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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

Enfermagem Geral

Antropologia e Sociologia

1º Ano – Turma 2

Método Etnográfico e Observação Participante

Discente:

Xelma Delfim Uqueio

Docente:

Kátya Chavel

Maputo

Agosto de 2022
ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

MÉTODO ETNOGRÁFICO.............................................................................................2

Observação participante....................................................................................................2

Diferença do método etnográfico com os demais métodos...............................................3

Etapas para operacionalização da etnografia.....................................................................4

CONCLUSÃO...................................................................................................................5

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS................................................................................6
INTRODUÇÃO

Um dos métodos utilizados na antropologia para colecta de dados e realizar o estudo de


um determinado grupo social é tratado por Método Etnográfico. A metodologia pode ser
utilizada para compreender tradições, crenças, costumes e até mesmo nações. Além de
como essas variáveis se modificam se alteram entre as gerações. Em rol, abordar-se
deste método com mais detalhes.

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MÉTODO ETNOGRÁFICO

É um método de estudo utilizado pelos antropólogos com o intuito de descrever os


costumes e as tradições de um grupo humano.

Etnografia significa “escrever sobre os povos” e designa a actividade antropológica de


recolha de informação através da observação participante, prática que consiste em ficar
meses num lugar estudando a vida de um grupo de pessoas ou de uma pequena
sociedade.

Um antropólogo deve permanecer na sua função (recolha de informação) durante alguns


meses no seio da sociedade ou grupo humano que pretende observar para garantir
informação em primeira mão, que de outro modo não poderia ser recolhida.

Com conhecimento etnográfico baseia-se na experiência da participação do próprio


etnógrafo, na vida social que pretende descrever e analisar. O etnógrafo durante o
trabalho de campo recolhe informação, questionando, filmando, fotografando sobre os
diferentes aspectos da vida social do grupo ou comunidade.

Antigamente, a etnografia fazia-se em pequenas comunidades, que raramente


ultrapassava algumas centenas de pessoas e em muitos casos não ultrapassavam mais
uma centena. A informação etnográfica mais importante encontra-se nas esferas da
economia (de que vive o grupo ou comunidade), tecnologia (ferramentas e técnicas de
uso), organização social (formas de parentesco ou casamento), actividade política
(grupo de interesse, formas de resolução dos conflitos, relações com exterior, formas de
decisão), religião, magia, ciência e outras estratégias usadas no controle do mundo
envolvente.

Observação participante

Para GEORGES LAPASSADE (1991, 1992, 2001), a expressão “Observação


participante” tende a designar o trabalho do campo no seu conjunto, desde a chegada do
investigador ao campo de investigação, quando inicia as negociações que lhe darão o
acesso a eles, até ao momento em que o abandona, depois de uma estadia longa.
Enquanto presentes, os observadores imergirão pessoalmente na vida dos locais,
partilhando as suas experiências.

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De acordo com ADLER e ADLER, LAPASSADE considera a existência de 3 tipos de
observação participante.

O primeiro tipo:

 Observação participante periférica – é escolhido pelos investigadores que


consideram ser indispensável um determinado grau de implicação para captarem
a visão do mundo dos observados e uma participação apenas suficiente para
serem admitidos “membros”, sem, no entanto, serem admitidos no centro das
actividades.
 Observação participante activa – é usada pelos investigadores que se esforçam
por adquirir um determinado estatuto no seio do grupo ou da sociedade em
estudo.
 Observação participante completa – divide-se em duas subcategorias: por
oportunidade, caso o investigador já seja membro da situação que irá estudar, e
por conversão, como forma de cumprir uma recomendação etnometodologica,
segundo a qual o investigador deve tornar-se o fenómeno que estuda.

A observação participante utiliza-se principalmente quando a questão do problema de


pesquisa parte de ponto de vista de participante.

