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em Saúde
Prestadores de Serviços
e Fornecedores
Índice
Índice............................................................................................................................. 1
Apresentação da Unidade.............................................................................................2
Prestadores de Serviços................................................................................................2
1. Hospitais Particulares e Filantrópicos............................................................. 2
Medicina Diagnóstica.................................................................................................... 7
1. Principais Grupos de Medicina Diagnóstica................................................... 9
Conectando os Pontos.................................................................................................. 19
Referências Bibliográficas.............................................................................................20
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Apresentação da Unidade
Bem vindos à Unidade 3 - FPrestadores de Serviços e Fornecedores.
Nesta unidade você irá conhecer os estabelecimentos de saúde, prestadores de serviços e fornecedores,
e entender as principais funções destes atores no sistema de saúde.
Ao final desta unidade você estará apto a:
Bons estudos!
Prestadores de Serviços
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, no Brasil
existem hoje cerca de 362 mil estabelecimentos de saúde, entre estabelecimentos públicos e privados.
Destes, 7,1 mil são hospitais, sendo sua grande maioria hospitais de até 100 leitos, que trabalham em
regimes ambulatoriais e/ou de internação em diversas especialidades e complexidades.
Os outros estabelecimentos, a grande maioria, são formados por clínicas, consultórios médicos e
odontológicos, postos de saúde, enfermarias, laboratórios, entre outros que possuem autorização da
Anvisa e do Ministério da Saúde para operarem e realizarem procedimentos gerais e específicos.
Esse mercado é um importante ator econômico, responsável por uma movimentação de cerca de R$ 692,9
bilhões por ano (conforme vimos na Unidade 01 deste módulo), e faz parte do Sistema Único de Saúde
(SUS) e da rede suplementar. Os grandes hospitais filantrópicos e particulares e as redes de medicina
diagnóstica – que veremos nesta Unidade – são responsáveis por relevante parcela dessa movimentação.
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Pequeno Porte Médio Porte
Até 30 leitos (em alguns Até 150 leitos
casos, consideram até 50
leitos)
Em 2004, o Ministério da Saúde publicou uma portaria para tratar de financiamento de hospitais
de pequeno porte e, neste documento, foi citado que os hospitais de pequeno porte são aqueles
até 30 leitos. No entanto, em diversos outros materiais e relatórios, você verá geralmente que são
citados 50 leitos para pequeno porte.
Além da divisão dos hospitais em porte, há outras segmentações que são importantes serem conhecidas
e, muito provavelmente, você já as conhece, veja a seguir.
Particular (Privado)
Capital privado e com fins lucrativos. Geralmente não possui isenção de impostos e remunera seus
gestores através de salários e pró-labores, e seus sócios, por dividendos.
Filantrópico
Os hospitais filantrópicos são instituições privadas, porém sem finalidade de lucro, que possuem contrato
com o sistema público para prestar atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde. Pelo menos
60% dos atendimentos oferecidos pelos hospitais filantrópicos são destinados, obrigatoriamente, ao SUS,
ou seja, destinam parte de seus atendimentos para assistência à saúde de forma gratuita, geralmente à
pacientes em vulnerabilidade socioeconômica. Os demais atendimentos podem ser direcionados a planos
de saúde e a pacientes particulares
Beneficente
É uma associação sem fins lucrativos e privada com o propósito de atender a um grupo específico,
financiada por doações e contribuições permanentes de seus membros, sócios ou mesmo pelo recebimento
de receita de seus pacientes.
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Para manter o caráter de entidades beneficentes e, então, a isenção e imunidade tributária, os hospitais
filantrópicos precisam se enquadrar em alguns pré-requisitos, que garantem a eles o Certificado de
Entidade Beneficente Assistencial (CEBAS).
“Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde – CEBAS é concedido pelo
Ministério da Saúde à pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecida como Entidade
Beneficente de Assistência Social com a finalidade de prestação de serviços na Área de Saúde, cumpridas
as condições definidas pela legislação”.
A obtenção do CEBAS possibilita às entidades a isenção das contribuições sociais, em conformidade com
a Lei nº 8.212 de 24/07/1991, a celebração de convênios com o Poder Público, entre outras benesses.
