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Nutrição e Dietética I
Micronutrientes
ii
Ácido Pantotênico
O ácido pantotênico é a designação comum para o composto dihidroxi-β,β-dimetilbutil-β-alanina
(vitamina B5).
Transporte plasmático
Plasma contém somente essa vitamina forma ácida. Eritrócitos carreiam de 20–55% de toda vita-
mina no sangue [4].
Funções corporais
Todos os animais requerem ácido pantotênico para sintetizar a CoA - essencial para o metabolismo
dos ácidos graxos e importante também para sintetizar e metabolizar proteínas, carboidratos e gor-
duras [4].
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Exames/testes para avaliação do estado corporal do nutriente
O ácido pantotênico não é medido rotineiramente em pessoas saudáveis. Ensaios de crescimento
microbiológico, bioensaios com animais e radioimunoensaios podem ser usados para medir as con-
centrações do ácido pantotênico no sangue, urina e tecido, mas as concentrações urinárias são os
indicadores mais confiáveis devido à sua estreita relação com a ingestão alimentar. Como as concen-
trações urinárias, as concentrações de ácido pantotênico no sangue total se correlacionam com a
ingestão de ácido pantotênico, mas medir o ácido pantotênico no sangue requer um pré-tratamento
enzimático para liberar o ácido pantotênico do CoA. As concentrações sanguíneas normais de ácido
pantotênico variam de 1,6 a 2,7 mol/L, e as concentrações sanguíneas abaixo de 1 mol/L são con-
sideradas baixas e sugerem deficiência. Ao contrário das concentrações de sangue, os níveis plasmá-
ticos de ácido pantotênico não se correlacionam bem com as mudanças na ingestão [5].
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Biotina
Biotina, também chamado de vitamina B7, é uma das vitaminas do complexo B. Ela está envolvida
em uma ampla gama de processos metabólicos, principalmente relacionados à utilização de gordu-
ras, carboidratos e aminoácidos. O nome biotina deriva da palavra grega “bios” (viver) e do sufixo
“-in” [6].
Transporte plasmático
A biotina está presente em pequenas quantidades no plasma. Menos da metade é biotina livre, sendo
o restante composto de bisnorbiotina, sulfóxido de biotina e outros metabólitos não identificados.
Cerca de 7% estão fracamente ligados não especificamente à albumina e β-globulinas e outras pro-
teínas. Estima-se que 12% estejam ligados covalentemente a proteínas, predominantemente biotini-
dase, que possui sítio de ligação de biotina de alta e baixa afinidade e acredita-se que funcione como
um transportador de biotina [2].
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Funções corporais
A biotina funciona como um cofator ligado covalentemente necessário para a atividade biológica das
cinco conhecidas carboxilases dependentes de biotina em mamíferos. Esse cofator não proteico é
conhecido como "grupo protético". A ligação covalente da biotina à apocarboxilase (ou seja, carbo-
xilase inativa cataliticamente) é catalisada pela enzima, holocarboxilase sintetase (HCS). O termo
"biotinilação" refere-se à adição covalente de biotina a quaisquer moléculas, incluindo apocarboxi-
lases e histonas. HCS catalisa a biotinilação pós-tradução do grupo épsilon amino de um resíduo de
lisina no sítio ativo de cada apocarboxilase, convertendo a apocarboxilase inativa em uma holocar-
boxilase totalmente ativa. Resíduos de lisina particulares dentro da cauda N-terminal de histonas
específicas, que ajudam a empacotar o DNA em núcleos eucarióticos, também podem ser biotinila-
dos [7].
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Deficiência e excesso (sinais e sintomas / doenças)
Os sinais de deficiência de biotina incluem dermatite esfoliativa ao redor de olhos, nariz e boca. O
quadro é caracterizado pela ausência de glândulas sebáceas, semelhante ao encontrado na deficiên-
cia de ácidos graxos essenciais. A deficiência causa alopecia por atrofia dos folículos pilosos, conjun-
tivite e ataxia [6].
Cobre
O cobre é um cofator essencial para as reações de oxidação - redução envolvendo oxidases contendo
cobre. As enzimas relacionadas ao cobre regulam várias vias fisiológicas, como produção de energia,
metabolismo do ferro, maturação do tecido conjuntivo e neurotransmissão [8].
Transporte plasmático
Após a absorção, o cobre é transportado ligado principalmente à albumina e à transcupreína, sendo
captado em sua maior parte pelo fígado e pelos rins. No fígado com certeza e nos rins muito prova-
velmente, é sintetizada a apoceruloplasmina, à qual o cobre é incorporado. O cobre ligado à cerulo-
plasmina é liberado na circulação e entregue às células da mesma forma que aquele ligado à albu-
mina, transcupreína e aos aminoácidos [8].
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Funções corporais
O cobre é integrante de uma série de importantes enzimas, as cuproenzimas, tanto como cofator
quanto como componente alostérico, algumas das quais são fundamentais à vida e à sobrevivência
das células. Assim, o cobre está envolvido nas seguintes funções [8]:
• Respiração celular
• Defesa contra radicais livres
• metabolismo do ferro
• Síntese de tecido conectivo
• Síntese de melanina
• Neurotransmissão normal
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Em indivíduos com síndrome de má absorção (doença celíaca, fibrose cística, síndrome do intestino
curto), episódios de diarreia recorrente ou prolongada, perda anormal de bile, fístula intestinal, pelo
aumento da perda de cobre gastrintestinal [8].
