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1.

O INDIVÍDUO E AS ORGANIZAÇÕES

1.3. SATISFAÇÃO E MOTIVAÇÃO NO TRABALHO


INTRODUÇÃO
• Certamente já se perguntou se, em geral, as pessoas estão satisfeitas no trabalho ou se
estão motivadas. A satisfação e a motivação no trabalho são conceitos complexos, que
tentam explicar o comportamento dos homens em contexto organizacional;
• Tente dar uma definição de satisfação no trabalho. Tente também dar uma definição de
motivação no trabalho. Agora compare essas duas definições. Encontrou sobreposições entre
as duas?
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• Se encontrou, não desespere, até porque são dois conceitos que tendem muitas vezes a ser
confundidos entre si;
• Nesta Sessão, são apresentados os conceitos de Satisfação e Motivação, fundamentais para
a análise do comportamento individual em contexto organizacional;
• É analisado o conceito de satisfação no trabalho e são apresentadas duas teorias de
satisfação: a teoria do valor de Locke e a teoria bifactorial de Herzberg;
• Após o confronto entre os conceitos Satisfação e Motivação, são apresentados exemplos de
modelos da Motivação: a teoria do reforço e da aprendizagem social, a teoria das hierarquia
das necessidades de Maslow e a teoria X e Y de McGregor.
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• A estrutura da Sessão é a seguinte:
• A) Satisfação no Trabalho
• Definição do Conceito;
• Causas da Satisfação no Trabalho;
• Consequências da Satisfação no Trabalho
• B) Satisfação no Trabalho
• A Teoria do Valor de Locke
• A Teoria Bifactorial de Herzberg
• Confronto Satisfação/Motivação
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• C) Motivação
• Definição do Conceito
• A Motivação no Trabalho
• D) As Teorias da Motivação no Trabalho: Teorias Homeostáticas
• As Teorias das Necessidades
• A Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow
• A Teoria X e Y de McGregor

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• E) A Motivação no Trabalho: Teorias do Reforço


• A Teoria do Reforço
• A Teoria da Aprendizagem Social de Bandura
• F) Aplicações Práticas das Teorias da Motivação
• Aplicações Práticas da Teoria das Necessidades
• Aplicações Práticas da Teoria da Aprendizagem Social
• G) Conclusão

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OBJECTIVO
• No final desta Sessão, o aluno deverá estar apto a:
• Definir Satisfação;
• Enunciar as causas e as consequências da Satisfação no trabalho;
• Descrever a teoria do valor de Locke;
• Caracterizar a teoria bifactorial de Herzberg;
• Explicar a diferença entre Satisfação e Motivação;
• Caracterizar a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow;

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• Descrever as etapas da teoria do reforço;


• Explicar teoria X e Y de McGregor;
• Caracterizar a teoria da aprendizagem social de Bandura;
• Enunciar algumas aplicações práticas das teorias da Motivação.
A) SATISFAÇÃO NO TRABALHO
• Definição do Conceito
• Se perguntar às pessoas a sua opinião sobre o trabalho que executam, certamente
verá que todas têm fortes opiniões sobre:

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• A forma como se sentem - por exemplo: "Gosto imenso do meu trabalho!”;


• Aquilo em que acreditam - por exemplo: "O meu trabalho fornece um importante
serviço à comunidade.";
• Como tencionam comportar-se - por exemplo: "Tenciono procurar um novo emprego.".
• Se considerar que a maior parte das pessoas despendem um terço da sua vida no trabalho
e que aquilo que fazemos para ganhar a vida representa um aspecto central da forma
como nos pensamos a nós próprios como indivíduos, tais sentimentos ou opiniões fortes
não causam estranheza;

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• Se tivesse que inferir o nível geral de satisfação no trabalho a partir de casos que lê nos
jornais e revistas sobre greves e despedimentos, provavelmente pensaria que a grande
maioria dos trabalhadores estão insatisfeitos com os seus empregos. Mas, curiosamente,
a investigação tem demonstrado que grande percentagem dos trabalhadores estão afinal
satisfeitos.
• Como já vimos, a atitude face ao trabalho é bastante complexa, determina e é
determinada por muitas variáveis. Nem todas as pessoas que realizam o mesmo tipo de
trabalho estão igualmente satisfeitas. Existem determinados grupos para os quais alguns

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• padrões de satisfação no trabalho foram identificados. É possível não só que certos


grupos de pessoas estejam consistentemente mais satisfeitos do que outros, mas,
também, que alguns indivíduos estejam consistentemente satisfeitos ou insatisfeitos
com o seu trabalho.
• É então caso para perguntarmos:

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QUEM TENDE A ESTAR MAIS SATISFEITO COM O SEU TRABALHO?

