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E X C E L E N T Í SSI M O ( A ) J U IZ ( A ) D IRE T O R ( A ) DO F O RO DA C OM ARCA

DE ___________ – E ST A DO DE M AT O G RO SSO

REF. P E D I D O R E D U Ç Ã O DA J O RNADA DE T RAB AL H O DA RE SP E CT IV A

LEI DE CARREIRA EM 50% ( CINQ UE NT A PO R CE NT O ) – ART . 124 DA

LC. 04/90.

____________________________________________ (nome),
brasileira (o), inscrito (a) no Registro Geral sob o número
_______________ (número da identidade) SSP/MT, cadastrado (a)
no CPF sob o número _____________________ (número do CPF),
residente e domiciliado (a) à
________________________________________________________
________________________________________________________
______________________________________ (endereço completo),
e-mail:___________________________, Tel.: _________________ ,
vem, à presença de Vossa Excelência para, com fundamento no art.
124-A da Lei Complementar n. 04/90, interpor o presente P E DIDO
DE REDUÇÃO DE J O R NADA DE T RAB AL H O , diante da seguinte
narrativa fática que passa a aduzir.

I. DOS F ATO S

1. A parte Requerente é servidor(a)


efetivo(a) do Poder Público do Estado de Mato Grosso, sendo
declarado(a) estável nos termos do art. 24 da Lei Complementar nº
04/90.
2. A partir da presente solicitação, vem a
parte Requerente pleitear a redução de carga horária de trabalho,
conforme previsto  no art. 124-A da Lei Complementar n. 04/90 .

3. A redução da carga horária se justifica


pelo fato a parte Requerente ser responsável legal por
________________________________________________(nome do
dependente), seu ________________________ (grau de parentesco),
portador (a) de necessidade especial, com dependência
socioeducacional e econômica , que necessita de assistência
permanente, conforme comprovam os documentos em anexo.

4. Tal concessão é de extrema relevância,


uma vez que com certeza não prejudicará o bom andamento de
qualquer órgão ou setor, e, possibilitará ao servidor cuidar dos seus
próximos, proporcionando uma melhor qualidade de vida, o que
refletirá diretamente na qualidade do serviço prestado, até mesmo
com mais empatia pelos problemas que aparecerem em seu trabalho.

5. Desse modo, pleiteia-se, a redução de


50% (cinquenta por cento) de sua carga horária de trabalho, sem
prejuízo de sua integral remuneração.

II. DA P O SSIB IL ID ADE DE RE DUÇÃO DA

J O RNADA DE T RAB AL H O

6. A previsão do aqui requerido é


abarcada pela Lei Complementar n. 04/90, a qual d ispõe sobre o
Estatuto dos Servidores, Públicos da Administração Direta das
Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais, vejamos o teor do
artigo 124-A:

Art. 124-A  F i ca concedi do ao servi dor públ i co que t enha cônj uge, fi l ho
ou dependent e com defi ci ênci a, redução da j ornada de t rabal ho da
respect i va l ei de carrei ra em 50% (ci nquent a por cent o), sem
com pensação de horári o e sem prej uí zo da rem uneraç ão, desde que
observados os segui nt es requi si t os:  (A crescen t ado pel a LC  607/ 18 )
I - ser t it ul ar de cargo efet i vo;
II - com provar a dependên ci a soci oeducaci onal e econôm i ca da pessoa
com defi ci ênci a;
III - não est ar no exercí ci o de cargo em com issão ou função grat i fi cada.
§ 1º Fi ca assegurada a redução da j ornada previ st a no  caput  dest e art i go
m edi ant e averi guação por assi st ent e soci al refer ent e à dependênci a
soci oeducat i va e a real i zaç ão de aval i ação m édi ca peri ci al , nos t erm os do
regul am ent o.
§ 2º A redução da j ornada previ st a no caput dest e art i go fi ca est endi da
enquant o perm anec er a necessi dade de assi st ênci a e a dependênci a
econôm i ca da pessoa com defi ci ênci a nos t erm os do regul am ent o.
§ 3º Fi ca concedi da a redução da j ornada previ st a no  caput  dest e art i go
apenas para um dos pai s ou responsávei s do dependent e com defi ci ênci a
quando am bos forem servi dores públ i cos est aduai s efet i vos.
§ 4º Fi ca vedado ao s ervi dor al cançado pel a redução previ st a no caput
dest e art i go a ocupaç ão de qual quer at i vi dade, rem unerad a ou não,
enquant o perdura r a redução.

III. DO E NT E NDIM E NT O H E RM E NÊ UT ICO

7. O entendimento a ser seguido é de que


comprovado através de laudo conclusivo expedido pelos órgãos
competentes do Estado que o servidor possui dependente, que
necessita de assistência do servidor, para acompanhá-lo aos
tratamentos médicos e terapêuticos indicados, deve ser concedida a
redução da carga horária, nos termos do Art. 139-A da Constituição
Estadual do Estado de Mato Grosso. Vejamos:

R EC OR R ENTE: WAS HINGTON HEDDER DE VAS C ONC ELOS


R EC OR R IDA: EDLEUZA ZOR GETTI MONTEIR O DA S ILVA –
DIR ETOR A DO F OR O
Nº do P rot ocol o: 0718116-37.2017.8.11.0001 Dat a do j ul gam ent o: 23- 10-
2017
R E L A T Ó R I O E V O T O EXMA. S R A. DES A. MAR IA AP AR EC IDA
R IB EIR O (R ELATOR A)