Esse mesmo quadro pode ser observado em pacientes recebendo nutrição parenteral prolongada,
sem a devida suplementação de cobre. Mais recentemente, a literatura registra a necessidade de su-
plementação de cobre após cirurgia bariátrica em virtude da associação entre os procedimentos
dessa cirurgia e a subsequente deficiência de cobre [8].
Cromo
O cromo (Cr) é um oligoelemento muito comum. A forma predominante de cromo no corpo é o
cromo trivalente (Cr+3), que pode desempenhar um papel na função normal da insulina [10].
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tável do cromo no ambiente é o cromo hexavalente (Cr +6). O cromo hexavalente é altamente tóxico e
classificado como cancerígeno humano quando inalado [10].
Transporte plasmático
Após a absorção, o cromo trivalente entra na circulação por meio da transferrina e de seu receptor,
sendo, então, transferido para a cromodulina, que é um peptídeo que contém glicina, L‑cisteína,
L‑glutamato e L‑aspartato, e quatro íons de cromo trivalente. Caso haja ingestão de cromo na forma
hexavalente, este é rapidamente convertido à forma trivalente após a absorção. O cromo pode ser
transportado pela transferrina e pela albumina, por globulinas e, possivelmente, por lipoproteínas.
Aparentemente, o transporte desse mineral pode ser potencializado pela insulina por meio da trans-
ferrina [12].
Funções corporais
Foi proposto que o cromo trivalente seja o cofator de uma molécula biologicamente ativa que pode
potencializar os efeitos da insulina nos tecidos-alvo [10].
O cromo trivalente parece ter participação na inibição do estresse oxidativo e na produção de citoci-
nas inflamatórias e a falta desse micromineral na alimentação pode causar sérias complicações para
a saúde, como diabetes e problemas cardiovasculares [12].
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terior de cromo. Entretanto, não existem métodos validados para determinar o status do cromo e
nenhum estado de deficiência de cromo clinicamente definido [11].
Fósforo
O fósforo, um mineral essencial, está naturalmente presente em muitos alimentos. Fósforo é um
componente de ossos, dentes, DNA e RNA. O fósforo também é um componente da estrutura da
membrana celular e da molécula ATP – molécula utilizada pelo corpo para intercambiar energia.
Muitas proteínas e açúcares no corpo são fosforilados. Além disso, o fósforo desempenha papel-
chave na regulação da transcrição genética, ativação de enzimas, manutenção de pH normal em flu-
ido extracelular e armazenamento de energia intracelular. Em humanos, o fósforo representa cerca
de 1 a 1,4% da massa sem gordura. Desse total, 85% estão em ossos e dentes, e os outros 15% estão
distribuídos por todo o sangue e outros tecidos [14].
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Forma encontrada nos alimentos
O fósforo é um mineral contido em todas as células do corpo humano. A maior parte do fósforo está
nos ossos e dentes, a outra parte, nos genes. O corpo humano precisa de fósforo para produzir ener-
gia e realizar muitos processos químicos importantes [14].
Transporte plasmático
No sangue, a concentração total de fósforo é de cerca de 40 mg/dL, sendo constituinte dos fosfolipí-
dios de células vermelhas e/ou de lipoproteínas plasmáticas. Já o fósforo inorgânico está presente
no sangue e nos fluidos extracelulares na concentração de 3,1 mg/dL [13]
Funções corporais
O fósforo é o principal componente estrutural do osso na forma de um sal de fosfato de cálcio deno-
minado hidroxiapatita. Fosfolipídios são os principais componentes estruturais das membranas ce-
lulares. Toda a produção e armazenamento de energia são dependentes de compostos fosforilados,
como trifosfato de adenosina (ATP) e fosfato de creatina. Os ácidos nucléicos (DNA e RNA), que são
responsáveis pelo armazenamento e transmissão da informação genética, são longas cadeias de mo-
léculas contendo fosfato. Uma série de enzimas, hormônios e as moléculas de sinalização celular
dependem da fosforilação para sua ativação. O fósforo também ajuda a manter o equilíbrio ácido-
base normal (pH), agindo como um dos mais importantes reservatórios do corpo. Além disso, a mo-
lécula contendo fósforo 2,3-difosfoglicerato (2,3-DPG) se liga à hemoglobina nos glóbulos vermelhos
e regula o fornecimento de oxigênio aos tecidos do corpo [14].
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absorção renal de cerca de 80%. Esse íon é absorvido nos túbulos proximais por co-transportadores
de sódio/fósforo inorgânicos, e esse processo é fortemente inibido pela presença do paratormônio
(PTH) [12]
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perigosos se forem tomadas mais do que as doses recomendadas, especialmente em pessoas com
doença renal, doença cardíaca ou desidratação [12].