As mudanças decorrentes da legislação em vigor trazem um novo olhar para a certificação na área de saúde,
com foco no fortalecimento da gestão do SUS e na melhoria do acesso aos serviços, com a potencialização
das ações para a estruturação das Redes de Atenção à Saúde (RAS).
Outro importante aspecto a ser observado é a inserção de ações prioritárias de saúde no conjunto de
critérios para a comprovação da prestação de serviços ao SUS para fins de certificação. A pactuação
dessas ações ocorre no âmbito dos Estados e Municípios e abrange áreas de atenção obstétrica e neonatal,
oncológica, urgências e emergências, usuários de álcool, crack e outras drogas e hospitais de ensino.
Segundo essa legislação, as entidades que desejam manter o CEBAS precisam dedicar 60% de seus leitos
e atendimentos à rede pública de saúde, o SUS. Outras legislações posteriores também regulam outros
aspectos do CEBAS, conforme você pode conferir a seguir:
Portaria Nº 3.024/GM/2011
Institui incentivo financeiro destinado aos estabelecimentos hospitalares que se caracterizem
como entidades beneficentes de assistência social na área da saúde e que prestem 100% dos
seus serviços de saúde exclusivamente ao Sistema Único de Saúde.
Portaria Nº 1.034/GM/2010
Dispõe sobre a participação complementar das instituições privadas com ou sem fins lucrativos
de assistência à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Lei Nº 12.101/2009
Cria, também, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de
Saúde (PROADI-SUS), que exige desse grupo de excelência, no lugar de disponibilização de leitos,
a inversão de parte de sua isenção em financiamento para operações de projetos assistenciais e
de transmissão de conhecimento para manutenção de seus CEBAS.
Outros dois pontos foram mencionados referente ao CEBAS e que é muito importante a sua compreensão:
imunidade de impostos e PROADI-SUS.
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Imunidade de Impostos
Imunidade é a impossibilidade jurídica da tributação, em razão da ausência de competência tributária dos
entes federativos. Sob o aspecto material, compreende-se que a imunidade é o direito público de não ser
tributado, segundo o especificado expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais.
De acordo com dados do Fórum Nacional das Entidades Filantrópicas (FONIF), o retorno médio das
instituições de saúde é de R$ 8,26 para cada R$ 1,00 de contrapartida à imunidade do pagamento do PIS,
COFINS e da cota patronal (dispêndio com INSS).
PROADI-SUS
1 Capacitação de recursos humanos: projeto que visa a capacitação da mão de obra do SUS
através de cursos à distância e/ou presenciais. Principais cursos ministrados: atenção básica,
atenção especializada, urgência e emergências, agravos urgentes como epidemias, atenção
farmacêutica, gestão, entre outros temas;
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4 Projetos assistenciais: como você deve ter conhecimento, o SUS não consegue absorver toda a
demanda da população e para alguns casos, a oferta é realizada pelos hospitais do PROADI-SUS,
como por exemplo: transplantes e procedimentos de alta complexidade. Importante ressaltar
que para este caso, o uso do recurso está limitado a 30% do total da verba.
Universidades, Escolas,
Creches e Hospitais são Todos os modelos são importantes para garantirmos os princípios do SUS:
algumas das instituições Universalidade, Equidade e Integralidade
que estão nesta categoria.
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Caso tenha interesse em conhecer mais sobre a legislação
SAIBA MAIS
referente ao PROADI-SUS.
Medicina Diagnóstica
O mercado de medicina diagnóstica e laboratorial no Brasil é bastante semelhante a outros mercados,
como dos EUA e Espanha. A maioria é formada por empresas privadas que prestam serviços às redes
privadas e públicas mediante contratos de serviços específicos. A medicina diagnóstica entrou no Brasil
em meados do século XX com a aquisição de equipamentos para pesquisa e logo ganhou espaço em
hospitais pioneiros. Hoje, as maiores marcas produtoras de equipamentos de imagem, aceleradores,
sensores, entre outros são empresas de alta tecnologia, que investem grande parte dos seus recursos em
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pesquisa e desenvolvimento e se concentram principalmente na Europa, Estados Unidos e Japão.