Egrégi o C onsel ho: Washi ngt on Hedder de Vasconcel os, Anal i st a


Judi ci ári o – P TJ, m at rí cul a 21.378, i nt erpôs recurso cont ra a deci são
proferi da pel a ent ão Juí za de Di rei t o Di ret ora do F oro da C om arca da
C apit al , Dra. Edl euza Zorget t i Mont ei ro da S il va, que i ndeferi u o seu
pedi do de concessão do benefi ci o de redução de carga horári a com
perm anênci a da rem unera ção i nt egral para t rat am ent o de sua fil ha m enor
Lari ssa de C ast ro Vasconcel os, sob fundam ent o de que o l audo peri ci al
acost ado aos aut os foi aval i ado com base em out ro at est ado m édi co
em it i do pel a Dra. Ana C ri st i na C. Gonçal ves, de m odo que não at ende aos
requi si t os l egai s. (fl s. 18/ 19- TJ/C M). Nas razões recursai s, o recorrent e
noti ci ou que i ngressou no servi ço públ i co, em 20.07.2009, at ravés de
concurso públi co, sendo decl arado est ável em 03/ 08/ 2012, ai nda na
Com arca de C áceres/ MT. Assevera que“em dezem bro de 2013, o
requerent e t eve seu pedi do de R em oção Int erna deferi da para a Com arca
da C apit al vi sando acom panhar sua fil ha Lari ssa de C ast ro Vasconc el os, à
época dos fat os com 2 (doi s) anos e 2 (doi s) m eses de i dade,
di agnosti cada at é ent ão com o port adora de defi ci ênci a audi ti va
neurossensori al profunda congêni t a bil at eral , razão pel a qual foi i ndi cada
ao Im pl ant e Cocl ear (ouvi do bi ôni co), cuj a ci rurgi a fora real i zada no
m esm o m ês do referi do ano. Em segui da, na dat a de 18/ 08/ 2014, ou sej a,
em m enos de um ano, est e R equerent e part i ci pou do concurso de rem oção
prom ovi do por est e Egrégi o Tri bunal , sendo REMOVIDO, A INTER ES S E
DA ADMINIS TR AÇ ÂO, nos t erm os do ATO n. 491/ 2014-C M”. (si c. fl . 02
– TJ/ C M). Aduz, ai nda, que“a m enor, após 02 (doi s) anos de reabi l i t ação
audi ti va com t erapi as int ensi vas di ári as com fono, t erapeut a ocupaci onal ,
equot erapi a e acom panham ent o com ot orri no, di ant e da ausênci a de
desenvol vi m ent o da fal a e apresent aç ão de com port am ent os i nadequados à
i dade (05 anos), após peregri naç ão em consul t óri os e especi al i st as,
Lari ssa foi di agnost i cada dent ro do espect ro aut i st a, sendo não-verbal , o
que agrava o grau de aut i sm o, consoant e l audos m édi cos col aci onados”.
(si c. fl . 03 –TJ/C M) Di an te d isso, d ep oi s d e col aci on ar di versos
p reced en tes favorávei s aos servi d ores do E xecu ti vo por este Egrégi o
T rib un al , o recor ren te pu gn ou p el o p rovi men to d o recu rso, p ara q u e
seja d eferi d a a red u ção d e carga h orári a sem p reju í zos d e seu s
ven ci men tos in tegrai s para acomp anh amen to do tratam en to d e su a
fi lh a men or L ari ssa d e Castro Vascon cel o s. A segui r, após o
recebi m ent o, convert i o j ul gam ent o em di li gênci a para det erm i nar que o
requerent e prest asse i nform ações quant o aos cui dados da cri ança,
conform e preconi za o art i go 139-A da C onst i t ui ção Est adual do Est ado de
Mat o Grosso. Inst ado se m ani fest ar, o requer ent e not i ci ou que“os
cui dados da m enor Lari ssa de C ast ro Vasconcel os são m út uos ent re os
pai s, cont udo, a geni t ora da m enor, S ra. Andréa S ant ana de C ast ro
Vasconcel os é servi dora com i ssi onada nest e E. Tri bunal de Just i ça, no
cargo de Assessor Técni co Jurí di co, l ot ada no gabi net e da Dra. Lam i sse
Roder F eguri Al ves Corrêa, na Turm a R ecursal Úni ca, l aborando
di ari am ent e no mí ni m o 08 horas, a fi m de cum pri r as m et as est abel eci das;
que o sal ári o auferi do pel a geni t ora é responsável pel a m anut enção do
t rat am ent o m édi co e t erapêut i co necessá ri o à cri anç a, os quai s são
real i zados de form a part i cul ar, ant e a ausênci a de profi ssi onai s
especi al i zados e/ ou vagas di sponí vei s aos poucos t erapeut as credenci ados
pel a Uni m ed”. (si c. fl . 77) P or fi m , assevera que “pedi r que a genit ora
sai a do t rabal ho para dedi car- se excl usi vam ent e a m enor, é o m esm o que
pedi r que todo o t rat am ent o prest ado sej a i nt errom pi do”. Logo, requer“o
deferi m ent o do pedi do i ni ci al m ent e form ul ado”. (si c. fl s. 77-78) É o