Suplementos de potássio ou poupadores de potássio diuréticos considerados em conjunto com su-
plementos de fósforo podem resultar em níveis sanguíneos elevados de potássio (hipercalemia). A
hipercalemia pode ser um problema sério, resultando em anormalidades do ritmo cardíaco com risco
de vida (arritmias). O fósforo pode interagir com certos medicamentos, e alguns medicamentos po-
dem ter um efeito adverso nos níveis de fosfato [12].
Magnésio
O nome magnésio vem de Magnésia, distrito da Tessalia, nordeste da Grécia, região rica em pedras
de cor prata, compostas por carbonatos, óxidos de magnésio, de manganês e de ferro, como magne-
tita. Essas pedras eram vistas pelos alquimistas como componentes da pedra filosofal. A partir do
século XVII, passaram a ser reconhecidas as virtudes curativas dos sais de magnésio, por suas pro-
priedades laxantes e antiácidas [12].
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TRPM6, enquanto alguns hormônios regulam a expressão do TRPM7. O TRPM6 e expresso prefe-
rencialmente no intestino delgado, colón e rins; já o TRPM7 tem sua expressão mais distribuída pelo
corpo [12].
Transporte plasmático
O magnésio é necessário para o transporte ativo de íons como potássio e cálcio através das membra-
nas celulares. Por meio de seu papel nos sistemas de transporte de íons, o magnésio afeta a condução
dos impulsos nervosos, a contração muscular e o ritmo cardíaco normal [16].
A sinalização celular requer MgATP para a fosforilação de proteínas e a formação da molécula de
sinalização celular, monofosfato de adenosina cíclico (cAMP). O cAMP está envolvido em muitos
processos, incluindo a secreção do hormônio da paratireoide (PTH) pelas glândulas paratireoides.
As concentrações de cálcio e magnésio no fluido ao redor das células afetam a migração de vários
tipos de células diferentes. Tais efeitos na migração celular podem ser importantes na cicatrização
de feridas [16].
Funções corporais
O magnésio é um cofator em mais de 300 sistemas enzimáticos que regulam diversas reações bio-
químicas no corpo, incluindo síntese de proteínas, função muscular e nervosa, controle da glicose no
sangue e regulação da pressão arterial. O magnésio é necessário para a produção de energia, fosfori-
lação oxidativa e glicólise. Ele contribui para o desenvolvimento estrutural dos ossos além de ser
necessário para a síntese de DNA, RNA e do antioxidante glutationa. O magnésio também desempe-
nha um papel no transporte ativo de íons cálcio e potássio através das membranas celulares (como
foi dito antes), um processo que é importante para a condução do impulso nervoso, contração mus-
cular e ritmo cardíaco normal [15].
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Exames/testes para avaliação do estado corporal do nutriente
Atualmente, não há um indicador confiável do status do magnésio. Na prática, o status do magnésio
é geralmente determinado por meio de avaliações da ingestão dietética de magnésio, concentração
sérica de magnésio ou concentração urinária de magnésio. No entanto, cada um desses indicadores
tem limitações. Em relação à ingestão alimentar de magnésio, cerca de 30 a 40% do magnésio inge-
rido é absorvido, mas a absorção varia com a quantidade de magnésio ingerida e com a composição
da matriz alimentar. Finalmente, um estado de deficiência de magnésio não foi associado a uma
concentração nítida de corte de magnésio na urina. A concentração de magnésio urinário flutua ra-
pidamente com a ingestão dietética, mas as medições de magnésio urinário de 24 horas podem ser
usadas em adição a outros indicadores para avaliar o status da população. Atualmente, uma combi-
nação de todos os três marcadores - dietético, sérico e magnésio urinário - pode ser usada para obter
uma avaliação válida do status do magnésio [16]
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Niacina
A niacina, também conhecida como ácido nicotínico, é um nutriente humano essencial. A designação
vitamina B3 também inclui a amida correspondente, a nicotinamida, ou niacinamida [17].
Niacina é absorvida no estômago e intestino delgado. Estudos mostraram que Nam pode ser absor-
vido em baixas concentrações via transporte dependente de Na+, difusão facilitada mediada por por-
tadores ou pelo transportador de íons orgânicos. Em altas doses, podem ser absorvidos por difusão
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passiva. Assim essa vitamina pode ser absorvida quase completamente. A presença ou ausência de
alimentos no intestino parece não ter efeito na absorção de niacina. Como a NR não é encontrada no
plasma, parece não ser absorvida em si, mas primeiro convertido em Nam [2].
Transporte plasmático
Niacina é transportada na circulação do portal como Nam livre (NA) e Nam em formas não ligadas.
Como o NA é convertido em NAD(H) e, posteriormente, para Nam no intestino e fígado, os níveis
circulantes de NAm tendem a exceder os de NA [2].
Funções corporais
NAD é o único substrato para enzimas PARP e sirtuínas envolvidas nas atividades de reparo do DNA;
assim, o NAD é crítico para a estabilidade do genoma. Vários estudos sugerem um possível papel da
niacina na prevenção do câncer [17].
Mais de 400 enzimas requerem as coenzimas da niacina, NAD e NADP, principalmente para aceitar
ou doar elétrons para reações redox. Um dos exemplos de participação de NAD está na participação
em enzimas que catalisam a formação de reguladores chave da sinalização de cálcio [17].
