Você está na página 1de 1

Instituto Federal de Educação, Ciências e tecnologia Sul-rio-Grandense – IFSul

Câmpus Venâncio Aires - RS


4ª Jornada de Gestão do LabSiga/IFSul

“MEU FILHO É AUTISTA. E DAI?”: desafios e perspectivas da mãe de autista

Leidimar Marciano

RESUMO
O objetivo desse resumo é relatar as experiências inerentes à rotina de mãe de crianças autistas.
Para escrever esse relato realizou-se uma entrevista com uma mãe residente do estado de Rondônia.
A partir desse relato fez-se uma análise temática dos dados. E identificaram-se os seguintes temas:
perfil da entrevistada, descobrindo o diagnóstico, comunicando a descoberta do autismo, o papel da
família, socialização e limites, percebendo e reagindo à maldade das pessoas e percebendo que as
lutas cotidianas seriam importantes impulsionadoras em direção ao novo, à novidade. Como
resultado, a entrevistada relatou que em uma consulta pediátrica foi dado o diagnóstico de que seu
filho seria autista. A partir desse momento, relata a entrevistada, toda sua vida seria mudada em
função deste diagnóstico. Ao mesmo tempo em que havia sentimento de frustração, constata-se
também que caberia à mãe a busca por ajudar seu filho da melhor forma possível. Essa mãe relatou
possuir 3 filhos, dos quais 2 apresentam o espectro autista. A entrevistada destaca o quão desafiador
tem sido educar 2 filhos nesta com tal diagnóstico em um mundo ainda insensível a essa condição.
A consequência são dias cansativos, pois o filho de oito anos tem grau leve, contudo, não se
comunica muito; já a criança de 11 anos apresenta grau moderado. Os dados da entrevista
permitiram verificar que a entrevistada encontrou um apoio em outras mães que se reuniram em
uma associação de apoio às famílias que lidam com o espectro autista. Esta associação promove
rodas de conversa, gerando um momento em que cada participante fala das suas emoções,
frustrações e conquistas. Considerando os desafios presentes na sociedade em termos de
preconceito, essa união contribui para co-criação de redes sociais, mostrando às pessoas as suas
lutas e que o preconceito não compensa através de depoimentos mostrando o que as mães passam.
A entrevistada destaca ainda que apesar de os seus filhos serem diferentes da expectativa da mãe, é
indispensável que os mesmos passem esse processo de inclusão. Conclui-se que, conforme a mãe
relata, a maior dificuldade da entrevistada é na escola. Sobre as dificuldades neste ambiente,
embora exista a inclusão garantida pela lei “Berenice Piana - Lei 12764 de 2012’’ ainda há muito a
ser feito. Apesar de uma lei neste sentido, não está sendo fácil, nem todos conhecem a lei que
ampara seus filhos. A entrevistada relata a necessidade de buscar conhecimento para que seus filhos
possam ter um estudo de qualidade e viverem em uma sociedade onde seus direitos sejam
respeitados e seus deveres como cidadão sejam exercidos. A mãe relata que sua experiência na
escola demonstrou que esses direitos não foram muito respeitados, tornando sua vida como mãe
muito difícil. De acordo com a entrevistada, a mesma entrou em um quadro de depressão. Na
sequência ainda houve a situação de pandemia da COVID-19, o que tornou a situação ainda mais
complexa do ponto de vista da educação. Porém, estar em casa com os filhos os aproximou,
fortalecendo seus vínculos e mostrando a ela que vale a pena ir atrás de seus direitos, como a busca
por cuidadores e mediadores para apoiar a educação de seus filhos no ambiente escolar. Por fim,
conforme relata a entrevistada, a soma de todos esses fatores tem permitido uma maior qualidade de
vida para seus filhos.
Palavras-chave: Autismo. Desafios. Maternidade. Filhos.

Você também pode gostar