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I- Dos fatos

Conforme consta em documentação inclusa, o cliente está sendo investigado


pelo Ministério Público com base no inquérito n° XXX, instaurado no STF do dia
7 de outubro de 2022. O Ministério Público abriu este inquérito criminal para
investigação de homicídio qualificado de sua companheira. No entanto, foi
constatado a ocorrência de diversas nulidades no trâmite processual, como a
sonegação de provas apreendidas na deflagração da operação. O Ministério
Público, após oferecer a denúncia, instaurou procedimento paralelo de
investigação para instruir a ação penal. Porém, quando é autorizada a realização
de busca e apreensão, deve ser assegurado à defesa do acusado o acesso à
íntegra dos dados obtidos – o que não ocorreu no caso.

O comportamento do titular da ação penal, com o respaldo judicial, de privar a


defesa do acesso à integralidade dos elementos probatórios, compromete a
idoneidade do processo – como espaço civilizado, ético e paritário de solução de
uma controvérsia penal – e afeta, significativamente, a capacidade defensiva de,
no momento oportuno, refutar a acusação e produzir contraprova.

As fontes e o resultado da prova são de interesse comum de ambas as partes e


do juiz (princípio da comunhão da prova). A prova não se forma para a satisfação
dos interesses de uma das partes, sobretudo daquela que acusa. Se esta obtém,
via mandado judicial, uma diversidade de documentos e materiais supostamente
contrários ao interesse do acusado, não lhe é lícito o comportamento de privar
este último do acesso a todo esse material, até para que se certifique de que
nada há nele que possa auxiliar sua defesa.

ll- Dos Direitos:

A constituição federal em seu artigo 5º e Inciso LXVIII reconhece que quando


alguém se sente ameaçado a prisão lhe é concedido o Direito de impetração de
habeas corpus

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e a
propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;”

No inciso LVII do mesmo artigo, identifica-se que a prisão só será concedida de


forma legal a autoridade coatora se estiver no trânsito em julgado,
completamente culpado e sem previstos recursos:

“LVII – Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença


penal condenatória;”

É importante ressaltar, que foi sonegado à defesa do Paciente o acesso aos


altos do processo, bem como, a toda e qualquer prova obtida no decorrer
da investigação. O que claramente viola o que está descrito na Súmula
Vinculante 14 do STF:

“Súmula Vinculante 14 (STF): É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

Vale salientar ainda, a referência ao Código de processo penal, que em seu


artigo 647 reforça o Direito central a ser pedido nesse documento.

“Art. 647, caput (CPP) Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e
vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”

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