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Ponto 6-

Notas de aula- Curva de Phillips

No modelo de oferta agregada e demanda agregada supomos primeiramente que no


curto prazo todos os preços são rígidos. Por esse motivo, a curva de oferta agregada
no curto prazo é uma linha horizontal.

Para aperfeiçoar a compreensão de oferta agregada de curto prazo de modo a refletir


o mundo real, no qual alguns preços são rígidos e outros não.

No mundo real certos choques, ou atritos podem desviar a produção da economia do seu nível
natural.

Essas duas observações fazem com que no curto prazo a curva de oferta agregada tenha uma
inclinação ascendente, ao invés de horizontal.

Uma equação da oferta agregada de curto prazo:

Y = + α(P – EP), α > 0

Em que Y é o nível da produção, é o nível de produção natural, P é o nível de preços e EP é o


nível de preços esperado. A equação apresentada afirma que o nível da produção se desvia de
seu nível natural quando o nível de preços se desvia do nível de preços esperado.

Fala: Percebam que se o nível de preço esperado for igual ao nível de preço efetivo, então
y=yn. Somente se o preço esperado for diferente do preço praticado, que iremos ter um
desvio do produto

A explicação aceita mais amplamente para a curva da oferta agregada de curto prazo com
inclinação ascendente é chamada de modelo de preços rígidos.

Esse modelo enfatiza que as empresas não ajustam imediatamente os preços que cobram em
resposta a variações na demanda.

Algumas empresas não possuem preços rígidos(possuem preços flexíveis). Escrevemos então
o preço desejado da empresa como

p = P + a(Y – Yn).

Essa equação afirma que o preço desejado, p, depende do nível geral de preços, P, e do
produto agregado em relação ao nível natural, Y – Yn.

Empresas com preços rígidos definem seus preços com base no que esperam que as outras
empresas cobrem.

p = EP. Onde P é o nível geral de preços


Quanto maior o número de empresas com preços rígidos, menos o nível de preço responde ao
nível de atividade econômica.

O modelo de preços rígidos afirma que o desvio do nível de produção em relação a seu nível
natural está positivamente associado ao desvio do nível de preços em relação ao nível de
preços esperado. Ou seja, quando o preço esperado está mais alto, o desvio do nível de
produção tende a ser positivo

Y = + α(P – EP). Essa equação enuncia que os desvios do nível de produção em relação ao nível
natural estão relacionados com os desvios do nível de preços real em relação ao nível de
preços esperado. Se o nível de preços é mais alto do que o nível de preços esperado, a
produção excede seu nível natural. Se o nível de preços é mais baixo do que o nível de preços
esperado, a produção fica aquém de seu nível natural.

Juntando Oferta agregada e demanda agregada


Como Mudanças na Demanda Agregada AcarretamOscilações de Curto Prazo Nesse caso, a
economia começa em uma situação de equilíbrio de longo prazo, o ponto A. Quando a
demanda agregada sobe inesperadamente, o nível de preços sobe de P1para P2 . Uma vez que
o nível de preços, P2 , está acima do nível de preços esperado, EP2 , o total da produção
aumenta temporariamente acima de seu nível natural, à medida que a economia se
movimenta do ponto A para o ponto B ao longo da curva da oferta agregada de curto prazo.
No longo prazo, o nível de preços esperado cresce para EP3 , fazendo com que a curva da
oferta agregada de curto prazo se desloque para cima. A economia retorna para um novo
equilíbrio de longo prazo, o ponto C, no qual a produção está de volta ao seu nível natural.

INFLAÇÃO, DESEMPREGO E A CURVA DE PHILLIPS

Dois objetivos dos formuladores de política econômica são baixa inflação e baixo nível de
desemprego, mas esses objetivos muitas vezes se conflitam.

Por exemplo, a expansão da demanda agregada aumenta o nível de preços e o nível de


produção no curto prazo. Um nível mais alto de produção significa menor índice de
desemprego, uma vez que as empresas empregam maior quantidade de trabalhadores quando
produzem mais.

Quando os formuladores de política econômica movimentam a economia para cima ao longo


da curva da oferta agregada de curto prazo, eles fazem com que diminua a taxa de
desemprego e aumente a taxa de inflação. Por outro lado, quando diminuem a demanda
agregada, diminuem o nível de preços e a produção no curto prazo, o que implica maior taxa
de desemprego.

Esse tradeoff entre inflação e desemprego, conhecido como curva de Phillips.

Derivando a Curva de Phillips a Partir da Curva da Oferta Agregada

A curva de Phillips em sua forma moderna enuncia que a taxa de inflação depende de três
forças:
 Inflação esperada
 O desvio do desemprego em relação ao nível natural, chamado de desemprego cíclico
 Choques na oferta.

Essas três forças estão expressas na seguinte equação

π=Eπ −β ( u−un ) + v

Onde π – inflação

Eπ – inflação esperada

( u−un ) – desemprego cíclico


v – Choque de oferta

Essa equação tem como origem a equação de oferta agregada

P = EP + (1/α)(Y –Yn ) (1) Equação da oferta agregada


rearranjada

P = EP + (1/α)(Y –Yn ) + v (2) Equação acrescentada dos choques (v)

(P – P–1) = (EP – P–1) + (1/α)(Y –Yn ) + v (3) subtraia o nível de preços do ano anterior,
P–1 ,

de ambos os lados da equação para achar a inflação

π = Eπ + (1/α)(Y –Yn ) + v (4)

Com base na lei de Okun, o desvio do produto tem relação inversa com o desvio do
desemprego, ou seja:

(1/α)(Y –Yn ) = –β(u – u n )


Substituindo...