rel at o do essenci al .
VOTO
Emi nent es pares: Conform e rel at ado, Washi ngt on Hedder de Vasconc el os,
Anal i st a Judi ci ári o – P TJ, m at rí cul a 21.378, int erpôs recurso cont ra a
deci são proferi da pel a ent ão Juí za de Di rei t o Di ret ora do F oro da
Com arca da C api t al , Dra. Edl euza Zorget t i Mont ei ro da Si l va, que
i ndeferi u o seu pedi do de concessão do benefi ci o de redução de carga
horári a com perm anênci a da rem uneraç ão int egral para t rat am ent o de sua
fi l ha m enor Lari ssa de C ast ro Vasconc el os, sob fundam ent o de que o
l audo peri ci al acost ado aos aut os foi aval i ado com base em out ro at est ado
m édi co em i t i do pel a Dra. Ana C rist i na C . Gonçal ves, de modo que não
at ende aos requi si t os l egai s. (fl s. 18/ 19- TJ/ C M). P oi s bem . Após anal i sar
det i dam ent e as ci rcunst ânci as do caso concret o, ent endo que o recurso
deve ser provi do, pel os m ot i vos que passo a expor. Com efei to, a
red u ção d e carga h orári a sem p reju í zos d e seu s ven ci men tos in tegrai s
en con tra- se regu l amen tad o p el a E men d a Con sti tu ci on al n . 70, d e 17
d e d ezemb ro d e 2014 qu e acresc en ta o art. 139- A d a Con sti tu i ção
Estad u al d o E stad o d e Mato G rosso, n os segu i n tes termos: “Art . 1º
Acrescent a na Const it ui ção do Est ado o Art .139- A, com a segui nt e
redação: " Art . 139-A O servi dor públ i co que sej a responsável l egal e
cui de di ret am ent e de port ador de necessi dade especi al que,
com provadam ent e, necessi t e de assi st ênci a perm anent e,
i ndependent em ent e de est ar sob t rat am ent o t erapêut i co, t erá redução de
50% (ci nquent a por cent o) de sua carga horári a de t rabal ho, sem prej uí zo
de sua int egral rem uner ação. § 1º P ara fi ns de concessão de benefí ci o de
que t rat a est e art i go, consi dera- se port ador de necessi dade especi al a
pessoa de qual quer i dade, port adora de defi ci ênci a fí si ca ou m ent al ,
com provada e que t enha dependênci a sóci o educa ci onal e econôm i ca do
servi dor públ i co. § 2º A redução da carga horári a de que t rat a est e art i go
perdurar á enquant o perm anece r a necessi dade de assi st ênci a e a
dependênci a econôm i ca do port ador de necessi dade especi al . § 3º Nos
casos em que a defi ci ênci a for confi rm adam ent e i rreversí vel , a concessão
de que t rat a est e art i go será defi ni t i va, devendo o servi dor com provar
anual m ent e, apenas a dependênci a econôm i ca. § 4º A com provação de
necessi dade especi al , com o defi ni da no caput dest e art i go, dependerá de
i nspeção m édi ca e reconheci m ent o em l audo concl usi vo expedi do ou
hom ol ogado pel os órgãos com pet ent es do Est ado. Art . 2º Est a em enda
const it uci onal ent ra em vi gor na dat a de sua prom ul gação. ” (g.n) No caso
dos au tos, veri fi ca- se através d o Laud o Peri ci al n . 287984, da
Coord en ad ori a d e Perí ci a Méd i ca d a S ecreta ri a d e E stad o d e G estão,
Su p eri n ten d ên ci a d e G estão d e Pessoas, d e fl . 34-T J/ CM, qu e: “(...)
O (a) p eri ci ad o(a) Lari ssa d e Castro Vascon cel os, fi lh a men or d o
servi d or Wash in gton H el d er d e Vascon cel os, foi aval i ad a, p ara fi n s d e
homol ogação d e red u ção d e carga horári a p ara com o ob jeti vo d e
acomp anh ar o tratamen to d e saú d e d e su a fi lh a. (...). Após a
averi guação do pedi do, concl uí m os que exi st em just i fi cat i vas razo ávei s
no m om ent o para redução de 2 horas/ di as pel o prazo de 180 di as, sal vo
m el hor ent endi m ent o.” L ogo, comp rovad o através d e l aud o con cl u si vo
exp ed id o p el os órgãos comp eten tes do E stad o qu e o servi d or p ossu i
fi lh a, men or d e id ad e, p ortad ora d e T ran storn o In vasi vo do
Desen vol vi men to (au ti smo in fan ti l ), q u e n ecessi ta d e assi stên ci a do
gen i tor, p ara acomp an h á-l a aos tratamen tos méd i cos e terap êu ti cos
in di cad os, d eve ser con ced id o a red u ção da carga h orári a, n os termos
do art. 139-A d a Con sti tu i ção Estad u al d o E stad o d e Mato G rosso . No
m esm o senti do a j uri sprudênci a t em deci do, consoant es em ent as abai xo
t ranscri t as:

