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Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Guia de Turismo

Legislação Aplicável ao Turismo


Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Caros estudantes!

Sabemos que o turismo, no Brasil, tem se destacado como atividade econômica em


plena expansão. Esse crescimento tem apresentado impactos positivos no desenvolvimento do
país, estimulando as economias locais, resultando na geração de emprego e renda, além de
diminuir as desigualdades sociais e regionais, e pode-se dizer com segurança que o setor de
eventos se destaca como uma das mais importantes ramificações do turismo.
Segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas - 2011), o setor que mais
recebe investimento, é o turismo, que engloba alimentação, transporte e claro, hotelaria. Por
conta disso, esses setores irão garantir aproximadamente 448 oportunidades de negócios
atreladas à Copa do Mundo e Olimpíadas.
É nesse sentido que a Secretaria de Educação do Estado do Ceará através do projeto
das escolas de educação profissional apresenta o curso técnico em guia de turismo para os
jovens que desejam inserir-se no mercado de trabalho da cadeia produtiva do turismo.
Esses jovens serão aptos a orientar, assistir e conduzir pessoas ou grupos durante
traslados, passeios, visitas, viagens, com ética profissional e respeito ao ambiente, à cultura e à
legislação. Informar sobre aspectos socioculturais, históricos, ambientais, geográficos e outros
de interesse do turista. Apresentar ao visitante opções de roteiros e itinerários turísticos
disponíveis e, quando for o caso, conceber considerando as expectativas ou necessidades do
visitante. Utilizar instrumentos de comunicação, localização, técnicas de condução, de
interpretação ambiental e cultural.
É certo que para a inserção no mercado de trabalho em serviços de guiamento, ou seja,
atuar no receptivo turístico é necessário a qualificação de nossos jovens. Nesse sentido
elaboramos esse material didático pedagógico como um instrumento de apoio as aulas
presenciais. Esse material não é a única fonte de informação, apenas iniciará o conteúdo que
poderá ser ampliado por meio de pesquisas na biblioteca da própria escola, visitas técnicas de
campo e participações em eventos ligados a área, bem como, com a ajuda importante dos
professores.

Desejo a vocês um bom trabalho nesta fase de seus estudos. Bom desempenho a todos!

SEDUC

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 1


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PROGRAMA DE DISCIPLINA

 DISCIPLINA: Legislação Aplicável ao Turismo


CARGA HORÁRIA: 40h

EMENTA

Conhecimentos de Legislação do Turismo, noções sobre direito civil e direito do consumidor


turista. A formação do direito internacional do turismo e a OMT. Lei Geral do Turismo. Código Mundial de
Ética do Turismo. Código de Ética do Guia de Turismo.

OBJETIVOS

Compreensão da Legislação Aplicável as atividades turísticas. Dominar conhecimentos mínimos


de Direito e Legislação aplicada ao profissional Guia de Turismo, bem como, aos direitos do
consumidor.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Discutir e definir com suas próprias palavras sobre a legislação vigente relacionadas às
atividades turísticas, especificamente em relação à atuação do Guia de Turismo.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Unidade I

 Noções sobre Direito Civil (Pessoas físicas e Pessoas jurídicas)


 Noções de Direito do Consumidor: Direitos Básicos do Consumidor Turista.

Unidade II
 A Formação do Direito Internacional do Turismo
 A OMT e o Código Mundial de Ética do Turismo
 Lei Geral do Turismo n.º 11.771/08

Unidade III
 Legislação para Habilitação do Guia de Turismo: (Lei nº 8.623/93, Decreto nº 946/93,
Deliberação Normativa MTE/EMBRATUR nº 326/1994, Deliberação Normativa MTE/EMBRATUR
nº 427/2001, Deliberação Normativa MTE/EMBRATUR nº 426/2001)

Unidade IV
 Código de Ética do Guia de Turismo
 Procedimentos para a obtenção do passaporte.

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UNIDADE I –

Noções sobre Direito Civil

Direito público: é o direito composto, inteira ou predominantemente, por normas de


ordem pública, que são normas imperativas, de obrigatoriedade inafastável.

Direito privado: é o composto, inteira ou predominantemente, por normas de ordem


privada, que são normas de caráter supletivo, que vigoram apenas enquanto a vontade dos
interessados não dispuser de modo diferente do previsto pelo legislador.

O Direito Civil é o ramo do direito privado destinado a reger relações familiares


patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais, ou seja,
enquanto membros da sociedade.

Princípios do direito civil:


a) da personalidade: aceita a idéia que todo ser humano é sujeito de direito e obrigações;
b) da autonomia da vontade: reconhece que a capacidade jurídica da pessoa humana lhe
confere o poder de praticar ou abster-se de certos atos, conforme sua vontade;
c) da liberdade de estipulação negocial: decido à permissão de outorgar direitos e de aceitar
deveres, nos limites legais, dando origem à negócios jurídicos;
d) da propriedade individual: pela idéia assente de que o homem pelo seu trabalho ou pelas
formas admitidas em lei pode exteriorizar a sua personalidade em bens imóveis ou móveis que
passam a constituir o seu patrimônio;
e) da intangibilidade familiar: ao reconhecer a família como uma expressão imediata de seu ser
pessoal;
f) da legitimidade da herança e do direito de testar: pela aceitação de que, entre os poderes que
as pessoas têm sobre seus bens, se inclui o de poder transmiti-los, total ou parcialmente, a seus
herdeiros;

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g) da solidariedade social: ante a função social da propriedade e dos negócios jurídicos, a fim de
conciliar as exigências da coletividade com os interesses particulares.

Divisões do direito civil: o direito civil regula as relações jurídicas das pessoas; a parte
geral trata das pessoas, dos bens e dos atos e fatos jurídicos; a parte especial versa sobre
direito de família (disciplina as relações pessoais e patrimoniais da família), o direito das coisas (
trata do vínculo que se estabelece entre as pessoas e os bens), o direito das obrigações (trata
do vínculo pessoal entre credores e devedores, tendo por objeto uma prestação patrimonial) e o
direito das sucessões (regula a transmissão dos bens do falecido).

Pessoa jurídica – Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas jurídicas é
a de uma ideia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a
utilizam na composição de seus interesses. Em sendo assim, ela não preexiste ao direito.
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas,
em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, o
condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a
prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido. Feitas tais
considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado
personalizado.
São requisitos para a existência da pessoa jurídica a organização de pessoas ou bens, a
licitude de propósitos e capacidade reconhecida por norma.
Classificação
Pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade
jurídica própria e constituido na forma da lei Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de
2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de direito público (interno ou
externo) e de direito privado. As primeiras encontram-se no âmbito de disciplina do direito
público, e as últimas, no do direito privado.
Pessoas jurídicas de direito público interno
Conforme o artigo 41 do Código Civil brasileiro de 2002, são a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Territórios, os municípios, as autarquias (como o INSS, etc) e as demais
entidades de caráter público criadas por lei (por exemplo, fundações públicas como as
universidades federais ou estaduais).
Sua existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção ocorrem pela lei.
Pessoas jurídicas de direito público externo
São os Estados estrangeiros, e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público, além de organismos internacionais (ONU, OEA, União Européia, Mercosul,
etc) são pessoas jurídicas supraestaduais.

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Eles se constituem e se extinguem geralmente mediante fatos históricos (guerras,


revoluções, etc).
Art. 42 Código Civil de 2002, São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Pessoas jurídicas de direito privado
Dividem-se em duas categorias: de um lado, as estatais; de outro, as particulares. Para
essa classificação interessa a origem dos recursos empregados na constituição da pessoa,
posto que são estatais aquelas para cujo capital houve contribuição do Poder Público
(sociedades de economia mista, empresas públicas) e particulares as constituídas apenas com
recursos particulares. A pessoa jurídica de direito privado particular pode revestir seis formas
diferentes: a fundação, a associação, a cooperativa, a sociedade, a organização religiosa e os
partidos políticos.
O traço característico mais moderno tendo em vista o direito comparado a nível
internacional, é o fato das pessoas jurídicas serem a união de esforços para a realização de fins
comuns, como as cinco formas apontadas acima, porém se esses fins são econômicos-
financeiros, a pessoa jurídica é necessariamente uma sociedade, porém se o objeto for somente
o econômico ou de realização econômica encaram os quatro restantes, tanto isso é verdade que
nas organizações religiosas e nas fundações, essas duas as mais antigas; existia a figura quase
lendária do "ecônomo", ou "responsável pela economia aziendária dessas instituições" (quando
da idade média ou medieval), e que, em que em algumas entidades de direito internacional
ainda persistem.
Personalidade legal
A personalidade legal de uma pessoa jurídica, incluindo seus direitos, deveres,
obrigações e ações, é separada de qualquer uma das outras pessoas físicas ou jurídicas que a
compõem. Assim, a responsabilidade legal de uma pessoa jurídica não é necessariamente a
responsabilidade legal de qualquer um de seus componentes.
Por exemplo, um contrato assinado em nome de uma pessoa jurídica só afeta direitos e
deveres da pessoa jurídica; não afeta os direitos e deveres pessoais das pessoas físicas que
executaram o contrato em nome da entidade legal.

Pessoa física – pessoa física (termo usado, sobretudo em direito tributário e domínios
afins), ou pessoa natural (termo usado tradicionalmente em direito civil), é o ser humano, tal
como percebido por meio dos sentidos e sujeito às leis da natureza. Distingue-se da pessoa
jurídia, que é um ente abstrato tratado pela lei, para alguns propósitos, como sujeito de direito
distinto das pessoas naturais que o componham.

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Noções de Direito do Consumidor

Anexo: cartilha do consumidor – edição especial: TURISMO – Como prevenir-se de problemas


nas férias e como exercer seus direitos de consumidor. INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDO E
DEFESA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO. Brasília – Brasil .1ª Edição – Dezembro de 2009

UNIDADE II

A FORMAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DO TURISMO

A Carta da ONU e o turismo.

A Carta das Nações Unidas, aprovada em 1945, quando analisada sob a perspectiva do
estudo das atividades turísticas, serviu como embrião para o nascimento do direito do turismo,
por trazer, em vários artigos, noções que regem implicitamente a sua prática, como promotoras
da cultura, paz e entendimento humano.
A Carta da ONU, por sua vez, também impulsionou estudos aprofundados sobre os
vários aspectos do turismo, contribuindo para a criação de uma nova ótica, ainda hoje aceita.
Analisando-a,identificam-se muitas premissas que fundamentam a elaboração de regras e
normas para várias das disciplinas englobadas no estudo do setor. Direitos trabalhistas e o de ir

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e vir, questões sobre o preconceito e proteção à criança são alguns dos temas que servem como
passo inicial para o estabelecimento de conjuntos normativos que protejam o turista e o lado
público, privado e estatal do turismo.
No seu Preâmbulo, os princípios a equidade entre as nações, promoção da paz mundial
e o respeito e observância dos direitos do homem são estabelecidos, apontando para incentivos
ao desenvolvimento do turismo, o que nos anos seguintes gerou medidas visando também sua
consolidação, por meio de regras coesas e de planejamento específico sobre o tema.

Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo
da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indivisíveis à
humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor
do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações
grandes e pequenas, e a estabelecer as condições sob as quais a justiça e o respeito às
obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional passam a ser
mantidas, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma
liberdade ampla. E para tais fins, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros,
como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais,
e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não
será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para
promover o progresso econômico, social de todos os povos.
Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso,
nossos respectivos Governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São
Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida
forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela,
uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.

O seu capítulo I tem elementos que servem de suporte para incremento do turismo. O
artigo 1º estabelece os propósitos e objetivos da ONU:

1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer
ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da
justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações
que possam levar a uma perturbação da paz; 2. Desenvolver relações amistosas entre as
nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de
autodeterminação dos povos, e tomas outras medidas apropriadas ao fortalecimento da
paz universal; 3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas
internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e
estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião; 4. Ser um centro destinado a harmonizar a
ação das nações para a consecução desses objetivos comuns.

A promoção da paz encontra ajuda valorosa no setor turístico, com a abertura de


territórios a visitantes internacionais interessados em conhecer outras culturas, pois os próprios
Estados utilizam-se do marketing turístico para atrair a atenção de outras nações e, com isso,
conseguir apoio e parcerias estratégicas com outros governos.
A compreensão e a promoção dos valores éticos comuns à humanidade, num espírito de
tolerância e de respeito pela diversidade das crenças religiosas, filosóficas e morais, são ao

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mesmo tempo fundamento e conseqüência de um turismo responsável. Os agentes do


desenvolvimento e os próprios turistas devem conhecer as tradições e práticas sócio-culturais de
todos os povos, inclusive a riqueza das minorias e populações autóctones.
As atividades turísticas devem conduzir-se em harmonia com as especificidades e
tradições das regiões e países anfitriões, observando as suas leis, usos e costumes. Além disso,
tanto as comunidades receptoras quanto os agentes profissionais da região devem conhecer e
respeitar os turistas que os visitam, e informar-se também sobre seus modos de vida, gostos e
expectativas. A educação e a formação ministradas aos profissionais contribuem para um
acolhimento hospitaleiro dos turistas.
A segurança e proteção dos turistas, especialmente a dos estrangeiros, por sua grande
vulnerabilidade, devem estar garantidas pelas autoridades públicas, da mesma forma que todas
as informações e instrumentos voltados à sua assistência devem ser transmitidos de maneira
transparente e objetiva. Atentados, agressões, raptos ou ameaças, visando os turistas ou os
trabalhadores da área, bem como destruições voluntárias de instalações turísticas ou de
elementos do patrimônio cultural e natural, têm de ser severamente condenados e reprimidos,
em conformidade com as legislações nacionais.
A prática, por turistas, de atos criminosos ou considerados delituosos pelas leis do país
visitado ou comportamentos que firam os costumes das populações locais precisam ser
severamente combatidos, como também o tráfico de drogas, armas, antiguidades, espécies
protegidas, ou produtos e substâncias perigosa ou proibidas pelas legislações nacionais.
É responsabilidade daquele que visita obter informações, antes mesmo da viagem, sobre
as características dos países para onde irão, e devem ter consciência dos riscos de saúde e
segurança inerentes a todo deslocamento para fora do seu meio habitual, e ter um
comportamento de modo a minimizar os perigos.
A política da ―boa-vizinhança‖ e o respeito às limitações de cada território e ao ser
humano como portador de cultura e características próprias são fatores primordiais a serem
observados nas atividades turísticas, da mesma maneira que o respeito aos direitos humanos e
às liberdades fundamentais, o apoio e a cooperação internacionais para resolver problemas
internacionais e auxiliar as nações menos favorecidas são fatores prementes para o
desenvolvimento do turismo, uma vez que o setor acompanha o progresso ou o atraso de um
Estado, tendo ainda o potencial de estimular os setores enfraquecidos.
O capítulo IV ocupa-se da Assembléia Geral da ONU, em cujas atribuições podem ser
encontradas algumas relações com o turismo. Diz o artigo 13, ―b‖:

A Assembléia Geral iniciará estudos e fará recomendações, destinados a: [...] b)


promover cooperação internacional nos terrenos econômico, social, cultural, educacional
e sanitário e favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,
por parte de todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.

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Este parágrafo em especial relaciona-se diretamente ao turismo, pois fala sobre esforços
internacionais no sentido de garantir estrutura, infra-estrutura e respeito aos direitos humanos
entre as nações. A igualdade entre os seres humanos, a promoção dos direitos humanos e,
especialmente, os direitos das crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais, minorias
étnicas devem servir como pilar do turismo, por sua característica de tolerância e alteridade.
A exploração de seres humanos, principalmente sexual, ainda mais se de crianças, vai
contra os objetivos fundamentais do turismo, sendo sua própria negação. Conforme o direito
internacional, deve ser rigorosamente combatida com a cooperação de todos os Estados
envolvidos e sancionada sem concessões pelas legislações nacionais, quer dos países visitados
ou do de origem daquele que o cometeu, mesmo quando tiver ocorrido no estrangeiro.
As viagens por motivo de religião, saúde, educação ou intercâmbio cultural e lingüístico
são formas interessantes de turismo, e merecem ser encorajadas. Os programas de educação
devem realçar o valor dos intercâmbios turísticos, dos seus benefícios econômicos, sociais e
culturais, e também dos seus riscos.
O capitulo VII fala das medidas que devem ser instituídas pelo Conselho de Segurança e
pela Assembléia Geral em prol da manutenção da paz. Segundo artigo 41:
O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de
forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá
convidar os Membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir
a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação
ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer
espécie e o rompimento das relações diplomáticas.

