial o IBGE relatou em 2010 que 63,5% da
população residente em Foz do Iguaçu se autodeclarou branca, tal situação
mostra-se distinta da realidade encontrada na unidade de saúde, onde 72,4% da
população adscrita identifica-se como branca. Essa discrepância mostra-se presente
em outras raças/cores: segundo o IBGE (2010, Foz do Iguaçu) a autodeclaração de
raça/cor preta é 3,8%, enquanto no território da equipe 74 é 2,03%; amarela é
1,46%, enquanto no território é 1,79%; parda é 30,55%, enquanto no território é
22,8% e; indígena 0,28%, enquanto no território é 0%. Assim, observa-se que a
maior correspondência é a de raça/cor amarela, mostrando a menor diferença
percentual. Segue abaixo, gráficos comparando percentual de pessoas segundo
cor/raça entre a população de Foz do Iguaçu e a da área 74 da UBS São Roque
(gráficos 1 e 2).

Gráfico 1 - Identificação por cor/raça - Área 74 da UBS São Roque

Fonte: autores

24
Gráfico 2 - Identificação por cor/raça - Foz do Iguaçu

Fonte: autores

Em relação à nacionalidade, a área estudada é composta majoritariamente


por brasileiros (96,78%), seguido de estrangeiros (2,48%) e, por fim, de
naturalizados (0,64%). Os dados percentuais e absolutos podem ser observados na
tabela 2 abaixo:

Tabela 2 - Identificação do usuário por nacionalidade

Descrição Quantidade Valor relativo


Brasileira 2105 98,78%
Naturalizado 14 0,64%
Estrangeiro 56 2,48%
Não informado 0 -
Fonte: autores

2.3.1 POPULAÇÕES ELEGÍVEIS PARA AÇÕES ESPECÍFICAS SEGUNDO FAIXA


ETÁRIA

As visitas domiciliares são uma importante ferramenta na promoção de


saúde, garantindo uma maior amplitude no acesso da população. Sendo assim, tais

25
visitas são de fundamental importância em especial para atendimento ao lactente,
na puericultura e na imunização em idade correta principalmente da população
menor de 2 anos de idade. Essa parcela dos cidadãos representa cerca de 1,98%
da população atendida pela UBS, totalizando 43 crianças, como pode-se observar
na tabela 1.

Além disso, no contexto da população atendida pela UBS São Roque, 6,0%
da população é representada por crianças menores de 5 anos de idade. Nessa faixa,
têm-se os cidadãos elegíveis para atendimento de puericultura pelo
médico/enfermeiro.

Uma outra preocupação necessária é a identificação da população feminina


entre 25 e 64 anos, elegíveis para rastreamento do câncer do colo uterino. No
território estudado, 33,10% dos cidadão se enquadram nessa faixa, o que
representa 63,32% da população feminina da área.

Além do câncer do colo uterino, o câncer de mama também merece


atenção, especialmente na população feminina entre 50 e 69 anos. Sendo assim,
27,74% das cidadãs da área se enquadram nessa faixa, o que representa 12,4% da
população total.

Para estratificação de risco do idoso, 13,75% da população possui 60 anos


de idade ou mais. Esse valor é importante, uma vez que necessitam de um olhar
para ações que abarquem o envelhecimento e o aumento da vulnerabilidade desses
cidadãos.

A hipertensão arterial sistêmica é uma doença muito prevalente em grande


parte da população brasileira. Nesse sentido, toda a população maior de 18 anos é
elegível para rastreamento da doença. Para maior fidedignidade do percentual,
analisar-se-á a população maior de 20 anos, uma vez que a presença da categoria
“15-19 anos” no Relatório de Cadastro Individual da equipe impossibilita o cálculo
quantitativo específico dos indivíduos maiores de 18 anos. Sendo assim, 76,9% da

26
população possui 20 anos ou mais e, portanto, se enquadra para rastreamento da
HAS.

Por fim, destaca-se a população entre 10 e 19 anos, elegível para cuidados


de Educação Popular em Saúde ao adolescente. Tal faixa representa 11,21% dos
cidadãos da área. As atividades que podem ser incluídas na EPS, incluem, por
exemplo, educação sexual e conscientização sobre uso de álcool, drogas e outras
substâncias.

Portanto, percebe-se que há sob responsabilidade da unidade de


saúde São Roque uma maioria de usuários do gênero feminino. São em maior parte
brancos e brasileiros, destacando-se, também, uma maioria de adolescentes e
adultos jovens. Sendo assim, temos uma realidade muito semelhante àquelas que
ocorrem em nível municipal e estadual. No entanto, se difere a realidade estadual
que mostra um elevado número de idosos, em torno de 40%, cenário que não se
repete na unidade, mesmo que proporcionalmente. Dessa forma, as orientações em
saúde registradas em relação às outras faixas etárias são coerentes com a realidade
da unidade em questão.

27
2.4 PERFIL SOCIOECONÔMICO

2.4.1 PESSOAS POBRE E EXTREMAMENTE POBRES

A partir da interpretação da figura 9 sobre a análise socioeconômica


relacionada à renda mensal, torna-se notório que 178 entrevistados (23%) da
população da área de abrangência 74 não informaram sua renda familiar. Ademais,
predomina-se a renda de dois salários mínimos (31%), sendo seguida da renda de
três salários mínimos (20%). Destaca-se, nesse contexto, a alta taxa percentual de
renda não informada.
Uma vez que trata-se de um dado essencial para estabelecer a capacidade
da população local de adquirir e consumir bens, serviços e materiais de saúde que
abrangem desde alimentação, higiene pessoal, produtos culturais e de lazer, e afins.
De acordo com os agentes comunitários de saúde, há hesitação em questionar a
renda familiar por tratar de um dado que pode causar desconforto no indivíduo
entrevistado. Nesse contexto, ao subtrair o número expressivo de não informados,
obtêm-se 12,5% de famílias vivendo na pobreza na área 74 - comparado a 26,5% do
Brasil de acordo com o IBGE (2017) - e 0,8% das famílias vivendo em extrema
pobreza. Tais dados indicam que a área possui taxas significativamente menores de
pobreza e extrema pobreza do que a média brasileira. Fator positivo, pois, renda é
uma determinante importante para a saúde do indivíduo visto que a pobreza pode
ser um redutor da expectativa de vida de uma população. Entretanto, uma vez que a
taxa de não informados é a segunda maior da tabela, a análise não representa
necessariamente a realidade da área.