16
cotinamida urinária é como mg/g de creatinina em uma coleta de urina de 24 horas. Os valores de-
finidos são: menores que 0,5: deficiente; 0,5-1,59: baixa; 1,6- 4,29: aceitável e acima de 4,3, alta [19].
17
rotatividade proteica pode antecipar a síntese de niacina sob condições de limitar o triptofano. Em
tais circunstâncias, espera-se que a quantidade de triptofano disponível para síntese de niacina seja
baixa. A conversão do triptofano à niacina também é reduzida por dietas com alto teor de gordura
ou dietas que contenham excesso de leucina [2].
Piridoxina
A piridoxina (Pn) está presente em um grupo com atividade da vitamina B6. Além dela, estão pre-
sentes também: piridoxal (Pal) que é um álcool e piridoxamina (Pm), que é um alderído e contém
um grupo amino; e seus respectivos ésteres de 5'-fosfato. Fosfato de piridoxal 5 '(PLP) e fosfato de
piridoxamina 5' (PMP) são as formas coenzimáticas ativas da vitamina B6 [20].
A piridoxina é solúvel em água e está naturalmente presente em muitos alimentos, adicionada a ou-
tros e disponível como suplemento dietético [20].
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As formas Pn, Pal, Pm, bem como alguns glicosídeos, podem ser absorvidos por difusão passiva em
todo o intestino. Para Pn e Pal, o processo é impulsionado pela captura intracelular da vitamina atra-
vés da formação de 5'-fosfatos através dessa ação de um Pal-kinase dependente de ATP. Glicosídeos
Pn intactos tomados por difusão são posteriormente convertidos em Pn por β-glucosidase citosoides
e depois oxidados para PLP [2].
Transporte plasmático
A vitamina B6 é principalmente transportada no plasma. A maioria (acima de 90%) da vitamina
circulante é PLP derivada da rotatividade hepática. No Plasma, PLP é, tipicamente, uma pequena
porção do total de vitamina no corpo. A vitamina circulante está firmemente ligada à albumina e
outras proteínas plasmáticas através de ligações básicas de Schiff. A vitamina está presente em eri-
trócitos em mais de seis vezes os níveis no plasma. Em eritrócitos, forma uma base de Schiff com
hemoglobina, ligando-se ao grupo de amino do resíduo de valina terminal N da cadeia α de hemo-
globina. Esta ligação, duas vezes mais forte que a da albumina, aumenta a absorção da vitamina por
eritrócitos [2].
Funções corporais
PLP desempenha um papel vital na função de mais de 100 enzimas que catalisam reações químicas
essenciais no corpo humano. As muitas reações bioquímicas catalisadas por enzimas dependentes
de PLP estão envolvidas em processos biológicos essenciais, como a biossíntese de hemoglobina e
aminoácidos, bem como o metabolismo de ácidos graxos. É importante notar que o PLP também
funciona como uma coenzima para glicogênio fosforilase, uma enzima que catalisa a liberação de
glicose do glicogênio armazenado. Muito do PLP no corpo humano é encontrado no músculo ligado
a glicogênio fosforilase. PLP também é uma coenzima para reações que geram glicose a partir de
aminoácidos, processo conhecido como gliconeogênese [21].
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Pal permeia as membranas celulares mais facilmente do que PLP. Sua absorção preferencial por te-
cidos sugere papéis de fosfatases na retenção celular da vitamina. Após ser levada para a célula, a
vitamina é fosforilada pela Pal-quinase para produzir a forma de tecido predominante, PLP. Peque-
nas quantidades de vitamina B6 são armazenadas, principalmente como PLP, mas também como
fosfato Pm [2].
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Riboflavina
A riboflavina (lactoflavina ou vitamina B2; designada no passado também por vitamina G; nome
sistemático 7,8 - dimetil-10-(D-1'-ribitil)-isoaloxazina) é uma vitamina encontrada nos alimentos e
vendida como suplemento dietético. É essencial para a formação de duas coenzimas principais: mo-
nonucleotídeo de flavina (FMN) e dinucleotídeo de flavina (FAD) adenina. Essas coenzimas estão
envolvidas no metabolismo energético, na respiração celular e na produção de anticorpos, bem como
no crescimento e desenvolvimento normais. As coenzimas também são necessárias para o metabo-
lismo da niacina, vitamina B6 e folato. Riboflavina é prescrita para tratar o afinamento da córnea, e
tomado por via oral, pode reduzir a incidência de enxaquecas em adultos [22].
21
As bactérias do intestino grosso produzem riboflavina livre que pode ser absorvida pelo intestino
grosso em quantidades que dependem da dieta [22].
Transporte plasmático
Há duas formas de transporte no plasma para riboflavina: sem carreador específico e proteínas es-
pecíficas ligadas a riboflavina (RfBPs) [2].
Riboflavina é transportada no plasma como riboflavina livre e FMN, ambas estão principalmente
ligadas às proteínas do plasma. Isso inclui albumina e várias imunoglobulinas (IgA, IgG e IgM). Essas
ligações representam cerca da metade da riboflavina livre e 80% do FMN no plasma [2].
