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ODONTOLOGIA

RESTAURADORA
3º Período
Odontologia
ODONTOLOGIA RESTAURADORA

SUMÁRIO
SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO...................................................................................................................................... 4
ANATOMIA DENTÁRIA .................................................................................................................................................. 6
DIVISÃO ANATOMODESCRITIVA ................................................................................................................................................ 6
DIVISÃO HISTOESTRUTURAL ..................................................................................................................................................... 7
FÓRMULA DENTAL ................................................................................................................................................................. 7
NOMENCLATURA E NOTAÇÃO DENTAL ....................................................................................................................................... 8
Dentição permanente .................................................................................................................................................. 8
Dentição decídua ou temporária ................................................................................................................................. 8
FACES, MARGENS E ÂNGULOS .................................................................................................................................................. 9
Faces............................................................................................................................................................................ 9
Ângulos ...................................................................................................................................................................... 10
Bordas ....................................................................................................................................................................... 10
TERÇOS ............................................................................................................................................................................. 10
DIREÇÃO DAS FACES DA COROA .............................................................................................................................................. 11
Direções convergentes das faces livres ..................................................................................................................... 11
Direções convergentes das faces de contato............................................................................................................. 12
ÁREAS DE CONTATO ............................................................................................................................................................ 12
CARACTERÍSTICAS COMUNS DOS DENTES .................................................................................................................................. 12
ESTRUTURAS ANATÔMICAS ................................................................................................................................................... 13
Comuns a todos os dentes ......................................................................................................................................... 13
Exclusiva de dentes anteriores: ................................................................................................................................. 13
Exclusiva dos dentes posteriores ............................................................................................................................... 13
Relações interdentárias ............................................................................................................................................. 14
POSIÇÃO, PLANOS E CURVAS .......................................................................................................................................16
POSIÇÃO DENTÁRIA ............................................................................................................................................................. 16
ALINHAMENTO DENTÁRIO INTRA-ARCO.................................................................................................................................... 17
Vista Lateral .............................................................................................................................................................. 17
Vista Frontal .............................................................................................................................................................. 17
Vista Oclusal .............................................................................................................................................................. 17
PLANO OCLUSAL ................................................................................................................................................................. 17
CURVAS DO PLANO DE OCLUSÃO POSTERIOR ............................................................................................................................. 18
Curva de Spee ............................................................................................................................................................ 18
Curva de Wilson ......................................................................................................................................................... 18
Esfera de Monson ...................................................................................................................................................... 18
OCLUSÃO .....................................................................................................................................................................19
CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA OCLUSÃO ....................................................................................................................... 19
OCLUSÃO IDEAL .................................................................................................................................................................. 19
OCLUSÃO NORMAL OU FUNCIONAL ......................................................................................................................................... 19
OCLUSÃO ESTÁVEL .............................................................................................................................................................. 19
POSIÇÕES E MOVIMENTOS MANDIBULARES ............................................................................................................................. 20
ESTÁTICA........................................................................................................................................................................... 20
DINÂMICA ......................................................................................................................................................................... 23
Músculos e ATM ........................................................................................................................................................ 23
TIPO DE OCLUSÃO ............................................................................................................................................................... 24
Oclusão mutuamente protegida - proteção mútua................................................................................................... 24
Oclusão balanceada bilateral .................................................................................................................................... 24
Arco dental reduzido ou curto ................................................................................................................................... 24
CONTATO PREMATURO ........................................................................................................................................................ 25

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INTERFERÊNCIA OCLUSAL ...................................................................................................................................................... 25


CONTATOS NÃO FISIOLÓGICOS QUE APARECEM NOS GRUPOS POSTERIORES E ANTERIORES, QUANDO SÃO REALIZADOS ............................. 25
MOVIMENTOS EXCÊNTRICOS DE LATERALIDADE E PROTRUSÃO. O TOQUE QUE INTERFERE NO MOVIMENTO DE DESOCLUSÃO MANDIBULAR. .. 25
TRAUMA OCLUSAL ............................................................................................................................................................... 25
Diagnóstico................................................................................................................................................................ 25
Mobilidade dentária .................................................................................................................................................. 25
Aspecto radiográfico ................................................................................................................................................. 25
Exames ...................................................................................................................................................................... 25
MOVIMENTO BORDEJANTE.................................................................................................................................................... 25
AJUSTE OCLUSAL E BRUXISMO ................................................................................................................................................ 26
MOVIMENTO MASTIGATÓRIO ................................................................................................................................................ 27

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SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
É um conjunto de estruturas bucais, formado pela maxila, mandíbula, arcadas dentárias, tecidos
moles (glândulas salivares, suprimento nervoso e vascular), ATM (articulação temporomandibular) e
músculos. É uma entidade fisiológica complexa, funcional, perfeitamente definida e integrada por
um conjunto heterogêneo de sistemas, órgãos e tecidos cuja biologia e fisiopatologia são
absolutamente interdependentes.
Está envolvido em atos funcionais, como fala, mastigação e deglutição dos alimentos, e em atos
parafuncionais, como apertamento dentário e bruxismo. Está intimamente ligado à função de outros
sistemas, como o digestivo, respiratório, metabólico-endócrino e inclusive com a postura.
Os componentes anatômicos:

 Todos os ossos fixos da cabeça  Articulações dento alveolar


 Mandíbula (periodonto)
 Osso hioide  ATM e seus ligamentos
 Clavículas e o esterno  Dentes
 Músculos da mastigação, da  Língua
deglutição, da expressão facial  Lábios
 Músculos posteriores do pescoço  Bochechas
 Sistemas vasculares e nervosos  Glândulas salivares.

