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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

FABIANE RODRIGUES
MARIA CAROLINA
MARIA EDUARDA
MATHEUS BORGES
RAFAEL DE CASTRO

IRRADIAÇÃO EM EMBALAGEM BIODEGRADÁVEL ELABORADA COM


BAGAÇO DE LARANJA

GOIÂNIA
2020
INTRODUÇÃO
A embalagem para alimentos é um recipiente ou qualquer forma de
acondicionamento, destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger a matéria-prima,
produtos semielaborados ou produtos prontos para o consumo. As embalagens plásticas
são obtidas a partir de polímeros orgânicos ou inorgânicos, constituídos de unidades
estruturais unidos entre si formando cadeias. O plástico, como é denominado
comercialmente, é um material que tem a capacidade de ser moldado em condições
especiais (TRIBST; SOARES; AUGUSTO, 2008). Esses embrulhos advindos de
polímeros adquirem resistência e flexibilidade diversas quanto a sua estrutura que pode
ser modificada através da agregação de novos elementos biodegradáveis, aumentando
assim, a barreira contra agentes externos (BARÃO, 2011).
Os filmes na área de alimentos atuam como barreira mecânica para transferência
de gases e umidade, além de auxiliar na diminuição da degradação dos produtos
alimentícios, causados por fatores ambientais. Em sua grande maioria, são elaborados a
partir de materiais plásticos, polímero de difícil degradação e proveniente de fonte não
renovável (COURTNEY; MUNGUÍA, 2012). Embora as embalagens tradicionais
tenham contribuído, desde os primórdios, com os primeiros desenvolvimentos do
sistema de distribuição de alimentos, elas não são suficientes para atender às novas
exigências dos consumidores, que pedem por produtos mais próximos ao natural,
contendo menos aditivos e que sejam mais seguros.
Em virtude do crescimento populacional e do aumento da nova tendência ao
consumo consciente vindos do consumidor, se tornou uma preocupação para a indústria
de alimentos atender a esses critérios do mercado considerando os meios de
conservação de alimentos com filmes de plástico, levando em conta a aplicabilidade de
fontes alternativas para a produção de embalagens biodegradáveis, que vão dispor de
fatores sustentáveis, econômicos e exercer interação com o alimento, de modo que
prolongue sua vida de prateleira, garantindo a segurança alimentar aos seus
consumidores (SOARES, 2009).
O Brasil é o maior produtor mundial de laranja. A maior parte da produção
brasileira é destinada à indústria de suco, que enfrenta um grande problema quanto ao
volume de resíduos sólidos e líquidos produzidos. Há um grande interesse no uso
eficiente de resquícios de laranja, como para a obtenção de fertilizantes orgânicos,
pectina, óleos essenciais, compostos antioxidantes e como substratos, tais como
proteínas microbianas, ácidos orgânicos, etanol, enzimas e metabólitos secundários
biologicamente ativos. As propriedades dos resíduos de laranja são boas alternativas
para diminuir a poluição do meio ambiente, assim como agrega valor às substâncias até
então tratadas como resíduos (ABECITRUS, 2008).
Portanto, como as principais funções que uma embalagem deve exercer são,
proteção e conservação do produto, além de também ser o primeiro contato para instigar
à venda, a elaboração deste trabalho se justifica devido ao propósito de se estudar as
propriedades físicas, químicas e biológicas de biofilmes produzidos com bagaço da
laranja a fim de serem utilizados como embalagens biodegradáveis e irradiadas,
tornando disponível os seus valores antimicrobianos na preservação de alimentos.

OBJETIVOS
2.1 - Objetivo geral
Fornecer embalagens econômica e ambientalmente viáveis ao consumidor e à
indústria na produção de alimentos seguros e compatíveis com a crescente demanda por
conveniência, facilidade e vida de prateleira estendida.

2.2 - Objetivos específicos

 Elaborar filme alimentício biodegradável a base de resíduos de laranja;


 Empregar o uso de irradiação na esterilização dos biofilmes em diferentes doses:
0 (controle), 2, 4, 8 e 16 kGy.
 Avaliar as transformações físicas e mecânicas estruturais nos filmes irradidos
por meio de analises de cor, espessura, solubilidade em água, permeabilidade a
vapor de água, tração e perfuração.

MATERIAIS E MÉTODOS

Os experimentos deverão ser conduzidos nos laboratórios do Setor de


Engenharia de Alimentos, da Escola de Agronomia, da Universidade Federal de Goiás.

