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Marcel Mauss, durante o seu estudo, Ensaio sobre a Dádiva, considerado um texto
pioneiro para a compreensão do simbólico, procura perceber o domínio do simbólico por de
trás da dádiva (o ato de dar). De modo a obter conhecimento pretendido, Mauss decide
estudar duas civilizações/povos: os Kwakiutl e os Maoris. Mauss decide recorrer a métodos
qualitativos, no uso de material bibliográfico e comparativo; a informação fora recolhida
posteriormente por terceiros. (Apresentação do estudo de Mauss)
Hipótese inicial: a dádiva tem uma lógica social e simbólica que lhe
subjacente.
Émile Durkheim, discípulo de Auguste Conte, procurou entender ao longo da sua obra
as causas sociais do suicídio. O autor não entendia o porquê de existirem diferentes taxas de
suicídio em diferentes tipos de sociedades/países. Durkheim não procura estudar o suicídio a
partir de fatores da mente ou referentes à medicina legal. Procura apenas entender a sua
componente social. (Apresentação de Durkheim)
Desse modo, e para estudo, decide recolher vários conjuntos de registos de óbitos que
tinham sido anteriormente recolhidos por terceiros, de três países diferentes: da França,
Inglaterra e Dinamarca. Dentro desses registos estariam informações, como, nacionalidade,
religião, género, idade, estado civil, família, assim como a própria profissão que exercia antes
do cometer do ato. Interessava-lhe acima de tudo, dentro destes pontos referidos, a religião do
país onde recolhera tais registos de óbitos. A religião principal do país em estudo e em
comparação seria um fator dominante para a compreensão social do seu estudo. (Método de
estudo. Bibliográfico)
Ora então, Durkheim nota que em países em que a religião de estado era
proeminentemente católica, como era, por exemplo, a França, era notório um número muito
elevado de suicídios por ano. A taxa de suicídio era então elevada dentro de tais sociedades.
Por outro lado, o autor nota que em sociedades cuja a religião de estado era
proeminentemente protestante, como era, por exemplo, a Inglaterra, o número de suicídios
era bem menor, comparando com os números da França no mesmo ano. E, no fim da tabela,
tínhamos as sociedades que cuja a religião de estado era proeminentemente luterana, como
era, por exemplo, a Dinamarca, em que o número de óbitos por suicídio por ano não se
comparava nem um pouco aos exemplos anteriores. (Dados da sua pesquisa)
Dos pensamentos de Durkheim surgem ideias base para a compreensão do seu estudo:
Durkheim começa a ter em mente que o suicídio dava-se por culpa da própria sociedade ou
ambiente em que o indivíduo estava presente. A sociedade era o fator predominante da causa
do suicídio. Formula, então, que quanto maior for a taxa de suicídio numa determinada
sociedade, maior são as certezas de que algo dentro da sociedade não está certo ou funcionar
como devia funcionar. O suicídio é, então, um indicador do estado de uma sociedade. (Causa
social do suicídio)
No caso da França nos anos de 1858, o número de óbitos por suicídio foi muito
elevado comparado com os restantes países em estudo. Se seguirmos o pensamento de
Durkheim comentado anteriormente, podemos afirmar que a França como sociedade não
estava a funcionar corretamente. Algo dentro da própria sociedade estaria errado ou
construído de tal modo errado que levaria a uma elevação na taxa de suicídio do país. Como
dito anteriormente, o suicídio é um indicador do estado de uma sociedade. (Exemplo)
A segunda ideia base para a compreensão do estudo de Durkheim é a formulação de
quatro tipos de suicidas. Primeiramente, o autor estabelece o conceito de anomia social. Ou
seja, por outras palavras, a falta de normas/regras. Afirma também que todo o ser humano,
ser consciente e racional, depende de normas sociais para viver. Caso seja submetido a
ambientes anómicos (sem regras), o ser humano não terá por onde se guiar. Por outro lado,
quando submetido a ambientes em que as regras são inúmeras e de grande peso social, o ser
humano vê-se tentado a libertar-se das mesmas. (Quatro tipos de suicidas. Anomia social)