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Centro Universitário da

Amazônia
Clínica cirúrgica veterinária

FERIDAS E PLASTIA DE PELE

Profº. Msc. André Rebelo Pantoja


Mestre em Saúde Animal na Amazônia (UFPA)
Residência em Clínica Cirúrgica de Animais de Companhia
(UFRA)
Feridas e plastia de pele

➢ Pele - afecções traumáticas

▪ Pequenos ferimentos limpos

▪ Lesões extensas

▪ Ferida cirúrgica

▪ Finalidade terapêutica; biópsia.


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Soluções de continuidade

▪ Direcionamento clinico da cicatrização de feridas

• 1ª INTENÇÃO

• 2ª INTENÇÃO

• 1ª INTENÇÃO COM RETARDO

• 3ª INTENÇÃO
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Direcionamento clinico da cicatrização de feridas
• 1ª INTENÇÃO

• Aproximação das bordas das feridas

• Mínima granulação
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Direcionamento clinico da cicatrização de feridas
• 2ª INTENÇÃO

• Sem aproximação de bordas

• Formação de tecido de granulação


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Direcionamento clinico da cicatrização de feridas
• 1ª INTENÇÃO COM RETARDO

• Aproximação das margens

• Controle de infecção
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Direcionamento clinico da cicatrização de feridas
• 3ª INTENÇÃO

• Uso de técnicas reconstrutivas


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• História do trauma e avaliação local da lesão

• Contaminação da ferida

• Presença de sujidades e material estranho

• Tempo de instalação da lesão


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Veiculação de microrganismo

• Feridas cirúrgicas

• Feridas por mordeduras Apresentação


Produção para o
• 6h tratamento
da ferida
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Veiculação de microrganismo
• Materiais de síntese e implantes

BIOFILME
BACTERIANO

• Monofilamentares e provocar um mínimo de reação orgânica


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Feridas extensas
• Localização e o envolvimento de estruturas subjacentes

• Movimentação ou pressão constante – ulceras de pressão

• Infiltração de microrganismos – suprimento sanguíneo

• Possibilidade de retração
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Abolição do espaço morto

• Migração de células

• Suturas de aproximação; drenos e compressão das camadas teciduais


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Estado de nutrição insuficiente

• Prolongamento do tempo de cicatrização

• Vitamina C – síntese de colágeno

• Zinco – epitelização
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Medicamentos

• Corticoides – tecido de granulação incompleta; contração reduzida

dose

• Antineoplásicos – células em divisão acelerada

• AINEs – reduzem a intensidade dos eventos inflamatórios


Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Doenças sistêmicas

• Diabetes mellitus
• Hiperadrenocorticismo
• Hipotireoidismo

Atraso na cicatrização
Feridas e plastia de pele

➢ Manejo de feridas cutâneas


▪ Características da ferida e do paciente
• Idade avançada

• Cardiopatias
• nefropatias
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Características da ferida e do paciente
• Cães gatos

• “Pseudocicatrização”

• Omentalização de feridas

• Granulação - média de 19 dias para gatos e 7,5 dias para cães


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Características da ferida e do paciente
• Outros fatores

• Orientação da cicatrização de feridas

• Tutor e custo
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas

• Abolição de dor/ controle de ansiedade

• Alterações sistêmicas (hemorragias, hipotensão...)

• Feridas em região de tórax


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Proteção da ferida
• Gel estéril
• Compressa de gaze (solução estéril)

• Limpeza

• Tricotomia
• Ampla área
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Lavagem com solução estéril
• Grande volume

• Antimicrobianos

• Iodopovidona a 0,1% ou clorexidina a 0,05%)


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Debridamento (desbridamento)

• Anestesia

• Procedimento asséptico

• Tecido desvitalizado

• Evitar excisões excessivas


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Direcionamento clínico da ferida

• 1ª intenção

• Aproximação das margens

• Abolição de espaço morto

• Colocação de drenos
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Direcionamento clínico da ferida