28
Figura 9 - Renda familiar

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciliar/e-SUS de 25/02/2022

2.4.2 ANALFABETISMO, GRAU DE ESCOLARIDADE E ONDE FICAM AS

CRIANÇAS DE 0 A 9 ANOS

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (IBGE, 2010)


em Foz do Iguaçu, apresentado na figura 11, o município em quadros gerais se
mantém abaixo da taxa de analfabetismo nacional. Para fins de comparação com a
área 74, nota-se a ausência desse dado nas fichas de relatórios de cadastro
individual, territorial e domiciliar da Unidade de Saúde em questão. Constando,
entretanto, indivíduos que informaram possuir nenhum grau de escolaridade
conforme figura 10. Considerando a similaridade da natureza dos dados, pode-se
estabelecer uma comparação entre os 4,56% que não possuem algum grau de
escolaridade na região 74 - desconsiderando os não informados - com a taxa de
analfabetismo de 4,67% de Foz do Iguaçu (IBGE, 2010). Nota-se um valor
percentual semelhante ao município, e abaixo das médias nacionais, e tal fato pode
indicar a necessidade de que existam ações promotoras de saúde que sejam
capazes de alcançar indivíduos que não possuem capacidade de leitura e
interpretação de materiais informativos. Um exemplo de alternativa a mídias de

29
divulgação como panfletos e cartazes gerados pelas unidades da saúde para a
população, são recursos audiovisuais tal qual informações em saúde a serem
divulgadas em frequências de rádio.

Além disso, crianças abaixo de 5 anos e crianças entre 6 e 14 anos


possuem o direito de serem matriculadas respectivamente na creche e ensino
fundamental. Portanto, é de responsabilidade do poder público garantir que existam
vagas para tal. De acordo com a figura 10, há 626 pessoas que frequentam o ensino
fundamental em contraste com 254 crianças cadastradas na área 74 na faixa etária
entre 5 e 14 anos segundo o relatório de cadastro individual da área 74 (o relatório
da Unidade de Saúde não permite constar a faixa entre 6 e 14). Sendo assim,
nota-se má coleta de dados evidenciada pelo expressivo número de matriculados no
ensino fundamental, maior que o número de crianças cadastradas para essa faixa
etária. Ainda segundo o relatório de cadastro individual da área 74, há 131 crianças
abaixo de 5 anos cadastradas. Em comparação com 67 matriculadas que
frequentam a creche (figura 10). Nesse sentido, pode-se concluir que cerca de
metade das crianças cadastradas nessa faixa etária não constam como matriculadas
na creche.

30
Figura 10 - Qual é o curso mais elevado que frequenta ou frequentou

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciar/e-SUS de 25/02/2022

Figura 11 - Taxa de analfabetismo

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil do Censo 2010.

31
A partir do gráfico 3, elaborado segundo o relatório individual da área 74,
nota-se que o número de não informados (88,5%), apesar desse fato que reflete
coleta de dados insuficiente, infere-se que a maioria das crianças de 0 a 9 anos
ficam com um adulto responsável (10,2%). Ademais, 1,3% ficam na creche.

Gráfico 3 - Onde ficam as crianças de 0 a 9 anos

Fonte:autores

2.4.3 OCUPAÇÕES, SITUAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO E PLANO DE

SAÚDE PRIVADO

A tabela 3 elaborada a partir do do relatório de cadastro individual da área


74 de 25/02/2022 - consta as 11 principais ocupações mais frequentes cadastradas
na área 74. Destacam-se as três primeiras ocupações: empregado doméstico
diarista, vendedor de comércio varejista e servente de obras. Nota-se que trata-se
de ocupações que exigem esforço físico considerável e isso deve ser levado em
consideração para elaborar planos de ação em saúde para o trabalhador da

32
população local. Uma vez que se conheça os riscos aos quais o trabalhador está
exposto é possível instruí-lo a procurar os serviços de saúde quando demonstrar
determinados sinais. Entretanto, a análise desses dados possui valor comprometido
visto que a taxa dos que não informaram, subtraindo o número de crianças e
adolescentes (população até 19 anos) é de 51%.

Tabela 3 - Ocupação

Não informado 1643

Empregado doméstico diarista 28

Vendedor de comércio varejista 28

Servente de obras 18

Técnico de enfermagem 14

Motorista de caminhão 14

Operador de caixa 14

Mototaxista 10

Pedreiro 10

Vigilante 8

Psicólogo clínico 8

Professor do ensino fundamental 8

Total 2225
Fonte: autor

A figura 12 representa a situação do mercado de trabalho na área 74 e


indica predomínio, dentre os que informaram, de 24,8% como população adstrita
que não trabalha. Seguido de 24,5% como assalariada com carteira de trabalho e
11% como autônoma sem previdência social. Além disso, 5,4% consta como
desempregados e 1,3% como assalariados sem carteira de trabalho. Nesse contexto
deve-se levar em conta que a categoria trabalho é determinante do processo
saúde-doença dos indivíduos e coletiva, cada parte dentro da situação do mercado
de trabalho possui demandas específicas e devem ser analisadas na elaboração das
ações de promoção em saúde. Quando detectado pessoas ou famílias fora do

33
mercado de trabalho, os ACS podem orientar para inscrição nos programas do
governo, tais como Bolsa Família e Centro de Referência da Assistência Social
(CRAS).

