Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de Alumina
Processamento de Cerâmicos
Docente:
Mário António Caixeiro Castro Pereira
Alunos:
António Paulo Pereira Teixeira A92215
João Miguel Mota Alves A92223
Pedro Gil Meira Marques A92206
1
Índice
1. Introdução......................................................................................................................3
2. Processamento de Pós.....................................................................................................3
2.1 Calcinação..........................................................................................................................3
2.2 Moagem.............................................................................................................................4
2.3 Prensagem..........................................................................................................................4
2.4 Sinterização........................................................................................................................5
3. Protocolo Experimental..................................................................................................5
3.1. Obtenção da Alumina........................................................................................................5
3.1.1 Processo de Obtenção da Alumina..............................................................................5
3.1.2 Cálculos e Estequiometria...........................................................................................6
3.2. Preparação das Pastilhas....................................................................................................9
4. Técnicas de Caracterização de Pós e Análise de Resultados........................................12
4.1 Introdução........................................................................................................................12
4.2 Lei de Stokes....................................................................................................................14
4.3 Densidade aparente: solta e vibrada..................................................................................17
4.4 Densidade Verdadeira – Método do picnómetro..............................................................18
5. Caracterização da Peça Final.......................................................................................19
5.1 Porosidade........................................................................................................................19
5.2 Dimensões........................................................................................................................19
6. Conclusão......................................................................................................................20
7. Referências....................................................................................................................21
2
1. Introdução
2. Processamento de Pós
2.1 Calcinação
2.3 Prensagem
2.4 Sinterização
4
3. Protocolo Experimental
Material Necessário:
- Folha de Alumínio
- Gobelé
- Ácido Clorídrico
- Hidróxido de Sódio
- Água Destilada
- Forno
- Estufa
- Sistema de Filtragem a Vácuo (Funil de Büchner; Filtro de Papel; Rolha
Vedante; Mangueira)
- Almofariz
- Pilão
- Fitas pH
Procedimento:
5
4. Juntar Hidróxido de Sódio (NaOH) à solução de cloreto de alumínio (AlCl 3)
obtida no passo 3, até a solução atingir o pH de 9;
5. Colocar o Hidróxido de Alumínio (gel branco) no sistema de filtragem a
Vácuo, de modo a separarmos o Hidróxido de Alumínio (Al (OH) 3) da água
com cloreto de sódio;
6. Após a filtragem, colocar o hidróxido de alumínio retido no funil de
Büchner na estufa;
7. Retirar o hidróxido de alumínio da estufa;
8. Moer o pó de hidróxido de alumínio no almofariz com a ajuda do pilão;
2 Al +6 HCl →2 AlCl 3 +3 H 2 [ Eq . 1 ]
Como é visível nesta reação os pedaços de folha de alumínio são dissolvidos pelo ácido
clorídrico dando origem a Cloreto de Alumínio [AlCl3] e libertando hidrogénio.
Valumina=6,28 ×0,18=1,13 cm 3 [ Eq .2 ]
Com o volume necessário de alumina calculado e sabendo que a massa volúmica da
mesma é de 3,98, temos que:
m m
MassaVol ú mica= ≤¿ 3,98= ≤¿ m=4,5 g[ Eq .3]
v 1,13
6
Agora que já sabemos a massa de alumina necessária para a formação da pastilha com as
dimensões pretendidas iremos realizar uma regra de 3 simples, baseado na literatura,
para sabermos a de folha de alumínio necessária para dar origem a 4,5g de alumina. Sendo
assim:
5 g Folha Alumínio−−→7,4 g de pó de alumina
x g Folha Alumínio−−→ 4,5 g de pó de alumina
4,5 ×5
x= ≤¿ x =3,05 g de Folha de Alumínio[ Eq . 4 ]
7,4
Sabemos então que para obtermos a alumina pretendida, precisaremos de utilizar 3,05g
de Folha de Alumínio.
Com esta informação e com a Reação 1 acertada quimicamente, podemos concluir a
quantidade de ácido clorídrico necessário para proceder à dissolução total das 3,05g de
Folha de Alumínio. Mas primeiro, precisamos de calcular o número de moles de Alumínio a
que correspondem 3,05g. Sabendo que a Massa Molar do Alumínio é igual a 26,98 g/mol:
m 3,05 3,05
M= ≤¿ 26,98= ≤¿ n= ≤¿ n=0,11 mol Alumínio [Eq . 5]
n n 26,98
Posto isto, e com o conhecimento de que são necessárias 3 vezes mais moles de Ácido
Clorídrico do que de Alumínio, sabemos que serão necessárias 0,33 moles de HCl para
proceder à dissolução dos pedaços de folha de alumínio.
