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Licenciatura em Educação Básica

Perspetivas e Contextos em Educação

REFLEXÃO INDIVIDUAL

Mariana Casquilho (Nº. 2021392)

1º. ano da Licenciatura em Educação Básica, Turma E


Docente: Henrique Santos

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Pessoalmente, considero que a realização do estágio de observação do contexto de


educação não formal foi bastante benéfica no que respeita à minha formação enquanto futura
profissional de educação.
A abordagem simples e eficaz da educação no Minibasquete “Os Belenenses”
proporcionou-me uma forma diferente de refletir acerca do desporto, sobretudo quando
praticado por crianças. Penso que o facto de o atleta ser o centro do contexto da modalidade é
uma ideologia bastante positiva no que concerne à formação dos praticantes. Esta prioriza em
primeiro lugar a vertente humana e social da criança e o seu gosto pela modalidade, de forma
a incentivar, posteriormente, a sua ambição desportiva – podendo, por fim, conquistar as ditas
vitórias. Como referido no documento “Apresentação – Orientações Gerais 21/22”:

“Não obstante a sua ambição desportiva, o Belenenses coloca sempre o atleta de


formação à frente dos títulos, das vitórias e das ambições clubísticas. Na formação, que
pretendemos que seja desportiva e atlética, mas também social, técnica e humana, o
jovem praticante vem sempre em primeiro lugar”

A meu ver, esta oportunidade surgiu em conformidade com aquilo que, desde a
primeira sessão, temos vindo a discutir. Considero que, em diversas ocasiões em contexto
escolar, a criança é colocada em segundo plano, sendo as avaliações o centro da educação.
Como consequência deste método surge a inibição dos alunos evoluírem, tanto a nível social
como ao próprio nível cognitivo. Por se verem constantemente forçados a atingir um
determinado patamar, acabam por deixar de parte aquilo que realmente têm gosto e jeito para
fazer.
Neste sentido, o Minibasquete “Os Belenenses” pretende contrariar de certa forma
esse ciclo – ao nível do desporto -, ao garantir primeiramente que os atletas possuam gosto
pela modalidade e só posteriormente se dediquem à formação e competição desportivas. Para
além disso, uma das principais funções dos treinadores desta modalidade é certificarem-se em
primeiro lugar da vontade da criança e só depois realizar a atividade com a mesma.
Enquanto tirava ilações daquilo que tinha observado e escutado, rapidamente algo me
remeteu para o Método Montessori – que apesar de estudado em aula já era um modelo que
me interessava anteriormente. Percebi então que aquilo que coincidia entre as duas vertentes
era a colocação da criança no centro da aprendizagem. Tal como no minibasquete “Os
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Belenenses”, em Montessori “a criança é protagonista do seu caminho. Decide o que tem


vontade de fazer, o

tempo que quer dedicar a temas que lhe interessam, as vezes que quer repetir uma atividade,
uma experiência. O adulto é um guia atento e observador, que interfere o mínimo possível”
(Oliveira, 2021). Neste caso, os treinadores do minibasquete são os adultos, que apenas guiam
as crianças para o desenvolver das atividades e jogos propostos, nunca sobrepondo a sua
vontade à dos atletas.

Relativamente aos treinos em si do minibasquete, a estratégia utilizada no Belenenses


parecia-me, numa fase inicial, demasiado “desleixada”, no sentido em que não existe qualquer
abordagem estruturada ou rígida. Porém, com o decorrer do diálogo com o diretor do
basquetebol - Rui Vasco Silva – foi-me possível clarificar o porquê de os treinos se
realizarem dessa forma. Como referido no trabalho, os mesmos iniciam-se com brincadeira
livre pelo pavilhão entre todos os escalões pertencentes ao minibasquete – dezenas de
crianças simultaneamente a correr pelo espaço. Percebi então que esse momento de mais
“confusão” é propositado para os atletas poderem habituar-se à bola, conviver e,
consequentemente, aprender de forma lúdica e natural uns com os outros – os mais novos com
os mais velhos e vice-versa. Já no restante treino, o facto de optarem por atividades dinâmicas
em vez de jogos formalizados apresenta igualmente um propósito, o qual se encontra
relacionado com o aspeto referido acima, relativo ao não incentivo à competição nesta fase
inicial da modalidade.
Assim, pude constatar que cada momento incluído nos treinos é organizado com um
intuito, tendo sempre por base o respeito pela vontade da criança e o motivá-la a superar-se a
si mesma. Posto isto, e após refletir acerca desta experiência, posso concluir que pretendo
adicionar essa mesma ideologia à bagagem que vou agora começando a construir e que
pretendo transmitir aos meus futuros alunos.
Posso então afirmar, com toda a certeza, que a execução deste trabalho – tanto na fase
prática como na teórica – teve um impacto bastante positivo no que respeita à minha
preparação para ser uma educadora não só consciente e justa com as suas crianças, mas
também inovadora nas ideias e práticas.

Creio que uma boa sugestão seria a realização de uma experiência semelhante (ou seja,
num contexto de educação não formal) em turma. Desta forma, seria possível, num momento
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posterior, uma partilha/discussão interessante acerca daquilo que cada um tinha observado –
comparando então com os métodos de educação abordados em aula.

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REFERÊNCIAS:

Oliveira, S. R. (2021, 12 de julho). Método Montessori - A criança no centro da


aprendizagem. Educare. https://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=191845&langid=1

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