Em 2021, o mercado de medicina diagnóstica e laboratorial movimentou cerca de R$ 35,1 bilhões no
Brasil, sendo que 65% desse valor é pulverizado em pequenos prestadores (clínicas de imagem, medicina
do trabalho, pequenos laboratórios e postos de coletas, centros universitários, postos de saúde, médicos
autônomos, entre outros).
A medicina diagnóstica é responsável, em média, por 12% dos empregos na área de saúde, gerando mais
de 275 mil postos de trabalho. Em 2020, foram realizados 783 milhões de exames na saúde suplementar e
785,6 milhões na saúde pública. Considerando a origem da receita, 54,3% são financiados pelos planos de
saúde, 24,3% lab to lab (quando um grupo diagnóstico realiza os exames para outro player do mercado),
15,2% particulares e 5,3% público.
Um ponto interessante que vale a pena discutir, principalmente quando tratamos da sustentabilidade do
sistema de saúde, é a quantidade de resultados de exames que não são acessados. No Brasil, de Janeiro
a Junho de 2021, 4,1% dos exames não foram acessados, ou seja, se considerarmos a mesma média
de exames de 2020 e mantivermos o percentual teríamos os seguintes dados: 64 milhões de exames
sem verificação do resultado na saúde suplementar mais a saúde pública. O ponto de discussão: estes
exames eram realmente necessários? Quais os principais motivos que as pessoas deixaram de buscar
e/ou acessar o resultado?
2 Uso da tecnologia: outra diferença importante sobre a medicina diagnóstica refere-se ao uso
da tecnologia como fator central do segmento e pelo fato de sua velocidade de obsolescência
necessitar de grandes investimentos, ou seja, é preciso manter um parque tecnológico
atualizado a cada 2 ou 3 anos, o que faz com que muitos hospitais e clínicas optem por terceirizar
seus serviços de medicina diagnóstica a grupos ou prestadores externos que possuem focos e
expertises distintos. Isso permite que o caixa liberado seja investido em atividades hospitalares;
por isso, não há grandes redes hospitalares gerenciando serviços de medicina diagnóstica
relevantes.
3 Prestação de serviço ao paciente: a medicina diagnóstica é, ainda hoje, uma parte da medicina
em que o médico está distante da prestação direta de serviço ao paciente. À parte encontram-se
os casos de uso do método de ultrassom, que, no Brasil, ainda é obrigatória a sua realização por
um médico, da radiologia intervencionista e da medicina de precisão. Todos os outros métodos
permitem que sejam realizados/coletados por técnicos ou biomédicos, e o médico participa
apenas da análise e do laudo, que, por sua vez, pode mesmo ser feito à distância, o que permite
uma pulverização e maior capilaridade.
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Discussão do Fee-for-Value
Como vimos na Unidade 1, o sistema de saúde vem passando pela discussão de mudança dos modelos
de remuneração. Uma vez que os novos modelos sejam adotados, há uma discussão grande do que será o
futuro da medicina diagnóstica. Sendo apontada como uma das vilãs do aumento de sinistralidade e foco
de desperdícios de recursos na saúde, devido a repetição de exames desnecessários e má práticas de
alguns prestadores, os laboratórios e empresas medicina diagnóstica estão tendo que se reinventar para
poder sobreviver em um mundo de pacotes e contas fechadas. As alternativas são a busca de parcerias
com hospitais e clínicas para poder fazer parte de novos modelos remuneratórios, além de incorporação
tecnológica para aumento da produtividade médica (inteligência artificial e reconhecimento de imagens)
e melhoria de processos.
DASA
Criado na década de 80, em São Paulo, pelos médicos Humberto Delboni Filho e Caio Auriemo, o
laboratório Delboni Auriemo logo cresceu e adquiriu outras marcas. Em 1999, houve a incorporação do
laboratório Lavoisier e a entrada do Fundo de Investimentos Patria. Com recursos e novos modelos de
gestão, ocorreu a expansão para outros estados, como Rio de Janeiro e Distrito Federal, principalmente
através de aquisições. Em 2004, o laboratório passa a se chamar Diagnósticos da América S.A. e realiza
abertura de capital, passando a ter ações negociadas na Bolsa de Valores. Em 2009, já com mais de 300
unidades/pontos espalhados no país, assume o nome de DASA e, na reestruturação, o Pátria vende o que
restava de sua participação.