A relação deste artigo com o turismo é evidenciada no momento em que, sendo


detectada uma ação que ameace a paz ou que possa promover sua ruptura, os membros da
ONU, caso seja a orientação do Conselho de Segurança, alterem suas relações com a nação
acusada, que incluem o setor de comunicações, transporte, economia, além do rompimento das
relações diplomáticas. Na prática, significa que, caso seja determinado pelo Conselho de
Segurança da ONU, os Estados – membros deverão fechar suas portas para um determinado
território, afetando, assim, diretamente a atividade turística.
No capitulo IX, estabelece-se que a ONU promoverá o auxilio necessário para fazer
valerem os princípios de igualdade, o respeito aos direitos humanos, a observância às
liberdades fundamentais, favorecendo o desenvolvimento sócio-econômico-cultural das nações.
Em seu artigo 55:
Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às relações
pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito ao principio da igualdade
de direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas favorecerão: a) níveis
mais altos de vida, trabalho efetivo e condições de progresso e desenvolvimento
econômico e social; b) a solução dos problemas internacionais econômicos, sociais,
sanitários e conexos; a cooperação internacional, de caráter cultural e educacional; e c)
o respeito universal e efetivo a raça, sexo, língua ou religião.

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O turismo é diretamente afetado por tais questões: em se tratando de trabalho, por


exemplo, a cooperação internacional pode significar importação de mão-de-obra especializada, o
que também afeta a cultura, com o intercâmbio de informações entre as nações emissoras e
receptoras.
O exercício dos direitos humanos, em si, é o que de mais importante está diretamente
relacionado com o turismo: o direito de ir e vir, ao descanso e ao lazer. Quanto à não-
discriminação em geral, tais premissas aplicam-se às relações de trabalho e entre os turistas e a
população local.
Pela ampla atuação do Conselho Social e Econômico da ONU no setor turístico, vê-se
que há um contato frutífero entre o turismo e a economia, se vistos sob a ótica unilateral dos
serviços. Daí se entende por que sua principal organização internacional, a OMT, é uma agência
especializada da ONU.

A OMT e o Código Mundial de Ética do Turismo

O Código Mundial de Ética do Turismo elaborado pela Organização Mundial do Turismo é


uma referência para o desenvolvimento sustentável e responsável da atividade no âmbito
mundial. A promulgação do Código Mundial de Ética do Turismo veio para dar credibilidade ao
setor e garantir a minimização dos impactos negativos do turismo sob o meio ambiente, o
patrimônio cultural e as sociedades, permitindo assim que sejam aumentados os benefícios para
os moradores das localidades turísticas. O texto, na íntegra, pode ser visualizado abaixo.

CÓDIGO MUNDIAL DE ÉTICA DO TURISMO

Nós, Membros da Organização Mundial do Turismo (OMT), representantes do setor turístico


mundial, delegados de estados, territórios, empresas, instituições e organismos reunidos na
Assembléia General em Santiago do Chile no 1º de outubro de 1999, Reafirmando os objetivos

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enunciados no artigo 3 dos Estatutos da Organização Mundial do Turismo, e conscientes da função


"central y decisiva" que reconheceu à Organização, a Assembléia Geral das Nações Unidas na
promoção e no desenvolvimento do turismo com a finalidade de contribuir ao crescimento econômico, a
compreensão internacional, a paz e a prosperidade dos países, assim como ao respeito universal e
observação dos diretos humanos e das liberdades fundamentais sem distinção de raça, sexo, língua
nem religião,

Profundamente convencidos de que, graças ao contato direto, espontâneo e imediato que permite
entre homens e mulheres de culturas e formas de vida diferentes, o turismo é una força viva ao serviço
da paz e um fator de amizade e compreensão entre os povos,

Atendo-nos aos princípios encaminhados a conciliar com sustentabilidade a proteção do meio


ambiente, o desenvolvimento econômico e a luta contra a pobreza, que as Nações Unidas formularam,
no ―Cume sobre a Terra" de Rio de Janeiro em 1992 e que expressaram-se no Programa 21 adotado
nessa ocasião,

Tendo presente o rápido e continuo crescimento, tanto passado como previsível, da atividade turística
originada por motivos de lazer, negócios, cultura, religião ou saúde, seus poderosos efeitos positivos e
negativos no meio ambiente, na economia e na sociedade dos países emissores e receptores, nas
comunidades locais e nas populações autóctones, assim como nas relações e nos intercâmbios
internacionais,

Movidos peIa vontade de fomentar um turismo responsável e sustentável, ao que todos tenham
acesso no exercício do direito que corresponde a todas as pessoas de dispor de seu tempo livre para
fins de lazer e viagens, com o devido respeito as opções de sociedade de todos os povos,

Porque Persuadidos também de que o setor turístico em seu conjunto se favoreceria


consideravelmente de desenvolver-se em um conjunto que fomente a economia de mercado, a empresa
privada e a liberdade de comércio, o que lhe permita otimizar seus efeitos benéficos de criação de
atividades e empregos.
Intimamente Convencidos de que sempre se repetem determinados princípios e se observam certas
normas, o turismo responsável e sustentável não é de modo algum incompatível com uma maior
liberação pelas quais se rege o comércio de serviços sob cuja tutela operam as empresas do setor a
quem cabe conciliar neste campo: economia e ecologia, meio ambiente e desenvolvimento, e abertura
aos intercâmbios internacionais e proteção das identidades sociais e culturais.

Considerando que neste processo todos os agentes do desenvolvimento turístico - administrações

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nacionais, regionais e locais, empresas, associações profissionais, trabalhadores do setor, organizações


não governamentais e organismos de todo tipo do setor turístico e também as comunidades receptoras,
os órgãos de imprensa e os próprios interdependentes na valorização individual e social do turismo e
que a definição dos direitos e deveres de cada um contribuirá para atingir este objetivo.

Interessados tanto quanto a própria Organização Mundial do Turismo desde que em 1977 sua
Assembléia Geral adotou, em Istambul, a Resolução 364 (XII) para promover uma verdadeira
colaboração entre os agentes públicos e privados do desenvolvimento turístico, e desejosos de que uma
organização (associação)e uma cooperação de mesma natureza se entendam de forma aberta e
equilibrada nas relações entre países emissores e receptores, e entre seus respectivos setores
turísticos.

Expressando nossa vontade em dar continuidade às Declarações de Manila de 1980 sobre o turismo
mundial, e de 1997 sobre os efeitos sociais do turismo, como também à Carta do Turismo e o código do
Turista adotado em Sofia, em 1985 sob os auspícios da OMT.

Porque entendendo que esses instrumentos devem completar-se em seu conjunto de princípios
interdependentes em sua interpretação e explicação aos quais os agentes de negócio turístico terão que
ajustar sua conduta no começo do século XXI.

Referindo-nos, para os efeitos do presente instrumento, às definições e classificações aplicáveis aos


viajantes, e especialmente às noções de "visitantes", "turista", e "turismo" que adotou a Conferência
Internacional de Otawa, realizada de 24 a 28 de junho de 1991, e que aprovou em 1993 a Comissão de
Estatutos das Nações Unidas, em seu 27º período de seções.

Atendo-nos particularmente aos instrumentos que se relacionam à continuação:

• Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1984,


• Pacto Internacional de Direitos Econômicos e Culturais, de 16 de dezembro de 1966,
• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 16 de dezembro de 1966,
• Convênio de Varsóvia sobre o transporte aéreo, de 12 de outubro de 1929,
• Convênio Internacional de Chicagosobre a Aviação Civil, de 07 de dezembro de 1944, assim como as
convenções de Tóquio , Haia e Montreal adotadas em relação aos citados convênios,
• Convenção sobre as facilidades aduaneiras para o turismo, de 04 de julho de 1954 e protocolo
associado,
• Convênio relativo a proteção do patrimônio mundial e cultural de 23 de novembro de 1972,
• Declaração de Manila sobre o Turismo Mundial, de 10 de outubro de 1980,

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• Resolução da Sexta Assembléia geral da OMT(Sofia) onde se adaptaram a carta do Turismo e o


Código do Turista, de 26 de setembro de 1985,
• Convenção sobre os Direitos das Crianças, de 26 de janeiro de 1990,
• Resolução da nona Assembléia Geral da OMT ( Buenos Aires) relativa a facilitação das viagens e da
segurança dos turistas, de 04 de outubro de 1991,
• Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de 13 de junho de 1992,
• Acordo Geral sobre o Comércio de serviços, de 15 de abril de 1994,
• Convênio sobre a Diversidade Biológica, de 16 de janeiro de 1995,
• Resolução da décima primeira Assembléia Geral da OMT ( no Cairo) sobre a prevenção do turismo
sexual organizado, de 22 de outubro de 1995,
• Declaração de Estocolmo contra a exploração sexual comercial das crianças, de 28 de agosto de
1996,
• Declaração de Manila sobre os Efeitos sociais do Turismo, de 22 de maio de 1997, e
• Convênios e recomendações adotados pela Organização Internacional do Trabalho em relação aos
convênios coletivos, a proibição de trabalhos forçados e do trabalho infantil, a defesa dos direitos dos
povos autóctones, e a igualdade de trato e a não discriminação no trabalho.

Afirmamos o direito ao turismo e as liberdades de deslocamentos turísticos Expressaram nossa


vontade de promover um ordenamento turístico mundial eqüitativo, responsável e sustentável,
em benefício mutuo de todos os setores da sociedade e uma volta da economia internacional
aberta e liberalizada e Proclamamos solenemente com esse fim os princípios do Código Ético
Mundial para o Turismo.

Artigo 1º

CONTRIBUIÇÃO DO TURISMO PARA O ENTENDIMENTO E RESPEITO MÚTUO ENTRE HOMENS E


A SOCIEDADES

1. A compreensão e a promoção dos valores éticos comuns da humanidade, em um espírito de


tolerância e respeito à diversidade, às crenças religiosas, filosóficas e morais são, por sua vez, o
fundamento e a conseqüência de um turismo responsável. Os agentes do desenvolvimento turístico e
os próprios turistas deverão prestar atenção às tradições e práticas sociais e culturais de todos os
povos, incluindo as minorias nacionais e as populações autóctones, e reconhecerão suas riquezas.
2. As atividades turísticas se organizarão em harmonia com as peculiaridades e tradições das regiões e
países receptores, respeitando suas leis e costumes.
3. Tanto as comunidades receptoras como os agentes profissionais locais terão que aprender a
conhecer e respeitar os turistas que os visitam, informar-se sobre sua forma de vida, seus gostos e suas
expectativas. A educação e a formação que competem aos profissionais contribuirão para uma recepção
hospitaleira aos turistas.
4. As autoridades públicas têm a missão de assegurar a proteção dos turistas e dos visitantes, assim
como de seus pertences. Ficarão com o encargo de prestar atenção especial aos turistas estrangeiros,

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devido a sua vulnerabilidade. A finalidade será facilitar a fixação de meios


de informação, prevenção, proteção, seguro e assistência específicos que correspondam as suas
necessidades. Os atentados, agressões, seqüestros e ameaças dirigidos contra turistas ou
trabalhadores do setor turístico, assim como a destruição intencional de instalações turísticas ou de
elementos do patrimônio cultural e natural devem ser condenados e reprimidos com severidade,
conforme a legislação nacional respectiva.
5. Em seus deslocamentos, os turistas e visitantes deverão evitar todo o ato criminal ou considerado
delinqüente pelas leis do país que visitam, bem como qualquer comportamento que possa chocar a
população local, ou ainda, danificar o entorno do lugar. Deverão se abstiverem de qualquer tipo de
tráfico de drogas, armas, antigüidades, espécies protegidas, produtos e substâncias perigosas e
proibidas pelo regulamento nacional.
6. Os turistas e visitantes têm a responsabilidade de informar-se desde sua saída, sobre as
características do país que se dispõe a visitar. Mesmo assim serão conscientizados dos riscos de saúde
e seguros inerentes a todos os deslocamentos fora de seu entorno habitual, e deverão comportar-se de
forma que diminua estes riscos.

Artigo 2

O TURISMO, INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E COLETIVO

1. O turismo, que é uma atividade geralmente associada ao descanso, a diversão, ao esporte e ao


acesso a cultura e a natureza, deve conceber-se e praticar-se como um meio privilegiado de
desenvolvimento individual e coletivo. Considerando-se a abertura de espírito necessária, é um fator
insubstituível de auto-educarão, tolerância mútua e aprendizagem das legítimas diferenças entre os
povos, culturas e suas diversidades.
2. As atividades turísticas deverão respeitar a igualdade entre homens e mulheres. Mesmo assim,
deverão ser promovidos os direitos humanos e em particular, os direitos específicos dos grupos de
populações mais vulneráveis, especialmente as crianças, maiores de idade, as pessoas incapacitadas,
as minorias étnicas e os povos autóctones.
3. A exploração de seres humanos, em qualquer de suas formas, principalmente a sexual, e em
particular quando afeta as crianças, fere os objetivos fundamentais do turismo e estabelece uma
negação de sua essência. Portanto, conforme o direito internacional, deve-se combatê-la sem reservas,
com a colaboração de todos os Estados interessados, e penalizar os autores destes atos com o rigor
das legislações nacionais dos países visitados e dos próprios países destes, mesmo quando cometidos
no exterior.
4. Os deslocamentos por motivos de religião, saúde, educação e intercâmbio cultural ou lingüístico,
constituem formas particularmente interessantes de turismo e merecem promover-se.
5. Será favorecida a introdução de programas de estudo, como intercâmbios turísticos, mostrando seus
benefícios econômicos, sociais e culturais, mas, também, seus riscos.

Artigo 3

O TURISMO, FATOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1. Todos os agentes de desenvolvimento turístico têm o dever de proteger o meio ambiente e os


recursos naturais, com perspectiva de um crescimento econômico constante e sustentável, que seja
capaz de satisfazer eqüitativamente as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras.

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2. As autoridades públicas nacionais, regionais e locais favorecerão e incentivarão todas as


modalidades de desenvolvimento turístico que permitam preservar recursos naturais escassos e
valiosos, em particular a água e a energia, e evitem no que for possível a produção de resíduos.
3. Se procurará distribuir no tempo e no espaço os movimentos de turistas e visitantes, em particular
por intermédio das férias remuneradas e das férias escolares, e, equilibrar melhor a freqüência com a
finalidade de reduzir a pressão que exerce a atividade turística no meio ambiente e de aumentar seus
efeitos benéficos no setor turístico e na economia local.
4. Se concederá a infra-estrutura e se programarão as atividades turísticas de forma que se proteja o
patrimônio natural que constituem os ecossistemas e a diversidade biológica, e que se preservem as
espécies em perigo da fauna e da flora silvestre. Os agentes do desenvolvimento turístico, e em
particular os profissionais do setor, devem admitir que se imponham limites à suas atividades quando as
mesmas sejam exercidas em espaços particularmente vulneráveis: regiões desérticas, polares ou de
alta montanha, litorâneas, florestas tropicais ou zonas úmidas, que sejam idôneos para a criação de
parques ou reservas protegidas.
5. O turismo de natureza e o ecoturismo se reconhecem como formas de turismo particularmente
enriquecedoras e valorizadoras, sempre que respeitem o patrimônio natural e a população local e se
ajustem à capacidade de carga dos lugares turísticos.

