O aluno reflete sobre como a disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico e Coordenação Pedagógica o ajudou a entender a importância do trabalho de coordenação para garantir a qualidade do ensino tendo os alunos como foco, ao invés de enxergar a escola apenas como empresa, e como a visão humanizada apresentada na disciplina o ajudou a vislumbrar novas possibilidades para a escola.
Descrição original:
Título original
Avaliação Final - Organização do Trabalho Pedagógicos e a Coordenação Pedagógica
O aluno reflete sobre como a disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico e Coordenação Pedagógica o ajudou a entender a importância do trabalho de coordenação para garantir a qualidade do ensino tendo os alunos como foco, ao invés de enxergar a escola apenas como empresa, e como a visão humanizada apresentada na disciplina o ajudou a vislumbrar novas possibilidades para a escola.
O aluno reflete sobre como a disciplina de Organização do Trabalho Pedagógico e Coordenação Pedagógica o ajudou a entender a importância do trabalho de coordenação para garantir a qualidade do ensino tendo os alunos como foco, ao invés de enxergar a escola apenas como empresa, e como a visão humanizada apresentada na disciplina o ajudou a vislumbrar novas possibilidades para a escola.
Como parte final da disciplina de Organização do Trabalho
Pedagógico e Coordenação Pedagógica vocês deverão elaborar um texto de natureza reflexiva, no qual discutam a importância, os desafios e as possibilidades do trabalho de coordenação pedagógica, destacando também como a disciplina contribuiu para a formação de vocês. A atividade deverá ser feita individualmente.
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Eu procurei enxergar o tema da organização do trabalho e coordenação
pedagógica como algo que precisa ser compreendido despido de uma vestimenta de especialidade que apenas pessoas iniciadas, algo quase inalcançável em termos de compreensão e de domínio do tema, mesmo porque, ao meu ver, se eu seguisse a lógica que a disciplina relativa ao tema teve no semestre anterior sugeria embora de maneira não tão acentuada eu poderia correr o risco de acreditar toda essa questão mais voltada para os bastidores, organização, planejamento e gestão como uma mera modalidade de gestão empresarial. A maneira como a matéria foi conduzida no entanto se aproximou com a visão de quem vive o dia a dia da escola, com seus problemas reais, com os desafios cotidianos, com as dificuldades que fazem parte da sala de aula, do pátio e das necessidades das pessoas que ocupam esses espaços. Eu, antes da graduação, tive bastante contato com cursos, palestras, workshops, etc. sobre gestão de empresa, empreendedorismo, etc. porque eu vivia a realidade de um microempresário em uma área com muita competição e me via obrigado a estar constantemente correndo atrás do prejuízo e literalmente inventando coisas novas, novas formas de enxergar e oferecer aquilo que eu fazia para poder garantir um lugar ao sol, de ter que correr contra uma tendência de sempre ver a minha área de atuação ser entendida pelo senso comum como dispensável, algo que não faz parte do dia a dia das pessoas e isso me forçava a ter um estado de espírito quase 100% alerta o tempo todo para ficar captando nos mínimos detalhes oportunidades a serem exploradas. Essa vivência anterior me fez ter bastante receio com relação à se envolver com gestão, coordenação, supervisão, etc. porque me remetia a uma forma de atuar que praticamente não dá chance de viver de guarda baixa, porque o dia a dia é de sempre estar com a guarda elevada prevendo ou antevendo coisas que eram quase imprevisíveis. Na graduação eu percebi que essa situação não era tão acentuada, mas havia uma dicotomia entre o comportamento dentro de empresas tradicionais e escolas quase mal resolvida. Essa visão foi se dissipando conforme eu pude compreender que uma pessoa que planeja, coordena e organiza o trabalho pedagógico precisa antes de mais nada ter como alvo a qualidade do ensino no sentido de fazer com que o aprendizado oferecido seja melhor aprendido pelos alunos e que isso é o que deve orientar as ações. Mesmo com questões e imposições que puxam o trabalho de planejamento e coordenação para um sentido mais burocrático e voltado para números, foi possível perceber que você não precisa enxergar apenas números para que eles sejam melhores. Foi possível perceber a humanização por trás dos números, que o precede e que é preponderante. Que o lado humano é parte essencial na equação e que mesmo com BNCC, provas avaliativas, dificuldades entre planejamento de aula, problemas pessoais, dificuldades físicas com o espaço das escolas, relação com pais e comunidade escolar, existe uma visão aonde tudo isso precisa ser contemplado com harmonia e que isso é possível embora não seja exatamente fácil. O que me sacudiu foi assistir ao documentário sobre o Ginásio Vocacional, porque é um exemplo vivo de aplicação de uma escola que deu certo, fazendo aquilo que não se faz, por perceber que as escolhas para não se repetir experiências como a do Vocacional estão muito mais ligados à uma política educacional desprovida de ética e que visa beneficiar a iniciativa privada que transforma o ensino em mercadoria e uma perspectiva de certos grupos da sociedade que compõe nossa elite em manter a população na ignorância como forma de dominação de massas. Eu pude perceber que a educação é uma ação coletiva, sempre, mesmo que você atue apenas como professor dentro de sala de aula, porque o ensino é coletivo, tem na coletividade a sua força, você poder ter no quadro de professores um grupo que se enxergue como coletividade e possa atuar de maneira a desbravar os desafios do conhecimento e das realizações que potencialmente esse conhecimento poderá proporcionar para os alunos, para as turmas, para as escolar e consequentemente para a sociedade são muito estimulantes. Quando eu olho para as aulas, para as discussões e atividades realizadas, eu consigo vislumbrar a possibilidade de uma escola ser diferente daquilo que parecia a possibilidade de uma escola sem essa matéria. A visão de escola/ empresa ou escola/elefante branco deu lugar a uma visão de escola, apenas escola, que atue como escola na sua verdadeira acepção da palavra, como um lugar de aprendizado, de desenvolvimento humano, uma possibilidade de potencializar a capacidade humana, fazer com que o que se ensina na escola seja algo carregado de significados e que esses significados possam ser transformadores, primeiro no sentido de transformar a maneira como alunos e professores enxergam o conhecimento, mas consequentemente essa transformação de alguma maneira transformar o mundo e para melhor. Eu gostaria e talvez até devesse fazer um texto reflexivo com informações mais pontuais, com trechos e citações, mas isso seria supérfluo, creio eu, seria só uma maneira de incrementar um documento (como uma prova é) mas esconderia quem eu sou e o que a vivência dentro dessa matéria influenciou mudanças em mim, sem trechos de textos e menções aleatórias, porque no dia a dia vai ser um pouco difícil resolver questões reais apenas com menções de textos. Não quer dizer que a base teórica seja inútil mas que há muito mais e que uma escola é composta de muitas camadas, o conteúdo a ser ensinado é um deles, a maneira como o corpo docente atua é outro, a relação entra corpo docente e familiares de alunos é outro, a visão que a comunidade escolar tem da escola é outro, a interação entre todas essas partes ainda precisa levar em consideração os alunos e sua realidade para depois disso o conhecimento científico que precisa ser ensinado se encaixe nisso tudo. Eu apenas gostaria de saber se eu tenho capacidade de atuar lembrando a aplicando tudo o que de reflexão houve comigo. Meu receio nesse momento é saber se eu serei (nem sei se eu terei a oportunidade de ser, mas enfim) um profissional da educação condizente com o conhecimento que eu tive a oportunidade de ter contato ou se eu serei engolido me conformando com a forma com que tudo é e me afogue em ressentimentos. Uma coisa é certa, apenas a vivência irá responder esse questionamento, nem mesmo uma avaliação será capaz.