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EDEMA

por Giovana Mior e Nikolle Brescansin.


EDEMA, O QUE É?
“É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das
próprias células[…]”
FISIOLOGIA DO EDEMA
ORIGEM DO LÍQUIDO DO EDEMA

Divisão do líquido extracelular

Água corporal
COMPOSIÇÃO
REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE
Feita por 5 fatores fundamentais, são eles:

Pressão hidrostática;
Pressão coloidosmótica das proteínas sanguíneas;
Permeabilidade das paredes capilares;
Circulação linfática;
Concentração de sódio no organismo;
FATORES QUE COLABORAM NA MANUTENÇÃO
DA HOMEOSTASE

CALOR GRAVIDADE INERVAÇÃO

MOVIMENTO ENDÓCRINO
FORÇAS DE STARLING
O surgimento do edema se dá por alterações nas denominadas forças de
Starling, elas determinam a passagem, ou não, de líquido através da
membrana dos capilares sanguíneos humanos.

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Pressão capilar Pressão do líquido Pressão osmótica Pressão osmótica
intersticial do plasma do líquido
intersticial
SEMIOLOGIA DO EDEMA
Localização e distribuição;
Intensidade;
Consistência;
Elasticidade;
Temperatura da pele circunjacente;
Sensibilidade da pele circunjacente;
Outras alterações;
LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

01 LOCALIZADO
Limitado a uma região corporal específica.

02 GENERALIZADO
Abrange mais de uma região corporal.
EDEMA LOCALIZADO

Angioedema
INTENSIDADE

COMO IDENTIFICAR?
Pressionar com o polegar ou indicador a área suspeita e observar se há ou não
formação de uma pequena depressão temporária na pele;
Registrar o peso do paciente diariamente;
Medir o perímetro da região afetada;
SINAL DE GODET
CONSISTÊNCIA
Pode ser categorizado como mole ou duro o nível de resistência
ao comprimir a área inchada.

Pressionável com facilidade;


EDEMA MOLE: Tecido cutâneo com acúmulo de líquido;

Maior resistência para obter a formação da fóvea;


EDEMA DURO: Proliferação fibroblástica;
Elefantíase: hiperplasia cutânea regional;
ELASTICIDADE

A pele retorna imediatamente à situação normal;


EDEMA ELÁSTICO Edemas inflamatórios;

Depressão da pele comprimida demora mais tempo para voltar à


EDEMA INELÁSTICO posição primitiva;
TEMPERATURA DA PELE CIRCUNJACENTE
EXAME
Usa-se o dorso dos dedos ou as costas das mãos, comparando com a
pele da vizinhança e da região homóloga.

PELE DE TEMPERATURA NORMAL:


Sem significado clínico.

PELE QUENTE:
Significa edema inflamatório.

PELE FRIA:
Significa comprometimento da irrigação sanguínea daquela área.
SENSIBILIDADE DA PELE CIRCUNJACENTE
EXAME
Digitopressão da área que está sendo investigada.

EDEMA DOLOROSO:
Pressão exercida desperta dor.
Edema inflamatório.

EDEMA INDOLOR:
Pressão exercida não desperta dor.
POSSÍVEIS ALTERAÇÕES DA PELE ADJACENTE

ALTERAÇÃO DA COLORAÇÃO:
Palidez: edemas com distúrbio de irrigação sanguínea;
Cianose: perturbação venosa localizada (pode ser mista ou
central);
Vermelhidão: processo inflamatório;

TEXTURA E ESPESSURA:
Pele lisa e brilhante: edema recente e intenso;
Pele espessa: edema de longa duração;
Pele enrugada: quando o edema está sendo eliminado;
EDEMA LOCALIZADO
PRINCIPAIS CAUSAS:
● Varizes;
● Flebites e trombose venosa;
● Processos inflamatórios;
● Afecções dos linfáticos;
● Postura;
TIPOS DE EDEMA LOCALIZADO
● EDEMA VARICOSO: Localizado nos membros inferiores, intensidade leve, consistência mole e
inelástico. A pele pode apresentar tonalidade mais escura, tornando-se mais espessa.