Por fim, de acordo com o relatório de cadastro individual da área 74, na


população adstrita existem 315 cadastrados que possuem plano de saúde privado. E
245 constam como não informados de um total de 2.225 indivíduos. Ou seja, 74,8%
dessa população depende exclusivamente dos serviços de saúde públicos.

Figura 12 - Situação no mercado de trabalho

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciar/e-SUS de 25/02/2022

2.4.6 CIDADÃOS EM SITUAÇÃO DE RUA

A análise dos cidadãos em situação de rua torna-se inviável uma vez que,
de acordo com as figuras 13 abaixo, todos os dados constam como não informados.

34
Figura 13 - Cidadão em situação de rua

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciliar/e-SUS de 25/02/2022

35
2.4.7 População LGBT

De acordo com a figura 14, 2022 não quiseram informar a identidade de


gênero e 197 constam como não informados. Dos 6 informados, existem 2 homens
transexuais, 2 mulheres transexuais e 2 constam como "outro".

Figura 14 - informações sociodemográficas de identidade de gênero

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciar/e-SUS de 25/02/2022

De acordo com a figura 15, 1653 não quiseram informar a orientação sexual
e 150 constam como não informados. Dos 422 informados, 96,6% constam como
heterossexual. Além de 11 homossexuais, 1 bissexual e 1 como “outro”. Não existem
dados do censo dessa população para serem comparados aos dados nacionais e
das demais regiões. O que prejudica o estabelecimento de ações de promoção de
saúde para a população LGBT+. Existe demanda e projeto de lei (PL 420/2021) para
que essa população faça parte do Censo. De acordo com o agente comunitário de
saúde da USF São Roque, normalmente a coleta desses dados são evitados por
receio de constrangimento.

36
Figura 15 - informações sociodemográficas de orientação sexual

Fonte: relatório consolidado de cadastro domiciar/e-SUS de 25/02/2022

37
2.5 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

A partir do perfil epidemiológico de uma população é possível elencar quais


agravos mais afetam os indivíduos e quais resultam em maiores sobrecargas para o
sistema de saúde. Para que, dessa forma, possa trabalhar-se em um planejamento
estratégico a fim de reduzir o impacto desses problemas para a população sob
responsabilidade da Unidade de Saúde, além da consolidação do processo de
territorialização.
Para o perfil epidemiológico da população, foi utilizado como parâmetro as
pessoas a partir de 20 anos, uma vez que o Relatório de Cadastro Individual do
e-SUS não fornece os dados separados para a faixa etária acima de 18 anos, mas
sim das faixas etárias entre “15 a 19 anos” e “20 a 24 anos”. Sendo assim,
verifica-se que a Equipe 74 atende uma população de 1673 pessoas acima de 20
anos. Deve ser levado em consideração que os dados comparativos utilizam
populações a partir de 18 anos, portanto, os dados da região podem estar levemente
subestimados.
Ao analisar-se os dados de gestantes cadastradas na área, constata-se a
presença de 17 gestantes, porém não há relatórios sistema de prontuário eletrônico,
apesar de ser realizado a classificação de risco de todas as gestantes. Nesse caso,
cabe a gestão da saúde implementar o relatório de estratificação de riscos das
gestantes das equipes de Saúde da família para que se cumpra a atenção ao
pré-natal, ao puerpério e ao recém nascido por intermédio de consultas e visitas
programadas da mulher e sua família (FEBRASCO, 2012) que eduquem, promovam
ao parceiro/a à capacidade de oferecer apoio, com prontidão e de acordo com as
necessidades percebidas, rastreiem possíveis situações de risco e tratem
intercorrências (GUSSO, 2012), com objetivo de obtenção de uma adequada
preparação para o parto e nascimento.
Ainda, a partir dos dados do número total de mulheres (1137), pode-se inferir
que há 685 mulheres em idade reprodutiva, entre 10 e 49 anos, na área da UBS, o
que chama a atenção para a possibilidade de implementação de políticas públicas

38
que informem sobre métodos contraceptivos, planejamento familiar e consequentes
problemas de uma gravidez precoce. De acordo com a pesquisa "Perfil
socioeconômico da maternidade nos extremos do período reprodutivo", divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2005, as mães
brasileiras estão mais jovens e o número de meninas com idade de 10 a 19 anos
que já tiveram um filho vem crescendo. (IBGE, 2005)
No período analisado, houve um incremento relativo de mais de 80% no
número de mães de 10 a 14 anos e de mais de 38% no grupo daquelas com idade
entre 15 e 19. De forma que essas meninas passam de uma forma muito abrupta da
infância para uma maturidade sem o devido preparo, prejudicando toda uma
trajetória de escolaridade e ocupação. Além da gravidez precoce, a pesquisa do
IBGE também destaca um aumento da participação das mulheres de 40 a 49 anos
entre o grupo de mães pela primeira vez.
A urbanização, as mudanças sociais e econômicas e a globalização
impactaram o estilo de vida dos brasileiros. De forma que, nos últimos anos, está em
processo uma transição demográfica e epidemiológica, com o crescimento e a
prevalência de fatores como o envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo,
fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT). Além disso, ocorre uma transição na atenção à saúde, pois os serviços de
saúde ofertados devem ser reorganizados para atender às novas necessidades.
(DUARTE, 2012)
As ações de promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) (figura 16) iniciam-se durante a gravidez, promovendo os
cuidados pré-natais e a nutrição adequada, passam pelo estímulo ao aleitamento
materno, pela proteção à infância e à adolescência quanto à exposição aos fatores
de risco (álcool, tabaco) e quanto ao estímulo aos fatores protetores (alimentação
equilibrada, prática de atividade física) e persistem na fase adulta e durante todo o
curso da vida. (SANTA CATARINA, 2019)