O sistema neuromuscular, as ATMs, a oclusão dentária e o periodonto são as quatro unidades


fisiológicas básicas que integram a unidade biológica funcional do AE, que por sua vez pertence à
outra unidade biológica fundamental, o indivíduo, do qual não pode ser separado ao se fazer
considerações diagnósticas, prognósticas e terapêuticas relativas à promoção de saúde.
O sistema neuromuscular é considerado fator preponderante nas funções do AE, pois os músculos
excitados pelo sistema nervoso constituem o elemento ativo que origina as forças necessárias às
funções a que se destinam. As demais unidades representam os elementos passivos encarregados de
receber e transmitir a ação das forças.
A ATM pode ser tecnicamente considerada uma articulação ginglemoartroidal, por realizar
movimentos de rotação (ginglemoidal) e translação (artroidal). Ela possui todos os elementos de uma
articulação sinovial, incluindo um disco articular.
A oclusão se refere ao estudo das relações estáticas (intercuspidação dentária) e dinâmicas
(movimentos mandibulares) entre as superfícies oclusais e entre estas e todos os demais
componentes do AE.
Uma oclusão é fisiológica quando apresenta harmonia entre os determinantes anatômicos e as
unidades fisiológicas do AE, não gerando patologias aos tecidos. Entretanto, quando há desarmonia,
a oclusão será patológica, podendo gerar patologias aos tecidos. O termo má-oclusão não significa
doença ou saúde, e sim dentes mal posicionados ou desalinhados. Muitas pessoas apresentam uma
mal oclusão, mas se adaptam a ela e não apresentam sinais patológicos.

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Funções dos dentes posteriores: mastigação, ponto de apoio da mandíbula durante a deglutição,
manutenção da dimensão vertical de oclusão (DVO), transmissão e dissipação das forças axiais e
proteção aos dentes anteriores e às ATMs na posição de oclusão em relação cêntrica (ORC).
Funções dos dentes anteriores: Estética, fonética, apreensão e corte dos alimentos e proteção aos
dentes posteriores e às ATMs nos movimentos excêntricos da mandíbula.
O periodonto é constituído pelas estruturas que circundam o dente, sendo dividido em:
1. periodonto de proteção (gengiva e mucosa alveolar)
2. periodonto de sustentação (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar).
Sua principal função consiste em inserir o dente no tecido ósseo dos maxilares. As forças que incidem
sobre os dentes são transmitidas aos ossos por meio das fibras periodontais. Dessa forma, o
ligamento periodontal é capaz de converter uma força destrutiva (compressão) em uma força
aceitável (tensão). O equilíbrio entre as forças de ação que incidem sobre os dentes e a reação
biológica adequada dos tecidos do periodonto de sustentação, cemento, fibras periodontais e osso
alveolar mantêm a integridade das estruturas do AE e representa o principal componente da
homeostasia desse periodonto.
Para Okeson, quando um dente é contatado em uma ponta de cúspide ou em uma superfície
relativamente plana, como a crista marginal ou fundo de fossa, a força resultante é dirigida
verticalmente por meio do longo eixo. As fibras do ligamento periodontal estão alinhadas de forma
a dissipar e reconhecer essas forças como fisiológicas. Dessa forma, quando forças horizontais são
colocadas diretamente sobre o dente, muitas fibras periodontais não estão apropriadamente
alinhadas para direcionar de maneira adequada essa intensidade de carga para o osso.
Na mandíbula, as forças seguem a trajetória das trabéculas ósseas em direção aos côndilos, de onde
são transmitidas e neutralizadas nas regiões temporal, parietal e occipital. Nas maxilas, a trajetória
trabecular forma três pilares ósseos (anterior, médio e posterior), por meio dos quais as forças se
direcionam para as áreas frontal, orbital, nasal e zigomática, onde são neutralizadas. Essas
disposições trabeculares asseguram o máximo de resistência óssea à tensão.

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ANATOMIA DENTÁRIA
Os dentes humanos podem ser definidos como órgãos mineralizados, duros, resistentes, de
coloração branco-amarelados, que estão implantados nos processos alveolares da maxila e da
mandíbula por meio do ligamento periodontal. Eles estão dispostos regularmente, uns ao lado dos
outros, na cavidade bucal, formando os arcos dentais superior e inferior.
O dente é fixado ao osso alveolar (tecido ósseo cortical ou compacto que delimita a superfície do
alvéolo dental) pelo ligamento periodontal (ou alveolodental: estrutura fibrosa do tecido conjuntivo
que une o cemento da raiz ao osso alveolar. Possui componentes nervosos e vasculares) e essa união
é denominada gonfose.
Observação: vale ressaltar que o dente é considerado histologicamente como um órgão, pelo fato
de ele ser constituído por tecidos diferentes. Dente e periodonto (proteção (gengivas), sustentação
(ligamento periodontal, cemento e osso alveolar)).
O ser humano é um ser difiodonte, ou seja, possui duas dentições: decíduos (20 dentes) e
permanentes (32 dentes). Os dentes compreendem aos grupos dos incisivos, caninos, pré-molares e
molares. Cada um é adaptado às funções mastigatórias de apreender, cortar, dilacerar e triturar os
alimentos sólidos. Os dentes em conjunto desempenham as seguintes funções, podendo ser ativas
ou passivas:
1. Ativas: mastigação (prender, cortar, dilacerar e triturar os alimentos).
2. Passivas: não estão relacionadas diretamente a mastigação. Proteção, sustentação dos
tecidos moles relacionados, fonação: auxiliam na articulação das palavras, estética

Divisão anatomodescritiva
Anatomicamente, o dente pode ser dividido em: coroa, colo e raiz(es).
1. Coroa: parte superior do dente, geralmente a única visível. O seu
formato determina a função do dente. É recoberta inteiramente pelo
esmalte. Apresenta coloração esbranquiçada e brilhante.
 Coroa clínica: parte do dente que é exposta na cavidade da
boca; Coroa Anatômica: parte do dente revestida pelo
esmalte; Coroa Funcional: é a parte que entra em contato
com os alimentos.
 Equador dentário:
2. Colo: segmento intermediário entre a coroa e a raiz. A junção cemento-esmalte desenha uma
linha sinuosa nítida: linha cervical. Clínico: é delimitado pela margem gengival; Cirúrgico: linha
imaginária do local de encaixe do fórceps.
3. Raiz: porção dental implantada nos alvéolos da maxila e da mandíbula. Existem 3 tipos: raiz
unirradicular (possuem somente 1 raiz), raiz birradicular (possuem 2 raízes), raiz
trirradicular/Multirradicular (possuem 3 raízes ou mais).
a. Bulbo radicular: é a região de união das raizes.
b. Ápice: é a porção terminal das raízes, onde encontra-se o forame apical.
c. Furca: é o espaço entre as raízes.