Hoje, o DASA é o maior líder em medicina diagnóstica na América Latina e é o 5ª maior do mundo, sendo
seus controladores Pedro Bueno, filho do empresário Edson Bueno, ex-controlador da Amil falecido em
2017.
Em 2020, apresentou receita bruta de R$ 4,7 bilhões e margem EBITDA de 15,4%, processando mais de
247,6 milhões de exames, presente em 14 estados e em mais de 100 cidades através de mais de 1.000
unidades e 29 núcleos laboratoriais de análises, oferecendo mais de 5.000 tipos de exames para áreas
públicas, em serviços ambulatoriais e hospitalares.
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Principais movimentações recentes no mercado:
• Uma importante fusão ocorreu em 2019 entre Dasa e Ímpar, criando uma holding com faturamento
acima de R$ 7 bilhões (valores da época);
• A partir de 2020 passaram a concentrar esforços na aquisição de ativos hospitalares e entrou em
mercados como Rio de Janeiro, Maranhão e Bahia. Em São Paulo, fizeram a aquisição do Grupo
Leforte;
• No primeiro trimestre de 2021 realizaram a aquisição do Grupo São Domingos, com atuação no
estado do Amazonas, incluindo as participações societárias do Hospital São Domingos Ltda., da
Neuro Imagens Ltda. e da Clínica Solução Médica Ltda;
• Em Janeiro de 2021, realizaram aquisição de 100% das quotas representativas do capital social total
da Innova Hospitais Associados Ltda, com atuação em Diadema, no estado de São Paulo;
• Em Junho de 2021 adquiriu o Hospital da Bahia, em Salvador, por R$ 850 milhões, seu primeiro em
Salvador (R$ 2,4 milhões por leito);
• No mesmo mês, realizou aquisição de 100% do capital da Paquetá Participações S.A. e 100% do
capital social da AMO Participações S.A., detentoras, com conjunto, da GEM Assistência Médica
Especializada S.A, por R$ 750 milhões, com o objetivo de atuar na prestação de serviços de oncologia
nos Estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte;
• Em novembro de 2021, realizaram aquisição de 100% do capital social da MO Holding e das quotas
da Mantris, com atuação em São Paulo, nas áreas de medicina ocupacional e gestão integrada de
saúde;
• Em novembro de 2021, adquiriu 100% do capital da Laboratorio de Medicina, localizada em Buenos
Aires, Argentina, uma rede de análises clínicas.
Fleury
Em 1926, o Fleury inicia suas atividades em São Paulo focado em análises clínicas e cresce por meio de
parcerias com universidades e cooperações técnico-científicas. Na década de 80, torna-se um centro
integrado de diagnóstico e expande no estado de São Paulo com a gestão de processos. Durante a década
de 90 e a primeira década do novo século, o Fleury torna- se um consolidador, adquirindo marcas em
outros seis estados, entre elas: a Labs D’Or (Rio de Janeiro - Desmembrada da Rede D'Or, como vimos
anteriormente nesta mesma Unidade) e a Diagnoson (Bahia).
Em 2020, apresentou receita bruta de R$ 3,2 bilhões, R$ 837,5 milhões de EBITDA e R$ 257 milhões de
lucro líquido. Possui atualmente mais de 242 filiais entre unidades ambulatoriais, hospitalares, centros de
check-up e diagnóstico dental.
Nos últimos anos, houve rumores de que o Fleury seria vendido para outros fundos ou outra rede de
medicina diagnóstica, o que não se concretizou. Em 2015, após novos rumores, recebeu investimento do
fundo internacional de Private Equity Advent, que aportou cerca de R$ 400 milhões por 13% das ações
da empresa. O fundo Advent vendeu sua participação no Fleury em meados de 2017 e a saída se deu de
maneira surpreendente, após grande valorização da ação do Fleury uma vez implementadas pelo fundo
controlador ações de melhoria e eficiência.