Artigo 4

O TURISMO, FATOR DE APROVEITAMENTO E ENRIQUECIMENTO DO PATRIMÔNIO CULTURAL


DA HUMANIDADE

1. Os recursos turísticos pertencem ao patrimônio comum da humanidade. As comunidades, em cujo,


território se encontram, tem com relação a eles direitos e obrigações particulares.
2. As políticas e atividades turísticas se inteirarão a respeito do patrimônio artístico, arqueológico e
cultural que devem proteger, e transmitir para as gerações futuras. Se concederá atenção particular à
proteção e à recuperação dos monumentos, santuários e museus, como também dos lugares de
interesse histórico ou arqueológico, que devem estar amplamente abertos à visitação turística. Se
estimulará o acesso do público aos bens e monumentos culturais de propriedade particular respeitando
os direitos de seus proprietários, assim como aos edifícios religiosos sem prejudicar os cultos.
3. Os recursos procedentes da visitação dos lugares e monumentos de interesse cultural teriam que ser
designados preferencialmente, ao menos em parte, à manutenção, proteção, melhoria e ao
enriquecimento desse patrimônio.
4. A atividade turística se organizará de modo que permita a sobrevivência e o progresso da produção
cultural e artesanal tradicional, assim como, do folclore e que não caminhe para sua normalização e
empobrecimento.

Artigo 5

O TURISMO, ATIVIDADE BENÉFICA PARA OS PAÍSES E AS COMUNIDADES DE DESTINO

1. As populações e comunidades locais se associarão às atividades turísticas e terão uma participação


eqüitativa nos benefícios econômicos, sociais e culturais que referem, especialmente na criação direta e
indireta de emprego que ocasionem.
2. As políticas turísticas se organizarão de maneira que contribuam com a melhora do nível de vida da

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população das regiões visitadas correspondendo as suas necessidades. A concepção urbanística e


arquitetônica e a forma de exploração das estações e dos meios de hospedagem turístico tenderão para
sua ótima integração no contexto econômico e social local. De igual importância, se priorizará a
contratação de mão-de-obra local.
3. Se dará atenção particular aos problemas específicos das zonas litorâneas e dos territórios
peninsulares, assim como das frágeis zonas rurais e de montanha, aonde o turismo representa com
freqüência uma das poucas oportunidades de desenvolvimento diante do declínio das atividades
econômicas tradicionais.
4. De acordo com a normativa estabelecida pelas autoridades públicas, os profissionais de turismo, e
em particular os investidores, executarão estudos de impacto de seus projetos de desenvolvimento no
entorno e nos meios naturais. Igualmente, facilitarão com a máxima transparência e objetividade
pertinente, toda a informação relativa aos seus programas futuros e suas conseqüências previsíveis, e
favorecerão o diálogo sobre seu conteúdo com as populações interessadas.

Artigo 6

OBRIGAÇÕES DOS AGENTES DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

1. Os agentes profissionais do turismo têm obrigação de facilitar aos turistas uma informação objetiva e
autêntica sobre lugares de destino e sobre as condições de viajem, recepção e estada. Além disso,
manterão com absoluta transparência as cláusulas dos contratos que proponham a seus clientes, tanto
quanto a natureza, ao preço e a qualidade dos serviços, estipulando compensações financeiras no caso
da ruptura unilateral dos contratos pela não prestação de serviços contratados.
2. No que deles dependa e em cooperação com as autoridades públicas, os profissionais do turismo
terão que se ater com a segurança, prevenção de acidentes, e as condições sanitárias e da higiene dos
alimentos daqueles que buscam seus serviços. Se preocuparão com a existência de sistemas de
seguros e de assistência necessária. Além disso, assumirão o compromisso de prestar contas,
conforme disponha a legislação nacional, e quando for o caso pagar uma indenização eqüitativa pelo
descumprimento de cláusulas contratuais.
3. E quando deles dependa, os profissionais do turismo contribuirão para o pleno desenvolvimento
cultural e espiritual dos turistas, e permitirão o exercício de suas práticas religiosas durante os
deslocamentos.
4. Em coordenação com os profissionais interessados e suas associações, as autoridades públicas dos
Estados de origem e dos países de destino, cuidarão pelo estabelecimento de mecanismos necessários
para a repatriação dos turistas nos casos de descumprimento de contratos pelas empresas
organizadoras de viagens.
5. Os Governos têm o direito - e o dever, - especialmente em casos de crises, de informar aos cidadãos
das condições difíceis, inclusive dos perigos com que possam se encontrar durante seus deslocamentos
no estrangeiro. Além disso, é de sua incumbência facilitar essas informações sem prejudicar de forma
injustificada e nem exagerada o setor turístico dos países receptores e os interesses de seus próprios
operadores. O conteúdo das eventuais advertências deverá ser previamente discutidos com as
autoridades dos países de destino e com os profissionais interessados. As recomendações que se
formulem guardarão estrita proporção com a gravidade das situações reais e se limitarão as zonas
geográficas onde se haja comprovado a situação de insegurança. Essas recomendações se atenuarão
ou se anularão quando se permita a volta da normalidade.
6. A imprensa, e em particular a imprensa especializada em turismo e os demais meios de

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comunicação, incluindo os modernos meios de comunicação eletrônica, difundirão uma informação


verdadeira e equilibrada sobre os acontecimentos e as situações que possam influir na freqüência
turística. Deverão ter o cuidado de divulgar indicações precisas e fiéis aos consumidores dos serviços
turísticos. Com esse objetivo, desenvolverão e empregarão novas tecnologias de comunicação e
comércio eletrônico que, igual a imprensa e os demais meios de comunicação não facilitarão de modo
algum o turismo sexual.

Artigo 7

DIREITO AO TURISMO

1. A possibilidade de acesso direto e pessoal ao descobrimento das riquezas de nosso mundo,


constituirá um direito aberto por igual a todos os habitantes de nosso planeta. A participação cada vez
mais difundida no turismo nacional e internacional deve ser entendida como uma das melhores
expressões possíveis do contínuo crescimento do tempo livre, e a ele não se colocará obstáculo
nenhum.
2. O direito ao turismo para todos, deve ser entendido como conseqüência do direito ao descanso e
lazer, e em particular a limitação razoável da duração do trabalho e a férias anuais pagas, garantidas no
art. 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e no art. 7 do Tratado Internacional de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais.
3. Com o apoio das autoridades públicas, se desenvolverá o turismo social, em particular associativo,
que permite o acesso da maioria dos cidadãos ao lazer e a férias.
4. Se fomentará (incentivará) e se facilitará o turismo familiar, dos jovens e dos estudantes, das
pessoas maiores e das portadoras de deficiências.

Artigo 8

LIBERDADE DE DESLOCAMENTO TURÍSTICO

1. De acordo com o direito internacional e as leis nacionais, os turistas e visitantes se beneficiarão da


liberdade de circular de um país a outro, de acordo com o artigo 13 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, e poderão ter acesso as zonas de trânsito e zona rural, assim como aos sítios
turísticos e culturais sem formalidades exageradas e nem discriminações.
2. Se reconhece aos turistas e visitantes a permissão de utilizar todos os meios de comunicação
disponíveis, interiores e exteriores. Se beneficiarão de um acesso rápido e fácil aos serviços
administrativos, judiciais e sanitários locais, e poderão entrar livremente em contato com as autoridades
do país do qual são cidadãos conforme os convênios diplomáticos vigentes.
3. Os turistas e visitantes gozarão dos mesmos direitos que os cidadãos do país que visitam, no que
respeita a confidencialidade dos seus dados pessoais, particularmente quando essa informação esteja
cadastrada em suporte eletrônico.
4. Os procedimentos administrativos para ultrapassar as fronteiras estabelecidas pelos países ou por
acordos internacionais, como os vistos e as formalidades sanitárias e aduaneiras se adaptarão para
facilitar ao máximo a liberdade das viagens e o acesso da maioria das pessoas ao turismo
internacional. Se promoverão os acordos entre grupos de países para harmonizar e simplificar esses
procedimentos. As taxas e encargos específicos que penalizam o setor turístico e diminuem sua

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competitividade, serão eliminados e corrigidos progressivamente.


5. Sempre que o permita a situação econômica dos países dos quais os viajantes provem, poderão
dispor das concessões de divisas convertidas que precisem para seu deslocamento.

Artigo 9

DIREITO DOS TRABALHADORES E DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR TURÍSTICO

1. Sob a supervisão das administrações de seus países de origem e dos países de destino, serão
garantidos especialmente os direitos fundamentais dos trabalhadores assalariados e autônomos do
setor turístico e das atividades afins, levando em consideração a limitação específica vinculada à
sazonalidade da sua atividade, a diminuição global do seu setor e a flexibilidade que costumam impor a
natureza do seu trabalho.
2. Os trabalhadores assalariados e autônomos do setor turístico e de atividades ligadas ao setor, tem o
direito e o dever de adquirir uma formação inicial e contínua adequada. Terão assegurados uma
proteção social suficiente, dando-lhes condições adequadas de trabalho. Será proposto um estatuto
particular aos trabalhadores estáveis do setor, especialmente com respeito a seguridade social.
3. Sempre que demonstre possuir as disposições e qualificações necessárias, se reconhecerá a toda
pessoa física e jurídica o direito a exercer uma atividade profissional
no âmbito do turismo, de acordo com a legislação nacional vigente. Se reconhecerá aos empresários e
investidores, especialmente das médias e pequenas empresas, o livre acesso ao setor turístico com um
mínimo de restrições legais e administrativas.
4. As trocas de experiências que se oferecem aos dirigentes do setor e outros trabalhadores de
distintos países, sejam assalariados ou não, contribuem para a expansão do setor turístico mundial. Por
esse motivo se facilitarão as trocas em tudo que for possível, segundo as legislações nacionais e
convenções internacionais aplicáveis.
5. As empresas multinacionais do setor turístico, fator insubstituível de solidariedade no
desenvolvimento e dinamismo nos intercâmbios internacionais, não abusarão da posição dominante que
podem ocupar. Evitarão converter-se em transmissoras de modelos culturais e sociais que se imponha
artificialmente as comunidades receptoras. Em troca da liberdade de inversão e operação comercial que
se deve reconhecer plenamente, haverá de comprometer-se com o desenvolvimento local evitando que
uma repatriação excessiva de seus benefícios ou a induzir importações que podem reduzir a
contribuição das economias onde estão estabelecidas.
6. A colaboração e o estabelecimento de relações equilibradas entre empresas de países emissores e
receptores contribuem para o desenvolvimento sustentável do turismo e a uma divisão equilibrada dos
benefícios de seu crescimento.

Artigo 10

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CÓDIGO ÉTICO MUNDIAL PARA O TURISMO

1. Os agentes públicos e privados do desenvolvimento turístico cooperarão na aplicação dos presentes


princípios e controlarão sua pratica efetiva.
2. Os agentes de desenvolvimento turístico reconhecerão o papel das organizações internacionais, em
primeiro lugar a Organização Mundial do Turismo e as organizações não governamentais competentes
nos campos da promoção e do desenvolvimento do turismo, da proteção dos direitos humanos, do meio

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ambiente e da saúde, segundo os princípios gerais do direito internacional.


3. Os mesmos agentes manifestam sua intenção de submeter os litígios relativos à aplicação ou a
interpretação do Código Ético Mundial para o Turismo a um terceiro órgão imparcial, denominado
Comitê de Ética do Turismo para fins de conciliação.

Lei Geral do Turismo n.º 11.771/08

A LEI nº - 11.771 de 17 de Setembro de 2008 dispõem sobre a Política Nacional de


Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento e no
estímulo ao setor turístico; revoga a Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, sobre atividades
e serviços turísticos, e condições para o seu funcionamento e fiscalização; o Decreto-Lei nº
2.294, de 21 de novembro de 1986, relacionado ao exercício e à exploração de atividades e
serviços turísticos; e dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março de 1991, que renomeia a
Embratur e dá outras providências.
A Lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do
Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento e no estímulo ao setor turístico e
disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos
prestadores de serviços turísticos.
Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas
durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior
a 1 (um) ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras.
Define que cabe ao Ministério do Turismo estabelecer a Política Nacional de Turismo,
planejar, fomentar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem como promover
e divulgar institucionalmente o turismo em âmbito nacional e internacional.
O poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e financeiro, na consolidação do
turismo como importante fator de desenvolvimento sustentável, de distribuição de renda, de
geração de emprego e de conservação do patrimônio natural, cultural e turístico brasileiro.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 19


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Lei Geral do Turismo n.º 11.771/08, de 17 de setembro de 2008

LEI No - 11.771, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008


Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no
planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro
de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei no 8.181, de 28 de
março de 1991; e dá outras providências. O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A. Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do
Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico e disciplina a
prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços
turísticos.
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas durante
viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a 1 (um) ano,
com finalidade de lazer, negócios ou outras. Parágrafo único. As viagens e estadas de que trata o caput
deste artigo devem gerar movimentação econômica, trabalho, emprego, renda e receitas públicas,
constituindo-se instrumento de desenvolvimento econômico e social, promoção e diversidade cultural e
preservação da biodiversidade.
Art. 3o Caberá ao Ministério do Turismo estabelecer a Política Nacional de Turismo, planejar, fomentar,
regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem como promover e divulgar
institucionalmente o turismo em âmbito nacional e internacional.
Parágrafo único. O poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e financeiro, na consolidação
do turismo como importante fator de desenvolvimento sustentável, de distribuição de renda, de geração
de emprego e da conservação do patrimônio natural, cultural e turístico brasileiro.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA, DO PLANO E DO SISTEMA NACIONAL DE TURISMO

Seção I

Da Política Nacional de Turismo

Subseção I

Dos Princípios

Art. 4o A Política Nacional de Turismo é regida por um conjunto de leis e normas, voltadas ao
planejamento e ordenamento do setor, e por diretrizes, metas e programas definidos no Plano Nacional
do Turismo - PNT estabelecido pelo Governo Federal.
Parágrafo único. A Política Nacional de Turismo obedecerá aos princípios constitucionais da livre
iniciativa, da descentralização, da regionalização e do desenvolvimento econômico-social justo e
sustentável.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 20


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Subseção II

Dos Objetivos

Art. 5o A Política Nacional de Turismo tem por objetivos:


I - democratizar e propiciar o acesso ao turismo no País a todos os segmentos populacionais,
contribuindo para a elevação do bem-estar geral;
II - reduzir as disparidades sociais e econômicas de ordem regional, promovendo a inclusão social pelo
crescimento da oferta de trabalho e melhor distribuição de renda;
III - ampliar os fluxos turísticos, a permanência e o gasto médio dos turistas nacionais e estrangeiros no
País, mediante a promoção e o apoio ao desenvolvimento do produto turístico brasileiro;
IV - estimular a criação, a consolidação e a difusão dos produtos e destinos turísticos brasileiros, com
vistas em atrair turistas nacionais e estrangeiros, diversificando os fluxos entre as unidades da
Federação e buscando beneficiar, especialmente, as regiões de menor nível de desenvolvimento
econômico e social;
V - propiciar o suporte a programas estratégicos de captação e apoio à realização de feiras e
exposições de negócios, viagens de incentivo, congressos e eventos nacionais e internacionais;
VI - promover, descentralizar e regionalizar o turismo, estimulando Estados, Distrito Federal e
Municípios a planejar, em seus territórios, as atividades turísticas de forma sustentável e segura,
inclusive entre si, com o envolvimento e a efetiva participação das comunidades receptoras nos
benefícios advindos da atividade econômica;
VII - criar e implantar empreendimentos destinados às atividades de expressão cultural, de animação
turística, entretenimento e lazer e de outros atrativos com capacidade de retenção e prolongamento do
tempo de permanência dos turistas nas localidades;
VIII - propiciar a prática de turismo sustentável nas áreas naturais, promovendo a atividade como
veículo de educação e interpretação ambiental e incentivando a adoção de condutas e práticas de
mínimo impacto compatíveis com a conservação do meio ambiente natural;
IX - preservar a identidade cultural das comunidades e populações tradicionais eventualmente afetadas
pela atividade turística;
X - prevenir e combater as atividades turísticas relacionadas aos abusos de natureza sexual e outras
que afetem a dignidade humana, respeitadas as competências dos diversos órgãos governamentais
envolvidos;
XI - desenvolver, ordenar e promover os diversos segmentos turísticos;
XII - implementar o inventário do patrimônio turístico nacional, atualizando-o regularmente;
XIII - propiciar os recursos necessários para investimentos e aproveitamento do espaço turístico
nacional de forma a permitir a ampliação, a diversificação, a modernização e a segurança dos
equipamentos e serviços turísticos, adequando-os às preferências da demanda,e, também, às