Diferença do método etnográfico com os demais métodos

Segundo Jesus Maria Sousa (2000), a etnografia domina um ramo da antropologia:


aquele que acumula conhecimentos sobre realidades sociais e culturais peculiares,
delimitadas no tempo e no espaço. Distingue-se assim da etnologia, que se ocupa da
reconstrução evolutiva e comparativa do homem (a etnografia foi definida como “uma
teoria da descrição” que se opõe a etnologia, considerada “teoria da comparação”).

O método etnográfico é diferente de outros modos de fazer pesquisa qualitativa. Ele


segue alguns princípios e, neste curso, vamos aprendê-los e aplicá-los ao universo
digital:

 Pesquisa de campo (conduzido no local em que as pessoas convivem e


socializam);
 Multifatorial (conduzido pelo uso de duas ou mais técnicas de coleta de dados);

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 Indutivo (acumulo descritivo de detalhe)

 Holístico (retrato mais completo possível do grupo em estudo).

Etapas para operacionalização da etnografia

A etnografia apresenta 3 etapas: o olhar, ouvir e escrever.

O olhar

Se imaginarmos um antropólogo fazendo a sua investigação de um grupo indígena,


podemos constatar que a sua primeira invenção seria observar tudo que estiver em sua
volta, como o reconhecimento daquela realidade. Ainda neste mesmo processo inkuna
(feição moderna) seriam notórias as diferenças das suas deserções como as feitas por
outros cronistas no passado, visto que olhando para os tipos de construção das suas
épocas, notar-se-á a disparidade no que concerne a necessidade ou não da mão-de-obra
para a construção das mesmas.

O Ouvir

Por certo não é necessário recorrer ao exemplo indígena na busca por culturas de grupos
sociais durante a pesquisa. A teoria social pré-histórica a forma de ver as coisas em
nossa volta. Deste modo, se o olhar possui uma significação específica para um
investigador, o ouvir também.

O olhar e o ouvir não são independentes, eles suportam-se simultaneamente a


investigação do pesquisador, pois este está preparado para eliminar as lacunas enadas
pelo ouvir.

O escrever

De acordo com o antropólogo CLIFFORD GEETZ, o olhar e o ouvir seriam a primeira


etapa da pesquisa e o escrever, a segunda, pois é nesta etapa onde a formulação ou
configuração do conhecimento se torna mais crítica.

Neste mesmo contexto, o mesmo autor colecta duas condições necessárias para
construção do conhecimento, o “being there” e o “being here” pois relaciona o escrever
e o “being here” como realização do trabalho estando fora do campo e cumprindo a sua
mais alta função cognitiva.

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CONCLUSÃO

Pelo que ficou comprovado na explicação percebe-se que o método etnográfico:


observação participante tem grande valor no meio académico-científico, principalmente
quando se trata de aplicação de pesquisas qualitativas, isso porque contribui com as
investigações, proporcionando uma visão ampla e detalhada de uma realidade, resulta
da interacção entre o pesquisador com o meio, podendo servir de base para o
planejamento de estratégias para o desenvolvimento sustentável da comunidade em
estudo.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

BATALHA, L. “Antropologia” – Uma perspectiva Holística. Lisboa: Artes Gráficas.


2004;

FINO, Carlos Nogueira. A etnografia enquanto método: um modo de entender as


culturas (escolares) locais. Universidade da Madeira. 2004

QUEIROZ, Danielle Teixeira; VALL, Janaina; SOUZA, Ângela Maria Alves e;


VIEIRA, Neiva Francenely Cunha. Observação participante na pesquisa qualitativa:
conceitos e aplicações na área da saúde. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007;

OLIVEIRA, R. C., O trabalho do antropólogo: Olhar, Ouvir e Escrever. Brazil, São


Paulo: Revista de Antropologia. 1996;

https://ibpad.com.br/comunicacao/o-que-e-pesquisa-etnografica/, consultada 19/08/2022


14:56:54.

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