Sua estratégia atual consiste em ampliar seu portfólio de serviços oferecidos, consolidar a marca A+ com
enfoque nos serviços de imagem, expandir organicamente a rede de unidades de atendimento, fechar
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unidades pouco rentáveis, ampliar as operações de diagnósticos em hospitais e, descontinuar a gestão de
doenças crônicas e promoção da saúde, por ser um projeto malsucedido.
Alliar
A Alliar foi criada em 2010 com a fusão entre clínicas de Minas Gerais (Belo Horizonte e Juiz de Fora), Mato
Grosso do Sul e São Paulo (Vale do Paraíba), que, junto com o Patria (em um segundo projeto, após a
experiência com o DASA), fundaram a empresa, que tem como foco sua rápida expansão, principalmente
no segmento de imagem.
Logo iniciou processos de aquisições, principalmente em regiões onde DASA e Fleury não estavam,
adquirindo clínicas no Norte, Paraná e Nordeste e expandindo organicamente de forma arrojada. Em
quatro anos, já passou de uma base de 30 unidades para cerca de 120 e, em 2014, dobrou de tamanho ao se
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fundir com o Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), de São Paulo. Além de experimentar novos segmentos,
em 2015 a empresa foi vencedora de uma licitação para a constituição de uma parceria público-privada
(PPP) com o governo da Bahia. Ainda na Bahia, no início de 2016 a Alliar anunciou a fusão com o grupo
Delfin, aumentando de forma significativa sua magnitude de abrangência nacional e de valor de mercado.
Atualmente, a Alliar é a segunda maior empresa de diagnósticos por imagem do Brasil com um parque
tecnológico composto por mais de 120 equipamentos de ressonância magnética, mais de 50 tomógrafos
e mais de 350 ultrassons, entre outros, distribuídos em 105 unidades de atendimento que estão
estrategicamente posicionadas em 43 cidades de 10 Estados.
De acordo com os relatórios divulgados pela companhia, a Alliar teve uma receita líquida de cerca R$ 1,1
bilhão em 2020. Sua estratégia consiste em dar continuidade às aquisições, principalmente de empresas
de imagem, em lugares onde exista demanda reprimida e baixa competitividade de redes, ao mesmo
tempo em que entra nos grandes mercados buscando rentabilidade e geração de caixa para cumprir seu
objetivo inicial, que tomou corpo a partir de meados de 2016, quando, finalmente após 6 anos de projeto,
a empresa anunciou a abertura capital na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).
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Hermes Pardini
Fundado em 1959 na cidade de Belo Horizonte (MG), o instituto da família Pardini cresceu tendo como
foco os exames de análises clínicas e laboratoriais. Cresceu no país prestando serviços de análises a outros
laboratórios e clínicas que realizam a coleta e processam nas centrais do Hermes Pardini, atuando com
148 unidades espalhadas pelo Brasil.
Na primeira década deste século, o Hermes Pardini iniciou sua expansão para fora de Minas Gerais e, após
a aquisição de 30% de seu controle (por R$ 300 milhões) pelo fundo de investimento Gávea em 2010, os
novos recursos trouxeram a primeira aquisição na área de imagem, com a Digimagem, de São Paulo.
Sabin
Há 37 anos atuando no Brasil, o Grupo Sabin foi fundado pelas bioquímicas Janete Vaz e Sandra Soares
Costa. Atualmente atendem mais de 5,7 milhões de clientes com um amplo portfólio de serviços de análises
clínicas, diagnósticos por imagem, vacinação e check-up executivo em 318 unidades de atendimento no
Distrito Federal e nos estados de Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pará, Paraná, Roraima, São Paulo, Tocantins e Santa Catarina. O Grupo também investe em empresas com
atuação na área de atenção primária à saúde e gestão de saúde.
