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I

A 10 de setembro de 2022, A, proprietário de um minimercado,


enviou uma carta a B sugerindo a compra de laranjas do seu pomar,
desde que por bom preço.
Por carta registada, datada de 20 de setembro de 2022 (e
recebida 3 dias após), B responde a A, especificando
- “estou disposto a vender as laranjas do pomar, pelo preço de
1.000 €; exijo resposta no prazo de 5 dias”.
Admita os seguintes cenários:
i) a 28 de setembro de 2022, A responde, por e-mail, que
dizia, “remeterei, a 10 de outubro de 2022, o valor indicado; exijo a
entrega das laranjas até ao dia 29 setembro”; B recusa proceder à
entrega, por considerar que “não foi celebrado qualquer contrato”.
Quem tem razão?
ii) a 26 de setembro de 2022, A responde, por carta - recebida
três dias após -, afirmando que “só aceita adquirir as laranjas se o
preço for pago em 5 prestações mensais iguais e sucessivas”.
Foi celebrado algum contrato. Justifique.

iii) a 1 de outubro de 2022, por carta (recebida 2 dias após), A


responde dizendo que “aceita as condições, exigindo a entrega das
laranjas imediata”. Quid juris?
iv) A propôs, igualmente, por fax, a B tomar de
arrendamento o imóvel deste para venda de fruta (pelo prazo de 2
anos e pela renda mensal de 400 €).
No próprio dia em que recebeu a carta, B remete carta registada
com aviso de receção, afirmando que “tem disponibilidade para
entregar o imóvel 2 dias após”.
a) Todavia, nesse mesmo dia, B acaba por arrendar o
mesmo imóvel a C, pelo prazo de 6 anos e pelo preço de
750 €. Quid juris?
b) E B se tivesse arrendado a C o imóvel 7 dias após. A
resposta seria a mesma?
II

A escreveu uma carta a B, propondo-lhe a compra do seu


automóvel por € 20.000, a pronto pagamento.
A carta, expedida em 10 de março, continha ainda a indicação
expressa de que A esperaria por uma resposta definitiva até ao dia
25 do mesmo mês.
A 23 de março, B respondeu, também por carta, dizendo que
concordava com a venda nos termos propostos por A.
Devido a uma falha no sistema de distribuição de
correspondência, porém, a carta só chegou ao seu destino no dia 27
de março. Todavia, o carimbo do correio com a data de 23 estava
bem legível.
a) Ficou concluído algum contrato entre A e B?
b) A situação jurídica seria a mesma se o carimbo de
expedição da carta de B fosse do dia 26 e a carta tivesse
chegado a 27?
c) E se a carta de A, expedida em 23, tivesse sido entregue no
dia 24 ao jardineiro, que, por coincidência, fazia o seu
serviço nesse dia, mas se esqueceu de fazer chegar a cartas
às mãos de B, só a tendo entregue a este na semana
seguinte. Quid iuris?

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