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Divisão histoestrutural
Histologicamente, ele é dividido em: Esmalte, dentina, polpa e cemento. É fixado ao osso por meio
do ligamento periodontal (ou alveolodental). Essa união raiz-alvéolo é denominada gonfose
(articulação fibrosa).
 Esmalte: camada mais externa do dente. Recobre a dentina coronária e é o tecido mais
mineralizado e duro do corpo. É extremamente dura e resistente ao desgaste. É responsável pelo
brilho dos dentes e tem espessura variável
 Dentina: é o esqueleto do dente. Tecido conjuntivo avascular, de coloração branco-amarelada. É
o maior tecido do dente: na coroa é recoberta pelo esmalte e na raiz, pelo cemento.
 Polpa: Tecido mole, interno, altamente vascularizado e responsável pela vitalidade dos dentes.
 Cemento: camada delgada de coloração amarela, acelular e avascular que cobre a raiz do dente.

Fórmula dental

Fórmula dental dos permanentes: Fórmula dental dos decíduos:


2 1 2 3 2 1 2
I C Pm M i c m
2 1 2 3 2 1 2

Na dentição permanente, empregam-se maiúsculas e, na decídua, minúsculas. Em seguida,


colocam-se o número de dentes existentes naquele grupo e o traço da fração que separa os
arcos superior (numerador) do inferior (denominador).

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Nomenclatura e notação dental


Dentição permanente
Distinguem-se em dois arcos: superior e
inferior e esses são divididos em 2 hemiarcos:
direito e esquerdo.
 Dois dentes incisivos em cada hemicarco:
incisivo central e incisivo lateral.
 Um dente canino em cada hemiarco.
 Dois pré-molares em cada hemiarco:
primeiro pré-molar e segundo pré-molar.
 Três molares: primeiro molar, segundo
molar, terceiro molar.

Total: 8 dentes em cada hemiarco. Total de dentes humanos permanentes: 32.

Quadrante 1 Quadrante 2
Superior direito Superior Esquerdo
87654321 12345678
D 87654321 12345678 E
Inferior direito Inferior Esquerdo
Quadrante 4 Quadrante 3

Dentição decídua ou temporária


Não existem pré-molares e nem o terceiro
molar. Cada hemiarco é composto por: incisivo
central, incisivo lateral, canino, primeiro molar
e segundo molar. É importante acrescentar a
palavra “decíduo”.

Total: 6 dentes em cada hemiarco. Total de dentes humanos decíduos: 20.

Quadrante 5 Quadrante 6
Superior direito Superior Esquerdo
654321 123456
D 654321 123456 E
Inferior direito Inferior Esquerdo
Quadrante 8 Quadrante 7

Os dentes incisivos e caninos são conhecidos, também, como dentes anteriores ou labiais. O grupo
dos pré-molares e molares formam o grupo dos dentes posteriores ou jugais.

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Faces, margens e ângulos


Termos de posição e direção
Faces
Linha média ou mediana: é uma linha imaginária que atravessa todo o corpo, ou seja, ela nos divide
em duas metades (esquerda e direita)

Face Vestibular: voltada para o vestíbulo


Sentido Horizontal

Face Livre Face Lingual (ou palatina): voltada para a língua ou para Se opõem
o palato
Face Mesial: mais próxima do plano sagital mediano no
Faces de contato ponto em que ele corta o arco dental Se opõem
(ou proximais)
Face Distal: mais distante do plano mediano

Face Oclusal (ou incisal): superfície da coroa que entra em contato


Em relação a com as homônimas dos dentes antagonistas durante a oclusão
Sentido Vertical

coroa do dente
Face Cervical: porção da coroa que se continua com o colo e a raiz.
Face Cervical: parte da raiz que se continua com o colo e a coroa
Em relação a raiz (porção mais dilatada)
do dente Face Apical: refere-se a parte final da raiz, onde se encontra o
forame apical.

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Ângulos
O ângulo é formado pelo encontro de três faces da coroa dental, o que forma um ângulo triedro ou
simplesmente ângulo. Pode-se tomar como exemplo o ângulo mesial da face vestibular do incisivo
central superior, que resulta da convergência das faces vestibular, incisal e mesial; o ângulo distal
resulta da convergência das faces vestibular, incisal e distal.
Bordas
As bordas ou margens têm como função limitar as faces da coroa dental. Por exemplo: a face
vestibular está limitada das faces circunvizinhas através das bordas: mesial, distal, cervical, incisal ou
oclusal.

Terços
São linhas imaginárias, criadas para com o objetivo de facilitar a descrição de uma porção específica
do dente ou para localizar algum detalhe anatômico ou alteração patológica.
Divisão em terços da coroa
Linhas horizontais:
a coroa é dividida em
 cervical,
 médio e
 oclusal (ou incisal)

Divisão em terços da coroa


Linhas verticais:
 a coroa é dividida em nas faces livres
(vestibular e lingual) em:
 distal, mesial e médio
 a coroa é dividida em nas faces de contato
(mesial e distal) em:
 vestibular, médio e lingual.

