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PLANEJANDO E IMPLEMENTANDO RITUAIS TERAPÊUTICOS

(Carter e Goldrick – escaneado)

PARA TRANSIÇÕES IDIOSSINCRÁTICAS DE CICLO DE VIDA

Watlawick(1978) referiu-se aos rituais terapêuticos como "as mais compreensivas e as mais elegantes
de todas as intervenções® (página 154). Palazzoli (1974) sugeria que os rituais requerem grande
criatividade por parte do terapeuta. Planejar e implemente os rituais discutidos neste capítulo,
entretanto, constituem uma habilidade que pode se aprendida.

1. Assim como os rituais normativos são processos, e não eventos distintos, também os rituais
terapêuticos são parte de um processo terapêutico mais amplo. Sua eficácia está no planejamento, na
avaliação cuidadosa, especialmente com relação às fases do ciclo de vida e dos eventos idiossincráticos
do ciclo de vida, e no respeito e vínculo entre a família e o terapeuta. Os rituais considerados aqui não
são "jogos" ou "truques", mas surgem de um contexto relacional que aprecia a tendência dos seres
humanos de ritualizar e a necessidade de significado nos relacionamentos humanos.

2. Os terapeutas procuram descobrir os símbolos e atos simbólicos apropriados para o indivíduo, a


família, e o grupo étnico e cultural que representam a possibilidade de desenvolvimento relacional.
Esses símbolos e ações metafóricas devem conectar a família com aquilo que é conhecido, ao mesmo
tempo em que são capazes de conduzir àquilo que e desconhecido. O terapeuta deve permanecer
aberto ao desenvolvimento de múltiplos significados novos revelados pela família em relação aos
símbolos utilizados, e não predeterminar esses resultados.

3. O terapeuta planeja o ritual, utilizando o input familiar para as dimensões de tempo e espaço. Assim,
os rituais podem ocorrer num determinado momento ou ao longo do tempo. O tempo pode ser usado
para estabelecer determinadas distinções ou salientar a simultaneidade. Consegue-se um senso de
conexão com o passado, o presente e o futuro. O ritual pode ocorrer numa sessão de terapia, em casa
ou em algum outro lugar combinado tal como perto de onde haja água, num bosque ou num cemitério.
Se o terapeuta determina que é importante haver uma testemunha, então a sessão de terapia
geralmente é o melhor momento e espaço.

4. O terapeuta fica atento a alterações, de modo a incorporar contradições. A agarrar-se a alguma coisa
pode ser alternado com deixá-la para trás em um simples sinal ou um ritual de término ou separação
pode ser seguido por um ritual de renovação e celebração.

5. O terapeuta toma cuidado para deixar que a família planeje e improvise alguns aspectos do ritual,
de modo a facilitar a imaginação que pode levar à solução de problemas e a um funcionamento
intensificado. Quando apropriado, vale utilizar senso de humor e jocosidade.

6. Os rituais terapêuticos para os eventos idiossincráticos de ciclo de vida valem se muito dos rituais
normativos.

7. O terapeuta permanece aberto à maneira como a família desenvolve o ritual, incluindo a escolha
de não realizá-lo. Os rituais terapêuticos, exatamente como os normativos, não devem ser eventos
vazios, praticados simplesmente porque alguém diz que devemos fazê-lo. Eles são oportunidades para
a confirmação de relacionamentos existentes e para o início de mudanças relacionais. A disposição da
família deve ser cuidadosamente avaliada e respeitada. Nos rituais terapêuticos bem-sucedidos, o
ritual e seu resultado pertencem fundamentalmente à família.

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