39
Figura 16 - Prevenção das DCNTs durante a vida

Fonte: WHO, 2003

Dentre as DCNT, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu, em 1978, a


hipertensão arterial como sendo uma doença caracterizada por uma elevação
crônica da pressão arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica, que depende de
fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais, e costuma evoluir com
alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e
vasos. Além disso, apresenta impacto significativo nos custos médicos e
socioeconômicos, decorrentes dessas complicações. (CAREY, 2018).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a terceira causa de morte por
aparelho circulatório, ficando atrás apenas das causas isquêmicas e
cerebrovasculares em Santa Catarina nos anos de 2012 a 2015 (BRASIL, 2017),
além disso é também a segunda causa de doença renal crônica, de acordo com a
Sociedade Brasileira de Hipertensão. De acordo com os dados coletados, a região
possui 301 indivíduos com registro de hipertensão arterial sistêmica (HAS), o que
corresponde a 17,9% da população adulta, ou ainda que 9 em cada 50 indivíduos da
região possuem esse agravo (gráfico 4). Nota-se que a média de indivíduos com
hipertensão arterial na UBS é inferior à observada em Curitiba, de acordo com a
pesquisa do VIGITEL 2020, na qual foi relatado um percentual de 24,9% e com a
PNS 2019 (gráfico x), de 23,9%. (VIGITEL, 2020; PNS, 2019).

40
Gráfico 4 - Situação do usuários da área 74 da UBS São Roque em relação à hipertensão
arterial

Fonte: autores

Essa pequena baixa percentual, pode ser atribuída por se tratar de uma
condição frequentemente assintomática, o que dificulta o diagnóstico. Contudo,
como em números absolutos é o maior agravo de saúde encontrado nessa
população, há uma procura da unidade e gastos com recursos para atendimento dos
hipertensos. Portanto, os profissionais da APS têm importância primordial na
consolidação da Linha de Cuidado da HAS, por meio de estratégias de prevenção,
diagnóstico, monitorização e controle dessa doença, com a finalidade de fortalecer
e qualificar a atenção à pessoa com esta condição crônica, por meio da
integralidade, da longitudinalidade e a coordenação do cuidado em todos os pontos
de atenção. (BRASIL, 2014)
Outra doença crônica não transmissível (DCNT) relevante encontrada no
território é o diabetes, 6,9% da população adulta do território sofre desse agravo
(gráfico z), um valor muito próximo ao encontrado na cidade de Curitiba de acordo
com a pesquisa VIGITEL 2020, que foi de 8,2% e a PNS 2019, de 7,7% (gráfico 5).
Assim como a hipertensão arterial, o diabetes pode se manifestar em um indivíduo

41
apenas anos após sua instalação. E por ter consequências sistêmicas graves e
incapacitantes essa enfermidade merece atenção da equipe de saúde, tanto para
um diagnóstico precoce quanto para um acompanhamento atento multiprofissional.
(VIGITEL, 2020; PNS, 2019)

Gráfico 5 - Situação do usuários da área 74 da UBS São Roque em relação à diabetes

Fonte: autores
Ademais, foi verificado que apenas 8,9% da população adulta é tabagista
(gráfico 6), um percentual bem abaixo do VIGITEL 2020 referente à Curitiba, que é
de 12,0% e da PNS 2019, de 12,8%. (VIGITEL, 2020; PNS, 2019). De acordo com a
Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde [CID-10], o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais
e comportamentais em virtude do uso de substância psicoativa (BRASIL, 2020). Ele
também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes
precoces em todo o mundo, dado que é fator de risco para o desenvolvimento de
uma série de doenças crônicas, tais como cânceres, doenças pulmonares e doenças
cardiovasculares (WHO, 2009; 2011).

42
Gráfico 6 - Situação do usuários da área 74 da UBS São Roque em relação ao tabagismo

Fonte: autores

O infarto agudo do miocárdio é um acidente cardiovascular causado por


isquemia dos tecidos, e é uma das principais causas de morte tanto em países
desenvolvidos quanto no Brasil (AVEZUM, 2004). O paciente pós-alta hospitalar,
muitas vezes, não segue corretamente o tratamento necessário para redução dos
riscos de novos eventos cardiovasculares. Além de que sua recuperação exige
extremo cuidado, em vista do delicado estado de saúde do paciente. Assim, é
importante que ele receba acompanhamento multiprofissional, com finalidade de
promoção de hábitos saudáveis, tratamento adequado e autocuidado continuado.
O Acidente Vascular Encefálico (AVE), conhecido popularmente como
derrame, ocorre quando há interrupção do fornecimento sanguíneo ao tecido
cerebral e, consequente perda das funções dos neurônios, causando sequelas
neurológicas e motoras importantes, de modo a necessitar de atenção e cuidado da
equipe da Unidade Básica de Saúde (OLIVEIRA, 2011). O controle dos fatores de
risco, como hipertensão arterial, idade superior a 50 anos, doença arterial
coronariana, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade e sedentarismo, uso de drogas
ilícitas, dentre outros, é importante para prevenção do AVE.

43
No que se refere a pessoas que sofreram infarto ou Acidente Vascular
Encefálico (AVE), verifica-se que é uma população em vulnerabilidade e demanda
um maior por parte da unidade de saúde, sobretudo os ACS devem realizar o
cuidado regular, orientando o paciente e/ou o cuidador sobre o plano de tratamento
ou cuidado específico discutido com a equipe de acordo com cada paciente
(NÚCLEO DE TELESSAÚDE RIO GRANDE DO SUL, 2008). Nesse cenário,
percebe-se que na população adscrita à UBS São Roque há 44 pessoas que tiveram
infarto ou AVE, o que corresponde a 2,6% de indivíduos
Ainda no escopo de doenças que podem demandar maior gestão da
unidade no que se refere ao acompanhamento desses pacientes, é o câncer, muitos
casos têm uma grande chance de serem curados se detectados precocemente e
tratados. Nessa área há 36 pessoas diagnosticadas com câncer ou 2,1% da
população. Esse valor é inferior, porém próximo ao encontrado da PNS 2019, que foi
de 2,6% da população brasileira (PNS, 2019).
Câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que pode
afetar qualquer parte do corpo, é definido pela rápida criação de células anormais
que crescem além de seus limites habituais e podem invadir partes adjacentes do
corpo e se espalhar para outros órgãos levando à morte. Cerca de um terço de
todos os casos de câncer poderiam ser evitados por meio da abordagem dos fatores
de risco pela atenção primária, como tabagismo, abuso de álcool, dieta inadequada
e inatividade física. (OPAS, 2020)
A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública em todo o
mundo. As causas de DRC terminal são múltiplas, porém, a hipertensão arterial e o
diabetes mellitus tipo 2 são, há décadas, as mais comuns e respondem a 63,5% dos
casos de DRC terminal no Brasil (SESSO, 2011). Segundo o relatório consolidado
de cadastro individual, há 17 pessoas com insuficiência renal crônica, o que
corresponde a 1,0% da população adulta e abaixo do percentual encontrado na PNS
2019 para a região Sul do Brasil, que é de 1,5% e 89 pessoas têm ou já tiveram
problemas nos rins, correspondente a 4% dos indivíduos da UBS. (PNS, 2019).
A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo

44
aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Ela resulta de uma interação
entre genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes, e outros fatores
específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas (IV
Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, 2006).
Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil,
sendo a quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (2,3% do
total) e sendo a terceira causa entre crianças e adultos jovens (BRASIL, 2005). Por
isso é preciso diagnosticar, classificar a gravidade e conhecer os pacientes
asmáticos, a fim de evitar crises e hospitalizações. Verifica-se na região, a presença
de 60 portadores de asma, o que perfaz 0,8% da população da UBS São Roque.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta
prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A
forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais
frequentemente em pessoas que vivem com HIV, especialmente aquelas com
comprometimento imunológico (BRASIL, 2021a). Dois dados que chamam a atenção
é a presença de apenas um caso de tuberculose na UBS São Roque e 250
pessoas que não informaram se possuem ou não essa doença, sendo que de
acordo com o Boletim de Tuberculose 2021, em 2020 tiveram 31,6 casos por
100.000 habitantes no Brasil. (BRASIL, 2021b).
Outra doença infecciosa é a hanseníase, antigamente conhecida como
lepra. Ela possui cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas de neuropatia
periférica. Não há casos de hanseníase na área e 252 pessoas não informaram se
possuem ou não essa doença. De acordo com o Boletim Epidemiológico de
Hanseníase, a taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase no Brasil foi
de 8,49 casos por 100.000 habitantes em 2020 (BRASIL, 2022).
De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença crônica, progressiva,
recidivante e uma epidemia global. A OMS define o diagnóstico pelo índice de
massa corporal (IMC), que é calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo (IMC
= peso (kg) / altura (m)2). Assim, uma pessoa tem obesidade quando o IMC é maior
ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os

45
indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com
sobrepeso, e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura (tabela 4).

Tabela 4 - Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC)

Além do IMC, dados epidemiológicos demonstram, cada vez mais, a


importância da utilização do parâmetro da circunferência abdominal (CA) (tabela 5)
na avaliação da pessoa com diabetes tipo 2 (OMS, 2003; SBD, 2005; SBEM; SBN,
2005; BRASIL, 2006). O IMC associado à CA fornece a avaliação combinada,
recomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e que
pode ser utilizada, especialmente para as pessoas com glicemia alterada, pois, por
meio da combinação de medidas, se pode fazer a estratificação do risco metabólico
(SBEM; SBN, 2005).

Tabela 5 - Parâmetros para circunferência abdominal (cm)

Quanto ao excesso de peso, 411 pessoas, 24,5% da população se


autorrefere acima do peso (gráfico 7). Esse dado é totalmente discordante da
realidade observado no parâmetro do Vigitel (2019) em Curitiba, que é de 53,7%, e
na prática clínica. Vale ressaltar, que o cadastro do e-SUS é realizado por uma visão
do próprio usuário (que pode relatar estar com o peso ideal sem estar), entre

46
“abaixo do peso”, “peso adequado” e “acima do peso”, não tendo registros de
cálculo do IMC ou da CA. Além disso, outros fatores como o constrangimento à
pergunta e o desconhecimento do peso atual podem afetar esse dado.

Gráfico 7 - Percepção pessoal sobre o peso dos usuários da área 74 da UBS São Roque

Fonte: autores
Ainda assim, é fundamental o desenvolvimento da promoção de saúde e
prevenção dessa doença, visto seu alto índice global e sua característica de levar à
coexistência de vários fatores de risco para a saúde, bem como a associação com
outras doenças (figura 17), por meio da articulação com outras áreas, como a
educação e a assistência social, a fim da criação de projetos de integração e da
participação social.

47
Figura 17 - Obesidade e doenças associadas

Fonte: Dâmaso, 2021

O uso de drogas ilícitas, embora problemático por envolver uma série de


questões sociais e jurídicas, não significa por si só um transtorno por uso de
substância (BASTOS, 2017). Para isso, é necessário rastrear as pessoas que usam
tais substâncias para diagnosticar transtornos. Verifica-se que 11 pessoas fizeram
uso de drogas nos últimos 12 meses. Salienta-se que por existir uma série de
questões sociais, morais e jurídicas pelo uso dessas substâncias, esses dados
podem estar subestimados. É necessário fazer um rastreamento e
acompanhamento dessa população para identificar possíveis transtornos causados
principalmente pelo abuso dessas substâncias.