AGR AVO DE INS TR UMENTO. AÇ ÃO DE OB R IGAÇ ÃO DE F AZER .


ANTEC IP AÇ ÃO DE TUTELA. SER VIDOR P ÚB LIC O. REDUÇ ÃO
C AR GA HOR ÁR IA. GENITOR A ENF ER MA QUE DEMANDA
C UIDADOS . A j uri sprudênci a t em cam i nhado no senti do de só reform a r
ou m odi fi car concessão ou não de ant eci pação de t ut el a se t erat ol ógi ca ou
m ani fest am ent e cont rári a à l ei (S úm ul a 59 do TJR J), um a vez que os
pressupost os se subordi nam ao j uí zo de aferi ç ão do m agi st rado.
Agravant e é servi dora públ i ca est adual e pret ende a redução de carga
horári a em 50% em razão da enferm i dade que acom et e sua geni t ora,
al i ado à dependênci a psi col ógi ca. Geni t ora padece de t ranst orno bi pol ar
afet i vo crôni co, art rose bi l at eral grave que com prom et e a deam bul ação,
perda de equi l í bri o e obesi dade m órbi da. A Agravant e mora em
com panhi a da geni t ora e a fam í l i a possui parcos recursos. P ret ensão que
t em previ são l egal no Decret o Est adual nº 14.870/ 1990, no seu art . 2º
defi ne represent ant e l egal com o aquel e que possui parent es co e t em o
dever de cui dado, e art . 83, i nci so XXI da C onst it ui ção Est adual garant e
a redução da carga horári a para o repres ent ant e l egal cui dar de parent e
enferm o. Doença com provada em l audos m édi cos, rest ando dem onst rada a
necessi dade de acom panham ent o. P recedent es dest a cort e. R eform a da
deci são. PR OVIMENTO DO R EC UR S O.(Des(a ). R el (a). Teresa de
Andrade, AI n. 0063065-42.2015-8.19.0000, 6ª C ível , TJ/ R J, 04/ 05/ 2016).