● EDEMA DA TROMBOSE VENOSA: Mole, pode ser intenso e a pele costuma ficar pálida. Relacionado
com o aumento da pressão hidrostática.

● EDEMA POSTURAL: Membros inferiores, leve intensidade, indolor e desaparece rapidamente. O


mecanismo básico na formação desses edemas encontra-se no aumento da pressão hidrostática.

● EDEMA DA FLEBITE: Decorre do aumento da permeabilidade capilar. Intensidade leve a média,


elástico, doloroso, com pele lisa, brilhante, vermelha e temperatura aumentada.
EDEMA GENERALIZADO

PRINCIPAIS CAUSAS:
● Alteração renal;
● Alteração cardíaca;
● Alteração hepática;
● Alteração nutricional;
CAUSAS EDEMA GENERALIZADO
Síndrome Nefrítica, Síndrome Nefrótica e Pielonefrite
Inchaço principalmente no rosto, mais notável de manhã.
Síndrome nefrótica: edema intenso, pode estar acompanhado de derrames
cavitários, hiperaldosteronismo secundário e hipoproteinemia.
Síndrome Nefrítica e Pielonefrite, edema discreto e moderado.
Edema mole, indolor e inelástico.

Insuficiência Cardíaca Congestiva


Inchaço nas pernas, mais evidente à tarde e após períodos prolongados em pé.
Apresenta-se de forma variável, com textura macia, indolor, inelástico, e a pele
parece lisa e brilhante.
Causado pelo aumento da pressão do fluido nos vasos sanguíneos.
Cirrose Hepática
Inchaço leve, macio, inelástico e indolor.
Principalmente nos membros inferiores, frequentemente acompanhado de acúmulo
de líquido na cavidade abdominal (ascite).
A baixa concentração de proteínas no sangue (hipoproteinemia) e o aumento da
produção de aldosterona secundária contribuem para o seu desenvolvimento.

Desnutrição Proteica
Edema carencial ou discrásico, predomina nos membros inferiores, é mole,
indolor, inelástico e de baixa intensidade.
Considera-se como fator essencial na sua produção a diminuição da pressão
oncótica das proteínas plasmáticas.
Edema pré-menstrual

Surge na semana que antecede a menstruação.


Acompanha alterações que advêm no climatério.

Gravidez
Edema discreto, sobretudo nos membros inferiores.
Toxemia gravídica: edema intenso, devido a alterações renais (nefropatia gravídica).
Medicamentos
Edema provocado por medicamentos corticoides, anti-inflamatórios e antagonistas ao cálcio.

Edema alérgico
Acompanha fenômenos angioneuróticos e o principal fator na sua produção é o aumento da
permeabilidade capilar.
Geralmente restrito a áreas da face. Instala-se de maneira súbita e rápida, tornando a pele
lisa e brilhante, com temperatura elevada e vermelhidão. É mole e elástico.
LINFEDEMA MIXEDEMA
Edema verificado na hipofunção tireoidiana. Há
Originado nas afecções dos vasos linfáticos. Decorrente
deposição de substâncias mucopolissacáride
da obstrução dos canais linfáticos. Edema localizado,
(glicoproteínas) no espaço intersticial e certa retenção de
duro, inelástico, indolor e a pele torna-se áspera e grossa.
água. Pouco depressível, não muito intenso e inelástico.
REFERÊNCIAS
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8a ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. SWARTZ, M.H.

Manual de semiologia médica: a prática do exame físico/ Gilberto Yoshikawa, Roberto Chaves
Castro, Orgs. - Belém: EDUEPA, 2015.

TORTORA, Gerard J..Principios de anatomia e fisiologia . 14 ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2019, 1201 p.

GUYTON, Arthur C.; HALL, Michael E.; HALL, John E..Tratado de fisiologia médica. 14. ed RIO DE
JANEIRO: Grupo GEN, 2021, 1121 p.
OBRIGADA
giovana.mior@sou.ucpel.edu.br
nikolle.silva@sou.ucpel.edu.br . .

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