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Ética - A paidéia grega os poetas normas são adquiridas pela

clássicos. educação, pela tradição e pelo


cotidiano.

Êthos Ontologia Universal Enfim, a Ética é uma Filosofia da


Moral; e a Moral é uma prática dos
Ética ser costumes

Éthos ôntica Singular

ÉTICA MORAL
Moral Ente
Reflexão filosófica Tem caráter prático
sobre a moral (com força
Êthos: na grafia de homero, aparece (caráter teórico) normativa)
como uma significação um tanto
É permanente É temporária
abstrata, na medida que designa os
(Universal) (Cultural)
usos e costumes enquanto relativos a
modo (genérico) de viver, ou seja, Princípio Aspectos de
uma sabedoria. condutas
específicas
Éthos: na grafia de Ésquilo, na
Ciência que estuda Hábitos e costumes
tradição, no sentido de o que é a moral (determinados
habitual, corriqueiro, usual, etc. (Política e grupos sociais)
Filosofia)
MORAL deriva de mos, mores, termo
latino que significa “costumes”.
A paidéia grega
Poesia, teatro grego e
A Ética – aparece, então, como uma
escritos
construção mais abstrata, teórica,
Paid
reflexiva acerca do conjunto de
éia
valores que orientam o
comportamento do homem em
Tinha relação com a formação do
relação aos outros homens na
homem grego, inclusive em relação a
sociedade em que vive.
sua formação “ética-moral”, não por
trazerem como objeto discussões
Moral - é um conjunto de normas que
estritamente éticas, mas por
regulam o comportamento do
apresentarem modelos de como o
homem em sociedade, e estas
homem grego deveria se portar (Os nos valores guerreiros, que são os
deuses e heróis da Ilíada e Odisséia mesmos do aristocrata;
eram apresentados como modelos
de comportamentos e valores - O florescimento de seitas religiosas
Homero). que, buscando uma salvação
pessoal, corrobora também na
Esses valores, nesta época educada alteração do sentido da areté;
pelos poemas homéricos, ensinavam
que a areté (excelência, virtude) é um Finalmente, o generalizado
privilégio de poucos, quer ligada ao sentimento de aversão contra a
sangue familiar ou às qualidades hybris, o excesso, da aristocracia e
particulares do espírito. dos novos ricos, que fará da
sophrosyne, moderação, a essência
de uma nova areté.
Areté Guerreira
Lyssa - furor belicoso
Thymós – o ardor
Hybris - o excesso, a
desmedida
Eris – poder do conflito
O ideal de vida aristocrático,
seus privilégios e sua própria
areté, é diluído e perdido
pelas transformações
econômicas e sociais que se
operam no seio da sociedade
grega.

O surgimento da moeda, que provoca


o empobrecimento do homem do
campo;

A popularização da escrita, que ao


registrar as leis, dá à dike, justiça, uma
proximidade maior com o mundo dos
homens;

Ética - Pré-Socráticos, Os sofistas e


O avanço técnico das armas de
guerra provoca grandes mudanças
Sócrates.
Preocupação com os problemas do
homem, e, sobretudo, com os ➔ Protágoras, queria dizer que a
problemas políticos e morais. justiça e a injustiça, o bem e o
A partir do séc. V a.C., com a mal devem ser sempre
democratização da vida política, avaliados em função das
com a criação de novas instituições necessidades dos homens.
eletivas e com o desenvolvimento ➔
intenso da vida pública, deu-se ➔ Todas as coisas são relativas à
origem à filosofia política e moral. disposição do homem, isto é, o
mundo é o que o homem
Principais linhas e pensadores: Os constrói ou destrói.
sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles. ➔
➔ Por isso não haveria verdades
absolutas
Sofistas
“O homem é a medida de todas as
coisas.” - Protágoras Relativismo em em Górgias

➔ Eram movidos por um saber a


Considerado um dos grandes
respeito do homem, enquanto
oradores da Grécia, aprofundou o
ser político.
subjetivismo relativista de Protágoras a
➔ Se ofereciam, por um valor,
ponto de defender o ceticismo
como mestres que ensinavam a
absoluto.
arte de convencer, a retórica.
➔ Visava a persuasão, o
Afirmava que:
convencimento na vida
pública.
1. Nada existia;
2. Se existisse, não poderia ser
A ética sofista cai, então, num
conhecido;
relativismo moral em que tudo é
3. Mesmo que fosse conhecido, não
relativo, não há certo e nem errado.
poderia ser comunicado a ninguém.