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Divisão em terços da raiz


É dividia em:
Nos dentes de raízes
 cervical
múltiplas, o terço cervical
 médio
corresponde ao bulbo
 apical
radicular.

Direção das faces da coroa


A direção das faces da coroa é uma característica comuns a todos os dentes, obedecendo um plano
geral de construção. Elas não são paralelas, mas convergem para uma determinada direção. A
convergência é mais ou menos acentuada, dependendo do dente considerado.
Direções convergentes das faces livres

 Sentido Vertical: as faces vestibular e lingual


convergem em direção incisal ou oclusal.
Imagem: coroais denteias vistas pela face mesial. As barras
paralelas às bordas vestibular e lingual ressaltam a
convergência das faces livres para a oclusal ou incisal.

 Sentido Horizontal: ambas as faces livres


convergem ligeiramente na direção distal. No grupo
dos pré-molares há pouca convergência, de difícil
identificação. Imagem: coroais dentais vistas por oclusal ou
incisal. As barras paralelas às bordas vestibular e lingual
ressaltam a convergência das faces livres para a distal.

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Direções convergentes das faces de contato


 Sentido vertical: as faces mesial e distal
convergem em direção cervical. Imagem: coroas
dentais vistas por vestibular. As barras paralelas às bordas
mesial e distal ressaltam a convergência das faces de
contato para a cervical.

 Sentido horizontal: as faces de contato mesial


e distal convergem em direção lingual.
Imagem: dentes vistos por oclusal ou incisal. As barras
paralelas às bordas mesial e distal ressaltam a
convergência das faces de contato para a lingual.

Áreas de Contato
É o local de toque entre os dentes. Essa área cria quatro espaços em
torno dela:
1. Sulco interdental: no sentido vertical, pequeno espaço no lado
da oclusal da área de contato.
2. Espaço interdental: no sentido vertical, grande espaço
prismático no lado oposto.

3. Ameia Lingual: no sentido horizontal, grande espaço em forma


de V aberto para a lingual
4. Ameia Vestibular: no sentido horizontal, espaço bem menor do
lado vestibular.

Características comuns dos dentes


 Faces curvas
 Face vestibular maior que a lingual
 Face mesial maior que a distal
 Face mesial plana e reta
 Face distal convexa e curva
 Inclinação da face vestibular na direção lingual
 Linha cervical
 Desvio distal na da raiz
 Variações Anatômicas.
 Lobos de desenvolvimento (centros primários de formação do dente durante sua embriogênese)

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Estruturas anatômicas
Comuns a todos os dentes
 Linha do colo (ou linha cervical) (13): Serve como referência para
sabermos se há ou não perda óssea; linha entre coroa e raiz;
 Bordas: Junção de duas superfícies; ângulo que é formado no
dente.
 Bossas: Elevação arredondada situada no terço cervical da face
vestibular de todos os dentes permanentes e decíduos, entre os
terços cervical e médio da face lingual de pré-molares e molares
ou nas faces de contato de alguns dentes; convexidade.
Na maioria dos dentes é próxima à cervical; serve para
estimular a gengiva, já que “empurram os alimentos para ela”.
 Linha equatorial: Distribuem o dente em 2 cones. É irregular. Passa
na maior convexidade do dente.
 Cristas Marginais (6): eminência linear situada nas bordas mesial e
distal da face lingual de incisivos e caninos e nas bordas mesial e
distal da face oclusal de pré-molares e molares. Une as cúspides
vestibulares e linguais.
Evita que partículas de alimentos que devem ser trituradas
escapem da zona mastigatória e protege a área de contato,
evitando impacto alimentar.
Exclusiva de dentes anteriores:
 Cíngulo (1): saliência arredonda no terço cervical da face lingual de
incisivos e caninos. Corresponde a porção mais saliente do lobo do
desenvolvimento lingual.
 Crista Mediana: Elevação do esmalte presente na face
lingual/palatina dos caninos, no meio da Fossa Lingual. Essa
proeminência pode até dividir a fossa lingual em duas.
 Fossa lingual: Escavação ampla e pouco profunda da face
lingual/palatina dos dentes anteriores, delimitada pelas Cristas
Marginais, Borda Incisal e Cíngulo.
 Forame Cego: Depressão puntiforme entre o Cíngulo e a Fossa
Lingual, presente em alguns dentes anteriores.
 Sulcos de desenvolvimento: Depressões lineares que dividem a
face vestibular em segmentos. Presentes em jovens. ↑ dentina
↓esmalte. Divide os lobos de desenvolvimento.
 Lobos de desenvolvimento: Superfícies mais elevadas da face
vestibular delimitadas pelos Sulcos de Desenvolvimento. ↓dentina
↑esmalte.
Exclusiva dos dentes posteriores
 Cúspides: saliência em forma de pirâmide quadrangular, típica de
pré-molares e molares. Possui vertentes, que são faces
triangulares; arestas, que são formadas no ângulo entre duas
vertentes e um vértice, que é o ápice da cúspide.

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 Vertentes Lisas (2): presente nas faces livres