Em ent a AP ELAÇ ÃO C ÍVEL – ADMINIS TR ATIVO – S ER VIDOR A


P ÚB LIC A MUNIC IP AL – HOR ÁR IO ESP EC IAL – REDUÇ ÃO DE 50%
DA C AR GA HOR ÁR IA – F ILHO COM TR ANS TOR NO INVAS IVO DO
DES ENVOLVIMENTO – ES P EC TR O AUTIS TA (AUTIS MO) – LEI
MUNIC IP AL QUE NÃO PR EVÊ DIR EITO À REDUÇ ÃO DA C AR GA
HOR ÁR IA – INTER P R ETAÇ ÃO S IS TEMÁTIC A E ANALÓGIC A –
PER MITIDA – NOR MAS FEDER AIS E C ONS TITUC IONA IS C OGENTES
DE P R OTEÇ ÃO À C R IANÇ A E AO P OR TADOR DE DEF IC IÊNC IA –
DIR EITO F UNDAMENTAL – AUS ÊNC IA DE OF ENS A Á LEGALIDADE
ADMINIS TR ATIVA E À S EP AR AÇ ÃO DOS PODER ES – INTEGR AÇ ÃO
DO DIR EITO – R EC URS O P R OVIDO. 1. S erá concedi do horári o especi al
a servi dor que t enha fi l ho ou dependent e port ador de t ranst orno do
espect ro aut i st a (aut i sm o), m enor de i dade, que necessi t e de assi st ênci a
di ut urna do geni t or, para acom panhá - l o aos t rat am ent os m édi cos e
t erapêut i cos i ndi cados, sem com pensação de horári o ou redução dos seus
venci m ent os. 2- O benefí ci o de redução de carga horári a concedi do a
servi dora públ i ca m uni ci pal , só de form a refl exa l he pert ence, poi s na
verdade se t rat a de um di rei t o soci al da cri ança, porque t al m edi da t em
por escopo possi bi l it ar que a m ãe, t rabal hadora, possa at ender seu fi l ho
com defi ci ênci a, que carece de at enção especi al . 3- O reconh eci m ent o
desse di rei t o pel o Poder Judi ci ári o, quando não há previ são expressa em
Lei Muni ci pal que rege a cat egori a do servi dor cont em pl ado com o
benefí ci o da redução da carga horári a, não im pl i ca vi ol ação ao pri ncí pi o
da l egal i dade, nem ao da S eparação dos Poderes, m as ao cont rári o guarda
sua est rei t a observânci a, porque decorr e da int erpret a ção si st em át i ca e
anal ógi ca dos di sposi t i vos l egai s vi gent es, que regem a prot eção do
port ador de defi ci ênci a, bem com o das norm as const it uci onai s que
dispensam especi al prot eção à cri ança, sanando as l acunas exi st ent es na
l egi sl ação muni ci pal , frent e a vel oci dade da al t eração dos fat os e
probl em át i cas soci ai s. (R el . Des. F ernando Mauro Morei ra Mari nho,
Apel ação n. 080005688.2014.8.12.0037, 3ª C ível , TJ/ MS 15/ 09/ 2015).
Apel ação Cí vel . Di rei t o Adm i ni st rat i vo. S ervi dor Públ i co Est adual .
R edução de carga horári a. Fi l ho port ador de t ranst orno gl obal do
desenvol vi m ent o (espect ro auti st a). Doença que exi ge t rat am ent o e
dedi cação especi al cont í nua. A C onsti t ui ção Est adual , m ai s
especi fi cam ent e o art i go 83, XXI, prevê redução da carga horári a do
servi dor em ci nquent a por cent o, quando est e for responsável l egal de
port ador de necessi dades especi ai s que requei ra at enção perm anent e. O
Decret o Est adual nº 14870/ 90, em seu art . 7º, regul am ent a est e pont o.
Descabe ao adm i ni st rador ponderar sobre event ual possi bil i dade de
acom panham ent o do fi l ho pel o pai , t endo em vi st a que não há dúvi das
que a presença da m ãe é fat or preponder ant e na m el hora da qual i dade de
vi da do m enor. Dano m oral exi st ent e, t endo em vi st a que foi ult rapassado
o m ero aborre ci m ent o. Honorári os advocat í ci os que devem repres ent ar
verba condi zent e com a dedi cação do profi ssi onal , zel o e t rabal ho
real i zado. Apl i cação dos pri ncí pi os da razo abi l i dade e proporci onal i dade
no m om ent o do seu arbi t ram ent o. R edução dos honorári os advocat í ci os.
R ecurso parci al m ent e provi do. (0004047-57.2013.8.19.0066 -
AP ELAC AO - DES . C AR LOS EDUAR DO MOR EIR A S ILVA -
Jul gam ent o: 30/ 06/ 2015 - VIGES IMA S EGUNDA C ÂMAR A C IVEL,
TJR J).
AGR AVO DE INS TR UMENTO. OBR IGAÇ ÃO DE F AZER . S ER VIDOR
P ÚB LIC O. F ILHO C OM NEC ES S IDADES ESP EC IAIS . R EDUÇ ÃO DA
C AR GA HOR AR IA. POS S IB ILIDADE. R EDUÇ ÃO DA C AR GA
HOR ÁR IA DE TR AB ALHO EM 50%, NOS TERMOS DO DECR ETO
ES TADUAL Nº 14870/ 90, PAR A F INS DE AC OMP ANHAMENTO DO
TR ATAMENTO MÉDIC O DO S EU F ILHO. TUTELA ANTEC IP ATÓR IA.
DEF ER IMENTO. S ÚMULA 59 DO TJR J. NEGATIV A DE S EGUIMENTO
AO R EC UR S O. AR TIGO 557 DO C PC . (0028484-98.2015.8.19.0000 -
AGR AVO DE INS TR UMENTO - 1ª Em ent a - DES . C HER UB IN HELC IAS
SC HWAR TZ - Jul gam ent o: 25/ 06/ 2015 - DEC IMA SEGUNDA C ÂMAR A
C IVEL, TJR J).