π = Eπ – β(u – u n ) + v Equação para a curva de Phillips

A curva de Phillips e a curva da oferta agregada são dois lados da mesma moeda. De acordo
com a equação para a curva da oferta agregada de curto prazo, a produção está relacionada a
movimentações inesperadas no nível de preços. De acordo com a equação para a curva de
Phillips, o desemprego está relacionado a movimentações inesperadas na taxa de inflação.

Expectativas Adaptativas e Inércia Inflacionária

O que determina a inflação esperada?

As pessoas formam suas expectativas de inflação com base na inflação recentemente


observada. Essa suposição é chamada de expectativas adaptativas.

Supondo que as pessoas tenham a expectativa de que os preços aumentem no ano corrente à
mesma taxa em que aumentaram no ano passado

Eπ = π–1

Nesse caso, podemos escrever a curva de Phillips como :

π = π–1 – β(u – u n ) + v

que enuncia que a inflação depende da inflação passada, do desemprego cíclico e de um


choque na oferta. Quando a curva de Phillips é escrita sob esse formato, a taxa natural de
desemprego é às vezes conhecida como a taxa de desemprego que não acelera a inflação, ou
NAIRU (nonaccelerating inflation rate of unemployment).

π–1 , implica que a inflação é inercial. Ou seja, tal como um objeto se movimentando pelo
espaço, a inflação segue caminhando, a menos que algo atue de modo a interrompê-la.

“Por que nossa moeda está cada vez valendo menos? Talvez simplesmente tenhamos inflação
porque esperamos inflação, e esperamos inflação porque já a tivemos.” (Solow, 1970)

No modelo de oferta agregada e demanda agregada, a inflação inercial é interpretada como


deslocamentos ascendentes persistentes tanto na curva da oferta agregada quanto na curva
da demanda agregada.

Duas Causas para Inflação Crescente e Inflação Decrescente

O segundo e o terceiro termos da equação para a curva de Phillips mostram as duas forças que
podem modificar a taxa de inflação.

O segundo termo, β(u – u n )- O baixo índice de desemprego empurra para cima a taxa de
inflação. Esse efeito é chamado de inflação de demanda. Já um alto índice empurra a inflação
para baixo
O terceiro termo, v, mostra que a inflação também cresce e diminui em decorrência de
choques na oferta. Um choque adverso na oferta, como é o caso da alta nos preços
internacionais do petróleo na década de 1970, sugere um valor positivo para v e faz com que a
inflação cresça.

O Tradeoff entre Inflação e Desemprego no Curto Prazo

A Figura 14-4 plota a equação da curva de Phillips e mostra o tradeof entre inflação e
desemprego no curto prazo.

No curto prazo, para um determinado nível de inflação esperada, os formuladores de políticas


econômicas podem mexer com a demanda agregada de modo a escolher uma combinação
entre inflação e desemprego ao longo dessa curva, conhecida como curva de Phillips de curto
prazo.

Quando o desemprego está em sua taxa natural (u = u n ), a inflação depende da inflação


esperada e do choque na oferta (π = Eπ + v).

Observe que o posicionamento da curva de Phillips no curto prazo depende da taxa de inflação
esperada. Se a inflação esperada aumenta, a curva se desloca para cima e o tradeof para o
formulador de políticas econômicas torna-se menos favorável

Desinflação e Taxa de Sacrifício


Taxa de sacrifício, o percentual do PIB real correspondente a um ano ao qual se deve
necessariamente renunciar de modo que a inflação seja reduzida em 1 ponto percentual.

De acordo com a curva de phillips o custo de reduzir a inflação através de políticas, é a queda
da produção e o aumento do desemprego.

Estimativas são feitas para conseguir mensurar esse custo. Embora as estimativas relacionadas
à taxa de sacrifício variem de maneira considerável, uma estimativa típica consiste em
aproximadamente 5: para cada 1 ponto percentual que a inflação precise diminuir, 5% do PIB
correspondente a um ano devem necessariamente ser sacrificados.

Em termos de desemprego: Reduzir a inflação em 1 ponto percentual requer


aproximadamente 2,5 pontos percentuais de desemprego cíclico.

As Expectativas Racionais e a Possibilidade de Desinflação Indolor

As pessoas têm expectativas racionais- as pessoas preferencialmente utilizam todas as


informações disponíveis, inclusive informações sobre as atuais políticas do governo,

Uma mudança na política monetária ou na política fiscal transformará as expectativas,

Portanto, a inflação apenas aparenta ter uma cinética própria; na realidade, é a política de
longo prazo do governo persistentemente incorrendo em grandes déficits e emitindo moeda
em ritmo acelerado que é responsável pela cinética inerente à taxa de inflação.

Sob a égide de uma política econômica que tenha credibilidade, os custos inerentes a reduzir a
inflação podem ser muito mais baixos do que sugerem as estimativas relacionadas à taxa de
sacrifício.

Uma desinflação indolor

Em primeiro lugar, o plano para redução da inflação deve ser anunciado antes que os
trabalhadores e as empresas que estabelecem salários e preços tenham criado suas
expectativas. Em segundo lugar, os trabalhadores e as empresas devem acreditar nesse
pronunciamento.

Histerese e o Desafio da Hipótese da Taxa Natural

Hipótese da taxa natural- As flutuações na demanda agregada afetam a produção e o emprego


somente no curto prazo. No longo prazo, a economia retorna aos níveis de produção, emprego
e desemprego descritos pelo modelo clássico.

Histerese é o termo utilizado para descrever a influência de longa duração da história sobre a
taxa natural.

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