1. Os trabalhadores ligados à gestão tendem a estar mais satisfeitos do que os que


estão ligados à produção;
2. As pessoas mais velhas estão geralmente mais satisfeitas do que as mais novas.
Curiosamente, a satisfação não está sempre a crescer, as pessoas tornam-se mais
satisfeitas com o seu trabalho por volta dos 30 anos (à medida que obtêm mais
sucesso), decrescendo a satisfação por volta dos 40 anos e aumentando de novo por
volta dos 55;
3. Os trabalhadores com mais experiência na função estão mais satisfeitos do que os
que têm pouca experiência.

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• Para respondermos a esta pergunta apresentamos em seguida, alguns dos aspectos que
se consideraram mais pertinentes.
• Colocam-se, então, várias questões se pretendemos compreender e explicar este
fenómeno. São elas:
• Como é que medimos a satisfação no trabalho?
• Será que a maioria dos trabalhadores estão satisfeitos com o seu trabalho?
• O que é que determina a satisfação no trabalho?
• Qual o efeito da satisfação na produtividade, no absentismo e na rotatividade
voluntária?
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• Estas são algumas das questões a que tentaremos responder ao longo deste tópico.
• A Satisfação no trabalho é, como vimos, uma das atitudes mais estudadas em
Psicossociologia das Organizações. Este interesse deve-se ao facto de a mesma ser
considerada quer causa, quer consequência de outras variáveis organizacionais
relevantes. Assim, a satisfação:
• Pode ser consequência de um trabalho motivador;
• Pode estar na origem de resultados desejados pela organização, tais como elevada
produtividade, menor rotatividade voluntária e um baixo índice de absentismo.

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• Estas são algumas das questões a que tentaremos responder ao longo deste tópico.
• A Satisfação no trabalho é, como vimos, uma das atitudes mais estudadas em
Psicossociologia das Organizações. Este interesse deve-se ao facto de a mesma ser
considerada quer causa, quer consequência de outras variáveis organizacionais
relevantes. Assim, a satisfação:
• Pode ser consequência de um trabalho motivador;
• Pode estar na origem de resultados desejados pela organização, tais como elevada
produtividade, menor rotatividade voluntária e um baixo índice de absentismo.

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• Podemos, então, definir satisfação no trabalho do seguinte modo:

Satisfação no Trabalho é a atitude geral da pessoa face ao seu trabalho.

• E o trabalho ou a função de uma pessoa ultrapassa as actividades óbvias que ela


desempenha, pois requer:
• Interacção entre colegas e superiores hierárquicos;
• Que sejam seguidas determinadas regras, normas e políticas organizacionais;
• Que sejam alcançados os objectivos de desempenho;
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• Frequentemente, que se viva com condições de trabalho que se situam abaixo do
ideal e do que a pessoa gosta.
• Isto significa que o grau de satisfação do indivíduo é uma soma complexa de um
conjunto de elementos do trabalho;
• Deste modo, para se avaliar a satisfação no trabalho é necessário identificar os
elementos chave no trabalho e perguntar aos colaboradores quais os sentimentos que
têm relativamente a cada um deles. Alguns desses factores típicos são a natureza do
trabalho, a supervisão, as oportunidades de promoção e relações com os colegas.

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ANTECEDENTES CONSEQUÊNCIAS
• Condições de trabalho; • Produtividade;
• Salário; SATISFAÇÃO NO • Rotatividade Voluntária;
• Grupo de trabalho; TRABALHO • Absentismo;
• Trabalho em si;
• Promoção;
• Supervisão;
• Colegas

Fonte: Correia e Caldeira (1995)


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• Para se chegar a estes factores típicos, é necessário recorrer à aplicação de uma escala -
a Job Descriptive Index (JDI); esta já foi aferida para a população portuguesa e avalia,
entre outros, os factores referidos em escalas de medida padronizadas, conforme pode ver
no quadro que se segue.

