Você está na página 1de 2

INTRODUÇÃO DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA NO NOVO CÓDIGO

DE PROCESSO CIVIL

Introdução e Objetivo
O Novo Código de Processo Civil, sancionado através da Lei nº 13.105/2015, entrou em
vigor após anos de debates e discussão acerca da promulgação ou não do mesmo. O
referido documento, trouxe consigo inúmeras inovações e foi pautado nos princípios
da efetividade, da celeridade e da simplicidade, tendo como principal desafio, o de
combater a morosidade do Poder Judiciário, por esta razão, as execuções contra a
fazenda pública também sofreram diversas modificações, visando, assim, a satisfação
do crédito de uma forma mais ágil, tendo em vista que a administração pública é
responsável por incontáveis processos.

Resultados

Em primeiro lugar, importante salientar que se entende pela expressão Fazenda


Pública, como a feição patrimonial das pessoas jurídicas de direito público interno, que
compreende a União, os Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias
(inclusive as associações públicas) e demais entidades de caráter público (art. 41, CC).
Sendo assim, recentemente entrou em vigor o Novo Código de Processo Civil, o qual
trouxe duas formas de execução contra a fazenda pública, quais sejam, o
Cumprimento de Sentença que reconheça a obrigação de pagar quantia certa (arts.
534 e 535, CPC) e a Execução por quantia certa contra a Fazenda Pública (arts. 910 ss,
CPC). O primeiro procedimento, traz a possibilidade da obrigação de pagar quantia
certa contra a Fazenda Pública que será usado quando o título executivo for judicial,
isto é, através de um mandamento do judicial.
Por sua vez, o segundo procedimento, que também prevê a Execução por quantia
certa, todavia, será pautada em um título executivo extrajudicial, mas, a principal
mudança que o novo código trouxe foi a possibilidade das sentenças que condenem a
Fazenda Pública a pagar quantia certa, poderão e deverão ser executadas no mesmo
processo se fundadas em título executivo judicial, portanto, não será preciso instaurar
um processo autônomo de execução, deverá apenas, requerer cumprimento de
sentença, com a intimação da devedora para apresentar impugnação, já as ações
fundadas em títulos executivos extrajudiciais, ainda deverão ser executadas em
processo autônomo.
No entanto, ainda é necessário esperar o trânsito em julgado, para a expedição do
precatório, ou da requisição de pequeno valor, conforme o disposto no art. 100 da
Constituição Federal, para satisfazer o crédito que a Fazenda Pública deve.
O novo código, trouxe também a possibilidade das tutelas provisórias de urgência e
emergência contra a fazenda pública, o que não era permitido no código anterior,
todavia, o novo diploma dispõe no artigo 1.059 uma infeliz ressalva de que à tutela
provisória requerida contra a Fazenda Pública aplicar-se-á os obstáculos previstos na
Lei nº 8.437/92, à exemplo, a vedação de concessão de liminar de natureza satisfativa
contra a Fazenda Pública, a possibilidade concessão de efeito suspensivo nos recursos
e a permissão da suspensão do cumprimento da liminar pelo presidente do tribunal
respectivo. 
Verifica-se que o novo código, alterou os procedimentos de execução contra a fazenda
pública, trazendo a possibilidade de não haver mais processos autônomos de execução
contra está. Todavia, muito embora tenha-se buscado um processo mais célere, com o
propósito de satisfazer o crédito de uma forma mais rápida, ainda restou os obstáculos
no deferimento das liminares contra a Fazenda Pública, o que acabou afetando o
intuito “célere” que tanto se buscou nesse diploma processual.

Você também pode gostar