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CACILDA BISCAIA PEREIRA

O JOGO NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

BOCAIÚVA DO SUL

2014
OS JOGOS NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Os jogos são sem dúvida nenhuma, importantes atividades na aprendizagem


escolar. Na educação sempre se utilizou atividades lúdicas que são
fundamentais na formação da criança e agem com verdadeiras facilitadoras da
aprendizagem de conteúdos escolares conceituais e atitudinais. Com os jogos
a criança aprende a se relacionar com os colegas, dentro e fora da escola,
promovem a imaginação, desenvolvem o raciocínio e criatividade.

Muitos autores afirma que os jogos e brincadeiras são a base da


epistemologia da educação. Os jogos e brincadeiras fazem a mediação na
relação da criança com o mundo real. O jogo tem um importante papel na
educação com fator facilitador da aprendizagem, pois é a base do
desenvolvimento cognitivo e afetivo de ser humano, além de possuir aspectos
fundamentais racionais e emocionais.

Segundo Vygotsky, o brinquedo é uma fonte de promoção do


desenvolvimento infantil alargando os horizontes da zona proximal. Com o
brinquedo a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva, pois depende das
motivações internas. O pensamento que antes era determinado pelos objetos
do exterior passa a ser regido pelas ideias. A criança passa a criar uma
situação ilusória e imaginária, como forma de satisfazer seus desejos não
realizáveis. Esta é a característica que define o brinquedo de um modo geral. A
criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo.

Durante o jogo, a criança busca se comportar com aquilo que está sendo
representado, para VYGOTSKY (1988) “a criança brinca pela necessidade de
agir em relação ao mundo mais amplo do adulto, buscando desempenhar este
papel num nível superior ao que se encontra”. Segundo este autor, é através
do jogo que a criança estimula sua inteligência, ao mesmo tempo em que
enriquece sua linguagem pela aquisição de novas formas de expressão ao
experimentar e manipular as coisas do ambiente.

O que se observa é que as crianças sempre estão dispostas a brincar, o que


não acontece no processo de ensino e aprendizagem. Portanto o jogo tem um
fator mágico, pois promove a motivação para a aprendizagem, gerando a
participação e interação da criança na construção do conhecimento. Nos jogos,
as vivencias e a aprendizagem acontece tanto de forma coletiva como de forma
individual.

A educação tem de acompanhar as mudanças sociais para que de fato ela


ocorra na aprendizagem escolar. Desde o tempo das brincadeiras de rodas aos
jogos de computador, a educação se faz presente tanto na escola com fora
dela. Dentro da escola, o jogo faz um papel socializador, sendo uma importante
ferramenta disponível para ensinar e aprender. Adequados para cada idade, os
jogos são fundamentais na interação social e consequentemente para o
desenvolvimento do pensamento.

Quando se propõe um jogo para os alunos, além dos objetivos cognitivos a


serem alcançados, se espera que a criança: aprenda a respeitar as regras e
limites; socializar com outras; criar e explorar sua criatividade; interagir e
aprender a pesquisar, ou seja, aprender a aprender.

Celso Antunes, um dos gênios da educação afirma que devemos falar de


jogos que atribuam um estímulo ao crescimento, desenvolvimento cognitivo,
desafios ao viver. “Em outras palavras, todo jogo pode ser usado para muitas
crianças, mas sobre a inteligência será sempre pessoal e impossível a ser
generalizada”. (ANTUNES, 1988)

Como se pode observar, os jogos ajudam no desenvolvimento humano e é


um fator facilitador e decisivo na aprendizagem escolar. Para melhora a
qualidade de ensino é fundamental o educador analisar a importância de se
estar utilizando essa ferramenta na sua prática pedagógica.

REALIZAÇÃO DO JOGO EM SALA DE AULA

Sou professora de uma turma multisseriada na Escola Rural Municipal de


Bocaiúva do Sul, estado do Paraná. Participaram alunos de todos os anos
(séries) visto que se torna impossível brincar apenas com uma turma, além de
serem poucos os alunos.

O jogo realizado foi “o ‘Jogo dos Pontinhos” em que os foram distribuídas para
os alunos folhas cheias de pontilhados para que, em duplas, liguem os
pontilhados de maneira que formem quadrados. Cada um deve ligar um
pontilhado ao outro, e ao formarem os quadrados, coloquem a inicial do seu
nome dentro do mesmo. Após a folha totalmente preenchida, ganha quem
conseguir formar mais quadrados.

Trata-se de um jogo simples, mas que estimula a atenção, socialização,


respeito às regras e limites, raciocínio, coordenação motora e que todos
gostam de brincar. Os alunos gostaram bastante de participarem do jogo,
quiseram jogar mais e eu como professora achei muito importante para
motivarem os alunos a estarem na escola, a criarem estratégias dentro do jogo
com raciocínios lógicos e aprenderem também a socializarem com os outros
colegas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das inteligências múltiplas. Petrópolis,


Ed. Vozes, 1998.

VYGOTSKY, L. “A formação social da mente”. São Paulo: Martins Fontes,


1988.

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