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TRABALHO EM SI MESMO REMUNERAÇÃO

• Frustrante; • Razoável/Pouco para aquilo que faço;


• Respeitado; • No mesmo nível que a dos colegas da
• Desencorajante; mesma idade
• Dá satisfação; desempenhandofunções
• Útil; semelhantes;
• Exige muita experiência; • O meu nível de vida é tão bom como o
• Posso aprender muito; dos amigos com quem convivo
socialmente;
• Estimulante

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PERSPECTIVAS DE PROMOÇÃO SUPERIOR IMEDIATO

• Boas oportunidades; • Amigável


• Perspectivas tão boas como em • Indelicado;
qualquer outro serviço; • Justo;
• Espero chegar mais acima; • Competente;
• A política de promoção é pouco • Quezilento;
justa;
• Emprego sem saída • Organizado;
• A minha experiência aumenta as • Convencido;
minhas perspectivas; • Teimoso;
• Seguro;
Exemplos de itens da JDI. Cada dimensão é • Aceita as minhas sugestões;
classificada numa escala de 5 pontos (de • Interfere demais no meu trabalho
"Discordo totalmente" a "Concordo totalmente")

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CAUSAS DA SATISFAÇÃO NO TRABALHO


• A questão que aqui se coloca e à qual vamos tentar responder é a seguinte:
• Quais são as variáveis relacionadas com o trabalho que determinam a satisfação no
trabalho?
• É do conhecimento geral que a maior parte da investigação efectuada na área da satisfação
se preocupa em identificar os factores que conduzem a uma maior ou menor satisfação no
trabalho. Genericamente, estes factores podem ser agrupados em duas grandes categorias:

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• As determinantes organizacionais, isto é, as que se relacionam com a organização e o


desempenho no trabalho;
• As determinantes pessoais, isto é, as que se relacionam com as características pessoais
dos próprios trabalhadores.

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CAUSAS DA SATISFAÇÃO NO TRABALHO

DETERMINANTES ORGANIZACIONAIS DETERMINANTES PESSOAIS


• Sistema de remuneração; • Personalidade (ex.: a auto--estima);
• Qualidade de supervisão que é • Congruência entre os interesses e o tipo de
percebida; trabalho;
• Estimulação social e do trabalho; • Estatuto e antiguidade;
• Condições de trabalho agradáveis; • Satisfação com a vida em geral;

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• Determinantes organizacionais
• De entre os vários factores que conduzem à satisfação no trabalho, podemos então referir:
• O tipo de supervisão;
• A realização de um trabalho mentalmente desafiante;
• A clareza da função;
• As recompensas equitativas;
• As boas condições de trabalho;
• O bom relacionamento entre colegas.
• Detenhamo-nos um pouco mais em cada um deles.
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• Tipo de Supervisão
• Ligados à supervisão, temos dois aspectos que influenciam a satisfação:
• O tipo de Liderança;
• O grau de participação dos subordinados na tomada de decisão.
• Quanto ao tipo de liderança, é provável que os subordinados de um líder que demonstre
apreço e consideração por eles estejam mais satisfeitos do que se sucedesse o inverso.
• Igualmente importante, é o grau em que os subordinados podem participar na tomada de
decisão em geral, pois a participação relaciona-se positivamente com as atitudes face ao
trabalho: quanto maior participação, maior satisfação.
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• A satisfação tende a ser maior quando as pessoas acreditam que os seus líderes são
competentes e os tratam com dignidade e respeito (qualidade percebida da liderança/
supervisão). Assim, a comunicação é outro aspecto da liderança de qualidade. As pessoas
estão tanto mais satisfeitas com o seu trabalho quanto mais oportunidades tiverem para
comunicar com os seus líderes.
• A descentralização da tomada de decisão é outro factor que pode contribuir para a
satisfação. Quando a decisão é descentralizada, várias pessoas podem tomar decisões e
podem livremente participar na tomada de decisão. Estas situações tendem a promover a
satisfação.
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• Realização de um trabalho mentalmente desafiante


• Os trabalhadores tendem a preferir trabalhos em que lhes são oferecidas as seguintes
condições:
• Oportunidade de utilizar os seus conhecimentos, competências e capacidades;
• Grande variedade de tarefas;
• Liberdade e feedback sobre o seu desempenho.
• Estas são as características que tornam o trabalho mentalmente desafiante.

