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O Feminicídio é conhecido como o homicídio contra mulher em razão de

sua condição de mulher, se deu através do Projeto de Lei do Senado nº


292/2013, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) relatou que no
Brasil entre os anos de 2000 a 2010, cerca de 43,7 mil mulheres eram mortas
em suas próprias casas, a maioria por seus companheiros ou seus ex-
companheiros, e depois de ter passado por toda uma humilhação, de ter sua
dignidade exposta, de ter sofrido violência física, psicológica, moral e ainda
tem sua vida ceifada pela razão condição do sexo feminino.

Se deve levar em consideração que razões de condição de sexo


feminino quando o crime envolve menosprezo ou discriminação à condição de
mulher, não é necessário que está situação esteja no contexto de violência
doméstica ou familiar, a Lei Maria da Penha diz que o poder público
desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no
âmbito das relações domésticas.

A violência contra mulher já foi tema e uma preocupação da UNO, na


57ª Sessão de Comissão que recomendou “reforçar a legislação nacional, onde
apropriado, para punir assassinatos violentos de mulheres e meninas
relacionados a gênero e integrar mecanismos ou politicas específicos para
prevenir, investigar e erradicar essas deploráveis formas de violência de
gênero”.

O Brasil seguiu as recomendações e visando melhorar a eficiência a


proteção dos direitos fundamentais, incluiu no Código Penal como uma
qualificadora o Feminicídio, através da Lei 13.104/2015 que alterou a legislação
no artigo 121, § 2º, VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
feminino. E nos temos do §2º-A -Considera-se que há razões de condição de
sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II -
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. E nos termos do §7º   A
pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II -
contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou
mental; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III - na presença de
descendente ou de ascendente da vítima. III - na presença física ou virtual de
descendente ou de ascendente da vítima; IV - em descumprimento das
medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Trata-se de uma forma de qualificadora de natureza subjetiva, o sujeito


ativo mata pela motivação do menosprezo ou discriminação à condição de
mulher, o sujeito passivo é a mulher, é possível que o transexual feminino ( fez
mudança de sexo através de cirurgia) possa configurar sujeito passivo do
crime. E para que seja praticado o crime de Feminicídio deve estar presente a
exigência que é por razões da condição de sexo feminino.

O feminicídio é considerado um crime hediondo, por ser uma lei mais


severa e por não ter hipótese de retroagir.
Referências

BRASIL. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância
qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para
incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 mar.
2015. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm>. Acesso em: 05 nov. 2022.
» http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm

SALIM, Alexandre. Direito Penal: parte especial- dos crimes contra a pessoa aos crimes contra
a família. 9ª ed. Editora Juspodivm.

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