Adem ai s, é im port ant e consi gnar que o benefí ci o de redução de carga


horári a concedi do ao servi dor, só de form a refl ex a l he pert ence, poi s na
verdade se t rat a de um di rei t o soci al da cri ança, porque t al m edi da t em
por escopo possi bi l it ar que o pai , t rabal hador, possa at ender seu fi l ho
com defi ci ênci a, que care ce de at enção especi al .
Di ant e do expost o, DOU P R OVIMENTO ao recurso int erpost o por
Washi ngt on Hedder de Vasconc el os, para DEF IR O a redução da carga
horári a para 04 (quat ro) horas, nos m ol des do art i go 139-A, §§ 1º, 2º, 3º
e 4º da C onst i t ui ção Est adual , pel o prazo de 01 (um ) ano a cont ar da dat a
do l audo peri ci al (25/ 07/ 2017).
É com o vot o.

V O T O EXMO. S R. DES . R UI RAMOS R IB EIR O (1º MEMB R O)


Emi nent es pares:
Trat a- se de recurso m anej ado por Washi ngt on Hedder de Vasconc el os
cont ra Deci são da Juí za de Di rei t o Di ret ora do Foro da C om arc a de
Cui abá, Drª . Edi l euza Zorget t i Mont ei ro da Si l va, que indeferi u o pedi do
de concessão do benefí ci o de redução de carga horári a com perm anênci a
da rem unera ção int egral , para t rat am ent o de sua fil ha m enor Lari ssa de
C ast ro Vasconcel os, sob fundam ent o de que o l audo peri ci al acost ado aos
aut os foi aval i ado com base em out ro at est ado m édi co em i t i do pel a Dra.
Ana C ri st i na C . Gonçal ves, de m odo que não at ende aos requi si t os l egai s.
(fl s. 18/ 19- TJ/ C M). Aduz que i ngressou no servi ço públ i co, em 20 de
j ul ho de 2009, at ravés de concurso públ i co, sendo decl arado est ável em
03 de agost o de 2012, ai nda na Com arca de C áceres/ MT. Al ega que em
dezem bro de 2013 t eve seu pedi do de “R em oção Int erna” deferi da para a
Com arca da C api t al vi sando acom panhar sua fi l ha Lari ssa de C ast ro
Vasconcel os, à época dos fat os com 2 (doi s) anos e 2 (doi s) m eses de
i dade, di agnosti cada at é ent ão com o port adora de defi ci ênci a audi t i va
neurossensori al profunda congêni t a bil at eral , razão pel a qual foi i ndi cada
ao im pl ant e cocl ear (ouvi do bi ôni co), cuj a ci rurgi a fora real i zada no
m esm o m ês do refe ri do ano. Assevera ai nda, que em 18 de agost o de
2014, part i ci pou do concurso de rem oção prom ovi do por est e Egrégi o
Tri bunal , sendo rem ovi do no int eresse da adm i ni st ração (ATO n.
491/ 2014-CM). Aduz, que a m enor, após 02 (doi s) anos de reabi l i t ação
audi ti va com t erapi as int ensi vas di ári as e, di ant e da ausênci a de
desenvol vi m ent o da fal a e apresent aç ão de com port am ent os i nadequados à
i dade (05 anos), foi di agnost i cada dent ro do espect ro aut i st a, sendo não-
verbal , o que agrava o grau de aut i sm o, consoant e l audos m édi cos
col aci onados. (si c, fl . 03) Di ant e di sso, o recorr ent e pugnou pel o
provi m ent o do recurso, para que sej a deferi da a redução de carga horári a
sem prej uí zos de seus venci m ent os i nt egrai s para acom panham ent o do
t rat am ent o de sua fil ha m enor Lari ssa de C ast ro Vasconc el os. C onvert i do
o j ul gam ent o em di l i gênci a, a R el at ora det erm i nou que o requerent e
prest asse i nform ações quant o aos cui dados da cri ança, conform e
preconi za o art i go 139- A da C onsti t ui ção Est adual do Est ado de Mat o
Grosso. O R equerent e not i ci ou que “os cui dados da m enor Lari ssa de
C ast ro Vasconcel os são mút uos ent re os pai s, cont udo, a geni t ora da
m enor, S ra. Andréa S ant ana de C ast ro Vasconcel os é servi dora
com i ssi onada nest e E. Tri bunal de Justi ça, no cargo de Assessor Técni co
Jurí di co, l ot ada no gabi net e da Drª . Lam i sse R oder F eguri Al ves Corrêa,
na Turm a R ecursal Úni ca, l aborando di ari am ent e no m í nim o 08 horas, a
fi m de cum pri r as m et as est abel eci das; que o sal ári o auferi do pel a
geni t ora é responsável pel a m anut enção do t rat am ent o m édi co e
t erapêut i co necessári o à cri ança, os quai s são real i zados de form a
part i cul ar, ant e a ausênci a de profi ssi onai s especi al i zados e/ ou vagas
disponí vei s aos poucos t erapeut as creden ci ados pel a Uni m ed”. (si c, fl .
77).
A Desem bargador a Mari a Apareci d a Ri bei ro, R el at ora do fei t o, proferi u
vot o às fl s. 197 a 200, no sent i do de prover o recurso, por consegui nt e,
reduzi ndo a carga horári a do R equerent e para 04 (quat ro) horas di ári as,
durant e 01 (um ) ano, cont ados do l audo peri ci al (256 de j ul ho de 2017). É
o que cum pre a rel at ar.
VOTO.
Com o rel at ado, t rat a- se de recurso i nt erpost o por Washi ngt on Hedder de
Vasconcel os, Anal i st a Judi ci ári o - P TJ, m at rí cul a 21.378, cont ra a
deci são proferi da pel a Juí za de Di rei t o Di ret ora do F oro da Com arca da
C apit al , Dra. Edl euza Zorget t i Mont ei ro da S il va, que i ndeferi u o seu
pedi do de concessão do benefí ci o de redução de carga horári a com
perm anênci a da rem unera ção i nt egral para t rat am ent o de sua fil ha m enor
Lari ssa de C ast ro Vasconcel os, sob fundam ent o de que o l audo peri ci al
acost ado aos aut os foi aval i ado com base em out ro at est ado m édi co
em it i do pel a Dra. Ana C ri st i na C. Gonçal ves, de m odo que não at ende aos
requi si t os l egai s. (fl s. 18/ 19-TJ/ C M).
Com efei t o, a redução de carga horári a sem prej uí zos de seus
venci m ent os i nt egrai s encont ra- se regul am ent ado pel a Em enda
Const i t uci onal n. 70, de 17 de dezem bro de 2014 que acresc ent a o art .
139-A da Const i t ui ção Est adual do Est ado de Mat o Grosso, nos segui nt es
t erm os: “Art . 1º - Acrescent a na Const it ui ção do Est ado o Art . 139-A,
com a segui nt e redaç ão: “Art . 139-A O servi dor públ i co que sej a
responsável l egal e cui de di ret am ent e de port ador de necessi dade especi al
que, com provadam ent e, necessi t e de assi st ênci a perm anent e,
i ndependent em ent e de est ar sob t rat am ent o t erapêut i co, t erá redução de
50% (ci nquent a por cent o) de sua carga horári a de t rabal ho, sem prej uí zo
de sua int egral rem unera ção. § 1° P ara fi ns de concessão de benefí ci o de
que t rat a est e art i go, consi dera- se port ador de necessi dade especi al a
pessoa de qual quer i dade, port adora de defi ci ênci a fí si ca ou m ent al ,
com provada e que t enha dependênci a sóci o educa ci onal e econôm i ca do
servi dor públ i co. § 2º A redução da carga horári a de que t rat a est e art i go
perdurar á enquant o perm anece r a necessi dade de assi st ênci a e a
dependênci a econôm i ca do port ador de necessi dade especi al . § 3° Nos
casos em que a defi ci ênci a for confi rm adam ent e i rreversí vel a concessão
de que t rat a est e art i go será defi ni t i va, devendo o servi dor com provar
anual m ent e, apenas a dependênci a econôm i ca. § 4° A com provação de
necessi dade especi al , com o defi ni da no caput dest e art i go, dependerá de
i nspeção m édi ca e reconheci m ent o em l audo concl usi vo expedi do ou
hom ol ogado pel os órgãos com pet ent es do Est ado. Art . 2° Est a em enda
const it uci onal ent ra em vi gor na dat a de sua prom ul gação. ” (g.n)
Veri fi ca- se dos aut os, at ravés do Laudo P eri ci al n. 287984, da
Coordenadori a de P erí ci a Médi ca da S ecret ari a de Est ado de Gest ão,
Superi nt endênci a de Gest ão de P essoas, de fl . 34-TJ/ CM, que: “(..) O(a)
peri ci ado(a) Lari ssa de C ast ro Vasconc el os, fi l ha m enor do servi dor
Washi ngt on Hel der de Vasconcel os, foi aval i ada, para fi ns de
hom ol ogação de redução de carga horári a para com o obj et i vo de
acom panhar o t rat am ent o de saúde de sua fi l ha. (...). Após a averi guação
do pedi do, concl uí m os que exi st em j ust i fi cat i vas razoáv ei s no m om ent o
para reduç ão de 2 horas/ di as pel o prazo de 180 di as, sal vo m el hor
ent endi m ent o.”
Assim , com provado at ravés de l audo concl usi vo expedi do pel os órgãos
com pet ent es do Est ado que o servi dor possui fi l ha, m enor de idade,
port adora de Transt orno Invasi vo do Desenvol vi m ent o (aut i sm o infant i l ),
que necessi t a de assi st ênci a do geni t or, para acom panhá- l a aos
t rat am ent os m édi cos e t erapêut i cos i ndi cados, deve ser concedi do a
redução da carga horári a, nos t erm os do Art . 139-A da C onst i t ui ção
Est adual do Est ado de Mat o Grosso.
No m esm o sent i do a j uri sprudênci a t em deci do, consoant es em ent as
abai xo t ranscri t as:

AGR AVO DE INS TR UMENTO - S ER VIDOR P ÚB LIC O ES TADUAL -


DIMINUIÇ ÃO DA C AR GA HOR ÁR IA S EM R EDUÇ ÃO DE
R EMUNER AÇ ÃO - AR T. 139- A, §§1º a 4º, DA C ONS TITUIÇ ÃO
ES TADUAL - DEP ENDENTE P OR TADOR DE NEC ES S IDADES
ES P EC IAIS - OBS ER VÂNC IA AOS TR ATADOS INTER NAC IONAIS -
C ONVENÇ ÃO DAS NAÇ ÕES UNIDAD ES S OBR E OS DIR EITOS DAS
PES S OAS C OM DEF IC IÊNC IA - STATUS C ONS TITUC IONAL -
PR INC ÍP IO DA MÁXIMA P R OTEÇ ÃO DA CR IANÇ A POR TADOR A DE
NEC ES S IDADES ES P EC IAIS - INC ONS TITUC IONALI DADE DA
EMENDA C ONS TITUC IONAL N.º 70/ 2014 – INOC OR R ÊNC IA -
R EC UR S O DES P R OVIDO. Mesm o sem a expressa previ são em l ei
est adual , a redução de 50% (ci nquent a por cent o) da carga horári a da
j ornada de t rabal ho, sem redução de rem uneraç ão, para a geni t ora
acom panhar e cui dar do fi l ho m enor, port ador de necessi dad es especi ai s
há de ser reconhe ci do, poi s é refl exo da prot eção m ai or da cri ança e do
port ador de defi ci ênci a. O Si st em a norm at i vo brasi l ei ro, que com preende
t am bém os t rat ados e convenções i nt ernaci onai s dos quai s o B rasi l é
si gnat ári o, assegura às cri anças com defi ci ênci a o pl eno exercí ci o de
t odos os di rei t os hum anos e li berdades fundam ent ai s. Assi m , há de ser
consi derado o superi or i nt eresse da cri ança defi ci ent e em t odas as ações a
el a rel at i vas. Não há que se fal ar em peri go na dem ora, a just i fi car a
negat i va de li m i nar, sob o fundam ent o de prej uí zo i rreversí v el aos cofres
públi cos, quando o bem da vi da pl eit eado supera a quest ão m eram ent e
pat ri m oni al . (AI 104630/ 2015, DES . JOS É ZUQUIM NOGUEIR A,
SEGUNDA C ÂMAR A DE DIR EITO P ÚB LIC O E C OLETIVO, Jul gado em
13/ 12/ 2016, P ubli cado no DJE 20/ 12/ 2016). Adem ai s, é i m port ant e
consi gnar que o benefí ci o de redução de carga horári a concedi do ao
servi dor, só de form a refl exa l he pert ence, poi s na verdade se t rat a de um
di rei t o soci al da cri ança, porque t al m edi da t em por escopo possi bil i t ar
que o pai , t rabal hador, possa at ender seu fi l ho com defi ci ênci a, que
carec e de at enção especi al . P or t odo expost o, Dou P rovi m ent o ao recurso
i nt erpost o por Washi ngt on Hedder de Vasconcel os, para deferi r a redução
da carga horári a para 04 (quat ro) horas, nos m ol des do art i go 139-A, §§
1º, 2º, 3º e 4º da Const it ui ção Est adual , pel o prazo de 01 (um ) ano a
cont ar da dat a do l audo peri ci al (25 de j ul ho de 2017). É com o vot o. V O
T O EXMA. S R A. DES A. MAR ILS EN ANDR ADE ADDAR IO (2º
MEMB R O) Egrégi o C onsel ho da Magi st rat ura: De acordo com os vot os
precedent es (fl s. 197/ 200vº-TJ/ C M e fl s. 202/ 204vº-TJ/ CM), paraDAR
PR OVIMENTO ao recurso i nt erpost o porWAS HINGT ON HEDDER DE
VAS C ONC ELOS , a fi m de deferi r a redução da carga horári a para 4
(quat ro) horas, nos t erm os do art i go 139-A, §§ 1º, 2º, 3º e 4º, da
Const i t ui ção Est adual , pel o prazo de um ano a cont ar da dat a do l audo
peri ci al , qual sej a, 25/ 7/ 2017 (fl . 34-TJ/C M). Ist o porque, com provado
nos aut os que o servi dor possui fil ha, m enor de idade (fl . 26-TJ/C M),
port adora de Transt orno Invasi vo do Desenvol vi m ent o (aut i sm o infant i l ),
associ ado a “Défi ci t Audi t i vo P rofundo com Im pl ant e C ocl ear B i l at eral ”,
a qual necessi t a de assi st ênci a do geni t or, para acom panhá- l a nos
t rat am ent os m édi cos e t erapêut i cos, conform e se observa dos at est ados
m édi cos j unt ados ao processo e Laudo P eri ci al da S ecret ari a de Est ado de
Gest ão – Superi nt endênci a de Gest ão de P essoas – Coordenadori a de
P erí ci a Médi ca de MT (fl s. 30/ 41- TJ/ C M e fl s. 50/ 66-TJ/C M) Logo,
prospera a pret ensão recursal . É com o vot o.