 Vertentes Triunfantes (ou oclusal) (3): presentes nas faces oclusais.
 Arestas Longitudinais (4): separam as vertentes lisas e oclusais.
 Arestas Transversais (5): separam as vertentes lisas e oclusais mesiais das homônimas
distais.
 Vértice: local de encontro das vertentes e arestas.
 Sulcos principais (9): depressão linear aguda, estreita que separa as cúspides uma das outras. É
o local de fácil desenvolvimento da carie.
 Sulcos secundários (10): sulcos pequenos e profundos. Distribui-se irregularmente e em número
variável nas faces oclusais, principalmente sobre as cúspides e nas delimitações das cristas
marginais. Torna a superfície mastigatória menos lisa, aumentando a eficiência da trituração, e
serve para o escoamento de alimento triturado.
 Ponte de Esmalte (ou crista oblíqua) (7): Eminência linear que une as cúspides, interrompendo
um sulco principal.
 Fóssula ou Fosseta (11)
 Fosseta Principal: depressão no encontro (ou terminações) de dois sulcos principais ou de
um sulco principal com uma crista marginal.
 Cicatrículas: pontos profundos ou depressões irregulares do esmalte que podem
surgir no fundo da fosseta principal.
 Fosseta Secundária: fossetas menores e menos profundas, no encontro de um sulco
principal com um ou dois sulcos secundários.
Outros
 Tubérculo (8): saliência menor que a cúspide, sem forma definida. Tubérculo de Carabelli do
primeiro molar superior e o tubérculo molar do primeiro molar inferior decíduo são constantes.
 Fossa (12): escavação ampla e pouco profunda da face lingual de dentes anteriores,
particularmente dos incisivos superiores.
Relações interdentárias
 Sulco interdental: no sentido vertical, pequeno espaço no lado da oclusal da área de contato.
 Espaço interdental: no sentido vertical, grande espaço prismático no lado oposto.
 Ameia Lingual: no sentido horizontal, grande espaço em forma de V aberto para a lingual
 Ameia Vestibular: no sentido horizontal, espaço bem menor do lado vestibular.

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Posição, planos e curvas


O posicionamento e oclusão dental são extremamente importantes na função mastigatória. As
atividades básicas da mastigação, deglutição e fala dependem enormemente não só da posição dos
dentes nos arcos dentários, mas também do relacionamento com os dentes opostos quando eles são
levados a ocluir.
As posições do dente são determinadas numerosos fatores controladores, a exemplo da largura do
arco e o tamanho do dente. Elas também são determinadas por várias forças controladoras, como
aquelas proporcionadas pelos tecidos moles circundantes.

Posição Dentária
O alinhamento da dentição nos arcos dentários ocorre como resultado de forças multidirecionais
complexas atuando nos dentes durante e após a erupção. Quando os dentes erupcionam eles são
direcionados para uma posição onde forças opostas estão em equilíbrio.
As principais forças opostas que influenciam a posição dentária originam-se da musculatura
circundante. Outras forças (relativamente leves, mas constantes):

• Vestibular aos dentes estão os lábios e as bochechas que proporcionam forças linguais.
• Do lado oposto dos arcos dentários está a língua, que produz forças vestibulares sobre a
superfície lingual dos dentes. Ambas as forças, aplicadas na face pelos lábios e bochechas e
na face lingual pela língua, são leves, porém constantes.
Estas são os tipos de força que a qualquer momento podem mover os dentes dentro dos arcos
dentários.

Há uma posição dentária na cavidade oral onde as forças vestíbulo-linguais e buco-linguais se


igualam. Nesta posição neutra ou espaço a estabilidade do dente é alcançada

Se durante a erupção um dente é posicionado exageradamente para


lingual ou vestibular, a força dominante levará aquele dente para a
posição neutra. Isto ocorre normalmente quando há espaço
adequado para os dentes no arco dental. (força dominante: língua, se
em línguoversão, lábios e bochechas, se em vestíbuloversão)
 Vestibuloversão: dentes em posição mais vestibular
 Linguoversão: dentes na posição mais lingual;
Observação: Se o espaço não for adequado, as forças musculares
circundantes geralmente não serão sufi cientes para posicionar o
dente em seu alinhamento correto na arcada. O dente, então,
permanece fora da posição normal na arcada e o apinhamento é
observado. Este apinhamento permanece até que forças externas
adicionais venham a corrigir a discrepância entre o tamanho do dente
e o comprimento da arcada
Forças que não se originam diretamente da musculatura oral, mas associadas a hábitos orais, podem
também influenciar a posição dos dentes.

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Alinhamento dentário intra-arco


Se refere ao relacionamento dos dentes entre si dentro do arco dentário.
Plano oclusal é o plano que seria estabelecido se uma linha fosse traçada em todas as pontas das
cúspides vestibulares e bordas incisais dos dentes inferiores, se abrindo, então, em um plano para
incluir as pontas de cúspides linguais e estender-se através do arco para incluir as pontas das cúspides
vestibular e lingual do lado oposto.
Vista Lateral
Na arcada inferior tanto os dentes anteriores quanto os posteriores se direcionam mesialmente. O
segundo e o terceiro molares são mais inclinados do que os pré-molares.
Na arcada superior os dentes anteriores geralmente se direcionam mesialmente, enquanto os
molares mais posteriores tornam-se mais inclinados para a distal em relação ao osso alveolar.

Vista Frontal
Quando observamos os arcos dentários por meio de uma visão frontal, é possível ver o
relacionamento axial buco-lingual. Na arcada superior os dentes posteriores têm uma inclinação
ligeiramente vestibular (mais vestibularizados). Na arcada inferior os dentes posteriores têm uma
inclinação levemente lingual.

Vista Oclusal

Plano oclusal
 Define-se como uma linha imaginária que passa pelas bordas incisais dos incisivos e pelas
pontas de cúspides vestibulares dos dentes posteriores.

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 Não é uma superfície plana, é representada como uma curvatura da superfície oclusal dos
dentes inferiores.