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• Clareza de função
• Quanto mais claro for para o trabalhador a função que está a desempenhar, maior o seu nível
de satisfação. Funções em que os trabalhadores não saibam, com maior ou menor exactidão,
aquilo que devem fazer geram níveis elevados de ansiedade e, consequentemente, de
insatisfação.
• As recompensas equitativas
• Quais são, então, as políticas e processos organizacionais que estão relacionados com a
satisfação no trabalho?

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• Sabe-se, por exemplo, que o sistema de recompensas se encontra muito relacionado com a
satisfação no trabalho;
• De facto, os trabalhadores querem sistemas de pagamento e políticas de promoção que
percepcionem como justas, não ambíguas e em linha com as suas expectativas. Mas a chave
da ligação do pagamento à satisfação não é a quantidade total que é paga, mas é a
percepção da justiça ou equidade*. Os colaboradores procuram também políticas e práticas
de promoção justas. As promoções fornecem oportunidades para crescimento pessoal, maior
responsabilidade e aumento do estatuto social.

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• Os colaboradores que percepcionam as recompensas e as políticas de promoção como justas


sentirão, provavelmente, uma maior satisfação no trabalho.

A equidade é um conceito a desenvolver mais detalhadamente no Manual de Gestão


de Recursos Humanos (3.° ano). A teoria da equidade (Adams e Fredman, 1976)
defende que a equidade existe, na mente das pessoas, quando elas acreditam que a
razão entre os seus ganhos e os seus investimentos é igual à razão entre os ganhos e
os investimentos dos outros.

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NORMA DA EQUIDADE O Outcomes (resultado)


1 Inputs (investimento)
Op Oo p Pessoa
= o Outro (sujeito da comparação)
Ip Io

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• Boas condições de trabalho
• As condições ambientais em que se realiza o trabalho influenciam a satisfação no trabalho:
quanto melhores forem as condições de trabalho (ambiente térmico, ruído, poluição do ar,
vibrações, iluminação, higiene...), maior o nível de satisfação.
• O bom relacionamento entre colegas
• Para a maior parte das pessoas, o trabalho também preenche uma necessidade de interacção
social. Portanto, não surpreende que ter colegas amigáveis e que dêem suporte conduza a
um aumento da satisfação. O comportamento do líder é também um determinante da
satisfação.
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• Até aqui, vimos sobretudo as determinantes organizacionais da satisfação, mas existem


também alguns factores pessoais que influenciam a satisfação.

• Determinantes pessoais
• O tipo de personalidade do indivíduo também é importante para a satisfação no trabalho. As
pessoas com tipos de personalidade congruentes com a vocação escolhida devem achar que
têm talentos e capacidades certas para ir ao encontro das exigências do seu trabalho; deste
modo, terão provavelmente mais sucesso nesse trabalho e, devido a este sucesso, têm uma
maior probabilidade de alcançar elevada satisfação no trabalho.

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• A satisfação no trabalho está também relacionada com a satisfação geral com a vida. Quanto
mais satisfeitas as pessoas estão com aspectos da vida extra-trabalho, tanto mais
satisfeitas elas tendem a estar com o seu trabalho. Por exemplo, quanto maior a importância
atribuída ao trabalho na vida do indivíduo, maior é a probabilidade de que a satisfação com
o trabalho esteja associada à satisfação com a vida em geral.

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• Consequências da Satisfação no Trabalho


• Se queremos aumentar a satisfação no trabalho, teremos de saber o que causa essa
satisfação ou o que a ela está associado. Por outras palavras, temos de saber: quais as
variáveis que são afectadas pela satisfação no trabalho; como é que os trabalhadores podem
expressar a sua insatisfação.
• O interesse pelo estudo da satisfação tende a centrar-se no seu efeito sobre o desempenho
dos trabalhadores.
• Genericamente, podemos agrupar as variáveis antes referidas em dois grupos:

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• Variáveis que se relacionam com a ausência do trabalhador (isto é, absentismo e


rotatividade voluntária);
• Variáveis que se relacionam com o desempenho no trabalho;
• Num primeiro momento, podemos ser levados a pensar que, no que respeita à relação
satisfação/desempenho, esta se resume ao seguinte: "um trabalhador feliz é um
trabalhador produtivo". No entanto, hoje em dia é do conhecimento geral que a relação
satisfação/desempenho é mais elevada para indivíduos que ocupam uma posição
hierárquica também ela mais elevada. Não será então surpresa para ninguém que a relação
seja mais relevante para indivíduos que ocupam posições de supervisão e gestão.
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