• 2ª intenção; 1ª intenção com retardo ou 3ª intenção

• Fisiologia da cicatrização

• Observação da influencias locais e gerais


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Direcionamento clínico da ferida

• Debridamento - não indicado

• Medicamentos autolíticos

• Colagenase

• Uso restrito – fase inflamatória


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Curativos

• 3 camadas

• Primária

• Secundária ou intermediária

• Terciária ou externa
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Curativos

• Camada primária

• Aderente Seca ou úmida

• absorve líquidos e adere a tecidos necróticos e ao leito da ferida

• Não aderente – hidrofílicas

• Hidrocolóides; hidrogéis e alginato de cálcio


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Curativos

• Camada secundária

• Absorvente

• Bactérias, sangue e soro contaminados, exsudato


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Curativos

• Camada terciária

• Fixação das camadas do curativo

• Ataduras de crepom ou fitas adesivas elásticas permeáveis


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Etapas do manejo e materiais utilizados nas feridas
• Feridas muito contaminadas

• Adição de substância antimicrobianas

• Camada primária

• Iodo 0,1%

• Clorexidina 0,05%

• Bacitracina, neomicina e polimixina


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• As queimaduras podem ser térmicas (por calor ou frio), químicas,
elétricas ou por radiação

• Classificação
• Superficiais
Primeiro grau
• Espessura parcial superficial

• Espessura parcial profunda Segundo grau

• Espessura total Terceiro grau


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• Injúrias mais superficiais (primeiro grau)
• Edema, eritema, espessamento da pele, descamação e dor

• “Formação de bolhas”

• Epitelização

• 6 dias a 3 semanas
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• Segundo grau
• Edema na camada subcutânea e a inflamação é mais evidente

• Meses

• Epitelização

• Controle da infecção
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• Terceiro grau
• Edema subcutâneo e necrose

• Lesão pode não ser dolorida


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras antibioticoterapia

• Conduta médica
• Retirar o contato com o agente traumático

• 24 horas - estéreis

Queimadura Queimadura por


Lesões por frio
química calor

LAVAGEM ABUNDANTE PROVOCAR


AQUECIMENTO
COM ÁGUA REFRIAMENTO
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• De profundidade total
• Desbridamento enzimático ou autolítico

• Sulfadiazina de prata

• Analgésicos
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Queimaduras
• Área de superfície corporal atingida
• 50 %

• Condição orgânica prévia do animal

• Afecções concomitantes

• Doenças sistêmicas
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Abcessos
• Acúmulo de pus em espaço delimitado por tecido conjuntivo
inflamatório
• Feridas por mordedura

• Feridas penetrantes
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Abcessos
• Tratamento - Drenagem cirúrgica/ punção
• Preparação asséptica

• Incisão com o bisturi

• Lavagem abundante

• Desbridamento

• Dreno
Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Abcessos
• Tratamento - Drenagem cirúrgica/ punção
• Antibioticoterapia

• Cefalexina: 25 – 30 mg/kg, VO, BID de 15 a 30 dias


• Metronidazol: 15 – 20 mg/kg, VO, BID, 7 a 10 dias

• Amoxicilina clavulanada: 15 – 22 mg/kg, VO, BID, por 15 dias


• Metronidazol:

• Cefovecina (Convenia): 8 mg/kg, SC, a cada 15 dias


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Abcessos
• Tratamento - Drenagem cirúrgica/ punção
• AINES:

• Meloxicam: 0,1 mg/kg, VO por 4 a 7 dias

• Analgesia : dipirona - 25 mg/kg, VO por 3 a 5 dias; Tramadol – 2 a 4


mg/kg, VO, BID ou TID por 5 dias

• Compressa quente/fria: 5 a 10 minutos, 3 a 4 x ao dia


Feridas e plastia de pele
➢ Manejo de feridas cutâneas
▪ Abcessos
• Recorrente
• Corpo estranho/comunicação com estruturas internas

• Exames de imagem

• US

• identificação de corpos estranhos, comunicação com outras estruturas


(cavidades, órgão ocos)
Plástica reconstrutiva
Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva
▪ Uso