Curvas do plano de oclusão posterior


Curva Anteroposterior: “CURVA DE SPEE”; Curva Mediolateral: “CURVA DE WILSON”. O conjunto da
curva de SPEE, WILSON e a CURVATURA DAS BORDAS INCISAIS se denomina: “CURVA DE OCLUSÃO”
Curva de Spee
Se sob uma vista lateral traçarmos uma linha imaginária através das pontas de cúspides vestibulares
dos dentes posteriores (molares e pré-molares), uma linha curva que acompanha o plano oclusal será
estabelecida, que é convexa para o arco superior e côncava para o arco inferior. Estas linhas convexa
e côncava se encaixam perfeitamente quando os arcos se ocluem.
Se refere a curvatura anteroposterior das superfícies oclusais. Esta começa desde a ponta do canino
inferior e segue pelas cúspides de pré-molares e molares, e continua pela borda anterior do ramo
da mandíbula.
Curva de Wilson
Se uma linha é traçada através das pontas das cúspides vestibulares e linguais de ambos os lados dos
dentes posteriores, um plano oclusal curvado será observado. A curvatura é convexa no arco superior
e côncava no arco inferior. Novamente, se levarmos as arcadas a se ocluírem, as curvaturas dos
dentes encaixar-se-ão perfeitamente.
Se refere a curvatura mediolateral que entra em contato com as pontas das cúspides em cada lado
da arcada.
Esfera de Monson

Referências
Okeson, J.P., TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES E OCLUSÃO. 7a. ed. 2013,
Rio de Janeiro: Elsevier. 504.

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Oclusão
É o conjunto das relações estáticas (abrir e fechar) e dinâmicas (movimento lateral e protusivo) entre
as superfícies oclusais dos dentes e as demais estruturas do sistema estomatognático. O principal
objetivo de qualquer trabalho restaurador é reconstruir a anatomia oclusal que foi destruída: seja
por cárie, traumatismo, exodontia etc.

Conceitos e Princípios Básicos da Oclusão


Oclusão Ideal
Refere-se tanto a um ideal estático como fisiológico, dando maior ênfase aos padrões estéticos e
anatômicos:
 Forças oclusais no longo eixo dos dentes
 Os tecidos ósseos não toleram forças de pressão – se a
força é aplicada no osso, o tecido ósseo será
reabsorvido  Ligamento Periodontal (LPD) ajuda a
controlar essas forças.
 Quando o dente é contatado em uma ponta de cúspide
ou em uma superfície relativamente plana (crista
marginal ou fundo de uma fossa), a força resultante é
dirigida verticalmente através do longo eixo.
 Contatos posteriores simultâneos bilaterais: o contato homogêneo e simultâneo de todos os
dentes posteriores possíveis deve ocorrer quando os côndilos estiverem em sua posição súpero-
anterior, apoiados nas vertentes posteriores da eminência articular com os discos
apropriadamente interpostos.
 DVO adequada:
 ROC
 Guias anteriores
 Quando a mandíbula realiza movimentos protrusivo, as guias adequadas estão presentes
nos dentes anteriores para desocluir todos os dentes posteriores imediatamente.
 Os dentes posteriores funcionam para parar a mandíbula durante o movimento,
enquanto os anteriores funcionam mais guiando a mandíbula durante os movimentos
excêntricos.
Hábitos como roer unha, respirar pela boca e outros, atrapalham a oclusão ideal.

Oclusão normal ou funcional


Situação de ausência de doença dentro de valores normais, envolvendo contatos dentários,
transpasse vertical e horizontal, arranjo dos dentes e estruturas ósseas.
Limiar de tolerância: Capacidade de sofrer/receber transformação/estresse, sem que haja modificação do estado natural.
Vale lembrar que, limiar de tolerância da dentina para cargas, é maior do que no esmalte. Capacidade das fibras
periodontais de receber estímulo é de 0,2mm. Dente absorve cargas, implante não.

Oclusão Estável
Ausência de parafunção, eficiência mastigatória, estética e capacidade de adaptação.

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Medidas Cefalometrias; Dimensão Vertical de oclusão

Posições e Movimentos Mandibulares


Estática: é observado de forma parada (contatos dentários, fechamento dos dentes etc.); Funcional
ou dinâmica: é observada em movimento (relação funcional dos componentes do sistema
estomatognático).
Relação Cêntrica
Máxima Intercuspidação Habitual
Oclusão de Relação Cêntrica
Estática
de Repouso
(posições) Dimensão Vertical
de Oclusão
Posição de Repouso
Espaço Funcional Livre
Desoclusão pelo canino
Trabalho
Dinâmica Lateralidade Desoclusão em grupo
(movimentos/ Balanceio
funcionalidade) Protrusiva
Abertura

Estática
1. Relação Centrica (RC)
É a posição fisiologicamente satisfatória do côndilo dentro da articulação temporomandibular.
Os côndilos estão em suas posições anterior e superiores em relação à eminência articular 
completamente apoiados na vertente posterior da eminência articular e com o disco interposto.
 Forma de ver se há interferência de algo. É importante para o conforto, função e a saúde do
sistema estomatognático.
 Posição mandibular reproduzível
 Referência para reorganização dos procedimentos em oclusão  a manipulação da
mandíbula é feita para reabilitar a oclusão correta. Ajustar para a mandíbula voltar ao lugar
correto.
Posição de relação cêntrica:
Meios de obtenção
 Técnica de manipulação frontal
1. Paciente em posição horizontal (cabeça para trás)
2. Boca aberta 1 cm
3. Polegar e indicador da mão esquerda apoiados na face vestibular de canino e pré-
molar da maxila
4. Polegar no mento ou na cervical dos incisivos inferiores e os outros dedos
apoiados na mandíbula
5. Com leve pressão e movimentos oscilatórios, manipula-se a mandíbula em RC
6. Dentes tocarão os dedos, depois terão o primeiro contato em RC.

