Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
S5 - Farmacologia Dos Canais Iónicos
S5 - Farmacologia Dos Canais Iónicos
O LQTS congénito tem variadas causas, mas importa destacar nesta UC o papel de numerosos
fármacos (antiarrítmicos, antibióticos, anti-histamínicos, antidepressivos tricíclicos e neurolépticos)
na génese de LQTS adquirido.
Embora seja um fenómeno raro, é importante ser estudado por estar associado a fármacos
amplamente utilizados, sendo perigoso e potencialmente fatal.
Alguns fármacos causam inibição dos canais delayed rectifier de K+ (IKr e IKs), prolongando o
potencial de ação, o que pode ter efeitos pró-arrítmicos (por activação precoce de correntes
despolarizantes e eventual fenómeno de reentrada e Torsades de Pointes).
Estes fenómenos arrítmicos são mais comuns nas células M (conjunto de cardiomiócitos
ventriculares) e na rede de His-Purkinje, visto serem mais suscetíveis ao prolongamento do
potencial de ação.
Os fármacos do tipo 1A podem causar TdP não dependente da dose (ex. quinidina,
procainamida, disopiramida, ajmaline), tendo sido reportados casos de TdP para todos os fámacos
do grupo. A incidência de TdP dentro do grupo é muito concordante.
Os fármacos do tipo 3 podem causar TdP dependente da dose (ex. sotalol, dofetilide),
contrariamente ao grupo 1A. Foram reportados casos de TdP para todos os fármacos do grupo. A
incidência de TdP é variável dentro do grupo (ex. amiodarona menor do que sotalol). A amiodarona
(e azimilide) causa TdP maioritariamente em pacientes com fatores de risco.
Fármacos que causam TdP: anti-histamínicos
Alguns anti-histamínicos não sedativos/ de segunda geração podem causar TdP,
especialmente terfenadina e astemizole.
TdP pode ocorrer com doses excessivas ou em doses normais se combinadas com fármacos
que aumentam o intervalo QT ou que inibem o citocromo P450 (imidazole, antifúngicos, macrólidos)
ou em pacientes com comorbilidades (insuficiência hepática ou LQTS congénito, por exemplo).
Dentro dos anti-histamínicos, temos fármacos de alto risco (terfenadina e astemizole), baixo
risco (azelastine e mizolastine) e outros que provavelmente não estão associados a TdP (loratadina,
cetirizina, ebastina e fexofenadina).
Deve ser feita a monitorização dos níveis de potássio aquando do uso concomitante de
diuréticos não poupadores de potássio e ECG antes e depois do início ou aumento de dose.
Canais f
Os canais f possuem como subunidades
estruturais os canais de nucleotídeos cíclicos ativados
por hiperpolarização (isoformas HCN1 a 4). A HCN4
expressa-se maioritariamente no nó sino-auricular e,
numa escala menor, HCN2 no tecido de condução.
Estes canais são ativados pela hiperpolarização (no
limiar de -45mV e completamente a -110 mV) e via
AMPc (modulação autonómica).
O ENaC pode ainda estar envolvido na génese da hipertensão por mecanismos não
relacionados com a aldosterona, nomeadamente como acontece na Síndrome de Liddle. Esta
caracteriza-se por ser uma condição autossómica dominante em que ocorrem mutações nos genes
SCNN1B ou SCNN1G, com alterações nas subunidades β e γ que fazem com que os ENaCs não sejam
internalizados ou degradados. Isto conduz a um aumento do número destes canais epiteliais com
consequente aumento da reabsorção de sódio e génese de uma hipertensão severa resistente às
terapias convencionais
Farmacologia
Como uma das opções terapêuticas indicadas para situações de Hipertensão temos os
diuréticos (segunda classe mais prescrita de anti hipertensores). Por definição, estes são fármacos
que aumentam o fluxo urinário, sendo que, para serem clinicamente úteis, também devem
aumentar a excreção de sódio e de um outro ião (normalmente o cloro). Existem diversas classes
de diuréticos:
• Inibidores da Anídrase Carbónica – acetazolamida, diclorofenamida, metazolamida
• Diuréticos Osmóticos – glicerina, isosorbida, manitol, ureia
• Diuréticos de Ansa – furosemida, bumetadina, ácido etacrínico, torsemida
• Inibidores do Simporter Na+/Cl-
• Tiazídicos – hidroclorotiazida
• Tipo Tiazídicos – clortalidona, indapamida
• Diuréticos Poupadores de Potássio
• Inibidores dos ENaCs – triamtereno, amilorida
• Antagonistas da aldosterona – espironolactona, eplerenona
• Inibidores dos canais catiónicos não-específicos – carperitide, nesiritide, ularitide
Mudanças relativas ao estado baseline no que conta a pressões arteriais sistólica e diastólica, níveis plasmáticos de
atividade de renina e aldosterona, níveis plasmáticos de potássio e creatinina durante o tratamento
Epilepsia
É um grupo de transtornos neurológicos crónicos que afetam 1% da população mundial e são
caracterizados por crises epiléticas de duração e intensidade variável, que vão desde episódios de
curta duração e praticamente impercetíveis até longos períodos de agitação vigorosa. As crises
resultam de um desequilíbrio entre os mecanismos excitatórios e inibitórios, com predomínio dos
excitatórios.
Dor neuropática
É Provocada por disfunção do sistema nervoso central ou periférico. Tem várias causas como
danos na espinal medula, diabetes, infeções (ex.: HIV, Herpes Zooster), esclerose múltipla,
cancro...). Nesta patologia, a via nervosa está danificada e emite sinais anormais ao cérebro, devido
a uma desregulação da atividade das células nervosas, que são interpretados como dor.