48
Os acamados e domiciliados fazem parte de uma população que necessita
de cuidado continuado e visitas domiciliares mais frequentes da equipe de saúde,
sendo de fundamental importância a identificação dessas pessoas. A região da UBS
São Roque tem uma população de 7 acamados e 18 domiciliados, o que
corresponde a 1,15% da população em situação de vulnerabilidade. Outra
população que necessita de cuidados continuados por parte da equipe, ações de
prevenção e promoção de saúde são os internados no último ano. É preciso
reconhecer e entender a causa do internamento, se previamente seria uma condição
sensível à atenção primária e direcionar os cuidados em saúde para o tratamento e
prevenção de recorrência do agravo. Verificou-se 135 pessoas nessa situação
cadastradas na área, o que corresponde a 6,2% dos informados.
De acordo com a OPAS, existem diversos transtornos mentais, com
apresentações diferentes. Eles geralmente são caracterizados por uma combinação
de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também
podem afetar as relações com outras pessoas. Entre eles estão a depressão, o
transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência
intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo. A OMS alerta que
uma em cada 10 pessoas no mundo, 10% da população global, sofre de algum
distúrbio de saúde mental. De acordo com a PNS 2019, cerca de 11,3% da
população brasileira teve diagnóstico autorreferido de doença mental por profissional
de saúde. No que se refere aos usuários da UBS, 79 pessoas tiveram algum
problema de saúde mental ou 3,6% delas, um dado muito abaixo do esperado.
(OPAS, 2020)
Vale ressaltar que devido ao contexto de pandemia a busca por atendimento
de saúde mental aumentou consideravelmente. Dentre as principais causas estão as
experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas, o
estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento
social ou pelas consequências econômicas, na rotina de trabalho ou nas relações
afetivas e, por fim, a interrupção de tratamento por dificuldades de acesso (BRASIL,
2020). Portanto, a saúde mental é uma demanda crescente e ainda bastante
estigmatizada por grande parte da população, sendo de suma importância a

49
realização de ações de promoção e prevenção nesse sentido, além de um maior
preparo por parte das equipes em receber e manejar esses pacientes.
Na análise da população portadora de deficiência, identifica-se ocorrência
de percentuais inferiores aos descritos para o Brasil em todos os tipos de deficiência
considerados. Uma vez que, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, considerando
somente os que possuem grande ou total dificuldade para enxergar, ouvir, caminhar
ou subir degraus (ou seja, pessoas com deficiência nessas habilidades), além dos
que declararam ter deficiência mental ou intelectual, há 12,5 milhões de brasileiros
com deficiência, o que corresponde a 6,7% da população. Na população adscrita à
UBS São Roque identifica-se que 2,5% da população possui algum tipo de
deficiência, totalizando 55 pessoas, sendo que 9 possuem deficiência auditiva, 23
deficiência visual, 12 deficiência física/motora e 10 deficiência intelectual/cognitiva.
(IBGE, 2010)

Gráfico 8 - Comparação da situação geral de saúde entre a área 74 da UBS São Roque em 2021
e Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019

Fonte: autores

50
Dentro da realidade observada (gráfico 8), conclui-se que, a melhor
abordagem seria aquela que vise a melhoria do estilo de vida da população da área
74 em virtude das enfermidades mais recorrentes serem DCNTs, portanto é
necessário maior interação da Unidade de Saúde com a comunidade, no sentido de
desenvolver estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças por meio
de qualificação profissional, atividades integrativas e a participação social. (SANTA
CATARINA, 2019)
Stürmer e Bianchini (2012) propõem cinco níveis de atenção com sugestão
de ações de saúde predominantes e exemplo de atividades:

Figura 18 - Diferentes estratos de risco e correspondentes exemplos de ações


predominantemente recomendadas para DCNTs

O estrato 1 (figura 18), confere uma situação de menor vulnerabilidade, da


maioria da população, em que estão presentes apenas os fatores de risco ligados ao
comportamentos e ao estilo de vida, de modo a não apresentar a doença

51
estabelecida. Nessa situação, o apoio ao autocuidado é uma estratégia fundamental.
(BRASIL, 2014)

O estrato 2 (figura 18), considerado baixo risco, corresponde às pessoas com


fatores biopsicológicos estabelecidos e que exigem cuidado profissional mais
dirigido. Recomenda-se ações de apoio ao autocuidado e cuidado compartilhado
entre os diferentes profissionais da equipe de Saúde. (BRASIL, 2014)

O estrato 3 (figura 18) compreende um estrato intermediário, onde a condição


crônica representa um risco maior, e a condição clínica determina o tipo de Atenção
à Saúde a ser ofertado pela equipe. (BRASIL, 2014)

O estrato 4 representa pessoas com alto risco e que apresentam insuficiente


capacidade para o autocuidado, ou aquelas que já possuem enfermidade crônica
muito complexa, mas possuem capacidade suficiente de autocuidado. Esse grupo
demanda atenção mais concentrada e individual por parte dos profissionais.
(BRASIL, 2014)

O estrato 5 (figura 18) equivale às pessoas que necessitam da maior


concentração de atenção profissional, pois, além da gravidade da condição
estabelecida, soma-se a incapacidade de autocuidado. Por isso, essas pessoas d

52
3. PROCESSO DE PLANEJAMENTO

3.1 MOMENTO EXPLICATIVO

A informante-chave Josiane Tomé Oliveira, membro da associação de


moradores e residente da região desde 1996, forneceu informações importantes,
como a necessidade de quadras poliesportivas, já contemplada pela aprovação do
projeto “Meu campinho", a ausência de praças e locais de lazer, a falta de
manutenção pela prefeitura da academia do idoso a céu aberto, a eficiência do
atendimento dos profissionais de saúde da unidade e sua boa relação com a
comunidade, a disponibilização do esquema vacinal infantil completo, os programas
coletivos atualmente ausentes, a falta de vistoria pública territorial, dentre outros.

Por meio de consulta à informante-chave e da construção dos perfis


referentes à área 74 da UBS São Roque, elencaram-se três maiores problemas, o
agendamento de consultas que só pode ser realizado presencialmente que poderia
ser realizado por telefone; a falta de questionamento por parte dos ACS’s sobre
orientação sexual e identidade de gênero dos usuários, o que gera uma
subnotificação e ausência de políticas públicas específicas caso for necessário; e a
ausência de programas coletivos de orientação sobre DCNT, visto que a ocorrência
dessas doenças apresentam-se em destaque no perfil epidemiológico.