A C Ó R D Ã O

Vi st os, rel at ados e discut i dos os aut os em epí graf e, o C ONS ELHO DA
MAGIS TR ATUR A do Tri bunal de Justi ça do Est ado de Mat o Grosso,
com post o pel o DES A. MAR IA AP AR EC IDA R IB EIR O (R el at ora), DES .
R UI RAMOS R IB EIR O (1º Mem bro) e DES A. MAR ILS EN ANDR ADE
ADDAR IO (2º Mem bro), proferi u a segui nt e deci são: P OR
UNANIMIDA DE, PR OVER AM O REC UR S O INTER P OS TO P ELO
SER VIDOR WAS HINGTON HEDDER DE VASC ONC ELOS ,
MATR ÍC ULA N. 21.378, ANALIS TA JUDIC IÁR IO DA C OMAR C A DE
C UIAB Á, P AR A DEF ER IR A R EDUÇ ÃO DA C AR GA HOR ÁR IA PAR A
04 (QUATR O) HOR AS , C OM F ULCR O NO AR TIGO 139-A, §§ 1º, 2º, 3º
E 4º DA C ONS TITUIÇ ÃO ES TADUAL DE MATO GR OSS O, PELO
PR AZO DE 01 (UM) ANO A C ONTAR DA DATA DO LAUDO P ER IC IAL
(25-7- 2017), NOS TER MOS DO VOTO DA RELATOR A. C ui abá, 23 de
out ubro de 2017.
--- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -
--- --- --- --- - DES EMB AR GADOR A MAR IA AP AR EC IDA R IB EIR O -
R ELATOR A (Gri fos Nossos)

AP ELAÇ ÃO C ÍVEL. SER VIDOR P ÚB LIC O ES TADUAL. C AR GA


HOR ÁR IA. R EDUÇ ÃO. F ILHO P OR TADOR DE NEC ES S IDADES
ES P EC IAIS . PR EVIS ÃO LEGAL. PER C ENTUAL R EDUTOR .
HONOR ÁR IOS . Nos t erm os do art . 127, da Lei C om pl em ent ar Est adual nº
10.098/ 94, bem com o dos art s. 112 e segui nt es da Lei Est adual nº
13.320/ 09, deve ser concedi da a redução da carga horári a de t rabal ho em
at é 50% para os pai s, m ães ou responsávei s, que possuam fi l hos com
necessi dades especi ai s. R essal vado o di rei t o de a Admi ni st ração P úbl i ca
subm et er o fi l ho da servi dora, port ador de S índrom e de Down, à perí ci a
m édi ca, para fi xar a proporci onal i dade do percent ual redut or. R edução da
verba honorári a. DER AM P AR C IAL P R OVIMENTO AO AP ELO.
UNÂNIME.”
(Apel ação C í vel Nº 70039014030, Quart a C âm ara Cí vel , Tri bunal de
Just i ça do RS , R el at or: Al exandre Mussoi Morei ra, Jul gado em
23/ 05/ 2012)

AGR AVO REGIMENTAL – MANDADO DE S EGUR ANÇ A –


SER VIDOR A P ÚB LIC A – F ILHO DE TENR A IDADE C OM
DEF IC IÊNC IA (S ÍNDR OME DE DOWN) – C UIDADOS MATER NOS –
INDIS P ENS AB ILIDADE – REDUÇ ÃO DA JOR NADA DE TR AB ALHO –
P OS S IB ILIDADE – R ELEVÂNC IA DOS F UNDAMENTOS – P RES ENÇ A
– INEF IC ÁC IA DA MEDIDA, C AS O S EJA F INALMENTE DEF ER IDA –
EVIDÊNC IA – LIMINAR – DEF ER IMENTO – NEC ES S IDADE.

A servi dora públ i ca, m ãe de cri ança de t enra idade, com necessi dad es
especi ai s (Sí ndrom e de Down), t em di rei t o à redução da jornada de
t rabal ho, com a fi nal i dade de proporci onar ao i nfant e os cui dados
necessári os, nos pri m ei ros anos de vi da. Não se pri vi l egi a a geni t ora.
Confere - se ao fi l ho o mí ni m o: di rei t o à prot eção m at erna, no i ní ci o de
sua j ornada t errena, em condi ções desfavoráv ei s, (C onvenção S obre os
Di rei t os das P essoas com Defi ci ênci a, aprovado pel o Decret o Legi sl at i vo
nº 186, que faz part e do bl oco de di rei t os const i t uci onai s, com força de
Em enda C onst it uci onal ; C onsti t ui ção F ederal , art . 227, cabeç a, Lei nº
7.853, de 24 de out ubro de 1989). O deferi m ent o do m andado de
segurança ao fi nal , seri a i nefi caz em rel ação ao t em po decorri do, vi st o
que i m possí vel repar ar os prej uí zos sofri dos pel o pequeno ser nesse
i nt erst í ci o. P reenchi dos os requi si t os do art . 7º, III, da Lei nº 12.016, de
7 de agost o de 2009, o deferi m ent o de l i mi nar é de ri gor. R ecurso
provi do. Lim i nar deferi da. ”
(AgR 111714/ 2014, DES A. MAR IA ER OTIDES KNEIP B AR ANJAK,
TUR MA DE C ÂMAR AS C ÍVEIS R EUNIDAS DE DIR EITO PÚB LIC O E
C OLETIVO, Jul gado em 04/ 12/ 2014, Publ i cado no DJE 21/ 01/ 2015).

IV. DOS PE DIDO S

8. Ante todo o exposto, e nos termos da


legislação em vigor, a parte Autora requer que: I) sejam agendadas
averiguação por assistente social referente à dependência
socioeducativa, e, perícia para emissão de Laudo Pericial atestando
a dependência, a doença e a necessidade de redução da carga
horária, a ser realizado pela Coordenadoria de Perícia Médica da
Secretaria de Estado de Gestão, Superintendência de Gestão de
Pessoas; II) lhe seja deferida a redução de carga horária em 50%
(cinquenta por cento), sem prejuízo de seus vencimentos integrais,
para acompanhamento em tratamento e cuidado específico de seu
dependente.

Nestes termos,
Pede Deferimento
Cuiabá, __________________de 2019.

A SSINAT U RA DO S E RVIDO R ( A ).
Matrícula n.º

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