Funções corporais
A vitamina B2 participa das reações redox em várias vias metabólicas. Ela é essencial para o meta-
bolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. O FAD faz parte da cadeia de transporte de elétrons
(respiratória), que é fundamental para a produção de energia. Em conjunto com o citocromo P-450,
a vitamina B2 também participa do metabolismo de drogas e toxinas [23].
A glutationa redutase é uma enzima dependente de FAD que participa do ciclo redox da glutationa.
O ciclo redox da glutationa desempenha um papel importante na proteção de organismos de espécies
reativas de oxigênio, como os hidroperóxidos. A glutationa redutase (GR) requer FAD para regenerar
duas moléculas de glutationa reduzida a partir da glutationa oxidada. A deficiência de riboflavina
tem sido associada ao aumento do estresse oxidativo [23].
A xantina oxidase, outra enzima dependente de FAD, catalisa a oxidação da hipoxantina e da xantina
em ácido úrico. O ácido úrico é um dos antioxidantes solúveis em água mais eficazes no sangue. A
deficiência de riboflavina pode resultar na diminuição da atividade da xantina oxidase, reduzindo os
níveis de ácido úrico no sangue [23].
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Exames/testes para avaliação do estado corporal do nutriente
A medição da atividade de GR nas hemácias é comumente usada para avaliar o estado nutricional da
riboflavina. O ensaio do coeficiente de ativação da glutationa redutase (EGRac) avalia o status da
riboflavina medindo a atividade do GR antes e após a reativação in vitro com seu grupo protético
FAD; EGRac é calculado como a proporção da atividade da enzima estimulada por FAD para a não
estimulada e indica o grau de saturação do tecido com riboflavina. EGRac é, portanto, uma medida
funcional do status da riboflavina e tem se mostrado eficaz em refletir o status do biomarcador de
deficiência grave ao status normal [23].
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Selênio
Embora seja tóxico em grandes doses, o selênio é um micronutriente essencial para os animais. Em
humanos, o selênio é um nutriente de oligoelemento que funciona como cofator para a redução de
enzimas antioxidantes, como a glutationa peroxidases e certas formas de tiorredoxina redutase en-
contradas em animais e algumas plantas [24].
Selênio exerce várias funções biológicas principalmente como parte do aminoácido selenocisteína,
que é encontrado em pelo menos 25 proteínas contendo selenocisteína (selenoproteínas) [24].
24
Fatores que alteram a absorção intestinal (aumentam e diminuem)
O corpo humano absorve mais de 90% da selenometionina, mas apenas cerca de 50% do selênio do
selenito [25].
O selenito de hidrogênio (H2Se) é considerado o ponto central na interconversão metabólica das for-
mas orgânica e inorgânica do selênio e consequentemente na sua absorção. O H2Se proveniente da
conversão das diferentes formas de selênio será convertido em selenofosfato, em uma reação catali-
sada pela selonofosfato sintetase. Por fim, será incorporado às selenoproteínas na forma de seleno-
cisteína [12].
A biodisponibilidade do selênio, com base na excreção urinária, foi maior para a selenometionina e
menor para o selenito. No entanto, a suplementação com qualquer uma dessas formas parece ter
afetado apenas os níveis de selênio no plasma e não a atividade da glutationa peroxidase ou a con-
centração de selenoproteína P (SePP), [26].
Transporte plasmático
Após ser absorvido e reduzido a H2Se, o selênio é, então, transportado no sangue para o fígado. É
possível que haja, também, outros mecanismos ainda não identificados de transporte do selênio para
o fígado. Do fígado, o selênio é transportado para outros tecidos, principalmente na forma de SePP
(até 60% do conteúdo total absorvido).
Selenito de sódio e selenato de sódio são formas inorgânicas de selênio. O selenato de sódio é quase
completamente absorvido, mas uma quantidade significativa é excretada na urina antes de ser in-
corporada às proteínas. O selenito de sódio é apenas cerca de 50% absorvido, mas é mais bem retido
do que o selenato depois de absorvido. A selenometionina é absorvida em cerca de 90%; no entanto,
apenas cerca de 34% podem então realmente ser convertido em selenometionina livre [24].
Funções corporais
O selênio é um componente dos aminoácidos selenocisteína e selenometionina. Em humanos, o se-
lênio funciona como cofator para a redução de enzimas antioxidantes, como a glutationa peroxidases
e certas formas de tiorredoxina redutase [24].
A família de enzimas glutationa peroxidase (GPx) catalisa certas reações que removem espécies rea-
tivas de oxigênio, como peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos orgânicos [24].
A glândula tireoide e todas as células que usam o hormônio tireoidiano usam selênio que é um cofa-
tor para os três dos quatro tipos conhecidos de desiodinases do hormônio tireoidiano, que ativam e
depois desativam vários hormônios tireoidianos e seus metabólitos; as iodotironina desiodinases são
a subfamília das enzimas deiodinase que usam o selênio como o aminoácido selenocisteína [24].
O selênio pode inibir a doença de Hashimoto, na qual as células da tireoide do próprio corpo são
atacadas como estranhas. Uma redução de 21% nos anticorpos TPO é relatada com a ingestão dieté-
tica de 0,2 mg de selênio [27].
