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PARTNER RELATIONSHIP
MANAGEMENT
Com a pressa para formar uma parceria, as etapas desse processo podem
ser negligenciadas, o que tem potencial para acarretar sérios prejuízos a todos os
envolvidos. Por essa razão, esse assunto merecerá nossa atenção.
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Antes de concretizar essas parcerias, é preciso levar em consideração
algumas etapas importantes – antes, durante e após se formarem. Com base
nas contribuições de Dias e Matos (2012), podemos definir os seguintes estágios
que as antecedem (Figura 1): a) repensar o negócio; b) estabelecer critérios para
a seleção de parceiros; e c) pensar a estrutura da parceria empresarial.
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• Quais são as lacunas da minha empresa e como as parcerias podem
ajudar?
• Com base na resposta à pergunta acima, qual é o melhor tipo de parceria
para minha empresa?
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de estratégia. Nesse critério, deve-se atentar à mão de obra e à estrutura
da empresa, aspectos necessários à execução da parceria.
A escolha do parceiro não é tarefa fácil e pode exigir muito dos dirigentes
que estão à frente do processo. Mas, de acordo com Dias e Matos (2012), a
seleção tende a ser bem-sucedida quando a empresa estipula critérios com base
em na realidade dela.
Por fim, é preciso conceber a estrutura da parceria empresarial. Nesse
contexto, estende-se por estrutura “o marco no qual se desenvolvem as relações
entre os parceiros” (Dias; Matos, 2012, p. 74). Estamos nos referindo a contrato
entre as partes, cujo objetivo seja regulamentar a relação de modo que fiquem
claros os interesses de todos os envolvidos e as respectivas obrigações (Dias;
Matos, 2012).
No próximo tema, estudaremos alguns elementos que devem ser pensados
com antecedência para serem utilizados nas negociações com os futuros
parceiros e que, consequentemente, poderão se constituir em pontos importantes
do contrato a ser firmado.
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comportamento dos parceiros. Um bom contrato facilitará encontrar
soluções para aquilo que for possível, bem como para o
desenvolvimento de processos para os problemas que surgirem
imprevisíveis. (Dias; Matos, 2012, p. 74, grifo nosso)
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• Restrições sobre os parceiros: quando falamos em restrições, nos
referimos a elementos como: compromisso de não concorrência;
confidencialidade (as partes devem acordar o que é confidencial); e
respeito à propriedade e às licenças de direito de propriedade intelectual
de cada um. Por exemplo, os parceiros podem concordar que, caso algum
deles deixe o empreendimento, não pode abrir um negócio concorrente ou
trabalhar para a concorrência dentro de determinado período de tempo.
• Responsabilidades: é importante prever as responsabilidades e deveres
de cada parceiro, pois dessa forma cada um saberá o que esperar do outro.
Ademais, deve haver consequências predeterminadas para que não
completar suas funções.
• Encerramento: é importante prever as circunstâncias que podem levar a
parceria à conclusão (encerramento).
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• Comunicação: quando as empresas parceiras realmente procuram
oportunidades de se entender mutuamente, é provável que estabeleçam
uma boa comunicação. Elas precisam de comunicação constante,
entendendo as necessidades umas das outras, acompanhando as
transformações ao longo do tempo, recebendo e enviando feedback, e
assim por diante. Cada parceria é singular, portanto, demonstrará que tipo
de trocas de informações é necessário. O importante é que tenhamos em
mente que desculpas como falta de tempo, distância geográfica e outros
artifícios podem comprometer a socialização entre as partes, isto é, sua
proximidade.
• Monitorar as experiências e as capacidades umas das outras: esse
procedimento deve começar antes da conclusão do acordo, conforme
estudamos anteriormente, mas não pode se encerrar quando a parceria é
firmada. É importante compreender o que cada parte faz melhor,
acompanhando sua evolução ao longo do tempo; vale lembrar que muitas
competências podem ser descobertas também no decorrer do trabalho
conjunto. Como cada parceria é singular, as empresas envolvidas estarão
em um terreno desconhecido. Novos desafios e novas oportunidades
podem resultar em novas aprendizagens, e quando isso ocorre, novas
experiências podem se desdobrar em novas capacidades empresariais.
• Investir em pessoal: agrupar empresas diferentes, com culturas
corporativas singulares, pode ser uma tarefa difícil, pois podem ter estilos
de comunicação e expectativas distintas. Para superar esse desafio,
algumas acordam realizar reuniões e encontros eventuais, objetivando o
alinhamento de todas as atividades e acontecimentos que digam respeito
à parceria. Também é possível observar que outras organizações preferem
produzir relatórios gerenciais, iniciativa que pode se somar a essas
reuniões. Independentemente de como as partes irão se organizar para
assegurar uma troca de informações adequada, uma boa alternativa é
delegar uma equipe para gerir e acompanhar a parceria empresarial.