 Técnica de manipulação bilateral


1. Cabeça do paciente na altura do peito do operador;

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2. Polegares na região mentoniana e demais dedos no corpo da mandíbula;


3. Leve pressão dos polegares para baixo e demais dedos para cima, manipula-se
delicadamente a mandíbula em RC.

 Desprogramadores oclusais: quando o paciente oferece resistência a manipulação,


dispositivos podem ser usados entre os incisivos. Mantidos por 5 a 15 min entre os
incisivos, permite o afastamento dos dentes posteriores e desprogramam a propriocepção
dos dentes e músculos.
 É uma forma de reabilitar a mandíbula. Ela repete a manipulação da mandíbula.
 O paciente não sabe a sua correta oclusão, ou seja, não sabe onde para a mandíbula (sua
posição fisiológica). Dessa forma, perdeu-se a memória proprioceptiva.
 A perda dos dentes é um dos maiores fatores, pois as cúspides deles que guiam a
correta oclusão.
1. Jig de Lucia
 Feito com um pequeno pedaço de acrílico, que é adaptado aos dentes
anteriores superiores, fornecendo uma parada oclusal para os incisivos
inferiores.
 A parada deve ser plana e perpendicular ao longo eixo dos incisivos
inferiores.
 Quando o paciente é solicitado para fechar os dentes posteriores, o
contato dentário anterior no jig impedirá a mandíbula de fechar
completamente e os côndilos se assentarão na posição de RC pelos
músculos elevadores.
 Esta técnica pode ser associada à técnica de manipulação mandibular
bilateral.
2. Leaf Gauge ou Lâminas de Long
 O paciente deve fechar a boca com força suave (não usar o masseter) 
Coloca-se folhas entre os anteriores, suficiente para desocluir levemente
os posteriores  As folhas são removidas uma a uma até que se estabeleça
o contato dentário  O primeiro contato dentário é o contato inicial na RC.
3. Tens: Eletrodos
4. Placa de Proteção Anterior
 Registro Oclusal

2. Máxima Intercuspidação Habitual


Posição em que ocorre o maior número de contatos dentários, independentemente da posição
dos côndilos; não é uma posição fisiológica. Coincide com a Relação Cêntrica, quando está correta
 quando não há interferência cêntrica.
 Variável ao longo da vida do indivíduo.
 90% da população apresenta MIH.

3. Relação de Oclusão Cêntrica


Posição intermaxilar onde acontece o maior número de contatos dentários com os côndilos em
Relação Centrica (RC). Pode ser obtida em repouso ou bilateral.

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4. Posição de Repouso (PR)


Esta posição é estabelecida antes da erupção dos dentes e é imutável. Todos os movimentos
funcionais da mandíbula se iniciam e terminam nesta posição. É usada clinicamente como ponto
de referência para estabelecimento da Dimensão Vertical de Oclusão. Importante para prótese,
pois independentemente de haver ou não dentes, temos uma altura reproduzível.

5. Dimensão Vertical (DM)


É definida como a altura do terço inferior da face do paciente. É a distância entre 2 pontos fixos
da face: base do nariz à base do mento. É um ponto para a reabilitação de desdentados, pacientes
com bruxismo etc.
 Teoria de Willis – Compasso de Willis: ferramenta para medir a dimensão vertical, tanto
em repouso como em oclusão.

a) Dimensão Vertical de Repouso (DVR)


É a posição em que os dentes da mandíbula se encontram separados dos da maxila e os
músculos são mantidos em tônus. Existe um baixo nível de atividade entre os músculos
elevadores e depressores, mantendo o osso mandibular suspenso a uma certa distância
interoclusal.

b) Dimensão Vertical de Oclusão (DVO)


Relação vertical da mandíbula com a maxila, quando os dentes estão se contactando de forma
uniforme. Contenção Cêntrica faz a manutenção dessa dimensão. Essa dimensão é
importante para determinar a relação vertical quando o paciente perde a referência oclusal.
Caso não haja OC, há carga oclusal, que se deposita nos dentes anteriores, tornando-os
irregulares.

DVR – EFL = DVO


6. Espaço Funcional Livre (EFL)
É um espaço entre os dentes quando a pessoa se encontra em uma posição de repouso. Esse
espaço permite a articulação da fala. É uma posição postural controlada pelos músculos de
abertura e fechamento da mandíbula. Variando entre 1 e 7mm.

7. Contenção Cêntrica
As cúspides vestibulares dos dentes inferiores e as cúspides palatinas dos dentes superiores são
chamadas de cúspides de apoio ou cúspides de contenção cêntrica. Estas cúspides mantêm uma
posição estática da mandíbula em relação à maxila quando os dentes estão em Intercuspidação.
As cúspides de suporte são responsáveis pela manutenção da distância entre a maxila e a
mandíbula e exercem um papel importante na mastigação. O contato de uma cúspide cêntrica se
dá na fossa central ou entre cristas marginais dos antagonistas.

 Cúspides de contenção cêntrica ou  Cúspides de não contenção cêntrica ou


suporte: Vestibulares inferiores e palatinas balanceio: Vestibulares superiores e
superiores (VIPS) linguais inferiores (LIVS)

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Dinâmica
Elementos envolvidos nos movimentos da mandíbula:
1. Sistema Neuromuscular: Sistema Nervoso Central e Periférico.
2. ATM: direita e esquerda, guia condilar.
3. Oclusão Dentária: plano de oclusão, curva de Spee, guia anterior.
4. Sistema Neuromuscular: SNC (receptor da mensagem e origem da resposta), SNP (estímulo
nas fibras nervosas: fibras aferentes e eferentes)
Músculos e ATM
 Músculos envolvidos: Masseter, Pterigoideo medial, Pterigoideo lateral, Temporal.
 Modo de Ação: Relaxamento e Contração, Sinergismo e Antagonismo.

Masseter
Protrusão
Elevadores Pterigoideo medial
Retrusão Temporal
Lateralidade
Protrusão Pterigoideo Lateral Inferior
Abaixadores
Retrusão Digástrico

Protrusão
É o movimento que a mandíbula faz no sentido póstero-anterior.
 Guia anterior: quando, no movimento de protrusão, os dentes anteriores inferiores (incisivos
inferiores) deslizam pela concavidade palatina dos dentes anteriores superiores (incisivos
superiores). É composta pela Guia Incisal. Determina o movimento de protrusão.
Guia Incisal: determinada através da trajetória percorrida pelas bordas incisais dos incisivos
inferiores contra a concavidade palatina dos incisivos superiores.
Fatores envolvidos:
 Trespasse Vertical (ideal: ocorre no terço médio. Trespasse negativo): é o
distanciamento vertical dos incisivos, chamado também de overbite ou sobremordida.
 Trespasse Horizontal: é o desajuste anteposterior entre incisivos superiores e
inferiores, chamado também de overjet.