25
se saturada, ocorre eliminação no ar expirado, sobretudo na forma de dimetilselenito volátil, com-
posto responsável pelo odor semelhante ao alho na respiração [12].
26
Interações com outros nutrientes
A importância do selênio para os sistemas biológicos e, especificamente, para o equilíbrio pró-oxi-
dante/antioxidante celular, deriva de sua presença como selenocisteína no sítio catalítico das sele-
noproteínas. Outros minerais que são componentes críticos das enzimas antioxidantes incluem co-
bre (como superóxido dismutase), zinco (como superóxido dismutase) e ferro (como catalase). O
selênio atua em sinergia com as vitaminas antioxidantes, vitamina C (ácido ascórbico) e vitamina
E(α-tocoferol), regenerando-os de suas formas oxidadas e promovendo proteção antioxidante má-
xima [24].
Embora o iodo seja um componente essencial dos hormônios tireoidianos, as iodotironina desiodi-
nases (DIOs) contendo selênio são enzimas necessárias para a conversão da tiroxina (T4) no hormô-
nio tireoidiano biologicamente ativo, triiodotironina (T3). A atividade de DIO também pode estar
envolvida na regulação da homeostase do iodo. As selenoenzimas, glutationa peroxidases, também
desempenham um papel crítico na função tireoidiana porque catalisam a degradação dos peróxidos
gerados durante a síntese do hormônio tireoidiano [24].
Tiamina
Tiamina é conhecida também como vitamina B1. A nomenclatura IUPAC é 3‑(4‑amino‑2‑metilpiri-
midina‑5‑ilmetil)‑5(2‑hidroximetil)‑4‑metiltiazol. Foi descoberta em 1897 como um “antídoto” para
beribéri.
27
ções de tiamina. THTR2 é expresso ao longo do comprimento do intestino com maior expressão no
duodeno e jejuno. O transportador THTR1 está localizado na membrana basolateral. Este transpor-
tador tem menor capacidade de transporte, sendo saturado em concentrações menores que THTR2
[2].
Difusão passiva — em concentrações mais altas (por exemplo, uma dose de 2,5 mg para um humano).
A absorção da tiamina através da membrana basolateral enterócito no sangue é dependente de Na+,
sendo acoplado à hidrólise de ATP por um Na+K+-ATPase. Enquanto a maior parte da tiamina pre-
sente na mucosa intestinal está em forma de fosforilada, a tiamina que chega ao intestino está em
grande parte na forma monovalente livre (não fosforilada) [2].
Transporte plasmático
A maior parte da tiamina no soro está ligada à proteína, principalmente albumina. Cerca de 90% do
total de tiamina no sangue (de 5-12 μg/dL) está contido em eritrócitos. Uma proteína de ligação
específica, proteína de ligação de tiamina (TBP), foi identificada no soro de rato. A TBP liga-se a
tiamina livre e forma um complexo com a proteína riboflavina. Como este último, o TBP parece ser
regulado por estrogênios [2].
Funções corporais
Os derivados de fosfato da tiamina estão envolvidos em muitos processos celulares. A forma mais
bem caracterizada é o pirofosfato de tiamina (TPP), uma coenzima no catabolismo de açúcares e
aminoácidos [30].
Nenhum papel fisiológico é conhecido para o monofosfato de tiamina (TMP); no entanto, o difosfato
é fisiologicamente relevante. A síntese de tiamina difosfato (TDP), também conhecida como tiamina
pirofosfato (TPP) ou cocarboxilase, é catalisada por uma enzima chamada tiamina difosfoquinase de
acordo com a reação tiamina + ATP → TDP + AMP. TDP é uma coenzima para várias enzimas que
catalisam a transferência de unidades de dois carbonos e em particular a desidrogenação [30].
As enzimas transcetolase, piruvato desidrogenase (PDH) e 2- oxoglutarato desidrogenase (OGDH)
são importantes no metabolismo de carboidratos. A enzima citosólica transcetolase é uma peça-
chave na via das pentoses fosfato. O PDH e OGDH mitocondrial fazem parte de vias bioquímicas que
resultam na geração do ATP. PDH liga a glicólise ao ciclo do ácido cítrico, enquanto a reação catali-
sada pela OGDH é uma etapa limitante da velocidade no ciclo do ácido cítrico. No sistema nervoso,
o PDH também está envolvido na produção de acetilcolina, um neurotransmissor, e na síntese de
mielina. [30]
O trifosfato de tiamina (TTP) foi por muito tempo considerado uma forma neuroativa específica da
tiamina, desempenhando um papel nos canais de cloreto nos neurônios de mamíferos e outros ani-
mais, embora isso não seja completamente compreendido. No entanto, recentemente foi demons-
trado que TTP existe em bactérias, fungos, plantas e animais, sugerindo um papel celular muito mais
geral [30].
28
O trifosfato de adenosina tiamina (ATTP) ou trifosfato de adenosina tiaminilado foi recentemente
descoberto em Escherichia coli, onde se acumula como resultado da falta de carbono. Em E. coli, a
ATTP pode representar até 20% da tiamina total [30].
O difosfato de adenosina tiamina (ATDP) ou difosfato de adenosina tiaminolado existe em pequenas
quantidades no fígado de vertebrados, mas seu papel permanece desconhecido [30].