53
Tabela 6 - Priorização dos problemas

Problema Magnitude Transcendência Vulnerabilidade Urgência Total

Tamanho Interesse Reversão Espera

Marcação de consultas 2 4 4 1 11
presenciais

Falta de 3 2 3 2 10
questionamento por
parte dos ACS’s sobre
orientação sexual e
identidade de gênero
dos usuários

Programas coletivos 4 4 2 3 13
ausentes de
orientação sobre
DCNT

Fonte: autores

A priorização dos problemas destacou a ausência de programas coletivos de


orientação sobre DCNT. Uma vez que, na unidade, programas voltados para as
populações com patologias prevalentes como doenças circulatórias, câncer,
diabetes e hipertensão não estão disponíveis e, também, não há nenhuma
organização para implantá-los. Dessa forma, percebe-se que a população com
saúde mais vulnerável encontra-se desassistida nos quesitos prevenção e
promoção. Além disso, seus fatores de risco em comum modificáveis poderiam ser
abordados nesse tipo de projeto, como tabagismo, álcool, inatividade física,
alimentação não saudável e obesidade.

No país, as DCNT constituem o problema de saúde de maior magnitude e


correspondem a cerca de 70% das causas de mortes, têm gerado elevado número
de mortes prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas
atividades de trabalho e de lazer, além de impactos econômicos para as famílias,
comunidades e a sociedade em geral, agravando as iniquidades e aumentando a

54
pobreza. Como determinantes sociais dessas doenças, são apontadas as
desigualdades sociais, as diferenças no acesso aos bens e aos serviços, a baixa
escolaridade e as desigualdades no acesso à informação (BRASIL, 2011a).

Os níveis de atividade física da população adulta são baixos (15%) e apenas


18,2% consomem cinco porções de frutas e hortaliças em cinco ou mais dias por
semana. Ademais, cerca de 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura
e 28% consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana, o que contribui para
o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade, os quais atingem
respectivamente 48% e 14% dos adultos (BRASIL, 2011b). Portanto, as doenças
crônicas não transmissíveis acometem grande parte da população mundial, sendo
necessário maior enfoque profilático a essas problemáticas.

Dentre os efeitos da problemática, destacam-se:


● Maior consumo de medicações, tendo em vista os agravos que acometem
pacientes crônicos, o aumento do consumo de medicações têm impacto
social e econômico relevante no planejamento em saúde.
● Maiores gastos em saúde, o que inclui, tanto os gastos com tratamentos,
quanto com profissionais de saúde, exames.
● Aumento da taxa de mortalidade,
Redução da expectativa de vida
● Piora da qualidade de vida

Além disso, é possível elencar alguma de suas causas:

● Falta de conscientização da população devido à ausência de programas de


educação em saúde em relação a hábitos saudáveis.
● Ausências de espaços propícios que incentivem a prática de exercícios
físicos, desde a idade infantil até a terceira idade.
● Ausência de profissionais que possam tratar de problemas pontuais
relacionados à DCNT, além da própria capacitação dos profissionais que já
trabalham na UBS.
● Falta de dados concretos sobre estado de nutrição, peso e condicionamento
físico dos usuários da UBS.

Por fim, apresenta-se um desenho esquemático (figura 19), que resume as causas e
efeitos da problemática.

55
Figura 19 - Árvore de problemas

Fonte: autores

56
3.2 MOMENTO NORMATIVO

A partir da identificação dos problemas que foram elencados após a


interpretação de todos os perfis citamos alguns mais relevantes e elaboramos uma
proposta de intervenção. Nesse sentido, a tabela 7 indica o problema principal a ser
solucionado, suas causas e objetivos para a intervenção.

Tabela 7 - Transposição de problemas e objetivos

Problema: Objetivo geral

Ausência de programas coletivos de Criar programas de combate às DCNT e de


orientação sobre DCNT incentivo a hábitos saudáveis que garantam
tanto a promoção, quanto a prevenção em
saúde.

Causas Objetivos específicos

Falta de conscientização da população Promover programas de educação em


devido à falta de programas de educação saúde relacionados aos problemas mais
em saúde em relação a hábitos saudáveis. frequentes apresentados pela população
alvo.

Insuficiência de espaços propícios que Criar espaços propícios para a prática de


incentivem a prática de exercícios físicos, exercícios físicos em todas as idades.
desde a idade infantil até a terceira idade.

Ausência de profissionais capacitados que Recrutar profissionais qualificados que


possam tratar de problemas pontuais atendam às necessidades da população,
relacionados à DCNT. assim como qualificar os próprios
profissionais da UBS.

Falta de dados concretos sobre estado de Incluir dados específicos sobre aspectos de
nutrição, peso e condicionamento físico dos nutrição, peso e condicionamento físico dos
usuários da UBS. usuários

Fonte: autores

Dando seguimento à resolução de problemas, a tabela 8 indica algumas


ações, como elas devem ocorrer e quais os responsáveis por seu desenvolvimento,
as quais visam tratar das demandas encontradas na unidade.

57
Tabela 8 - Planilha operacional

Ações Atividades Responsáveis Prazos Recursos

Promover programas Rodas de conversa ACS, nutricionista, Um mês Retroprojetor,


de educação em com temáticas profissional de espaço adequado
saúde relacionados sobre educação física, na unidade básica
aos problemas mais alimentação, médico, técnico de saúde ou em
atividade física, de enfermagem espaço coletivo
frequentes
álcool, drogas, público
apresentados pela
tabaco.
população alvo.

