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Por que, segundo Durkheim, é preciso investigar primeiramente a causa de um

fato social e só depois buscar suas possíveis funções?

Os elementos sociais são impostos pela sociedade para garantir que


seus membros estejam unidos por um modo de pensar e agir semelhante.
Cada fato social é explicado por outro fato social que constitui sua causa. Além
de externos aos indivíduos, os elementos sociais são qualificados por
Durkheim como coisas.
Durkheim no capítulo V intitulado Regras relativas à explicação dos fatos
sociais, nas regras do método sociológico.
O título insiste nas regras relativas a qualquer tipo de sócios, mas é
direto ao decidir que os sócios são sociais. Deve-se levar em conta que, desde
o primeiro capítulo de sua obra, Durkheim insiste em definir e esclarecer o tipo
de elementos a que se refere. Durkheim diz que todo indivíduo bebe, dorme,
come, raciocina e a sociedade tem grande interesse em que essas funções
sejam exercidas regularmente. Os elementos sociais possuem outras
características que os diferenciam daqueles que são realizados de forma
regular. Os elementos sociais são definidos por este autor como Durkheim
define o elemento social como “qualquer modo de fazer, fixo ou não, suscetível
de ser exercido sobre o indivíduo por coerção externa; também que é geral na
extensão de uma sociedade dado o tempo que ela tem existência própria,
independente de suas manifestações individuais.
Segundo. Em suma, os elementos sociais são explicáveis. Mas não sob
uma explicação de senso comum, mas sob um tipo de explicação
"padronizada" (se é que essa expressão pode ser aceita), sob uma espécie de
regras especiais. Deve-se tomar cuidado para que Durkheim escreva "regras"
no plural. É decidir um conjunto de especificidades que, guiadas por um tipo
especial de metodologia, permitem a construção da explicação dos sujeitos
sociais: ver os sujeitos sociais como coisas; distanciar-se das noções e ideias
do senso comum; e explicar o social pelo social.
Apesar de todas as regras anteriores serem transcendentais para a
sociologia, por ora nos concentraremos na última, pois esta está intimamente
relacionada ao capítulo que aqui trabalharemos. A transcendência da frase nos
convida a pensar em várias situações: primeiro, que todo fato social origina-se
de outro fato social; segundo, que todos os fatos sociais podem ser objeto de
estudo; terceiro, que este objeto de estudo não pode ser abordado por
nenhuma disciplina; quarto, que a disciplina com as melhores perspectivas
para entender e saber como são os fenômenos sociais é a sociologia;
Durkheim expressou algo muito transcendental em sua obra, “as causas dos
fenômenos sociais são internas à sociedade, e ele disse isso porque entendeu
que a sociedade não tem exterior. Os fatos sociais não pertencem a um único
indivíduo, portanto suas causas não devem ser buscadas apenas na
consciência individual, mas devem ser buscadas entre os fatos sociais que a
precederam. Esta é, sem dúvida, uma das regras essenciais do método
sociológico. Em outras palavras, a sociologia não estuda indivíduos isolados e
como se os fatos se desenrolassem sem história e sem espaço.
Uma das proposições de Durkheim é que quando um fenômeno social
vai ser explicado, é preciso investigar separadamente a causa eficiente que o
produz e a função que vem a cumprir. O que esta proposição pretende
estabelecer é que as ideias giram no sentido de que os fenômenos não se
explicam pelo simples fato de mostrar para que servem e qual o papel que
desempenham; isto é, os fenômenos não se tornam inteligíveis quando só se
realiza a necessidade social que eles satisfizeram..
O método que busca explicar os fenômenos a partir de sua função e
nada mais confunde duas questões: primeiro, sugere que ver a utilidade de um
fato não implica ter explicado como ele se forma e como é em segundo lugar,
não são as necessidades e a utilidade que dão "o ser" aos fatos. A sociologia,
tendo superado as formas tradicionais de explicação da realidade social,
concentrou seus esforços em estabelecer "como são as coisas", portanto, a
explicação centrada em como as coisas são, não deve necessariamente
recorrer à explicação da função.
A noção durkheniana de função está relacionada a outras noções, tais
como: um fim, uma utilidade, um serviço e um papel. Todas estas ideias -"fim",
"utilidade", "serviço" e "papel"-, assentam essencialmente na satisfação das
necessidades sociais. A existência de um fato social não se deve
necessariamente ao fato de ele cumprir uma função. Muitas funções deixaram
de ser viáveis e foram extintas porque não eram mais importantes, ou porque
não serviam para nada. Uma prática pode mudar de função de acordo com os
tempos, circunstâncias ou contextos, mas o social deve ser sempre entendido
como social. Em outras palavras, Durkheim compreende que a função de um
fato social não pode ser mais que social, ou seja, consiste na produção de
efeitos socialmente úteis e a função de um fato social deve ser sempre
buscada na relação que para algum propósito social.
Durkheim elabora uma formulação sistemática da noção de função
aplicada aos estudos da sociedade. Neste autor a ideia de função está
intimamente relacionada com a função das ciências naturais, por isso se
destacou a analogia entre vida social e vida orgânica a partir da ideia de
função.
A noção de função em Durkheim requer uma elaboração mais precisa
para evitar interpretações teleológicas.
Durkheim tentou lançar as bases de uma patologia social científica
baseada na morfologia e na fisiologia. Ou seja, integrava a ideia de uma
sociedade em estado normal ou patológico. Quando a sociedade está em um
estado patológico é quando ocorre a "anomia". A crítica aqui é que Durkheim
falhou em estabelecer uma base objetiva para uma ciência da patologia social.
A disnomia não pode ser definida como uma perturbação das atividades
habituais de um tipo social. A crítica é que as sociedades não morrem como
animais, podem mudar estruturalmente e podem ser absorvidas por outra
sociedade com mais poder.
Durkheim, que se baseia na seguinte ideia: “função é a contribuição que
uma atividade parcial dá à atividade total da qual faz parte. A função de um uso
social particular é a contribuição que ele faz para a vida social total como um
funcionamento do sistema social total.

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