29
de enzimas dependentes de TPP na ausência da vitamina. Há cerca de 20 metabólitos de tiamina
diferentes [2].
• tiaminases – presente em peixes frescos, ostras, pteridífitas (plantas do gênero das samam-
baias) e algumas bactérias;
• antagonista da tiamina (polifenóis) – presentes em verduras, chás, noz e algumas plantas que
possuem flavonoides. Também foi reportado que a hemina dos tecidos animais se liga a essa
vitamina;
• análogos da tiamina - Vários análogos são antagonistas eficazes de tiamina, cada um envol-
vendo uma substituição no anel pirimidina ou tiazol. Entre eles estão: oxitiamina, 2-metiltia-
mina, piritiamina, amprólio.
Vitamina K
Vitamina K é o nome genérico para uma família de compostos com uma estrutura química comum
de 2-metil-1,4-naftoquinona. É uma vitamina lipossolúvel que está naturalmente presente em alguns
alimentos. Esses compostos incluem filoquinona (vitamina K1) e uma série de menaquinonas (vita-
mina K2). As menaquinonas (MK) possuem cadeias laterais de isoprenil insaturadas e são designa-
das como MK-4 a MK-13, com base no comprimento de sua cadeia lateral. MK-4, MK-7 e MK-9 são
as menaquinonas mais bem estudadas [31].
O corpo humano requer vitamina K para modificação pós-síntese de certas proteínas que são neces-
sárias para a coagulação do sangue (K de coagulação em dinamarquês) ou para controlar a ligação
do cálcio nos ossos e outros tecidos. [32]
30
Forma encontrada nos alimentos
Síntese de MK pela microbiota intestinal é a principal fonte de vitamina K nos humanos e na maioria
dos animais. Muitas bactérias no intestino grosso podem sintetizar os diferentes tipos dessa vitamina
[2, 12].
Entretanto, muitos alimentos contribuem para atender às necessidades de vitamina K. As filoquino-
nas compreendem a maior parte da vitamina K nas dietas, sendo as fontes mais ricas vegetais verdes
(por exemplo, espinafre, couve, brócolis, couve-de-bruxelas), óleos vegetais e margarina. MKs po-
dem incluir até um quarto da vitamina K em muitas dietas; esses compostos vêm em grande parte
de alimentos fermentados com bactérias (por exemplo, queijo, chucrute, nato), que contêm MKs de
cadeia longa (particularmente MK-8 e MK-9), e produtos de aves e suínos. É difícil formular uma
dieta normal que não forneça cerca de 100 μg de vitamina por dia [2,12].
31
Portanto, condições que resultam em comprometimento da formação de micela luminal (por exem-
plo, óleo mineral dietético, disfunção pancreática, estase biliar) prejudicam a absorção entérica da
vitamina. As misturas de filoquinonas e MKs que as dietas normalmente contêm parecem ser absor-
vidas com uma ampla gama de eficiências, por exemplo, de 5 a 70%. A vitamina K é absorvida através
da borda em escova através da difusão passiva, as taxas das quais são afetadas pelo conteúdo micelar
de lipídios e sais biliares. Isso ocorre tanto na parte distal do intestino delgado quanto no cólon [2,
12].
Transporte plasmático
Nenhum carreador específico foi identificado para nenhum das vitaminas K. Em vez disso, após a
absorção no enterócito, a vitamina K associa-se com quilomícron remanescente, que transporta a
vitamina no sistema linfático para o fígado. A vitamina K é rapidamente captada pelo fígado através
de um receptor de apolipoproteína E (apoE), que interage com o apoE na superfície do quilomícron.
Filoquinonas e MK-4 têm meias-vidas relativamente curtas no plasma (aproximadamente 17 h); que,
as MKs de cadeia mais longa. Essas circulam no plasma por períodos muito mais longos (até 48 h)
Em última análise, essas vitaminas são transferidas para lipoproteínas ricas em triglicerídeos e, à
medida que os perdem, para lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) e lipoproteínas de alta densi-
dade (HDLs). Estudos mostraram que essas transferências ocorrem a taxas diferentes para diferen-
tes vitaminas K. Em humanos, MK-4 e MK-9 foram ambos transferidos da fração rica em triglicerí-
deos para HDLs, mas MK-9 primeiro foi para LDLs, o que aumentou seu tempo de residência no
plasma [2, 12].
Funções corporais
A vitamina K funciona como um cofator para a enzima γ-glutamilcarboxilase (GGCX), que catalisa a
carboxilação do aminoácido ácido glutâmico (Glu) em ácido γ-carboxiglutâmico (Gla). Essa enzima
dependente de vitamina K é crítica para sua capacidade de se ligar ao cálcio. Essa reação ocorre ape-
nas em resíduos específicos de ácido glutâmico em proteínas dependentes de vitamina K (VKDP)
identificadas [32].
A capacidade de se ligar a íons cálcio (Ca+2) é necessária para a ativação de vários fatores de coagu-
lação dependentes da vitamina K, ou proteínas na cascata de coagulação (coagulação). O termo cas-
cata de coagulação refere-se a uma série de eventos, cada um dependente do outro, que interrompe
o sangramento através da formação de coágulos. A γ-carboxilação torna possível que essas proteínas
se liguem ao cálcio [32].