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 21


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características ambientais e socioeconômicas regionais existentes;


XIV - aumentar e diversificar linhas de financiamentos para empreendimentos turísticos e para o
desenvolvimento das pequenas e microempresas do setor pelos bancos e agências de desenvolvimento
oficiais;
XV - contribuir para o alcance de política tributária justa e equânime, nas esferas federal, estadual,
distrital e municipal, para as diversas entidades componentes da cadeia produtiva do turismo;
XVI - promover a integração do setor privado como agente complementar de financiamento em infra-
estrutura e serviços públicos necessários ao desenvolvimento turístico;
XVII - propiciar a competitividade do setor por meio da melhoria da qualidade, eficiência e segurança na
prestação dos serviços, da busca da originalidade e do aumento da produtividade dos agentes públicos
e empreendedores turísticos privados;
XVIII - estabelecer padrões e normas de qualidade, eficiência e segurança na prestação de serviços por
parte dos operadores, empreendimentos e equipamentos turísticos;
XIX - promover a formação, o aperfeiçoamento, a qualificação e a capacitação de recursos humanos
para a área do turismo, bem como a implementação de políticas que viabilizem a colocação profissional
no mercado de trabalho; e
XX - implementar a produção, a sistematização e o intercâmbio de dados estatísticos e informações
relativas às atividades e aos empreendimentos turísticos instalados no País, integrando as
universidades e os institutos de pesquisa públicos e privados na análise desses dados, na busca da
melhoria da qualidade e credibilidade dos relatórios estatísticos sobre o setor turístico brasileiro.
Parágrafo único. Quando se tratar de unidades de conservação, o turismo será desenvolvido em
consonância com seus objetivos de criação e com o disposto no plano de manejo da unidade.
Seção II
Do Plano Nacional de Turismo – PNT
Art. 6o O Plano Nacional de Turismo - PNT será elaborado pelo Ministério do Turismo, ouvidos os
segmentos públicos e privados interessados, inclusive o Conselho Nacional de Turismo, e aprovado
pelo Presidente da República, com o intuito de promover: 2 ISSN 1677-7042 1 Nº 181, quinta-feira, 18
de setembro de 2008
I - a política de crédito para o setor, nela incluídos agentes financeiros, linhas de financiamento e custo
financeiro;
II - a boa imagem do produto turístico brasileiro no mercado nacional e internacional;
III - a vinda de turistas estrangeiros e a movimentação de turistas no mercado interno;
IV - maior aporte de divisas ao balanço de pagamentos;
V - a incorporação de segmentos especiais de demanda ao mercado interno, em especial os idosos, os
jovens e as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, pelo incentivo a programas
de descontos e facilitação de deslocamentos, hospedagem e fruição dos produtos turísticos em geral e
campanhas institucionais de promoção;

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 22


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VI - a proteção do meio ambiente, da biodiversidade e do patrimônio cultural de interesse turístico;


VII - a atenuação de passivos socioambientais eventualmente provocados pela atividade turística;
VIII - o estímulo ao turismo responsável praticado em áreas naturais protegidas ou não;
IX - a orientação às ações do setor privado, fornecendo aos agentes econômicos subsídios para
planejar e executar suas atividades; e
X - a informação da sociedade e do cidadão sobre a importância econômica e social do
turismo.
Parágrafo único. O PNT terá suas metas e programas revistos a cada 4 (quatro) anos, em
consonância com o plano plurianual, ou quando necessário, observado o interesse público, tendo por
objetivo ordenar as ações do setor público, orientando o esforço do Estado e a utilização dos recursos
públicos para o desenvolvimento do turismo.
Art. 7o O Ministério do Turismo, em parceria com outros órgãos e entidades integrantes da
administração pública, publicará, anualmente, relatórios, estatísticas e balanços, consolidando e
divulgando dados e informações sobre:
I - movimento turístico receptivo e emissivo;
II - atividades turísticas e seus efeitos sobre o balanço de pagamentos; e
III - efeitos econômicos e sociais advindos da atividade turística.
Seção III
Do Sistema Nacional de Turismo
Subseção I
Da Organização e Composição
Art. 8o Fica instituído o Sistema Nacional de Turismo, composto pelos seguintes órgãos e entidades:
I - Ministério do Turismo;
II - EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo;
III - Conselho Nacional de Turismo; e
IV - Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.
§ 1o Poderão ainda integrar o Sistema:
I - os fóruns e conselhos estaduais de turismo;
II - os órgãos estaduais de turismo; e
III - as instâncias de governança macrorregionais, regionais e municipais.
§ 2o O Ministério do Turismo, Órgão Central do Sistema Nacional de Turismo, no âmbito de sua
atuação, coordenará os programas de desenvolvimento do turismo, em interação com os demais
integrantes.
Subseção II
Dos Objetivos
Art. 9o O Sistema Nacional de Turismo tem por objetivo promover o desenvolvimento das atividades
turísticas, de forma sustentável, pela coordenação e integração das iniciativas oficiais com as do setor

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 23


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produtivo, de modo a:
I - atingir as metas do PNT;
II - estimular a integração dos diversos segmentos do setor, atuando em regime de cooperação com os
órgãos públicos, entidades de classe e associações representativas voltadas à atividade turística;
III - promover a regionalização do turismo, mediante o incentivo à criação de organismos autônomos e
de leis facilitadoras do desenvolvimento do setor, descentralizando a sua gestão; e
IV - promover a melhoria da qualidade dos serviços turísticos prestados no País.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Turismo, observadas as
respectivas áreas de competência, deverão orientar-se, ainda, no sentido de:
I - definir os critérios que permitam caracterizar as atividades turísticas e dar homogeneidade à
terminologia específica do setor;
II - promover os levantamentos necessários ao inventário da oferta turística nacional e ao estudo de
demanda turística, nacional e internacional, com vistas em estabelecer parâmetros que orientem a
elaboração e execução do PNT;
III - proceder a estudos e diligências voltados à quantificação, caracterização e regulamentação das
ocupações e atividades, no âmbito gerencial e operacional, do setor turístico e à demanda e oferta de
pessoal qualificado para o turismo;
IV - articular, perante os órgãos competentes, a promoção, o planejamento e a execução de obras de
infra-estrutura, tendo em vista o seu aproveitamento para finalidades turísticas;
V - promover o intercâmbio com entidades nacionais e internacionais vinculadas direta ou indiretamente
ao turismo;
VI - propor o tombamento e a desapropriação por interesse social de bens móveis e imóveis,
monumentos naturais, sítios ou paisagens cuja conservação seja de interesse público, dado seu valor
cultural e de potencial turístico;
VII - propor aos órgãos ambientais competentes a criação de unidades de conservação, considerando
áreas de grande beleza cênica e interesse turístico; e
VIII - implantar sinalização turística de caráter informativo, educativo e, quando necessário, restritivo,
utilizando linguagem visual padronizada nacionalmente, observados os indicadores de sinalização
turística utilizados pela Organização Mundial de Turismo.
CAPÍTULO III
DA COORDENAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE DECISÕES E AÇÕES NO PLANO
FEDERAL
Seção Única
Das Ações, Planos e Programas
Art. 10. O poder público federal promoverá a racionalização e o desenvolvimento uniforme e orgânico
da atividade turística, tanto na esfera pública como privada, mediante programas e projetos consoantes
com a Política Nacional de Turismo e demais políticas públicas pertinentes, mantendo a devida

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 24


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conformidade com as metas fixadas no PNT.


Art. 11. Fica criado o Comitê Interministerial de Facilitação Turística, com a finalidade de compatibilizar
a execução da Política Nacional de Turismo e a consecução das metas do PNT com as demais políticas
públicas, de forma que os planos, programas e projetos das diversas áreas do Governo Federal venham
a incentivar:
I - a política de crédito e financiamento ao setor;
II - a adoção de instrumentos tributários de fomento à atividade turística mercantil, tanto no consumo
como na produção;
III - o incremento ao turismo pela promoção adequada de tarifas aeroportuárias, em especial a tarifa de
embarque, preços de passagens, tarifas diferenciadas ou estimuladoras relativas ao transporte turístico;
IV - as condições para afretamento relativas ao transporte turístico;
V - a facilitação de exigências, condições e formalidades, estabelecidas para o ingresso, saída e
permanência de turistas no País, e as respectivas medidas de controle adotadas nos portos, aeroportos
e postos de fronteira, respeitadas as competências dos diversos órgãos governamentais envolvidos;
VI - o levantamento de informações quanto à procedência e nacionalidade dos turistas estrangeiros,
faixa etária, motivo da viagem e permanência estimada no País;
VII - a metodologia e o cálculo da receita turística contabilizada no balanço de pagamentos das contas
nacionais;
VIII - a formação, a capacitação profissional, a qualificação, o treinamento e a reciclagem de mão-de-
obra para o setor turístico e sua colocação no mercado de trabalho;
IX - o aproveitamento turístico de feiras, exposições de negócios, congressos e simpósios
internacionais, apoiados logística, técnica ou financeiramente por órgãos governamentais, realizados
em mercados potencialmente emissores de turistas para a divulgação do Brasil como destino turístico;
X - o fomento e a viabilização da promoção do turismo, visando à captação de turistas estrangeiros,
solicitando inclusive o apoio da rede diplomática e consular do Brasil no exterior;
XI - o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte de turismo;
XII - a geração de empregos;
XIII - o estabelecimento de critérios de segurança na utilização de serviços e equipamentos turísticos; e
XIV - a formação de parcerias interdisciplinares com as entidades da administração pública federal,
visando ao aproveitamento e ordenamento do patrimônio natural e cultural para fins turísticos.
Parágrafo único. O Comitê Interministerial de Facilitação Turística, cuja composição, forma de atuação e
atribuições serão definidas pelo Poder Executivo, será presidido pelo Ministro de Estado do Turismo.
Art. 12. O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, apoio técnico e financeiro para as iniciativas, planos e projetos que visem ao fomento das
empresas que exerçam atividade econômica relacionada à cadeia produtiva do turismo, com ênfase nas
microempresas e empresas de pequeno porte.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 25


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Art. 13. O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério da Educação e no Ministério do Trabalho e
Emprego, no âmbito de suas respectivas competências, apoio para estimular as unidades da Federação
emissoras de turistas à implantação de férias escolares diferenciadas, buscando minorar os efeitos da
sazonalidade turística, caracterizada pelas alta e baixa temporadas.
Parágrafo único. O Governo Federal, por intermédio do Ministério do Turismo, poderá oferecer
estímulos e vantagens especiais às unidades da Federação emissoras de turistas em função do
disposto neste artigo.
Art. 14. O Ministério do Turismo, diretamente ou por intermédio do Instituto Brasileiro de Turismo -
EMBRATUR, poderá utilizar, mediante delegação ou convênio, os serviços das representações
diplomáticas, econômicas e culturais do Brasil no exterior para a execução de suas tarefas de captação
de turistas, eventos e investidores internacionais para o País e de apoio à promoção e à divulgação de
informações turísticas nacionais, com vistas na formação de uma rede de promoção internacional do
produto turístico brasileiro, intercâmbio tecnológico com instituições estrangeiras e à prestação de
assistência turística aos que dela necessitarem.
CAPÍTULO IV
DO FOMENTO À ATIVIDADE TURÍSTICA
Seção I
Da Habilitação a Linhas de Crédito Oficiais e ao Fundo Geral de Turismo –
FUNGETUR
Art. 15. As pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que
desenvolverem programas e projetos turísticos poderão receber apoio financeiro do poder público,
mediante:
I - cadastro efetuado no Ministério do Turismo, no caso de pessoas de direito privado; e II - participação
no Sistema Nacional de Turismo, no caso de pessoas de direito público.
Seção II
Do Suporte Financeiro às Atividades Turísticas
Art. 16. O suporte financeiro ao setor turístico será viabilizado por meio dos seguintes mecanismos
operacionais de canalização de recursos:
I - da lei orçamentária anual, alocado ao Ministério do Turismo e à Embratur;
II - do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR;
III - de linhas de crédito de bancos e instituições federais;
IV - de agências de fomento ao desenvolvimento regional;
V - alocados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VI - de organismos e entidades nacionais e internacionais; e
VII - da securitização de recebíveis originários de operações de prestação de serviços turísticos, por
intermédio da utilização de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC e de Fundos de
Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FICFIDC, observadas as

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 26


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normas do Conselho Monetário Nacional - CMN e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.


Parágrafo único. O poder público federal poderá viabilizar, ainda, a criação de mecanismos de
investimentos privados no setor turístico.
Art. 17. (VETADO)
Seção III
Do Fundo Geral de Turismo – FUNGETUR
Art. 18. O Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR, criado pelo Decreto-Lei no 1.191, de 27 de outubro
de 1971, alterado pelo Decreto-Lei no 1.439, de 30 de dezembro de 1975, ratificado pela Lei no 8.181,
de 28 de março de 1991, terá seu funcionamento e condições operacionais regulados em ato do
Ministro de Estado do Turismo.
Art. 19. O Fungetur tem por objeto o financiamento, o apoio ou a participação financeira em planos,
projetos, ações e empreendimentos reconhecidos pelo Ministério do Turismo como de interesse
turístico, os quais deverão estar abrangidos nos objetivos da Política Nacional de Turismo, bem como
consoantes com as metas traçadas no PNT, explicitados nesta Lei.
Parágrafo único. As aplicações dos recursos do Fungetur, para fins do disposto neste artigo, serão
objeto de normas, definições e condições a serem fixadas pelo Ministério do Turismo, em observância à
legislação em vigor.
Art. 20. Constituem recursos do Fungetur:
I - recursos do orçamento geral da União;
II - contribuições, doações, subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de
organismos internacionais;
III - (VETADO);
IV - devolução de recursos de projetos não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa;
V - reembolso das operações de crédito realizadas a título de financiamento reembolsável;
VI - recebimento de dividendos ou da alienação das participações acionárias do próprio Fundo e da
Embratur em empreendimentos turísticos;
VII - resultado das aplicações em títulos públicos federais;
VIII - quaisquer outros depósitos de pessoas físicas ou jurídicas realizados a seu crédito;
IX - receitas eventuais e recursos de outras fontes que vierem a ser definidas; e
X - superávit financeiro de cada exercício.
Parágrafo único. A operacionalização do Fungetur poderá ser feita por intermédio de agentes
financeiros.
CAPÍTULO V
DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS
Seção I
Da Prestação de Serviços Turísticos
Subseção I

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Do Funcionamento e das Atividades


Art. 21. Consideram-se prestadores de serviços turísticos, para os fins desta Lei, as sociedades
empresárias, sociedades simples, os empresários individuais e os serviços sociais autônomos que
prestem serviços turísticos remunerados e que exerçam as seguintes atividades econômicas
relacionadas à cadeia produtiva do turismo:
I - meios de hospedagem;
II - agências de turismo;
III - transportadoras turísticas;
IV - organizadoras de eventos;
V - parques temáticos; e
VI - acampamentos turísticos.
Parágrafo único. Poderão ser cadastradas no Ministério do Turismo, atendidas as condições próprias,
as sociedades empresárias que prestem os seguintes serviços:
I - restaurantes, cafeterias, bares e similares;
II - centros ou locais destinados a convenções e/ou a feiras e a exposições e similares;
III - parques temáticos aquáticos e empreendimentos dotados de equipamentos de entretenimento e
lazer;
IV - marinas e empreendimentos de apoio ao turismo náutico ou à pesca desportiva;
V - casas de espetáculos e equipamentos de animação turística;
VI - organizadores, promotores e prestadores de serviços de infra-estrutura, locação de equipamentos e
montadoras de feiras de negócios, exposições e eventos;
VII - locadoras de veículos para turistas; e
VIII - prestadores de serviços especializados na realização e promoção das diversas modalidades dos
segmentos turísticos, inclusive atrações turísticas e empresas de planejamento, bem como a prática de
suas atividades.
Art. 22. Os prestadores de serviços turísticos estão obrigados ao cadastro no Ministério do Turismo, na
forma e nas condições fixadas nesta Lei e na sua regulamentação.
§ 1o As filiais são igualmente sujeitas ao cadastro no Ministério do Turismo, exceto no caso de estande
de serviço de agências de turismo instalado em local destinado a abrigar evento de caráter temporário e
cujo funcionamento se restrinja ao período de sua realização.
§ 2o O Ministério do Turismo expedirá certificado para cada cadastro deferido, inclusive de filiais,
correspondente ao objeto das atividades turísticas a serem exercidas.
§ 3o Somente poderão prestar serviços de turismo a terceiros, ou intermediá-los, os prestadores de
serviços turísticos referidos neste artigo quando devidamente cadastrados no Ministério do Turismo.
§ 4o O cadastro terá validade de 2 (dois) anos, contados da data de emissão do certificado.
§ 5o O disposto neste artigo não se aplica aos serviços de transporte aéreo.
Subseção II