Entretanto, com o passar do tempo, a


palavra sofista ganhou o sentido de
“impostor” devido, sobretudo, às
críticas de Platão.

Sócrates
Relativismo em Protágoras
CONHECE-TE A TI MESMO Nesta ética, encontra-se:

Sócrates inaugura um novo modo de 1. A concepção de BEM (a


pensar o homem, a sua relação com EUDAIMONIA da alma) e do BOM (o
os outros em pólis e, em especial, o útil para a felicidade);
cuidado de si.
2. A virtude (ARETÉ) como
Sócrates não aceita por completo os conhecimento e o vício como
textos atribuídos a Homero, não pode ignorância;
ser atribuído aos deuses as causas das
nossas ações. 3. A tese de que a ARETÉ pode ser
transmitida ou ensinada.
Sócrates volta sua atenção para a
alma, a qual seria a motivadora das Dessa forma, o homem age certo
ações. quando conhece o BEM e,
conhecendo-o, não pode deixar de
Se se faz necessário conhecer-se a si praticá-lo. Se o homem age errado ou
mesmo, isso significa que esta ordem mal é porque ignora o bem.
de SABER não é natural e que, talvez,
aquilo que sabemos sobre nós não é
tão seguro assim. A ética e a teoria das Ideias em
Platão
o saber fundamental é o saber a
respeito do homem sustentado por 3 Distancia-se da ideia segundo a qual
premissas: as ações do homem são sujeitas aos
desígnios dos deuses, do acaso das
1. Trata-se de um conhecimento contingências do mundo ou dos
universal; impulsos da parte apetitiva da alma.

2. É um conhecimento moral;
Em Platão, assim como em
Sócrates, o homem é
3. E prático, realizado no agir. responsável pelos seus atos.

A ética socrática é, então, A ética platônica está relacionada


racionalista, prioriza os aspectos da com sua política. Para ele, a vida
razão humana; moral só existe na pólis.
Sua ética depende:
Pretende exemplificar como o ser
1. Do seu dualismo metafísico (Mundo humano pode se libertar da condição
Sensível X Mundo das Ideias) o mundo de escuridão, que o aprisiona, por
sensível seria apreensível pelos meio da luz da verdade, em que o
sentidos, apreensão essa que não filósofo discute sobre teoria do
oferece o conhecimento acerca do conhecimento, linguagem, educação
mundo, apenas opiniões, o mundo e sobre um estado hipotético.
das ideias seria a realidade una e
imutável;
Dialética e virtude devem andar
2. Da sua concepção de Alma. juntas, pois a dialética é o caminho
da contemplação das ideias e a
Quanto a certo modelo ético, ele virtude é esta adequação da vida
pressupunha o conhecimento, pessoal às idéias supremas.
portanto as idéias.
Entretanto, o homem por si só não
Alma, para Platão, é a centelha de pode acessar tal perfeição, isto só
perfeição que anima e move o pode ser alcançado pela vida em
homem e possui três partes: Razão, comunidade.
Vontade e Apetite.
O homem é bom enquanto bom
A parte intelectiva da alma será cidadão, uma pessoa que conheça a
responsável por dar certo rumo às essência da bondade só pode ser feliz
ações, à vida do agente. se agir corretamente.

Faz-se necessário ascender às Ideias,


faz-se necessário ao intelecto
controlar os impulsos do agente de
modo a ele poder agir BEM, pode
alcançar a boa vida. Modelo ético intelectualista proposto
por sócrates a partir dos diálogos de
É pela Razão (Dialética) que a Alma Platão:
do homem se eleva à perfeição do 1) Não dependeria dos desígnios
Mundo das Ideias e pode acessar a dos deuses;
Ideia de Bem. 2) Não estariam totalmente
sujeitas ao acaso dado pelas
A ALEGORIA DA CAVERNA contingências do mundo;
3) Nem tampouco dependerem
dos impulsos da parte apetitiva
da alma.

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