Criar espaços Desenvolvimento Fisioterapeuta e Dois Colchonete,


propícios para a de aulas de profissional de meses cones, bola suíça,
prática de exercícios ginásticas, educação física bastões, quadra
físicos em todas as esportes coletivos, poliesportiva,
idades. grupos de academias ao ar
caminhadas e livre
ginástica laboral

Recrutar Cursos de Gerente da UBS Início


profissionais capacitação imediato
qualificados que multiprofissional para que
atendam às com enfoque em seja dado
necessidades da DCNT, além de início às
população, assim recrutamento de outras -
como qualificar os profissionais ações
próprios profissionais específicos aos
da UBS. problemas
apresentados

Incluir dados Coletas de dados Técnicos de Início Balança, fita


específicos sobre antropométricos, enfermagem, imediato. métrica e
aspectos de avaliação corporal fisioterapeuta, adipômetro
nutrição, peso e nutricionista ou o
condicionamento próprio médico
físico dos usuários
Fonte: autores

3.3 Momento estratégico

A abordagem de DCNT estende-se por todo o ciclo da vida. As ações de


promoção da saúde e prevenção de DCNT iniciam-se durante a gravidez,
promovendo os cuidados pré-natais e a nutrição adequada, passam pelo estímulo

58
ao aleitamento materno, pela proteção à infância e à adolescência quanto à
exposição aos fatores de risco (álcool, tabaco) e quanto ao estímulo aos fatores
protetores (alimentação saudável, atividade física) e persistem na fase adulta e
durante todo o curso da vida (figura 20) (BRASIL, 2011a).

A partir da realidade epidemiológica da unidade diversos projetos podem ser


desenvolvidos com a finalidade de prevenção e promoção de saúde daquelas
patologias com maior prevalência na população adscrita - hipertensão e diabetes.
Nesse sentido, acredita-se ser de grande relevância oficinas de orientação
nutricional, a qual pode colaborar com melhorias nos tratamentos de hipertensão e
diabetes. Para isso seria interessante a participação da nutricionista da unidade, dos
ACS’s e, logicamente, participação ativa da comunidade. Além disso, a promoção de
grupos de caminhada orientada também terá contribuição determinante para
prevenção e tratamento dessas duas doenças.

Ademais, a criação de um grupo de acompanhamento das gestantes e


subsequente a isso um grupo de puericultura pode auxiliá-las durante o pré natal e,
também, para o momento pós parto. Essa iniciativa também se caracteriza como
uma forte característica profilática, já que as futuras mães poderão aprender sobre
assuntos que irão colaborar com o desenvolvimento saudável de seus bebês. Nessa
vertente, é importante que o grupo aborde questões como amamentação, introdução
alimentar, calendário vacinal, planejamento familiar, entre outros.

59
Figura 20 - Abordagem integral da linha de cuidado em doenças crônicas

Fonte: Nolte; McKee, 2008 (adaptado).

Determinadas a importância e os efeitos de medidas de orientação sobre doenças


crônicas não transmissíveis, deve ser feita a análise em relação à viabilidade
objetiva do projeto a partir das ações elencadas no Momento Normativo,
demonstrando as dificuldades, facilidades e estratégias.

Tabela 9 - Planilha Estratégica

Ação Rodas de Desenvolvimento Cursos de capacitação Coletas de dados


conversa com de aulas de multiprofissional com antropométricos
temáticas sobre ginásticas, enfoque em DCNT, além de e avaliação
alimentação, esportes coletivos, recrutamento de corporal.
atividade física, grupos de profissionais específicos aos
álcool, drogas, caminhadas e problemas apresentados.
tabaco. ginástica laboral.

Dificuldades Disponibilização Custo com Custo de implementação Disponibilização


de profissionais materiais alto, dificuldades de profissionais.
e espaço esportivos e burocráticas para
adequado, engajamento da disponibilização de verba e
equipamento população. atualização rápida de dados
necessário para epidemiológicos.

60
apresentações.

Facilidades Relacionamento Espaço disponível Reuniões podem ser feitas Baixo custo de
preexistente com ao entorno da em espaços dentro da UBS, implementação.
a população. unidade sem necessidade de nova
infraestrutura.

Estratégia Criar grupos de Criar grupos de Produzir reuniões técnicas Realizar coleta e
Whatsapp Whatsapp para quinzenais sobre doenças registro dos
acerca do tema divulgar as crônicas prevalentes na área danos durante a
e, a partir dos atividades com objetivo de capacitação espera do
grupos, divulgar esportivas. dos profissionais. atendimento e
as nas visitas
apresentações. domiciliares.

61
4. CONCLUSÃO

Sendo a Atenção Primária o primeiro acesso ao serviço público de saúde, a


elaboração deste relatório propiciou aos envolvidos maior conhecimento sobre a
realidade de trabalho e organização em uma unidade de saúde.

Paralelo a isso pudemos observar a relevância da obtenção e organização de


dados dos usuários vinculados à unidade, visto que a manipulação dos mesmos
pode colaborar para a elaboração de uma planejamento que traga melhorias ao
atendimento à comunidade e, também, ao fluxo de trabalho dos profissionais. Nessa
vertente, é essencial que a equipe trabalhe de forma conjunta e em sintonia, cada
um buscando resolver as demandas que lhe cabem.

Em uma outra perspectiva igualmente relevante que deve ser mencionada é


que muito provavelmente a realidade encontrada na UBS São Roque não condiz
com a grande maioria das unidades da cidade de Foz do Iguaçu, tal reflexão se deve
às informações expostas pelos demais grupos que estão acompanhando outras
unidades nesta mesma cidade durante os encontros realizados durante a
elaboração do presente trabalho . Sendo assim,

No que tange o perfil epidemiológico da UBS São Roque, observa-se que os


maiores índices apontam para o excesso de peso, a hipertensão arterial, o
tabagismo e a diabetes, ainda que nenhum deles assemelha-se aos dados da PNS
2019 (gráfico x). Portanto, mantendo o padrão do perfil epidemiológico da média
mundial, a quantidade absoluta de DCNT é a que se faz mais presente no território,
em busca de uma redução maior desses índices, deveria-se desenvolver ações
estratégicas de promoção e prevenção dessas doenças na unidade por meio da
melhoria do estilo de vida da população da área 74 e da consequente redução de
hábitos nocivos à saúde.

62
5. REFERÊNCIAS

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