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PROTEÇÃO PENAL AO INDIVIDUO

FEMINICÍDIO

Curso:Direito
Professora: Sylvia Soriano
Período:6º
Semeste
Aluno: Paulo Roberto Gomes da Costa Jr.
Matricula: 01770005426

BELÉM/PA
2022
 ABORTO E O DIREITO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o abortamento é a


interrupção da gestação antes do período perinatal, ou seja, é a extração ou
expulsão do embrião ou do feto de até 500 gramas. O aborto é uma
modalidade de crime contra a vida, tutelado e protegido pelo Código Penal
entre os artigos 124 a 128, tratando-se da interrupção da gravidez de forma
intencional, podendo ocorrer também de maneira espontânea, acidental e
permitido.
O aborto natural ocorre quando há uma interrupção espontânea da
gravidez, não é considerado crime no ordenamento jurídico brasileiro; O
acidental pode ocorrer através de várias causas como por exemplo um
acidente, uma queda, e para o nosso ordenamento jurídico não é considerado
crime; O aborto intencional é aquele que é proibido pelo ordenamento jurídico;
E o aborto permitido divide-se: a) terapêutico ou necessário: se dá em
situações em que tem que escolher entre salvar a vida da gestante ou impedir
riscos iminentes à sua saúde em razão de gravidez anormal; b) eugênico: é o
feito para interromper a gravidez em caso de vida extrauterina inviável.

Por se tratar de um crime contra a vida o Código Penal prevê alguns


tipos de aborto que pode gerar uma criminalização ou até mesmo para salvar a
vida da gestante.

Conforme o artigo 124 do Código Penal, aborto provocado pela gestante


ou com seu consentimento:

“Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que


outrem lhe provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.”
(BRASIL, Código Penal 1940)

Este artigo se trata de um crime próprio, a gestante é o sujeito ativo pois


somente ela pode pratica-lo, o sujeito passivo e titular do bem jurídico a vida, é
o ser humano em formação. É um aborto que a gestante por livre escolha,
decide realiza-lo e assim interrompendo a sua gestação com seus próprios
meios.

Já no artigo 125 do Código Penal, aborto provocado por terceiro:

“Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena - reclusão, de três a dez anos.”
(BRASIL, Código Penal 1940)

Se trata de um crime comum, o sujeito ativo é qualquer pessoa (menos a


gestante) este aborto se dá através de um terceiro que provoca o aborto na
gestante sem seu conhecimento, causando um risco tanto ao feto quanto a
mãe. E se a gestante não é maior de 14 anos, ou alienada, ou débil mental, ou
se o consentimento é obtido por grave ameaça ou violência a penalidade fica
maior por se tratar da gravidade.

Já o aborto com o consentimento da gestante previsto no artigo 126 do


código penal, diz:
“Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil
mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave
ameaça ou violência.”
(BRASIL, Código Penal 1940)

Nessa modalidade de aborto a gestante responderá pelo delito do artigo


124, do CP, e já o terceiro responderá pelo artigo 126, do CP. Trata-se de um
crime doloso.

O aborto permitido ou necessário do artigo 128 do Código Penal:

“Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico


Aborto necessário
I – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante;”
(BRASIL, Código Penal 1940)

Nessa hipótese o aborto necessário precisa ser um o perigo de morte


certo para a gestante, e dever ser o único meio de salva-la, é dispensável o
consentimento e autorização judicial, pois o médico é quem vai analisar se tem
a necessidade de aborto e irá realiza-lo. No artigo 146, §3º é dispensável
também o consentimento da gestante.
No mesmo artigo do 128, II fala da hipótese de aborto no caso de
gravidez resultante de estupro.
“II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal.”
(BRASIL, Código Penal 1940)

Uma das condições para este aborto é uma gravidez resultante de


estupro e o estupro de vulnerável está incluso também, precisa de um
consentimento da gestante e se for incapaz de um representante legal.
Apesar da ausência de previsão legal, é permitido o aborto chamado
eugênico que significa aborto em razão de anomalias graves ou fatais,
Conhecido como aborto em caso de Anencefalia que é a ausência total ou
parcial do encéfalo, é um defeito congênito que se desenvolve bem no inicio da
vida intrauterina, é um fechamento do tubo neural impossibilitando a vida. O
STF em plenário julgou uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental) nº54, que decidiu que o aborto de feto anencefálo não é crime.

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