• Fechamento de defeitos secundários a traumas

• Correção ou melhora de defeitos congênitos

• Remoção de neoplasias
Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva P
L
▪ Linha de tensão e alívio de tensão A
N
• Localização do ferimento E
J
• Elasticidade do tecido ao seu redor A
M
• Suprimento regional de sangue E
N
• Qualidade do leito da ferida T
O
Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva
▪ Métodos para reduzir a tensão

• Divulsionar as bordas da ferida

• Escolher padrões de suturas apropriadas

• Usar incisões de alívio de tensão


Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva

▪ Linhas de tensão

• Tração predominante do tecido fibroso


dentro da pele
Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva
▪ Linhas de tensão
Plastia de pele
➢ Plástica reconstrutiva
▪ Alívio de tensão

• Divulsão
Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Tensão excessiva

• Comprometimento circulatório local

• Retardo na cicatrização

• Deiscências de pontos

• Necrose tecidual
Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Lesões extensas

• Retalhos – tecido mantém a sua nutrição através da área


doadora

• Enxertos – transplante tecidual


Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Enxertos cutâneos livres

• Grande perda de tecido cutâneo

• Extremidade de membros

• Boa condição corporal; não esteja debilitado ou com baixa


imunidade

Leito doador Leito receptor


Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Enxertos cutâneos livres

• Manutenção da bandagem

• 72 horas – vascularização do enxerto e sua movimentação

• “Pega do enxerto”
Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Tipos de enxertos

• Enxerto de espessura total - epiderme e uma quantidade


variável da derme
• Enxerto de espessura total - epiderme e uma quantidade variável da
derme

• Reconstrução de grande área de perda tecidual


Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Tipos de enxertos

• Enxerto de espessura total - epiderme e uma quantidade


variável da derme
• local doador é a pele da região lateral do tronco, tórax e o dorso da
região cervical

• Leito de granulação sadio


Plastia de pele
➢ Princípios da plástica reconstrutiva
▪ Tipos de enxertos
• Enxerto de espessura total
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos

• Curativo protetor (acolchoado) absorvente, não aderente e


esterilizado

• Pomada antibiótica

• Enfaixamento secundário absorvente

• bandagem terciária
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Enxerto cutâneo vascularizado

o Nutrição dependente exclusivamente de vasos da área doadora

o Defeitos com má vascularização, exposição de nervos, tendões e


ossos
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Enxerto cutâneo vascularizado

o Circulação da pele em cães e gatos:

o Plexo subdermal ou profundo, o plexo cutâneo ou médio e o plexo


subpapilar ou superficial
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Enxerto cutâneo vascularizado

o Retalhos pediculados – mantem vascularização original

o Retalhos livres ou microcirúrgicos – circulação é refeita

o Locais ou à distância
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Enxerto cutâneo vascularizado

o Retalhos pediculados locais

o De avanço, os rotacionais, os
de transposição e os de
interpolação
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos de avanço:
o ½ H e a H-plastia

o Sutura de pele – simples separado

o Uso de bandagem
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos de avanço:
o Sutura em X
o Sutura em Y
Plastia de pele
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos de avanço:
o Defeito circular
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos de avanço:
o V-Y plastia
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos locais rotacionais:
o Defeitos triangulares
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos locais de transposição:
o Retangulares

o Até 90º
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos locais de transposição:
o Z – plastia
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos pediculados de padrão axial:
o Artéria e veia cutâneas diretas em sua

o Suprem o plexo dérmico

o Ressecção tumoral ou trauma


Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Tipos de enxertos
• Retalhos pediculados de padrão axial:
o Toracodorsal
Plastia de pele

➢ Princípios da plástica reconstrutiva


▪ Retalhos pediculados de padrão axial:
• Cuidados pós-operatórios
o Bandagem – 48 h

o Contaminação e movimento do enxerto

o Proteção acolchoada não aderente – algodão ou gaze estéril -


bandagem de fixação
Obrigado pela atenção!

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