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Principais movimentações recentes no mercado:
• Durante a COVID-19 o Sabin ofertou exames de PCR de forma ininterrupta para 53 cidades, depois de
desenvolver o padrão ouro para a detecção do vírus, através do teste de PCR. Lançaram o sistema de
drive-thru de exames para o COVID-19 em 10 cidades, entre elas, Brasília, Manaus e Salvador;
• Assumiu a operação de análises clínicas do grupo São Lucas em 2 hospitais em Ribeirão Preto e uma
em Campinas;
• Inauguração de uma nova unidade em Taguatinga, Distrito Federal, com especialidade em
diagnóstico por imagem;
• Grande foco no mercado digital de saúde com o lançamento da healthtech Rita, que já possui 60 mil
clientes, com capacidade sistêmica para chegar a 1 milhão, e tem como objetivo fornecer exames
com preços mais baixos e desconto para pessoas que não possuem planos de saúde. A empresa tem
a estimativa de geração de receita adicional de R$ 100 milhões entre os próximos dois à cinco anos;
• Em 2 de dezembro de 2021, realizou aquisição de 100% das Clínicas Amparo Saúde, adicionando 11
clínicas de atendimento primário em são Paulo e no Distrito Federal ao seu portfólio.
Empresas Farmacêuticas
Segundo o Guia 2020 da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, em análise global, o mercado
farmacêutico brasileiro alcançou R$ 102,8 bilhões em 2019, um crescimento de 11,4% em relação ao ano
anterior.
No gráfico 1 podemos ver a segmentação entre varejo farmacêutico e mercado institucional. O que isso
quer dizer?
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O varejo farmacêutico é aquele em que o público final realiza a compra do medicamento através de
farmácias/drogaria, já o mercado institucional é formado por governos, clínicas e hospitais que realizam
a compra de medicamentos diretamente da indústria farmacêutica.
Ao analisar o gráfico, você pode perceber que o varejo farmacêutico representa 75% das compras realizadas
e tiveram aumento de 10,7% em relação ao ano anterior, boa parte explicada pelo envelhecimento da
população brasileira e a oferta de novos medicamentos. Já o mercado institucional teve um crescimento
de 12,9%, impulsionado principalmente por medicamentos inovadores, que são indicados para o
tratamento de doenças complexas, como câncer, problemas degenerativos e doenças raras, conforme
informado no Guia.
57,5%
11,4% 2019
11,8%
13,5%
9,3% 2015
102,8
92,2 53,0%
82,5 2019
33,7
72,7 29,9
66,6 +12,9%
2015
25,7 +16,4%
+2,2% 21,9 +17,2%
21,4
Mercado
+10,7% 69,0 Institucional
+11,8% 56,8 +9,7% 62,3
45,1 +12,6% 50,8
Varejo
Farmacêutico
Um ponto importante que você deve notar como gestor é que apesar do crescimento do mercado
da indústria farmacêutica, isso não representa um aumento de acesso da população. Estima-se
que exista uma demanda reprimida por medicamentos que pode chegar a 50%, impossibilitando
tratamentos ou mesmo evitando doenças, caso o acesso a medicamentos no Brasil fosse maior.
15
anos.
Já as compras públicas de medicamentos registraram crescimento de 7% no mesmo período, índice bem
abaixo ao segmento privado, embora 75% da população brasileira dependa totalmente do SUS para ter
acesso a tratamentos.
96,9%
12,9% 2019
16,4%
17,2%
2,2%
33,7 2015
29,9 4,5 31,4%
25,7 3,8 2019
Valores em bilhões de R$
Preco com descontos o
varejo (PPP)
Outro dado importante de analisar é a média de gastos com medicamentos. Na média, o gasto per capita
do brasileiro é de US$ 123,98, enquanto que os EUA é de US$ 1.228,66, ou seja, estamos falando de quase
10x a mais.
1 Homeopáticos: medicamentos que têm como princípio tratar o doente com composições que,
em pequenas doses, provocam os mesmos sintomas da doença e estimulam o corpo a reagir
e se recuperar. A homeopatia afirma que os medicamentos têm propriedades terapêuticas
produzidas por uma energia vital proveniente do processo de dinamização de extratos vegetais,
animais ou minerais;
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2 Fitoterápicos: medicamentos que são produzidos a partir de plantas (raízes, folhas, sementes,
caules, etc.). A fitoterapia entende que os extratos vegetais, compostos de substâncias produzidas
pela natureza, são tão ou mais seguros e eficazes que os produzidos sinteticamente;
Participação no mercado
Em 2020, o Brasil possuía 93 fabricantes de genéricos, responsáveis por mais de 3.325 mil registros
de medicamentos que derivam mais de 4.610 mil apresentações comerciais. Entre as 10 maiores
farmacêuticas instaladas no país, 9 possuem linha de fabricação de medicamentos genéricos, ou seja,
muitas empresas que desenvolvem e respondem pela comercialização de produtos de marca conhecidas
internacionalmente, atualmente também se dedicam à fabricação de genéricos.
