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A pandemia mundial que vivemos atualmente devido à covid-19 alterou diversos hábitos e

vivências no nosso dia a dia, tais como: cuidados acrescidos, uso de desinfetante, máscara,

deixamos de conviver tão regularmente com amigos e familiares, entre outros. E, com ela veio

também o ensino online, ou seja, o ensino à distância. O ensino à distância é um método de

ensino que permite aos alunos aprender os conteúdos letivos fora de uma sala de aula, graças aos

recursos tecnológicos cada vez mais presentes na nossa sociedade.

Tendo em conta o contexto de emergência e isolamento social, foi a única solução viável para

proporcionar aos alunos uma continuidade de aprendizagem. Mas até que ponto se trata de uma

solução eficaz? De facto, persistem ainda muitas dúvidas nas comunidades científicas sobre a

eficácia do ensino à distância em termos de aprendizagem, sobretudo quando comparado com o

ensino em contexto escolar e presencial, no entanto, no período de confinamento, foi a única

solução possível.

Esta nova realidade revelou-se um grande desafio tanto para os alunos como para os professores.

Os professores, em Portugal, são preparados para trabalhar em contexto de sala de aula, tendo

revelado grandes dificuldades em conseguir continuar a realizar o seu trabalho com sucesso neste

novo regime. Para os alunos também não foi fácil, ter aulas em frente ao computador, numa

divisão da casa, isolados, dificulta a atenção, o que certamente tem consequências nas avaliações

a que estamos sujeitos. Os efeitos na motivação dos alunos variam fortemente entre a utilização

da tecnologia numa sala de aula (com interação com professor) ou da tecnologia para ensino à

distância (sem interação cara a cara com o professor). No geral, a ausência de interação direta

com o professor é prejudicial à aprendizagem.

Outra grande desvantagem do ensino online tem a ver com a posse de tecnologias. Muitos alunos

e até professores não apresentavam as condições necessárias para este tipo de ensino. Ou por não

possuírem internet e/ou computador, ou por haver apenas um computador para toda a família, ou
por viverem em sítios isolados onde a internet não era a melhor, ficando assim em desvantagem

com os restantes colegas que possuíam as condições necessárias para que tudo ocorresse da

melhor forma.

Também é importante salientar o isolamento social que este método de ensino implica. Num

regime presencial, tanto os alunos como os professores têm a possibilidade de falar com amigos

e colegas de trabalho durante os intervalos ou na hora de almoço que, certamente, era a melhor

parte do dia para muitos dos envolvidos, tal não acontece no regime online. Isto pode gerar

diversos problemas de comunicação e socialização tornando as pessoas mais introvertidas e/ou

até infelizes.

No entanto, também há alguns aspetos positivos neste novo método de ensino. Permite-nos

assistir às aulas em qualquer lado, dá-nos a possibilidade de as podermos gravar para as

revermos mais tarde, no caso de estudantes deslocados dá-lhes a possibilidade de ter aulas em

casa, e poupamos tempo e dinheiro em transportes e viagens.

Assim sendo, é nos possível concluir que apesar de ter algumas vantagens, o ensino à distância é

um fraco substituto do ensino presencial. Os alunos aprendem muito melhor no regime

tradicional, conseguindo estar com mais atenção e os professores conseguem manter uma melhor

relação de proximidade com os seus alunos tornando-os também mais motivados o que, com

certeza, facilitará bastante o trabalho destes profissionais. Concluindo, Portugal não apresenta,

por enquanto, as condições necessárias para que o ensino à distância seja aplicado com tanto

sucesso como o presencial.

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