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Dos Meios de Hospedagem


Art. 23. Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos,
independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento
temporário, ofertados em unidades de freqüência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como
outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção
de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.
§ 1o Os empreendimentos ou estabelecimentos de hospedagem que explorem ou administrem, em
condomínios residenciais, a prestação de serviços de hospedagem em unidades mobiliadas e
equipadas, bem como outros serviços oferecidos a hóspedes, estão sujeitos ao cadastro de que trata
esta Lei e ao seu regulamento.
§ 2o Considera-se prestação de serviços de hospedagem em tempo compartilhado a administração de
intercâmbio, entendida como organização e permuta de períodos de ocupação entre cessionários de
unidades habitacionais de distintos meios de hospedagem.
§ 3o Não descaracteriza a prestação de serviços de hospedagem a divisão do empreendimento em
unidades hoteleiras, assim entendida a atribuição de natureza jurídica autônoma às unidades
habitacionais que o compõem, sob titularidade de diversas pessoas, desde que sua destinação
funcional seja apenas e exclusivamente a de meio de hospedagem.
§ 4o Entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à utilização da unidade habitacional
e dos serviços incluídos, no período de 24 (vinte e quatro) horas, compreendido nos horários fixados
para entrada e saída de hóspedes.
Art. 24. Os meios de hospedagem, para obter o cadastramento, devem preencher pelo menos um dos
seguintes requisitos:
I - possuir licença de funcionamento, expedida pela autoridade competente, para prestar serviços de
hospedagem, podendo tal licença objetivar somente partes da edificação; e
II - no caso dos empreendimentos ou estabelecimentos conhecidos como condomínio hoteleiro, flat, flat-
hotel, hotel-residence, loft, apart-hotel, apart-service condominial, condohotel e similares, possuir licença
edilícia de construção ou certificado de conclusão de construção, expedidos pela autoridade
competente, acompanhados dos seguintes documentos:
a) convenção de condomínio ou memorial de incorporação ou, ainda, instrumento de instituição
condominial, com previsão de prestação de serviços hoteleiros aos seus usuários, condôminos ou não,
com oferta de alojamento temporário para hóspedes mediante contrato de hospedagem no sistema
associativo, também conhecido como pool de locação;
b) documento ou contrato de formalização de constituição do pool de locação, como sociedade em
conta de participação, ou outra forma legal de constituição, com a adesão dos proprietários de pelo
menos 60% (sessenta por cento) das unidades habitacionais à exploração hoteleira do
empreendimento;
c) contrato em que esteja formalizada a administração ou exploração, em regime solidário, do

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empreendimento imobiliário como meio de hospedagem de responsabilidade de prestador de serviço


hoteleiro cadastrado no Ministério do Turismo;
d) certidão de cumprimento às regras de segurança contra riscos aplicáveis aos estabelecimentos
comerciais; e
e) documento comprobatório de enquadramento sindical da categoria na atividade de hotéis, exigível a
contar da data de eficácia do segundo dissídio coletivo celebrado na vigência desta Lei.
§ 1o Para a obtenção do cadastro no Ministério do Turismo, os empreendimentos de que trata o inciso II
do caput deste artigo, caso a licença edilícia de construção tenha sido emitida após a vigência desta Lei,
deverão apresentar, necessariamente, a licença de funcionamento.
§ 2o O disposto nesta Lei não se aplica aos empreendimentos imobiliários, organizados sob forma de
condomínio, que contem com instalações e serviços de hotelaria à disposição dos moradores, cujos
proprietários disponibilizem suas unidades exclusivamente para uso residencial ou para serem utilizadas
por terceiros, com esta finalidade, por períodos superiores a 90 (noventa) dias, conforme legislação
específica.
Art. 25. O Poder Executivo estabelecerá em regulamento:
I - as definições dos tipos e categorias de classificação e qualificação de empreendimentos e
estabelecimentos de hospedagem, que poderão ser revistos a qualquer tempo;
II - os padrões, critérios de qualidade, segurança, conforto e serviços previstos para cada tipo de
categoria definido; e
III - os requisitos mínimos relativos a serviços, aspectos construtivos, equipamentos e instalações
indispensáveis ao deferimento do cadastro dos meios de hospedagem.
Parágrafo único. A obtenção da classificação conferirá ao empreendimento chancela oficial
representada por selos, certificados, placas e demais símbolos, o que será objeto de publicidade
específica em página eletrônica do Ministério do Turismo, disponibilizada na rede mundial de
computadores.
Art. 26. Os meios de hospedagem deverão fornecer ao Ministério do Turismo, em periodicidade por ele
determinada, as seguintes informações:
I - perfil dos hóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidade; e
II - registro quantitativo de hóspedes, taxas de ocupação, permanência média e número de hóspedes
por unidade habitacional.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem utilizarão as informações
previstas nos impressos Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e Boletim de Ocupação
Hoteleira - BOH, na forma em que dispuser o regulamento.
Subseção III
Das Agências de Turismo
Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a atividade econômica de
intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou os fornece

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 30


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diretamente.
§ 1o São considerados serviços de operação de viagens, excursões e passeios turísticos, a
organização, contratação e execução de programas, roteiros, itinerários, bem como recepção,
transferência e a assistência ao turista.
§ 2o O preço do serviço de intermediação é a comissão recebida dos fornecedores ou o valor que
agregar ao preço de custo desses fornecedores, facultando-se à agência de turismo cobrar taxa de
serviço do consumidor pelos serviços prestados.
§ 3o As atividades de intermediação de agências de turismo compreendem a oferta, a reserva e a venda
a consumidores de um ou mais dos seguintes serviços turísticos fornecidos por terceiros:
I - passagens;
II - acomodações e outros serviços em meios de hospedagem; e
III - programas educacionais e de aprimoramento profissional.
§ 4o As atividades complementares das agências de turismo compreendem a intermediação ou
execução dos seguintes serviços:
I - obtenção de passaportes, vistos ou qualquer outro documento necessário à realização de viagens;
II - transporte turístico;
III - desembaraço de bagagens em viagens e excursões;
IV - locação de veículos;
V - obtenção ou venda de ingressos para espetáculos públicos, artísticos, esportivos, culturais e outras
manifestações públicas;
VI - representação de empresas transportadoras, de meios de hospedagem e de outras fornecedoras de
serviços turísticos;
VII - apoio a feiras, exposições de negócios, congressos, convenções e congêneres;
VIII - venda ou intermediação remunerada de seguros vinculados a viagens, passeios e excursões e de
cartões de assistência ao viajante;
IX - venda de livros, revistas e outros artigos destinados a viajantes; e
X - acolhimento turístico, consistente na organização de visitas a museus, monumentos históricos e
outros locais de interesse turístico.
§ 5o A intermediação prevista no § 2o deste artigo não impede a oferta, reserva e venda direta ao
público pelos fornecedores dos serviços nele elencados.
§ 6o ( VETADO)
§ 7o As agências de turismo que operam diretamente com frota própria deverão atender aos requisitos
específicos exigidos para o transporte de superfície.
Subseção IV
Das Transportadoras Turísticas
Art. 28. Consideram-se transportadoras turísticas as empresas que tenham por objeto social a
prestação de serviços de transporte turístico de superfície, caracterizado pelo deslocamento de pessoas

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em veículos e embarcações por vias terrestres e aquáticas, compreendendo as seguintes modalidades:


I - pacote de viagem: itinerário realizado em âmbito municipal, intermunicipal, interestadual ou
internacional que incluam, além do transporte, outros serviços turísticos como hospedagem, visita a
locais turísticos, alimentação e outros;
II - passeio local: itinerário realizado para visitação a locais de interesse turístico do município ou
vizinhança, sem incluir pernoite;
III - traslado: percurso realizado entre as estações terminais de embarque e desembarque de
passageiros, meios de hospedagem e locais onde se realizem congressos, convenções, feiras,
exposições de negócios e respectivas programações sociais; e
IV - especial: ajustado diretamente por entidades civis associativas, sindicais, de classe, desportivas,
educacionais, culturais, religiosas, recreativas e grupo de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, sem
objetivo de lucro, com transportadoras turísticas, em âmbito municipal, intermunicipal, interestadual e
internacional.
Art. 29. O Ministério do Turismo, ouvidos os demais órgãos competentes sobre a matéria, fixará:
I - as condições e padrões para a classificação em categorias de conforto e serviços dos veículos
terrestres e embarcações para o turismo; e
II - os padrões para a identificação oficial a ser usada na parte externa dos veículos terrestres e
embarcações referidas no inciso I do caput deste artigo.
Subseção V
Das Organizadoras de Eventos
Art. 30. Compreendem-se por organizadoras de eventos as empresas que têm por objeto social a
prestação de serviços de gestão, planejamento, organização, promoção, coordenação,
operacionalização, produção e assessoria de eventos.
§ 1o As empresas organizadoras de eventos distinguem-se em 2 (duas) categorias: as organizadoras de
congressos, convenções e congêneres de caráter comercial, técnico científico, esportivo, cultural,
promocional e social, de interesse profissional, associativo e institucional, e as organizadoras de feiras
de negócios, exposições e congêneres.
§ 2o O preço do serviço das empresas organizadoras de eventos é o valor cobrado pelos serviços de
organização, a comissão recebida pela intermediação na captação de recursos financeiros para a
realização do evento e a taxa de administração referente à contratação de serviços de terceiros.
Subseção VI
Dos Parques Temáticos
Art. 31. Consideram-se parques temáticos os empreendimentos ou estabelecimentos que tenham por
objeto social a prestação de serviços e atividades, implantados em local fixo e de forma permanente,
ambientados tematicamente, considerados de interesse turístico pelo Ministério do Turismo.
Subseção VII
Dos Acampamentos Turísticos

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Art. 32. Consideram-se acampamentos turísticos as áreas especialmente preparadas para a montagem
de barracas e o estacionamento de reboques habitáveis, ou equipamento similar, dispondo, ainda, de
instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos usuários ao ar livre.
Parágrafo único. O Poder Executivo discriminará, mediante regulamentação, os equipamentos
mínimos necessários para o enquadramento do prestador de serviço na atividade de que trata o caput
deste artigo.
Subseção VIII
Dos Direitos
Art. 33. São direitos dos prestadores de serviços turísticos cadastrados no Ministério do Turismo,
resguardadas as diretrizes da Política Nacional de Turismo, na forma desta Lei:
I - o acesso a programas de apoio, financiamentos ou outros benefícios constantes da legislação de
fomento ao turismo;
II - a menção de seus empreendimentos ou estabelecimentos empresariais, bem como dos serviços que
exploram ou administram, em campanhas promocionais do Ministério do Turismo e da Embratur, para
as quais contribuam financeiramente; e
III - a utilização de siglas, palavras, marcas, logomarcas, número de cadastro e selos de qualidade,
quando for o caso, em promoção ou divulgação oficial para as quais o Ministério do Turismo e a
Embratur contribuam técnica ou financeiramente.
Subseção IX
Dos Deveres
Art. 34. São deveres dos prestadores de serviços turísticos:
I - mencionar e utilizar, em qualquer forma de divulgação e promoção, o número de cadastro, os
símbolos, expressões e demais formas de identificação determinadas pelo Ministério do Turismo;
II - apresentar, na forma e no prazo estabelecido pelo Ministério do Turismo, informações e documentos
referentes ao exercício de suas atividades, empreendimentos, equipamentos e serviços, bem como ao
perfil de atuação, qualidades e padrões dos serviços por eles oferecidos;
III - manter, em suas instalações, livro de reclamações e, em local visível, cópia do certificado de
cadastro; e
IV - manter, no exercício de suas atividades, estrita obediência aos direitos do consumidor e à legislação
ambiental.
Seção II
Da Fiscalização
Art. 35. O Ministério do Turismo, no âmbito de sua competência, fiscalizará o cumprimento desta Lei por
toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, que exerça a atividade de prestação de serviços turísticos,
cadastrada ou não, inclusive as que adotem, por extenso ou de forma abreviada, expressões ou termos
que possam induzir em erro quanto ao real objeto de suas atividades.
Seção III

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 33


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Das Infrações e das Penalidades


Subseção I
Das Penalidades
Art. 36. A não-observância do disposto nesta Lei sujeitará os prestadores de serviços turísticos,
observado o contraditório e a ampla defesa, às seguintes penalidades:
I - advertência por escrito;
II - multa;
III - cancelamento da classificação;
IV - interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou
equipamento; e
V - cancelamento do cadastro.
§ 1o As penalidades previstas nos incisos II a V do caput deste artigo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente.
§ 2o A aplicação da penalidade de advertência não dispensa o infrator da obrigação de fazer ou deixar
de fazer, interromper, cessar, reparar ou sustar de imediato o ato ou a omissão caracterizada como
infração, sob pena de incidência de multa ou aplicação de penalidade mais grave.
§ 3o A penalidade de multa será em montante não inferior a R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais) e
não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 4o Regulamento disporá sobre critérios para gradação dos valores das multas.
§ 5o A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da situação, ensejando a
reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade mais grave.
§ 6o A penalidade de cancelamento da classificação ensejará a retirada do nome do prestador de
serviços turísticos da página eletrônica do Ministério do Turismo, na qual consta o rol daqueles que
foram contemplados com a chancela oficial de que trata o parágrafo único do art. 25 desta Lei.
§ 7o A penalidade de cancelamento de cadastro implicará a paralisação dos serviços e a apreensão do
certificado de cadastro, sendo deferido prazo de até 30 (trinta) dias, contados da ciência do infrator, para
regularização de compromissos assumidos com os usuários, não podendo, no período, assumir novas
obrigações.
§ 8o As penalidades referidas nos incisos III a V do caput deste artigo acarretarão a perda, no todo, ou
em parte, dos benefícios, recursos ou incentivos que estejam sendo concedidos ao prestador de
serviços turísticos.
Art. 37. Serão observados os seguintes fatores na aplicação de penalidades:
I - natureza das infrações;
II - menor ou maior gravidade da infração, considerados os prejuízos dela decorrentes para os usuários
e para o turismo nacional; e
III - circunstâncias atenuantes ou agravantes, inclusive os antecedentes do infrator.
§ 1o Constituirão circunstâncias atenuantes a colaboração com a fiscalização e a presteza no

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 34


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ressarcimento dos prejuízos ou reparação dos erros.