3.1 - Secagem e Trituração dos Resíduos


Após o recebimento dos resíduos o bagaço da laranja será secado em estufa a 105 ºC em
estufa e posteriormente serão trituradas até a obtenção de um pó fino.

3.2 - Elaboração dos filmes


Os filmes serão produzidos pelo método casting (FERNANDES, 2015) com
modificações. As soluções filmogênicas serão preparadas contendo 7% de resíduos de
laranja já secos e triturados, 4% de glicerol, 89% de água. Essas soluções preparadas
serão dispersas em placas de vidro, encapadas com plástico adesivo. Em seguida, vão
para estufa com circulação e renovação de ar e, posteriormente, para o dessecador.

3.3 – Irradiações do Filme


Os filmes serão irradiados em doses de 0 (controle), 2, 4, 8 e 16 kGy.

3.4 – Analises de caracterização do filme

3.4.1 – Espessura
As medidas de espessura dos filmes serão efetuadas em micrômetro.
3.4.2 – Cor
A cor será determinada no padrão L* a* b* CIE (Commission Internacional de
L’ Eclairage). As coordenadas medidas, em refletância especular incluída, serão: L*
(luminosidade) a* (tonalidades de verde a vermelho) e b* (tonalidades de azul a
amarelo).

3.4.3 – Solubilidade em água


O percentual de solubilidade dos filmes será determinado como percentagem de
matéria seca solubilizada (GORTAND et al., 1994; FERNANDES, 2014).

3.4.4 – Permeabilidade a Vapor de Água (PVA)


A permeabilidade ao vapor de água (PVA) será estabelecida de acordo com o
método gravimétrico E96/E96 da ASTM (2010), com modificações.

3.4.5 – Propriedades Mecânicas


3.4.5.1 – Tração
As propriedades mecânicas dos filmes serão avaliadas por perfuração em
texturômetro.

3.4.5.2 – Perfuração
Para o ensaio de perfuração as amostras serão cortadas em formato circular,
fixadas no probe e perfuradas com uma sonda deslocando-se a 0,21mm/s até perfuração
dos filmes. Será analisado a força máxima na ruptura do filme.

3.5 – Análise Estatística


Os dados serão avaliados por meio de Análise de Variância (ANOVA) e as
diferenças entre os tratamentos avaliados pelo teste de médias Tukey à 5% de
probabilidade, com auxílio do programa STATISTICA versão 10 (StatSoft, Inc.,2011).
Todas as analises serão realizadas em triplicata.

CRONOGRAMA

Quadro 1: Cronograma do projeto de irradiação em embalagem biodegradável feita com casca de laranja.
Atividades/ meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Revisão bibliográfica e definição do


X
tema

Secagem e Trituração dos Resíduos X

Elaboração dos filmes X

Irradiações do Filme X

Análise físico-químicas X

Análises mecânicas X

Análise dos resultados X

Revisão do artigo X

Entrega final e publicação X


REFERÊNCIAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS-ASTM. Standard Test


Methods for Water Vapor Transmission of Materials – ASTM E96/E96M-10.
Filadelfia, PA (USA): American Society for Testing and Materials. 2010.

BARÃO, M. Z. Embalagens para produtos alimentícios. Serviço Brasileiro de


Respostas Técnicas. Paraná, 2011. Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTY0MQ==>.
Acesso em: 29 de jan. de 2020

COURTNEY, M. F; MUNGUÍA, M. T. Películas comestibles formulados con polisacáridos:


propiedades y aplicaciones. Temas Selectos de Ingenería de Alimentos. v.6, n.2, p.110-121.
2012.

FERNANDES. A. P. Avaliação e caracterização das propriedades filmogênicas de


proteínas de soro de leite submetidos à irradiação e modificação de pH. Dissertação
(Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos), Escola de Agronomia, Universidade
Federal de Goiás. Goiânia, 2014.

GORTAND, N., DUCHEZ, C.; CUQ, J-L.; GUILBERT, S.. Edible composite films of
wheat gluten and lipids: water vapour permeability and other physical properties.
Internacional Journal of Food Science and Technology, v.29, .39-50. 1994.

SOARES, N. F. F., SILVA, W. A., PIRES, A. C. S., CAMILLOTO, G. P., SILVA, P. S.


Novos desenvolvimentos e aplicações em embalagens de alimentos. Revista Ceres.
Universidade Federal de Viçosa – Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas –
Departamento de Tecnologia de Alimentos. Viçosa – MG. Páginas 371-378, Jul∕Ago
2009.

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