A proteína do gene-6 específico para parada de crescimento (Gas6) é uma proteína dependente de
vitamina K que foi identificada em 1993. Foi encontrada em todo o sistema nervoso, bem como no
coração, pulmões, estômago, rins e cartilagem. Gas6 parece ser um fator de regulação do crescimento
celular com atividades de sinalização celular. Gas6 está envolvido em diversas funções celulares, in-
cluindo fagocitose, adesão celular, proliferação celular e proteção contra apoptose. Também pode
desempenhar papéis importantes no desenvolvimento e envelhecimento do sistema nervoso. Além
disso, o Gas6 parece regular a sinalização plaquetária e a hemostasia vascular. Expresso na maioria
dos tecidos e envolvido em muitas funções celulares, o Gas6 também tem sido associado a várias
condições patológicas, incluindo formação de coágulos (trombogênese), aterosclerose, inflamação
crônica e crescimento de câncer [32].
Foi relatado também, uma possível associação entre a vitamina K e o sistema endócrino. Sabe‑se que
a forma mais abundante mensurada em órgãos reprodutivos é a MK‑4, sugerindo um papel dessa
vitamina na reprodução feminina [12].
Nos últimos cinco anos, tem sido investigado o papel da vitamina K também no diabetes tipo 2. Re-
centemente, um estudo demonstrou que as concentrações de osteocalcina também podem afetar a
32
sensibilidade à insulina e o diabetes tipo 2 por meio da regulação da expressão do gene da insulina e
de marcadores da proliferação de células beta [12].
33
e osteoartrite. Esses riscos em adultos são tipicamente maiores em indivíduos mais velhos, incluindo
aqueles com doença renal crônica [2].
Zinco
O zinco é um mineral essencial que está naturalmente presente em alguns alimentos, adicionado a
outros, e disponível como um suplemento alimentar.
O zinco participa de várias reações do metabolismo celular. O zinco é necessário para a atividade
catalítica de aproximadamente 100 enzimas e desempenha um papel na função imunológica, síntese
proteica, cicatrização de feridas, síntese de DNA e divisão celular. O zinco também participa do cres-
cimento e o do desenvolvimento na gravidez, na infância e na adolescência. Além disso, ele é neces-
sário para o bom senso de paladar e olfato. Uma ingestão diária adequada de zinco é necessária para
manter um estado estável nutricional porque o corpo não tem um sistema especializado de armaze-
namento de zinco [33].
34
vessa o meio extracelular para o citosol do enterócito, passando por difusão em direção à membrana
basolateral. A metalotioneína regula a ligação do zinco com a CRIP, o que inibe a absorção desse
oligoelemento em condições de concentração elevada [12].
Transporte plasmático
No plasma, cerca de 90% do zinco é carreado ligado à albumina, e 10% estão ligados à alfa‑2‑macro-
globulina e aos aminoácidos, especialmente os aminoácidos histidina e cisteína [12].
Funções corporais
Em humanos, o zinco possui uma função biológica muito importante em virtude da sua extensão no
corpo. Ele interage com vários compostos orgânicos e tem papéis no metabolismo de RNA e DNA,
transdução de sinal e expressão gênica. Ele também regula a apoptose [12, 33, 34].
Uma revisão de 2015 indicou que cerca de 10% das proteínas humanas se ligam ao zinco, além de
centenas que transportam zinco [35].
O zinco desempenha papéis importantes no crescimento e desenvolvimento, função imunológica,
neurotransmissão, visão e reprodução. Estima-se que mais de 3.000 proteínas em humanos pos-
suem sítios funcionais de ligação ao zinco [12, 33, 34, 35].
No cérebro, o zinco é armazenado em vesículas sinápticas específicas por neurônios glutamatérgicos
e pode modular a excitabilidade neuronal. Ele desempenha um papel fundamental na plasticidade
sináptica e, portanto, na aprendizagem. A homeostase do zinco também desempenha um papel crí-
tico na regulação funcional do sistema nervoso central [12, 33, 34, 35].
35
de zinco em leucócitos, em linfócitos e em neutrófilos têm sido apontadas como importantes parâ-
metros bioquímicos para avaliação desse mineral. No entanto, em contrapartida, esses biomarcado-
res possuem uma meia‑vida curta [12].
36
de folato. Também foi sugerido que a suplementação com ácido fólico - a forma sintética de folato -
pode prejudicar a utilização de zinco em indivíduos com status marginal de zinco [34].
O zinco e a vitamina A interagem de várias maneiras. O zinco é um componente da proteína de liga-
ção ao retinol, uma proteína necessária para o transporte de vitamina A no sangue. O zinco também
é necessário para a enzima que converte o retinol (vitamina A) em retinal. Esta última forma de
vitamina A é necessária para a síntese de rodopsina, uma proteína no olho que absorve a luz e, por-
tanto, está envolvida na adaptação ao escuro. A deficiência de zinco foi associada à diminuição da
liberação de vitamina A pelo fígado, o que pode contribuir para os sintomas de cegueira noturna
observados na deficiência de zinco [34].
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