§ 2o Constituirão circunstâncias agravantes a reiterada prática de infrações, a sonegação de
informações e documentos e os obstáculos impostos à fiscalização.
§ 3o O Ministério do Turismo manterá sistema cadastral de informações no qual serão registradas as
infrações e as respectivas penalidades aplicadas.
Art. 38. A multa a ser cominada será graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem
auferida, a condição econômica do fornecedor, bem como com a imagem do turismo nacional, devendo
sua aplicação ser precedida do devido procedimento administrativo, e ser levados em conta os
seguintes fatores:
I - maior ou menor gravidade da infração; e
II - circunstâncias atenuantes ou agravantes.
§ 1o As multas a que se refere esta Lei, devidamente atualizadas na data de seu efetivo pagamento,
serão recolhidas à conta única do Tesouro Nacional.
§ 2o Os débitos decorrentes do não-pagamento, no prazo de 30 (trinta) dias, de multas aplicadas pelo
Ministério do Turismo serão, após apuradas sua liquidez e certeza, inscritos na Dívida Ativa da União.
Art. 39. Caberá pedido de reconsideração, no prazo de 10 (dez) dias, contados a partida efetiva ciência
pelo interessado, à autoridade que houver proferido a decisão de aplicar a penalidade, a qual decidirá
no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o No caso de indeferimento, o interessado poderá, no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da
decisão, apresentar recurso hierárquico, com efeito suspensivo, para uma junta de recursos, com
composição tripartite formada por 1 (um) representante dos empregadores, 1 (um) representante dos
empregados, ambos escolhidos entre as associações de classe componentes do Conselho Nacional de
Turismo, e 1 (um) representante do Ministério do Turismo.
§ 2o Os critérios para composição e a forma de atuação da junta de recursos, de que trata o § 1o deste
artigo, serão regulamentados pelo Poder Executivo.
Art. 40. Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua aplicação, os prestadores de serviços
turísticos poderão requerer reabilitação.
Parágrafo único. Deferida a reabilitação, as penalidades anteriormente aplicadas deixarão de constituir
agravantes, no caso de novas infrações, nas seguintes condições:
I - decorridos 180 (cento e oitenta) dias sem a ocorrência de novas infrações nos casos de advertência;
II - decorridos 2 (dois) anos sem a ocorrência de novas infrações nos casos de multa ou cancelamento
da classificação; e
III - decorridos 5 (cinco) anos, sem a ocorrência de novas infrações, nos casos de interdição de local,
atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento ou cancelamento
de cadastro.
Subseção II
Das Infrações

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 35


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Art. 41. Prestar serviços de turismo sem o devido cadastro no Ministério do Turismo ou não atualizar
cadastro com prazo de validade vencido:
Pena - multa e interdição do local e atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento
ou equipamento.
Parágrafo único. A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da situação,
ensejando a reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade mais grave.
Art. 42. Não fornecer os dados e informações previstos no art. 26 desta Lei: Pena - advertência por
escrito.
Art. 43. Não cumprir com os deveres insertos no art. 34 desta Lei: Pena - advertência por escrito.
Parágrafo único. No caso de não-observância dos deveres insertos no inciso IV do caput do art. 34
desta Lei, caberá aplicação de multa, conforme dispuser Regulamento.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 44. O Ministério do Turismo poderá delegar competência para o exercício de atividades e
atribuições específicas estabelecidas nesta Lei a órgãos e entidades da administração pública, inclusive
de demais esferas federativas, em especial das funções relativas ao cadastramento, classificação e
fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, assim como a aplicação de penalidades e
arrecadação de receitas.
Art. 45. Os prestadores de serviços turísticos cadastrados na data da publicação desta Lei deverão
adaptar-se ao disposto nesta Lei quando expirado o prazo de validade do certificado de cadastro.
Art. 46. (VETADO)
Art. 47. (VETADO)
Art. 48. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, observado, quanto ao seu art. 46, o disposto
no inciso I do caput do art. 106 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.
Art. 49. Ficam revogados:
I - a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977;
II - o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986; e
III - os incisos VIII e X do caput e os §§ 2o e 3o do art. 3o, o inciso VIII do caput do art. 6o e o art. 8o da
Lei no 8.181, de 28 de março de 1991.

Brasília, 17 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro Alfredo Nascimento
Celso Luiz Nunes Amorim Miguel Jorge
Guido Mantega
Paulo Bernardo Silva
Carlos Minc Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 36


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UNIDADE III

LEGISLAÇÃO PARA HABILITAÇÃO DO GUIA DE TURISMO

 Lei n.º 8.623/93, de 28 de janeiro de 1993


MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO
EMBRATUR - INSTITUTO BRASILEIRO DO TURISMO LEI Nº 8.623, DE 28 DE JANEIRO DE 1993
Dispõe sobre a profissão de guia de turismo e dá outras providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1º - O exercício da profissão de Guia de Turismo, no território nacional, é regulado pela presente
Lei.
Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, é considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente
cadastrado no Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar, orientar
e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais,
interestaduais, internacionais ou especializadas.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 3º - (VETADO)
Art. 4º - (VETADO)
Art. 5º - Constituem atribuições do Guia de Turismo:
a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas,
municipais. estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território nacional;
b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;
c) promover e orientar despachos e liberações de passageiros e respectivas bagagens, em terminais de
embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários;
d) ter acesso a todos os veículos de transportes, durante o embarque ou desembarque para orientar as
pessoas ou grupos sobre sua responsabilidade, observadas as normas específicas do respectivo
terminal
e) ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontos de interesse
turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos, observadas as normas de cada
estabelecimento, desde que devidamente credenciado como Guia de Turismo;
f) portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela EMBRATUR.
Art. 6º - (VETADO)
Art. 7º - (VETADO)
Art. 8º - (VETADO)
Parágrafo único - Este modelo único deverá diferenciar as diversas categorias de Guia de Turismo.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 37


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Art. 9º - No exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com dedicação, decoro e
responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil e da empresa à qual presta serviços,
devendo ainda respeitar e cumprir leis e regulamentos que disciplinem a atividade turística, podendo,
por desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão de classe.
Art. 10 - Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo, conforme a gravidade da
falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pela EMBRATUR:
a) advertência;
b) (VETADO)
c) cancelamento do registro.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo administrativo1
no qual se assegurará ao acusado ampla defesa.
Art. 11 - (VETADO)
Art. 12 - (VETADO)
Art. 13 - (VETADO)
Art. 14 - Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias de sua publicação, o Poder Executivo regulamentará
esta Lei.
Art. 15 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16 – Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de janeiro de 1993, 172º da Independência e 105º da República.


ITAMAR FRANCO
José Eduardo de Andrade Vieira
(Publicada no Diário Oficial da União de 29 de janeiro de 1993, Seção 1, pg.1229)

 Decreto n.º 946/93, de 1º de outubro de 1993


MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO
EMBRATUR - INSTITUTO BRASILEIRO DE TURISMO DECRETO Nº946 DE 1º DE OUTUBRO DE
1993 regulamenta a Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993, que dispõe sobre a profissão de Guia de
Turismo e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da sua atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 14 da Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993,
D E C R E T A:
Art. 1º - É considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente cadastrado na EMBRATUR -
Instituto Brasileiro de Turismo, nos termos da Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993, exerça as
atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos, em
visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 38


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Art. 2º - Constituem atribuições do Guia de Turismo:


I - acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas,
municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território nacional;
II - acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;
III - promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas bagagens, em terminais de
embarques e desembarques aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários;
IV - ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou desembarque, para orientar as
pessoas ou grupos sob sua responsabilidade, observadas as normas específicas do respectivo terminal;
V - ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontos de interesse
turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos, observadas as normas de cada
estabelecimento, desde que devidamente credenciado como Guia de Turismo;
VI - portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela EMBRATUR.
Parágrafo único. A forma e o horário dos acessos a que se referem as alíneas III, IV e V, deste artigo,
serão, sempre, objeto de prévio acordo do guia de turismo com os responsáveis pelos
empreendimentos, empresas ou equipamentos.
Art. 3º - O pedido de cadastramento como Guia de Turismo deverá ser apresentado, pelo profissional
interessado, observadas as disposições deste decreto, no órgão ou entidade delegada da EMBRATUR
na unidade da federação em que:
I - O Guia de Turismo vá prestar serviços, caso pretenda o cadastramento nas classes de Guia Regional
e/ou especializado em atrativos turísticos;
II - O Guia de Turismo esteja residindo, caso pretenda o cadastramento nas classes de Guia de
Excursão Nacional e/ou Internacional.
Art. 4º - Conforme a especialidade de sua a formação profissional e das atividades desempenhadas,
comprovadas perante a EMBRATUR, os guias de turismo serão cadastrados em uma ou mais das
seguintes classes:
I - guia regional - quando suas atividades compreenderem a recepção, o traslado, o acompanhamento,
a prestação de informações e assistência a turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais
de uma determinada unidade da federação, para visita a seus atrativos turísticos;
II - guia de excursão nacional - quando suas atividades compreenderem o acompanhamento e a
assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso da excursão de âmbito nacional ou realizada
na América do Sul, adotando, em nome da agência de turismo responsável pelo roteiro, todas as
atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel execução do programa;
III - guia de excursão internacional - quando realizarem as atividades referidas no inciso II, deste artigo,
para os demais países do mundo;
IV - guia especializado em atrativo turístico - quando suas atividades compreenderem a prestação de
informações técnico-especializadas, sobre determinado tipo de atrativo
natural ou cultural de interesse turístico, na unidade da federação para o qual o mesmo se submeteu a

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 39


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formação profissional específica.


Art. 5º - O cadastramento e a classificação do Guia de Turismo em uma ou mais das classes previstas
neste Decreto estará condicionada à comprovação do atendimento aos seguintes requisitos:
I - ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, habilitado para o exercício da atividade profissional
no País;
II - ser maior de dezoito anos, no caso de guia de turismo regional, ou maior de 21 anos, para atuar
como guia de excursão nacional ou internacional;
III - ser eleitor e estar em dia com as obrigações eleitorais;
IV - ser reservista e estar em dia com as obrigações militares, no caso de requerente do sexo masculino
menor de 45 anos;
V - ter concluído o 2º grau;
VI - ter concluído Curso de Formação Profissional de Guia de Turismo, na classe para a qual estiver
solicitando o cadastramento.
§ 1º - As entidades responsáveis pelos cursos referidos no inciso VI, deste artigo, deverão encaminhar,
previamente ao início de sua realização, os respectivos planejamentos curriculares e planos de curso,
para apreciação da EMBRATUR.
§ 2º - Os certificados conferidos aos concluintes dos cursos mencionados no parágrafo anterior
especificarão o conteúdo programático e a carga horária de cada módulo, a classe em que o guia de
turismo está sendo formado e a especialização em determinada área geográfica ou tipo de atrativo.
§ 3º - Admitir-se-á, para fins de comprovação do atendimento ao requisito referido no inciso VI, deste
artigo, que o requerente:
a) tenha se formado em curso superior de turismo e cursado cadeira especializada na formação de guia
de turismo; ou
b) tenha concluído o curso de formação profissional à distância, e sido aprovado em Exame de
Suplência Profissionalizante ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC; ou
c) comprove, no prazo de 180 dias de vigência deste Decreto, o efetivo exercício da profissão por, no
mínimo, dois anos, bem como aprovação em Exame de Suplência nos termos da alínea anterior.
Art. 6º - A EMBRATUR fornecerá ao requerente, após o cumprimento das exigências a que se refere o
artigo anterior, o respectivo crachá de identificação profissional, em modelo único, válido em todo o
território nacional, contendo nome, filiação, número do cadastro e da cédula de identidade, fotografia,
classe e âmbito de atuação prevista em seu curso de formação.
Art. 7º - Constituem infrações disciplinares:
I - induzir o usuário a erro, pela utilização indevida de símbolos e informações privativas de guias de
turismo cadastrados;
II - descumprir total ou parcialmente os acordos e contratos de prestação de serviço, nos termos e na
qualidade em que forem ajustados com os usuários;
III - deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação;

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 40


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IV - utilizar a identificação funcional de guia cadastrado fora dos estritos limites de suas atribuições ou
facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não cadastrados;
V - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que contrarie as disposições do Código Defesa do
Consumidor ou que a lei defina como crime ou contravenção;
VI - faltar a qualquer dever profissional imposto no presente Decreto;
VII - manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da profissão.
Parágrafo único. Considera-se conduta incompatível com o exercício da profissão, entre outras:
a) prática reiterada de jogo de azar, como tal definido em lei;
b) a incontinência pública escandalosa;
c) a embriaguez habitual.
Art. 8º - Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo, conforme a gravidade da
falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pela EMBRATUR:
I - advertência;
II - cancelamento do cadastro.
§ 1º - As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo administrativo, no qual se
assegurará ao acusado ampla defesa.
§ 2º - O Guia de Turismo poderá, independente do processo administrativo a que se refere o parágrafo
anterior, pelo desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão de classe.
Art. 9º - Os Guias de Turismo já cadastrados na EMBRATUR terão prazo de 120 dias, contados da data
da publicação deste Decreto, para proceder a seu recadastramento, mediante apresentação dos
seguintes documentos:
I - cópia do crachá emitido pela EMBRATUR;
II - ficha de cadastro, segundo modelo fornecido pela EMBRATUR, devidamente preenchida,
acompanhada dos documentos comprobatórios das informações fornecidas.
Art. 10 - A EMBRATUR expedirá normas disciplinando a operacionalização do cadastramento e
classificação dos guias de turismo e definirá a aplicação das penalidades de que trata o art. 8º,
estabelecendo as circunstâncias atenuantes e agravantes.
Art. 11 - A EMBRATUR em ato próprio, instituirá o modelo de crachá de identificação profissional a ser
utilizado no desempenho da atividade regulamentada neste Decreto.
Art. 12 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1º de outubro de 1993; 172º da Independência e 105º da República.
ITAMAR FRANCO
José Eduardo de Andrade Vieira
( Publicado no Diário Oficial da União nº189, de 04/10/93, Seção I, Pág.14782

 Deliberação Normativa nº 326/94, de 13 de janeiro de 1994

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 41


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MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO


EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo Deliberação Normativa n.º 326, de 13 de janeiro de 1994
A Diretoria da EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, no uso de suas atribuições legais e
estatutárias e CONSIDERANDO a competência deste Instituto em promover o cadastramento e a
classificação das empresas e dos empreendimentos dedicados às atividades turísticas, bem como a
função fiscalizadora que lhe é conferida pelo inciso X, do artigo 3º, da Lei n.º 8.181, de 28 de março de
1991;
CONSIDERANDO que compete ao Instituto a promoção da melhoria do aperfeiçoamento dos serviços
oferecidos, aos turistas e viajantes, consoante determina o inciso XI, do retro citado dispositivo legal;
CONSIDERANDO, finalmente, a conveniência dos Órgãos Oficiais de Turismo, das Unidades da
Federação, estabelecerem normas próprias para cadastro, classificação, controle e fiscalização de
prestadores de serviços, não compreendidos na legislação federal de turismo em vigor, como
complemento a. essa legislação e com o objetivo de aperfeiçoar a qualidade do produto turístico
estadual.
RESOLVE:
Art. 1º - Recomendar aos Órgãos Oficiais de Turismo, das Unidades da Federação que, em
complemento à. legislação federal de turismo em vigor, estabeleçam normas próprias para cadastro,
.classificação, controle e fiscalização de prestadores de serviços, não abrangidos na referida legislação
federal.
Parágrafo Único — As normas a serem estabelecidas, na forma deste artigo, deverão referir-se,
prioritária e especialmente, às pessoas físicas prestadoras de serviços turísticos, cuja atuação
profissional, destinada a atender peculiaridades específicas do patrimônio e- da infra-estrutura turística
locais, tenha significativa implicação na qualidade dos produtos turísticos estaduais oferecidos.
Art. 2º - Considerar-se-ão incluídos no disposto no artigo anterior, entre outras, as pessoas físicas cuja
prática, decorrente do tempo de vivência e experiência em determinado atrativo ou empreendimento
turístico, próprio de certa região, lhes permita conduzir o turista, com segurança, em seus passeios e
visitas, ao local, prestando-lhes orientação e informação específica e tornando mais atrativa sua
programação.
Parágrafo Único – Estão compreendidas neste artigo as pessoas físicas que conduzam e orientam o
turista em passeios e visitas realizados no interior de determinado atrativo ou empreendimento turístico
localizado:
a) na selva amazônica, pantanal, parques nacionais, ou a outros locais em equilíbrio ambiental;
b) em dunas, cavernas ou outros atrativos ecológicos específicos;
c) em locais de atrativos náuticos;
d) em empreendimento considerado de valor histórico e artístico, pelas autoridades governamentais
competentes.
Art. 3º - Os prestadores de serviços turísticos, cadastrados e classificados na forma dos artigos