Guia Posterior: é composta pela ATM (eminência articular). Ela determina o movimento de retrusão,
protrusão e lateralidade.

Lateralidade
 Lado de Trabalho: lado para o qual a mandíbula se movimenta, onde as cúspides com o mesmo
nome se relacionam. Pode ser encontrado dois tipos de desoclusão:
1. Desoclusão ou Função em grupo: em que o grupo de dentes de segundo molar até o
canino tocam-se, simultaneamente, desde o início do movimento. Ou seja: Os caninos e
os dentes posteriores se tocam no final do movimento lateral. Este toque é mais
acentuado sobre o canino e diminui em direção ao último dente da arcada.
2. Desoclusão pelo caninho: onde, durante o movimento de lateralidade, o canino inferior
desliza na concavidade palatina do canino superior, desocluindo os demais dentes, tanto
do lado de trabalho, quanto do lado de balanceio.

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 Guia Canina: é o contato entre o canino superior e o inferior no movimento do


lado de trabalho e quando, além dos caninos, os incisivos também se tocam.

 Lado de Balanceio (não trabalho): lado oposto ao lado de trabalho (o qual a mandíbula se
deslocou), onde as cúspides de diferentes nomes adotam uma relação de alinhamento.
 Movimento de Bennet: é descrito como a simples rotação de um côndilo, enquanto o
outro desliza para frente.
 Ângulo de Bennett: quando a mandíbula é deslocada para o lado de trabalho, o côndilo
do lado de balanceio desloca-se para frente, para baixo e para dentro. Esse deslocamento
para dentro forma, com o plano horizontal, um ângulo com o plano paralelo ao plano
sagital.

Guia Lateral

Tipo de Oclusão
Oclusão mutuamente protegida - proteção mútua
Os dentes posteriores protegem os anteriores por meio de contatos durante a oclusão cêntrica e os
dentes anteriores protegem os posteriores das forças horizontais originadas nos movimentos
excursivos por meio de guias anteriores.
 Em função os anteriores desocluem os dentes posteriores
 Espaço ou fenômeno de Christensen (posterior)
Oclusão balanceada bilateral
É tida como o esquema oclusal ideal para prótese total e consiste na obtenção de pontos de contato
bilaterais e simultâneos entre os antagonistas, tanto em relação cêntrica quanto nos movimentos
extrusivos.
 Prótese total
 Apresentam contatos múltiplos simultâneos (em pelo menos três pontos)
 Um contato anterior e dois posteriores (trabalho e balanceio)
 Prótese total bimaxilar
 Contato simultâneo de todos os dentes posteriores em harmonia com os movimentos
mandibulares
 DVO com contatos intercuspídeos posteriores nivelados
 Reposição dos dentes posteriores o mais próximo possível dos naturais, porém sem
comprometer os tecidos de suporte
 O arranjo dos dentes deve permitir liberdade de movimentos.
 Verificação da manutenção dos contatos na instalação da PT
Arco dental reduzido ou curto
O princípio considera que a presença de 10 dentes, sendo seis anteriores e quatro pré-molares em
cada arco, é capaz de manter as funções mastigatórias, estéticas e fonéticas na maioria dos pacientes.
 OMS: quando há 4 pré-molares presentes o paciente não necessita de prótese.

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Contato Prematuro
Contato dentário no movimento de fechamento mandibular, com o côndilo em relação cêntrica, que
é produzido antes de se conseguir a máxima intercuspidação. O toque simultâneo com a desoclusão
mandibular não interfere no movimento.

Interferência Oclusal
Contatos não fisiológicos que aparecem nos grupos posteriores e anteriores, quando são realizados
movimentos excêntricos de lateralidade e protrusão. O toque que interfere no movimento de
desoclusão mandibular.

Trauma oclusal
São alterações patológicas ou de alterações dos tecidos que ocorrem no periodonto em
consequência de força oclusal excessiva produzida pela ação dos músculos da mastigação. (oclusão
traumática – força oclusal).

Diagnóstico Aspecto radiográfico


 Prichard, 1982 – a imagem radiográfica  Aumento do espaço do ligamento
permite avaliar o grau de reabsorção periodontal,
óssea, sendo essa informação fundamental  Perda da integridade da lâmina dura,
para o planejamento do tratamento e  Reabsorção do septo ósseo com a
determinação do prognóstico. formação de defeito infra-ósseo,
 Radiolucidez do osso alveolar,
Mobilidade dentária  Reabsorção radicular, em alguns casos
 Grau 1- mobilidade da coroa dentária de
0,1 a 1,0 mm no sentido horizontal Exames
 Grau 2- mobilidade da coroa dentária  Clínico –força lateral e bolsa periodontal
superior a 1,0mm no sentido horizontal  Radiográfico - contraste do cone de guta-
 Grau 3- mobilidade da coroa dentária percha na imagem radiográfica
também no sentido vertical

Movimento bordejante
É a extensão máxima dos movimentos mandibulares, limitado pelos ligamentos, superfícies
articulares da ATM (côndilo/fossa) e pela morfologia e posição dos dentes. Ocorrem dentro dos
limites nos quais, a mandíbula se encontra e até onde pode chegar fisiologicamente.
1. No plano sagital: Diagrama de Posselt
2. No plano horizontal: Arco Gótico
3. No plano vertical (frontal): Diagrama em Escudo

 Abertura: Rotação e Translação


 Lateralidade:
 Protrusivo

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Ajuste oclusal e bruxismo

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Movimento mastigatório

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