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- Direito Subjetivo = Relações patrimoniais x Relações existenciais

(extrapatrimonial)

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8120/Situacao-juridica-patrimonial-e-
existencial 

As situações jurídicas podem ser de duas ordens distintas: da ordem do ser ou da


ordem do ter. O critério para se aferir se uma determinada situação jurídica pertence a
uma ou outra ordem é a patrimonialidade do objeto em questão. Se este objeto tiver
caráter patrimonial, ou seja, se guardar relação direta com um valor pecuniário, esta
situação será da ordem do ter. Já as situações existenciais pertencem à categoria do
ser, na qual não existe dualidade entre sujeito e objeto, porque ambos representam o
ser, e a titularidade é institucional, orgânica. A pessoa, portanto, é elemento interno e
externo da relação jurídica, embora seja mais que isso, porque alcança patamar de
valor. Com efeito, dizem-se existenciais as situações jurídicas pessoais ou
personalíssimas no momento em que titularidade e realização coincidem com a
existência mesma do valor. É de extrema importância frisar que as situações jurídicas
existenciais gozam de posição privilegiada em comparação às situações jurídicas
patrimoniais. Isto não quer dizer uma importância pequena das questões relativas ao
patrimônio, ao tráfego comercial, ao lucro e às riquezas em geral. Significa, isto sim,
que em caso de conflito entre as duas ordens, deve-se preconizar o ser humano com
sua especial dignidade, valor fundante e estruturante de todo o nosso ordenamento
jurídico. Consoante a ideia Kantiana de dignidade humana, “no reino dos fins tudo tem
um preço ou uma dignidade.” Se é possível atribuir a uma coisa um preço, então ela é
substituível. Ao contrário, quando não há equivalente para uma determinada coisa,
então ela tem dignidade.

 
 Na prática é difícil separar estas duas categorias completamente. No dia a dia,
muito comumente elas se confundem e se complementam. Mas é importante
destacar que as situações jurídicas patrimoniais servem à realização das
faculdades humanas e desenvolvimento das personalidades individuais.
 
Existenciais

 As situações existenciais pertencem à categoria do ser, na qual não existe


dualidade entre sujeito e objeto, porque ambos representam o ser, e a
titularidade é institucional, orgânica. A pessoa, portanto, é elemento interno e
externo da relação jurídica, embora seja mais que isso, porque alcança
patamar de valor. Com efeito, dizem-se existenciais as situações jurídicas
pessoais ou personalíssimas no momento em que titularidade e realização
coincidem com a existência mesma do valor. (MEIRELES, 2009, p.36)
 
 Tanto as situações existenciais quanto as patrimoniais contribuem para o
desenvolvimento da personalidade, uma vez que não há relação jurídica
(mesmo as patrimoniais) que seja completamente dissociada dos interesses e
da proteção da pessoa humana.
 

Obs.: As situações jurídicas existenciais gozam de posição privilegiada em


comparação às situações jurídicas patrimoniais. Isto não quer dizer uma importância
pequena das questões relativas ao patrimônio, ao tráfego comercial, ao lucro e às
riquezas em geral.
Significa, isto sim, que em caso de conflito entre as duas ordens, deve-se preconizar o
ser humano com sua especial dignidade, valor fundante e estruturante de todo o nosso
ordenamento jurídico.
 
Estas categorias não são estanques, confundindo-se muitas vezes nas relações
jurídicas. Mesmo porque não há situação patrimonial que seja completamente
dissociada dos interesses existenciais, sendo que a diferença se estabelece na forma
mediata ou imediata que incide.
 
Consoante a ideia kantiana de dignidade humana, “no reino dos fins tudo tem um
preço ou uma dignidade.” Se é possível atribuir a uma coisa um preço, então ela é
substituível. Ao contrário, quando não há equivalente para uma determinada coisa,
então ela tem dignidade

- Direitos Fundamentais x Direitos da Personalidade

Pelos conceitos transcritos, observa-se que os direitos da personalidade têm por


objeto os modos de ser, físicos ou morais do indivíduo. O que se busca proteger com
tais direitos são os atributos específicos da personalidade, sendo esta a qualidade do
ente considerado pessoa. Em síntese, pode-se afirmar que os direitos da
personalidade são aqueles inerentes à pessoa e à sua dignidade (art. 1.º, III, da
CF/1988). 
Não se pode esquecer e negar que a pessoa jurídica possui direitos da personalidade
por equiparação, conforme consta do art. 52 do Código Civil. Isso justifica o
entendimento jurisprudencial pelo qual a pessoa jurídica pode sofrer dano moral
(Súmula 227 do STJ). Didaticamente, é interessante associar os direitos da
personalidade com cinco grandes ícones, colocados em prol da pessoa no atual
Código Civil e visualizados a seguir:

1.  Vida e integridade físico-psíquica, sendo o segundo conceito inserido no


primeiro, por uma questão lógica. 

2. Nome da pessoa natural ou jurídica, com proteção específica constante entre


os arts 16 a 19 do CC, bem como na Lei de Registros Públicos (Lei
6.015/1973). 

3. Imagem, classificada em imagem-retrato – reprodução corpórea da imagem,


representada pela fisionomia de alguém; e imagem-atributo – soma de
qualificações de alguém ou repercussão social da imagem. 46 

4. Honra, com repercussões físicas-psíquicas, subclassificação em honra


subjetiva (autoestima) e honra objetiva (repercussão social da honra). Tal
divisão segue a doutrina, entre outros, de Adriano De Cupis, para quem “a
honra significa tanto o valor moral íntimo do homem, como a estima dos outros,
ou a consideração social, o bom nome ou a boa fama, como, enfim, o
sentimento, ou consciência, da própria dignidade pessoal”. 47 
5. Intimidade, sendo certo que a vida privada da pessoa natural é inviolável,
conforme previsão expressa do art. 5.º, X, da CF/1988: “são invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Rubens Limongi França – “Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas


cujo objeto são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua
projeção essencial no mundo exterior”.

– Francisco Amaral – “Direitos da personalidade são direitos subjetivos que têm por
objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico, moral e
intelectual”.

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