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 42


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anteriores, não poderão exercer atribuições inerentes às empresas, empreendimentos e profissionais


sujeitos à habilitação e à fiscalização, pela EMBRATUR, na forma da legislação federal de turismo.
Parágrafo Único - Para os fins deste artigo, os documentos indicativos de cadastro e classificação,
fornecidos pelos Órgãos Oficiais de Turismo, das Unidades da Federação, serão diferenciados, em
modelo e cor, daqueles expedidos pela EMBRATUR.
Art. 4º - Os informes cadastrais dos prestadores de serviços, habilitados pelos Órgãos
Oficiais de Turismo, das Unidades da Federação, serão por estes incluídos no banco de dados da
EMBRATUR.
Art. 5º - Esta Deliberação Normativa entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da
União.
Gil Pereira Furtado
Presidente Interino
Luiz Valério Dutra Filho
Diretor de Economia e Fomento
Flávio José de Almeida Coelho
Diretor de Marketing
Gil Pereira Furtado
Director de administração e Finanças

 DELIBERAÇÃO NORMATIVA Nº 426, DE 04 DE OUTUBRO DE 2001


MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO
EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo
DELIBERAÇÃO NORMATIVA Nº 426, DE 04 DE OUTUBRO DE 2001
A Diretoria da EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo, no uso de suas atribuições e tendo em vista
o disposto no art. 10 do Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993, RESOLVE:
Art. 1º Editar normas disciplinando a operacionalização do cadastramento e a classificação dos Guias
de Turismo bem como fixar os critérios para aplicação das penalidades previstas no art. 10 da Lei nº
8.623, de 28 de janeiro de 1993.
Art. 2º O pedido de cadastramento como Guia de Turismo de que trata o art. 3º do Decreto nº 946, de
1º de outubro de 1993, será formulado com o preenchimento de ficha de cadastro fornecida pela
EMBRATUR ou por seus órgãos ou entidades delegadas, nas unidades da Federação.
§ 1º Além do atendimento dos requisitos previstos no art. 5º do Decreto nº 946, de 1993, o autor do
pedido deverá comprovar o pagamento do preço dos serviços de cadastramento cobrado pela
EMBRATUR.
§ 2º Para cadastramento como Guia de Turismo, classe Excursão Internacional, será obrigatória,
também, a comprovação, por meio de exame de proficiência ou atestado de fluência, em pelo menos

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 43


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uma língua estrangeira.


Art. 3º O requerente será cadastrado na classe de Guia de Turismo para a qual estiver habilitado, desde
que comprovada esta condição, mediante apresentação de certificado de conclusão de curso específico
de educação profissional de nível técnico, cujo plano de curso tenha sido previamente aprovado pelo
órgão próprio do respectivo Sistema de Ensino, inserido no Cadastro Nacional de cursos de Nível
Técnico administrado pelo MEC, e apreciado pela EMBRATUR.
Parágrafo único. Os órgãos próprios dos sistemas de ensino poderão recorrer a EMBRATUR para
prévia apreciação do plano de curso, quando for o caso.
Art. 4º O possuidor do crachá de Guia de Turismo emitido pela EMBRATUR deverá proceder ao
recadastramento para obtenção do crachá no modelo vigente, mediante comprovação de
cadastramento anterior.
§ 1º O crachá de Guia de Turismo terá validade de dois anos, contados da data de sua emissão.
§ 2º O Guia de Turismo anteriormente cadastrado na classe de Guia Local será recadastrado na classe
Guia Regional; o Guia de Excursão recadastrado como Guia de Excursão Nacional ou Internacional e o
Guia Especializado em Terceira Idade serão recadastrados na classe de Guia de Excursão Nacional ou
Guia Regional, de acordo com a natureza do seu curso de formação.
§ 3º O crachá de Guia de Turismo emitido anteriormente à edição desta Deliberação Normativa terá
validade de dois anos.
§ 4º Para renovação do crachá de que trata este artigo, o interessado deverá entregar a cópia do crachá
a ser substituído, duas fotos recentes, tamanho três por quatro, os comprovantes de pagamento da
Contribuição Sindical, do Imposto sobre Serviços, da Seguridade Social e do pagamento do preço dos
serviços cobrados pela EMBRATUR.
Art. 5º Para a apreciação dos planos de curso pela EMBRATUR, em atendimento ao §
1º do art. 5º do Decreto 946, de 1993, as instituições de ensino promotoras de cursos de Qualificação,
Habilitação ou Especialização profissional de nível técnico de Guia de
Turismo deverão comprovar o pagamento dos respectivos preços de serviço perante o
órgão ou entidade estadual delegada da EMBRATUR.
§ 1º As instituições de ensino de que trata este artigo deverão comunicar previamente à EMBRATUR as
datas de início e do término de cada turma, bem como encaminhar, até quinze dias corridos, contados
da data de início do curso, a relação dos alunos matriculados e, em igual período, após a conclusão do
curso, a relação dos alunos aprovados, especificando nome e RG, nas duas relações encaminhadas.
§ 2º O certificado de conclusão do curso de educação profissional de nível técnico de Guia de Turismo
emitido pelas entidades de que trata este artigo deverá conter os números do processo e do parecer de
apreciação da EMBRATUR, bem como o número do ato de aprovação do plano de curso pelo órgão
próprio do respectivo sistema de ensino, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 5º do Decreto nº 946,
de 1993.
Art. 6º Constituem infrações disciplinares:

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 44


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I – deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação;


II – induzir o usuário a erro, pela utilização indevida de símbolos e informações privativas de guia de
turismo;
III – faltar a qualquer dever profissional imposto pelo Decreto nº 946, de 1993;
IV – utilizar a identificação funcional de guia cadastrado fora dos estritos limites de suas atribuições;
V – não cumprir integralmente os acordos e contratos de prestação de serviço, nos termos e na
qualidade em que forem ajustados com os usuários;
VI – descumprir totalmente os acordos e contratos de prestação de serviços;
VII – facilitar, por qualquer meio, o exercício da atividade profissional aos não cadastrados;
VIII – praticar, no exercício da atividade profissional, ato que contrarie as disposições do Código de
Defesa do Consumidor;
IX – praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção;
X – manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da profissão.
§ 1º Para fins de aplicação das penalidades previstas no art. 7º consideram-se infrações de natureza:
I – leve, as referidas nos incisos I a III;
II – média, as referidas nos incisos IV e V; e
III – grave, as referidas nos incisos VI a X.
§ 2º Considera-se conduta incompatível com o exercício da profissão, entre outras:
I - prática reiterada de jogo de azar, como tal definido em lei;
II - a incontinência pública escandalosa;
III - a embriaguez habitual;
IV - uso de drogas;
V - contrabando.
§ 3º Para os fins do disposto no art. 10 do Decreto nº 946, de 1993, consideram-se:
I - circunstâncias atenuantes:
a) ser o infrator primário;
b) a ausência de dolo;
c) ter o infrator adotado, de imediato, as providências pertinentes para minimizar ou reparar os efeitos
do ato lesivo; e
d) não ter sido a ação do infrator fundamental para a consecução do fato.
II – circunstâncias agravantes:
a) ser o infrator reincidente;
b) ter o infrator agido com dolo;
c) deixar o infrator de adotar, de imediato, as providências pertinentes para minimizar ou reparar os
efeitos do ato lesivo;
d) ter sido a ação do infrator fundamental para a consecução do ato e
e) o prejuízo causado à imagem do turismo nacional.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 45


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Art. 7º Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o guia de turismo, conforme a gravidade da falta
e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pela EMBRATUR:
I - advertência;
II - cancelamento do cadastro.
§ 1º As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo administrativo, no qual será
assegurada ao acusado ampla defesa.
§ 2º O guia de turismo poderá, pelo desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu
órgão de classe, independentemente do processo administrativo a que se refere o parágrafo anterior.
§ 3º A EMBRATUR, seus órgãos delegados, as federações e associações de classe deverão dar
conhecimento recíproco das penalidades aplicadas aos guias de turismo, para que cada entidade adote
as providências cabíveis.
§ 4º A pessoa física não cadastrada na EMBRATUR como Guia de Turismo, que exercer esta atividade,
está sujeita à penalidade prevista no art. 47 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941, devendo
a EMBRATUR ou o órgão delegado dar conhecimento da ilegalidade à autoridade competente, para as
providências cabíveis.
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, estando a pessoa física exercendo a atividade na qualidade de
preposto de pessoa jurídica, ficará sujeita, também, à multa pecuniária de que trata o inciso II do artigo
5º da Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, por força do § 1º daquele dispositivo.
§ 6º Independentemente da natureza da infração e da faixa em que se situe a penalidade a ela
correspondente, poderá a EMBRATUR aplicar a pena de advertência aos Guias de Turismo que não
tenham antecedentes.
Art. 8º O Guia de Turismo que tiver seu cadastro cancelado, previsto no inciso II do art. 7º desta
Deliberação Normativa, em decorrência de infração de natureza média, poderá requerer reabilitação
provisória após cento e oitenta dias, contados a partir da data que tomou conhecimento da penalidade
que lhe foi imputada, desde que inexista outro processo de denúncia em andamento contra a sua
pessoa.
Parágrafo único. A reabilitação à situação normal só se dará em conseqüência de requerimento do
interessado e cumprida a penalidade imposta, após um ano, contado a partir da data que tomou
conhecimento da penalidade que lhe foi imputada, desde que não seja reincidente.
Art. 9º O Guia de Turismo que tiver seu cadastro cancelado, previsto no inciso II do art. 7º desta
Deliberação Normativa, em decorrência de infração de natureza grave, poderá requerer reabilitação
provisória após um ano, contado a partir da data que tomou conhecimento da penalidade que lhe foi
imputada.
§ 1º Caso o requerente de que trata este artigo for reincidente, fica obrigado à comprovação, por meio
do certificado correspondente, de ter realizado curso de reciclagem, com datas de início e de término
posteriores à data que tomou conhecimento da penalidade que lhe foi imputada.

GUIA DE TURISMO- Legislação Aplicável ao Turismo 46


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§ 2º A reabilitação à situação normal só se dará em conseqüência de requerimento do interessado e


cumprida a penalidade imposta, após dois anos contados a partir da data que tomou conhecimento da
penalidade que lhe foi imputada, não sendo o mesmo reincidente.
Art. 10 Esta Deliberação Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 11 Revogam-se os §§ 2º, 3º, 4º e 5º do art. 11 e o § 3º do art. 12 da Resolução Normativa CNTur nº
4, de 28 de janeiro de 1983; o art. 2º da Resolução Normativa CNTur nº 12, de 17 de outubro de 1984; a
Deliberação Normativa nº 234, de 7 de dezembro de 1987; a Deliberação Normativa nº 256, de 10 de
maio de 1989; a Deliberação Normativa nº 325, de 13 de janeiro de 1994; a Deliberação Normativa nº
377, de 17 de junho de 1997; a Deliberação Normativa nº 386, de 10 de dezembro de 1997; a
Deliberação nº 5.461, de 17 de dezembro de 1997; a Deliberação nº 5.462, de 17 de dezembro de
1997; e a Deliberação nº 5.480, de 24 de março de 1998.

CAIO LUIZ CIBELLA DE CARVALHO


Presidente
BISMARCK COSTA LIMA PINHEIRO MAIA
Diretor de Economia e Fomento
UBIRATAN SIMÕES REZENDE
Diretor de Marketing
EDSON JOSÉ FERNANDES FERREIRA
Diretor de Administração e Finanças

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UNIDADE IV

CÓDIGO DE ÉTICA DO GUIA DE TURISMO


Aprovado no VII CONGRESSO BRASILEIRO DE GUIAS DE TURISMO – VII CBGTUR
(Em Belo Horizonte, 20 a 23 de outubro de 1987)
Art. 1º - Atuar sempre á luz da verdade, não induzindo o usuário dos seus serviços a erros de
interpretação, quanto às informações prestadas.
Art. 2º - Possuir vocação e preparo adequado para o exercício da atividade de GUIA DE TURISMO,
procurando o aprimoramento constante, através de cursos, seminários e congêneres.
Art. 3º - Desenvolver ao máximo o seu sentido de responsabilidade, evitando que, por omissão ou
negligência, seus atos possam causar prejuízos à empresa onde trabalha, ao público em geral ou aos
seus companheiros de profissão.
Art. 4º - Demonstrar conduta apropriada em todos os seus atos, públicos e privados, atendendo com
esmero, pontualidade, discrição e zelosa diligência às funções de GUIA DE TURISMO.
Art. 5º - Procurar sempre em seu relacionamento com as autoridades públicas, obter o reconhecimento
da importância da sua atividade para com a comunidade, com igualdade para seus colegas de todo o
mundo.
Art. 6º - Praticar a amizade como um fim e não como um meio, respeitando em todos os momentos e se
fazendo respeitar como pessoa humana.
Art. 7º - Colaborar com os colegas que lhe solicitarem apoio para desenvolver sua atividade, dando
proteção aos interesses dos mesmos como se fossem seus, desde que não venha a ser prejudicado no
desempenho de suas próprias funções.
Art. 8º - Prestar o máximo apoio ao SINDICATO DOS GUIAS DE TURISMO DO BRASIL, ao qual deve
pertencer, ajudando-o a fortalecer-se para que o mesmo, por sua vez, melhor possa proteger os
interesses de seus associados.
Art. 9º - Procurar eleger e promover os mais capacitados valores da categoria para dirigir o SINDICATO
DOS GUIAS DE TURISMO DO BRASIL.
Art. 10º - Colaborar, sob todas as formas ao seu alcance, com o SINDICATO, submetendo ao poder
arbitral do mesmo qualquer conflito de interesse.
Art. 11º - Apresentar-se sempre como um eficiente e sério profissional, constante portador da
mensagem de Paz e Entendimento entre todos os povos.
Art. 12° - Não tecer, quando no exercício da atividade, comentários políticos - partidários, não emitir
qualquer comentário desfavorável sobre pessoas ou locais, nem fazer qualquer tipo de discriminação de
raça, credo, religião, sexo ou costumes.
Art. 13° - Respeitar o meio ambiente e o patrimônio cultural e artístico, colaborando na sua preservação
e atuando junto à sociedade visando evitar a depredação da natureza e do patrimônio cultural e

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artístico.
Art. 14º - Manter postura correta e vocabulário adequado ao exercício da profissão de GUIA DE
TURISMO.
Art. 15º - O Presente Código de Ética substitui o anterior e passa a vigorar a partir desta data.
Belo Horizonte (MG), 23 de outubro de 1987.
JORGE BREOGAN
Presidente

PROCEDIMENTOS DE OBTENÇÃO DE PASSAPORTES

Dúvidas Freqüentes

1- Novo Passaporte
O novo passaporte comum padrão ICAO, cor azul, foi implantado em todo território nacional. Atualmente
a taxa para confecção do novo passaporte é de R$ 156,07 (em ago/2011).
Obs: O titular do passaporte comum antigo, cor verde, poderá utilizá-lo regularmente até a data de
vencimento constante na caderneta.