• Construir uma parceria dinâmica: as empresas parceiras “devem
reconhecer que o escopo da relação provavelmente mudará com o tempo”
(Backer; Rinaudo, 2019), portanto devem estar atentas umas às outras,
bem como ao negócio conjunto. Eventualmente, é necessário que revisões
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de processos e até mesmo contratuais sejam discutidas entre as partes, a
fim que a parceria se mantenha viva e em constante evolução.
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condução de empreendimentos conjuntos; ao contrário, existem muitos outros que
podem ser comumente observados.
Nesse contexto, a empresa deve pensar estrategicamente a fim de que
as parcerias não sejam fontes de problemas, mas meios para que se alcancem
os objetivos desejados. Uma boa estratégia é identificar elementos comuns e
importantes comumente presentes na gestão de uma parceria empresarial, os
quais precisam ser pensados com antecedência. De acordo com Dias e Matos
(2012), podemos destacar os seguintes riscos:
• Dominação: é natural que exista um desequilíbrio de poder entre as
empresas; raramente haverá uma parceria em que as partes envolvidas
tenham a mesma receita, capital, know-how, e assim por diante. No
entanto, por se tratar de uma cooperação, o domínio ou autoridade de uma
parceira sobre a outra não é o caminho ideal; o que deve prevalecer é o
contrário. Como o nome sugere, uma parceria é uma relação de
colaboração entre partes distintas que visam alcançar um objetivo comum.
Aqui, tanto os departamentos de marketing quanto os jurídicos
desempenham papéis fundamentais. O marketing, dentre muitas
atividades, poderá buscar uma série de informações da empresa parceira,
a fim de identificar o seu perfil diante desse tipo de estratégia. Por sua vez,
o departamento jurídico poderá elaborar contratos e prestar assessoria
especializada, em especial durante o processo de negociação, a fim de que
esse risco seja evitado ao máximo.
• Saída de pessoal-chave: é comum que haja uma pessoa ou um conjunto
de pessoas-chave em uma parceria empresarial. São experientes, exercem
normalmente uma grande liderança na parceria, bem como conhecem bem
o escopo da colaboração, todos os envolvidos e até a própria empresa em
que trabalha. No entanto, essas pessoas podem deixar a posição que
ocupam, seja por renúncia do cargo, seja por promoção, seja por
movimentação interna. Quando as empresas parceiras não preveem essa
possibilidade e, consequentemente, não fazem nada para evitar seus
desdobramentos, a parceria fica vulnerável. Aqui, o envolvimento da área
de gestão de pessoas é fundamental, uma vez que pode pensar e elaborar
estratégias de sucessão.
• Prever o efeito sobre a competitividade: tomar cuidado para que a
parceria não resulte na criação de um novo concorrente. Muitas vezes, as
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parcerias são formadas em empresas concorrentes, por isso o acordo deve
ser feito de modo cuidadoso a fim de que esse risco seja mitigado. Nesse
contexto, a gestão da empresa pode definir o que deve e o que não deve
ser compartilhado. Além disso, o departamento jurídico poderá ajudar nas
negociações e na documentação necessária para evitar e minimizar esse
risco.
• Antever a resistência à mudança: entender a organização como um todo
e a reação dela diante da parceria estratégica. Toda mudança pode
impactar seus integrantes, bem como processos, rotinas etc. Assim, a
gestão da empresa precisa buscar meios para que a parceria impacte
negativamente o mínimo possível.
• Avaliar sacrifícios e vantagens: entender quais são os sacrifícios e as
vantagens em curto e longo prazos, bem como o modo por meio do qual se
dá a compensação entre eles, ou seja, como os benefícios podem superar
os sacrifícios. Isso porque em toda formação e condução de parceria
empresarial é comum que as partes tenham que abrir mão de um pouco de
sua soberania para que a cooperação funcione. Os gestores da empresa
devem analisar cuidadosamente sua estrutura (repensar o seu negócio) e
ter clareza do acordo que está em formação ou recém-formado. Se ficar
evidenciado que os sacrifícios são maiores do que as vantagens, é hora de
repensar a negociação e provavelmente não formalizar a parceria.
• Estabelecer as informações sigilosas: saber quais informações podem
ser repassadas à empresa parceira e quais devem permanecer sob sigilo,
ainda que a cooperação se paute na confiança.
• Prever o tipo de estrutura que a parceria requer: cada parceria pode
exigir certa estrutura e recursos das empresas envolvidas; é importante que
isso esteja claro para a consolidação dela.
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TEMA 5 – FORMAÇÃO DE PARCERIAS EMPRESARIAIS: APÓS
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• Conflitos legais: quando as parcerias são encerradas prematuramente e
de modo conflituoso, alguns riscos legais podem estar envolvidos.
O fato é que não é preciso esperar que problemas sérios com as parcerias
ocorram para que seja reavaliada a conveniência de mantê-las ou não (Dias;
Matos, 2012). Ainda de acordo com os autores, existem duas condições para que
uma parceria empresarial seja mantida:
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REFERÊNCIAS
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