Com mais de 90 fabricantes de genéricos no Brasil, os genéricos respondem por 35% das vendas em
unidades no conjunto do mercado farmacêutico. Apesar da participação expressiva, em países como
Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, o mercado encontra mais maduro e a participação desses
medicamentos é de 51%, 62%, 57% e 74%, respectivamente.
De acordo com os dados da Progenéricos (2020), o mercado mundial de genéricos cresce aproximadamente
10,8% ao ano, movimentando entre US$ 135 e US$ 150 bilhões. No mercado mundial, os Estados
Unidos têm especial destaque, com vendas de genéricos da ordem de US$ 42,5 bilhões. Os genéricos
correspondem a 60% das prescrições nos EUA e custam de 30% a 80% menos que os medicamentos
de referência, possibilitando uma economia em mais de US$ 200 bilhões por ano. Na última década a
economia acumulada atingiu US$ 1,46 trilhão de dólares.
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3 Empresas que atuam em outros segmentos da saúde, como medicamentos (exemplo: Johnson
& Johnson).
Conectando os pontos
Nesta Unidade, focamos no elo de provedores de saúde, mostrando um panorama geral do tamanho e
distribuição do setor e como está a estruturação dos hospitais com e sem fins lucrativos. Vimos como os
hospitais sem fins lucrativos podem fazer parte do SUS e manterem suas isenções de impostos.
Então, apresentamos como os serviços de apoio de diagnóstico e terapia (a medicina diagnóstica) estão
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estruturados, como seu funcionamento mais “industrial” se diferencia dos atores assistenciais tradicionais
e como o setor vem crescendo em termos de número e tamanho. Os quatro grandes atores nacionais
de medicina diagnóstica possuem origens diferentes e estão enfrentando os desafios dos modelos de
remuneração e arrocho de novos credenciamentos por parte das Operadoras buscando diversificar suas
operações.
Na última seção identificamos que o fornecimento dos principais medicamentos e materiais são
controlados por multinacionais que disputam o mercado de forma acirrada e investem grandes somas
de dinheiro em pesquisa e inovação. Vimos também que, no mercado de medicamentos, especificamente
o Brasil possui uma classificação e um abrandamento que permitem que empresas nacionais concorram
produzindo o princípio ativo de medicamentos cujas patentes já expiraram, os conhecidos genéricos.
Por fim, discutimos um pouco sobre como a super utilização de recursos pode afetar economicamente o
setor de saúde se as práticas não forem racionalizadas.
Referências Bibliográficas
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Disponível em: https://abramed.org.br/publicacoes/painel-abramed/painel-abramed-2021-o-dna-do-
diagnostico/
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos
no Brasil [Internet]. 2004. [acesso em 03 Mar 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/anvisa/manual_politica_medicamentos.pdf
3. Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Guia 2020 Interfarma [Internet]. 2020. [acesso em
03 Mar 2022]. Disponível em: https://www.interfarma.org.br/app/uploads/2020/12/2020_VD_JAN.pdf
4. Brasil. Ministério da Saúde, DATASUS. CNES - Estabelecimentos [Internet]. [acesso em 02 Mar 2022].
Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/cnes-estabelecimentos
5. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 1044, de 01 de Junho de 2004. Institui a Política Nacional para os
Hospitais de Pequeno Porte [Internet]. [acesso em 02 Mar 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt1044_01_06_2004.html
6. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.362, de 08 de Dezembro de 2017. Altera a Portaria de
Consolidação nº 5/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) [Internet]. [acesso em 03
Mar 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt3362_13_12_2017.
html
7. Faturamento de dispositivos médicos cai 1,5% no Brasil. Estadão [Internet]. [publicado em 22 Abr
2021]. Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/faturamento-de-
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8. Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas. A contrapartida do setor filantrópico para o
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