2 - Como solicitar passaporte


O processo de solicitação de passaporte inicia com o acesso ao endereço eletrônico www.dpf.gov.br.
Nessa página, clique no link "Requerer Passaporte". Na próxima página leia atentamente todas as
informações e, após, clique no link "emissão do passaporte". Preencha o formulário com seus dados e
ao final digite o código de segurança e clique em confirmar. Na nova página serão exibidos 03 (três)
botões, inicialmente clique em "gerar protocolo", depois "gerar GRU" (guia para pagamento da taxa) e
finalmente em "fechar".
É obrigatória a presença do requerente na unidade do DPF, inclusive menor de 18 anos.
Obs.: Para impressão do PROTOCOLO e da GRU é necessário que o programa Adobe Acrobat Reader
esteja instalado no computador. Caso não tenha instalado, na própria página tem link para a instalação
do produto;
retorne à página "Siga os seguintes passos para retirar seu Passaporte Comum - Padrão ICAO" e clique
em "Clique aqui para obter informações sobre os postos de atendimento da Polícia Federal";
As coletas de fotografia, digitais e assinatura serão realizadas nas dependências do DPF, por meios
eletrônicos.
3 - Prazo de Entrega
A unidade da Polícia Federal verificará os documentos e coletará os dados eletrônicos e será impresso
protocolo onde constará a data provável da entrega do passaporte, que será de no máximo 6 (seis) dias

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úteis.
4 - Validade do Passaporte

A validade dos passaportes é de até 05 anos. Expirado o prazo de validade deverá ser solicitado novo
passaporte. O passaporte para menor de 4 (quatro) anos terá validade definida de acordo com sua
idade, conforme abaixo:

Idade\Validade 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos

0a1 x

1a2 x

2a3 x

3a4 x

+4 x

5 - Passaporte com data de validade vencida

Ao identificar que a validade de seu passaporte tenha expirado e você deseje solicitar novo, leia o item
02 acima. Você não precisa esperar até o vencimento do seu atual passaporte para solicitar outro.

6 - Renovação do Passaporte

O passaporte não poderá ser renovado, caso seja de interesso do cidadão, deverá se solicitado novo.

7 - Procuração - Menores de 18 anos

Nos seguintes casos:

 Quando se tratar de menor de 18 anos, será exigida autorização de ambos os genitores ou do


responsável legal, Formulário de Autorização para Obtenção de Passaporte para Menor, salvo
nos casos de cessação de incapacidade previstos em lei.

 Em caso de menor sob guarda judicial de um dos genitores, não sendo possível o
comparecimento do outro, ou sua autorização no Formulário de Autorização para Obtenção de
Passaporte para Menor, será indispensável autorização judicial.

A autorização dos genitores, no formulário de autorização, poderá efetivar-se:

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I - pela assinatura de ambos no formulário, na presença do servidor responsável pela conferência dos
documentos;

II - comparecendo apenas um dos genitores, pela assinatura deste no formulário de autorização e:

a) pela apresentação de certidão de óbito do outro genitor;


b) pelo reconhecimento, por autenticidade, da firma do outro genitor no formulário de autorização;
c) pela assinatura do outro genitor no formulário de autorização, transmitido via fac-símile, ou
mensagem eletrônica, de outra unidade do DPF ou repartição consular brasileira no exterior, conferida
por servidor da unidade transmissora devidamente identificado no documento;
d) pela apresentação de procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte para o
menor, outorgada por um genitor ao outro, lavrada em repartição notarial no País ou repartição consular
brasileira no exterior, com prazo de validade não superior a um ano.

- Não sendo possível o comparecimento de nenhum dos genitores em unidade do DPF, o


formulário de autorização deverá ser substituído por:

I - procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte para o menor, outorgada por
ambos os genitores a pessoa maior, lavrada em repartição notarial no País ou repartição consular
brasileira no exterior, com prazo de validade não superior a um ano;
II - procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte para o menor, outorgada por
ambos os genitores a pessoa maior, lavrada em repartição notarial estrangeira, acompanhada de
tradução por tradutor juramentado e devidamente consularizada, com prazo de validade não superior a
um ano.

- No caso do item anterior, o menor será representado pelo procurador que deverá comparecer à
unidade da PF, juntamente com o menor.

- Os genitores, o responsável legal ou o procurador deverão comprovar a identidade mediante


apresentação, em original, de quaisquer dos documentos enumerados no link "documentação
necessária".

8 - Extravio / Furto / Roubo / Conservação

O Decreto nº 1.983, de 14 de agosto de 1996, determina:

"Art. 2º Passaporte é o documento de identificação, de propriedade da União, exigível de todos os que


pretendam realizar viagem internacional, salvo nos casos previstos em tratados, acordos e outros atos
internacionais.

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Art. 33. ―É dever do titular comunicar imediatamente, à autoridade expedidora mais próxima, a
ocorrência de perda, extravio, furto, roubo, adulteração, inutilização, destruição total ou parcial do
documento de viagem, bem como sua recuperação, quando for o caso.‖

Nas situações acima elencadas o titular do passaporte deverá comparecer a unidade do DPF munido de
documento de identidade e preencher o formulário "Comunicação de Ocorrência com Documento de
Viagem".

9 - Renovação de Visto

A Policia Federal trata apenas de assuntos pertinentes ao passaporte comum brasileiro. Para
renovação do visto, dirija-se à embaixada ou consulado do país que você deseja obter o visto.

10 - Passaporte com mínimo de 6 meses de validade

Alguns países exigem que o passaporte tenha no mínimo 06 meses de validade. Dessa forma, requeira
novo passaporte antes do atual expirar, a fim de que sejam evitados problemas na Fiscalização
Imigratória do país de destino.

11 - Nacionalidade

11.1 - O requerente nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que estava a serviço do País, tem
nacionalidade brasileira e deverá apresentar, além dos documentos enumerados no link "documentação
necessária", Certidão de Nascimento lavrada no Livro "E" do Cartório de Registro Civil do 1o. Ofício.

11.2 - O indivíduo nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que não estava a serviço do País, é
considerado brasileiro se foi registrado em consulado brasileiro no exterior. O requerente deverá
apresentar, além dos documentos enumerados no link "documentação necessária", Certidão de
Nascimento lavrada no Livro "E" do Cartório de Registro Civil do 1o. Ofício.

11.3 - O indivíduo nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que não estava a serviço do País, que
não foi registrado em consulado brasileiro no exterior, poderá adquirir a nacionalidade brasileira se vier
a residir no Brasil e exercer o direito de opção em processo judicial, após os 18 anos de idade. Neste
caso, além dos documentos enumerados no link "documentação necessária", deverá apresentar
Certidão de Nascimento lavrada no Livro "E" do Cartório de Registro Civil do 1o Ofício e cópia
autenticada da sentença da Justiça Federal de opção pela nacionalidade brasileira:

 Caso ainda não tenha atingido a maioridade, o requerente deverá apresentar apenas o registro
de nascimento lavrado no Livro "E" do Cartório de Registro Civil do 1o. Ofício, ficando
dispensado da apresentação de sentença de opção até atingir a maioridade.

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 A validade do passaporte, limitada ao prazo de cinco anos, será equivalente ao tempo restante
para o requerente atingir a maioridade.

 Atingida a maioridade, o requerente somente poderá obter passaporte comum brasileiro se vier a
residir no Brasil e optar pela nacionalidade brasileira, devendo apresentar os documentos
enumerados no link "documentação necessária".

 Para o nascido no exterior antes de 04/10/1988 que não tenha optado pela nacionalidade
brasileira até os 25 anos de idade, a expedição de passaporte fica condicionada à opção, que
poderá ser requerida a qualquer tempo.

 A opção de nacionalidade deverá ser pleiteada perante a Justiça Federal.

12 - Período Eleitoral

A apresentação de título de eleitor e comprovantes de votação será exigida do requerente que seja
obrigado a se alistar e votar e, poderá ser substituída por apresentação de declaração da justiça
eleitoral que ateste a quitação com as obrigações eleitorais.

A apresentação de comprovante(s) de votação ou justificativa da última eleição não supre a


necessidade de apresentação de título de eleitor ou declaração da justiça eleitoral, em razão da
necessidade de comprovação da Unidade da Federação de expedição.

O requerente que não tenha votado por inexistência de pleito entre a data do seu alistamento eleitoral e
a data do requerimento do passaporte, fica dispensado de apresentar comprovante de votação,
podendo apresentar apenas o título de eleitor ou declaração da justiça eleitoral que ateste o seu
alistamento.

Dispensa-se a apresentação de título de eleitor e comprovante de votação para requerentes maiores de


70 anos.

13 - Regulamentação

A emissão de passaporte está regulamentada pelo Decreto nº 1983/96, com redação dada pelo Decreto
nº 5978/06.

14 - Menor de Idade

O menor de idade deverá possuir passaporte próprio.

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A validade do passaporte do menor de idade é de acordo com sua idade, conforme item 4 deste
manual.

Preencher o campo CPF do Responsável no formulário do requerimento.

Os campos Profissão e Carteira de Identidade do menor poderão ficar em branco. Caso seja estudante,
preencha a profissão como "Estudante".

15 - Preenchimento do Requerimento

O preenchimento da solicitação de passaporte é feito eletronicamente na página da Polícia Federal –


PF, com respectiva impressão do protocolo e da guia de pagamento da taxa – GRU.

O requerente precisa ter instalado no microcomputador pessoal o programa Adobe Acrobat Reader e,
caso não tenha, na própria página tem link para a instalação do produto.

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Proposta de atividades.

Realizar oficinas ou dramatizações com as seguintes situações:

Direitos do Consumidor Turista

As Férias Estão Aí...

Quando chega o Verão todos nós pensamos em tirar uns merecidos dias de férias, para um qualquer
refúgio, que nos devolva energia para enfrentarmos de novo o trabalho, há várias questões que
devemos ter em atenção, para mais tarde não temos amargas surpresas.

Reservas nos Hotéis

- Serão válidas as reservas efectuadas por telefone, fax ou e-mail, ou será que corremos o risco
de chegarmos ao local esperado e não termos alojamento?

São possíveis diversas formas de fazer uma reserva num hotel, e todas estas que mencionámos são
válidas, o importante mesmo é que seja qual for a modalidade pretendida, tenha sempre um documento
escrito com a confirmação da reserva, se for via telefone, fax ou e-mail deve exigir que lhe mandem um
fax ou carta de confirmação, caso faça a sua reserva pela internet, geralmente receberá um e-mail de
confirmação que deverá imprimir e levar consigo quando partir em viagem.

- No ato da reserva, deverei facultar o número de cartão de crédito?

É habitual alguns hotéis, para procederem a uma reserva, requererem ao consumidor o seu número de
cartão de crédito e data de validade, de forma a prevenir problemas ulteriores.

- Desisti da reserva, no entanto foi-me debitado o preço de uma noite. O que devo fazer?

Regra geral, o consumidor pode anular uma reserva, desde que respeite um prazo de anulação que
varia em função do hotel, pode ser de 24 e 48 horas, antes da data da chegada. Caso esse prazo não
seja respeitado, e o cliente por exemplo, só contactar o hotel com doze horas de antecedência, o hotel
costuma proceder à cobrança do valor de uma dormida, mas apesar de esta prática ser corrente junto
do sector hoteleiro, o cliente deve reclamar, e terá de ser reembolsado, já que não estão reunidas as
condições de validade da operação de débito, por faltar a assinatura do consumidor.

- Quando cheguei ao Hotel, disseram-me que estava completo. Como reagir?

O consumidor tem o direito de pedir ao hotel que o auxilie a encontrar alojamento semelhante ao
contratado, suportando o hotel as despesas decorrentes dessa transferência. Caso o hotel se recuse a
fazê-lo deve dirigir-se ao Posto de Turismo mais próximo, a fim de ser encontrada uma solução para o

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seu problema. Como o hotel não respeitou o seu compromisso, o consumidor lesado tem o direito de
exigir uma indemnização pelos danos sofridos, caso o hotel se recuse a indemnizar amigavelmente,

O consumidor deve intentar uma acção judicial. Poderá e deverá ainda, apresentar uma reclamação no
Livro de Reclamações do hotel, a qual será levada ao conhecimento da entidade administrativa
responsável pelo sector hoteleiro, neste caso, a Direcção Geral do Turismo.

- A minha máquina fotográfica foi furtada dentro do meu quarto. O hotel é responsável?

Apesar dos avisos em sentido contrário, a verdade é que os hotéis são legalmente responsáveis pelos
objectos furtados dentro dos quartos, já qua para além do cliente, apenas o hotel e funcionários têm
acesso aos quartos, pelo que têm a obrigação legal de velar pela segurança dos bens dos seus clientes.

Arrendamento para Férias

- A residência encontra-se num estado lamentável. O que fazer?


Sempre que a residência não apresentar um estado satisfatório, em termos de higiene e equipamentos
das instalações, deverá de imediato, reclamar junto da pessoa responsável, exigindo a substituição
daquela residência por outra que satisfaça as condições acordadas. Caso lhe seja recusada essa
substituição, deverá requerer a resolução do contrato e a consequente devolução do valor, bem como
exigir a indemnização por todos os danos causados pelo incumprimento do acordado.

Agências de Viagens

- Será mais seguro contratar com uma agência de viagens, para que esta trate de todos os
assuntos inerentes a férias, do que pessoalmente?

Através da agência de viagens, estará um pouco mais protegido, do que contratar directamente com o
prestador de serviços, já que as agências estão obrigadas a cumprir legalmente alguns requisitos. Em
matéria de informação, a legislação estipula o que deve constar do contrato deste tipo de viagens, já
que deve a agência informar o consumidor de horários e locais de escala, correspondência e do nome,
tal como o endereço e o telefone do representante local da agência

Bilhetes de Avião

- Pediram-me o pagamento de um suplemento de combustível ou taxa de aeroporto. Deverei


pagar?

As taxas aeroportuárias são normalmente pagas no momento da aquisição do bilhete, sendo passíveis
de serem modificadas, já que o seu principal objectivo é financiar os custos inerentes à manutenção e
segurança do aeroporto. Acontecendo um aumento inesperado do seu valor, poderá ser exigido ao

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consumidor o pagamento de um suplemento até 20 dias antes da data da viagem e, nunca, nessa
mesma data de partida.

- Adiaram a minha viagem porque o voo estava completo. Tenho direito a indemnização?

A legislação da União Europeia exige que os passageiros a quem é recusado o embarque em aeroporto
dentro do território comunitário, devem receber um tratamento justo e uma indemnização adequada. No
caso de ser recusado o embarque a passageiro com bilhete válido e se apresente com a antecedência
exigida, deve a companhia aérea indemnizá-lo em uma das seguintes formas:
- reembolso do preço do bilhete correspondente à parte da viagem não realizada, sem penalização;
- reencaminhamento para o destino final na maior brevidade possível;
- reencaminhamento em data posterior, da conveniência do passageiro.
Além disso, a transportadora terá ainda de facultar, a título gratuito, uma chamada telefónica para o local
de destino, bem como refeições, bebidas e alojamento, caso o passageiro fique retido uma ou mais
noites, e transporte para o destino final.

- À chegada, constato que a minha mala desapareceu. O que fazer?

Em caso de atraso da bagagem, a transportadora aérea é responsável pelos prejuízos causados, a


menos que tenha tomado todas as medidas razoáveis para os evitar ou tenha sido impossível tomar
essas medidas. A responsabilidade pelos atrasos da bagagem é limitada a cerca de 1200 euros. O
mesmo valor é válido para casos em que ocorra a destruição, perda ou danos. Tratando-se de bagagem
registada, a transportadora é responsável pelos danos, mesmo sem culpa, excepto no caso de a
bagagem ser defeituosa. No caso de bagagem não registada, a transportadora apenas é responsável se
a culpa for sua.

Mara Lúcia Gralha


(Jurista)

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Referências bibliográficas

BADARÓ, Rui Aurélio de Lacerda, - direito Internacional do Turismo: o papel das organizações
internacionais no turismo. São Paulo: Editora. SENAC São Paulo, 2008.
LONGANESE, Luiz André, - Direito aplicado á hotelaria. São Paulo: Ed. Papirus, 2004.
PINTO NIETO, Marcos, - Manual do direito aplicado ao turismo. São Paulo: Ed. Atlas, 2004.
KANAANE, Roberto, - Ética em turismo e hotelaria. São Paulo: Ed. Atlas, 2006.
MAMEDE, Gladston, - Manual de direito para administração hoteleira. São Paulo: Ed. Atlas, 2004.

Sites pesquisados:

http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/requerer-passaporte
http://www.alentejolitoral.pt/PortalRegional/Cidadao/EsclarecimentoConsumidor/ArtigosConsumo/Paginas/Direito
sdoConsumidorTurista.aspx
http://www.centraljuridica.com/doutrina/13/direito_civil/nocoes_de_direito_civil.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica

Luiziânia Gonçalves
Turismóloga

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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