Iremos agora calcular a quantas gramas de HCl correspondem 0,33 moles da mesma
substância, e para isso iremos utilizar o valor da sua massa molar, que é 36,458 g/mol.
m m
M= ≤>36,458= ≤> m=36,458 ×0,33 ≤>¿
n 0,33
m=12,326 g HCl [ Eq .6 ]
37 % Solução−−→12,326 g de HCl
100 % Solução−−→ x g de HCl
1× 12,326
x= ≤¿ x=33,31 g de Solução Aquosa de HCl [Eq . 7]
0,37
7
Parte B – Obtenção de Hidróxido de Alumínio em pó
A reação que representa a reação entre o Cloreto de Alumínio [AlCl 3] (resultante da Parte
A) e o Hidróxido de Sódio é a seguinte:
Como é visível pela reação 3, no final desta reação iremos obter Hidróxido de Alumínio
[Al(OH)3] e Cloreto de Sódio [NaCl] dissolvido em água.
Para esta reação não será necessário calcular a quantidade de Hidróxido de Sódio
necessária, uma vez que pretendemos uma solução com valor de pH 9.
Deste modo, e medindo constantemente o pH à medida que se vai adicionando Hidróxido
de Sódio, sabemos quando devemos parar.
2 Al ( OH )3 ( s ) → Al 2 O3 ( s ) +3 H 2 O ( g ) [ Eq .10]
8
Material Necessário:
- Pó de Alumina
- Sementes de Chia
- Água
- Forno
- Estufa
- Almofariz
- Pilão
- Gobelé
- Pipeta
Procedimento:
Parte A – Preparação da Mistura
1. Juntar o pó de alumina às sementes de chia, seguindo as quantidades indicadas na
tabela 1, localizada abaixo.
9
Tabela 2 – Condições de Prensagem a que as pastilhas foram sujeitas.
Pastilha Força Inicial (t) Força Final (t) Gotas de Água Diâmetro da Matriz
Utilizada (Cm)
1 0,75 1,75 0 2
2 0,75 1,5 3 1,5
3 1 2 6 1,5
Cálculos:
A. Pastilha 1:
Para a pastilha 1 pretendemos fazer uma pastilha cilíndrica com 2 cm de diâmetro e 2 cm
de altura. Tendo assim que o volume da pastilha é:
A.1 - Cálculo do Volume da Pastilha
V alumina =V pastilha × 0,18< ¿>V alumina =6,28 × 0,18=1,13 cm3 [ Eq. 12]
m malumina
ρalumina = < ¿>3,95= <¿> malumina =3,95× 1,13<¿>¿
V 1,13
¿=¿ malumina =4,465 g[ Eq .13]
10
A.3 - Cálculo da Quantidade de Sementes de Chia Necessárias
m m
ρ sementesde chia= <¿>1,069= sementes dechia <¿> ¿
V 5,1496
m sementes de chia =1,069 × 5,1496<¿>¿=¿ msementes de chia=5,505 g[ Eq .15 ]
B. Pastilhas 2 e 3:
Após o fabrico da pastilha 1 que se desmoronou parcialmente, recuperamos 4 g de pó
de alumina utilizado no fabrico da mesma. Deste modo, decidimos realizar 2 pastilhas
idênticas, com % volume diferentes de pó de alumina e de sementes de chia. Para além
disso, estas diferem da pastilha 1, pois colocamos gotas de água nas misturas, para
ajudar na prensagem, sendo que a quantidade de gotas colocada em cada mistura
varia, como foi explicado no procedimento.
Para a realização destas pastilhas, optamos por dividir o pó de alumina restante em
dois e utilizar uma quantidade igual em cada pastilha:
m pó restante 4
m pó alumina Pastilha 2/ 3= <¿> mpó alumina Pastilha 2 /3= <¿>¿
2 2
m pó alumina Pastilha 2/ 3=2 g[ Eq .16 ]
Então iremos usar 2g de alumina em cada pastilha. Sendo assim, e sabendo que
pretendemos fazer uma pastilha com 50% de pó de alumina e 50% de volume de
sementes de chia. Iremos então calcular a que volume corresponde as 2g de pó de
alumina.
B.1 - Cálculo do Volume das Pastilhas
m 2 2
ρ alumina = < ¿>3,95= < ¿>V alumina = ≤¿
V V alumina 3,95
11
V pastilha 2 e 3=V alumina × 2< ¿>V pastilha 2 e3 =0,506 ×2<¿> ¿
m m
ρ sementesde chia= <¿>1,069= sementes dechia <¿> ¿
V 0,506
msementes dechia =1,069 × 0,506<¿>¿=¿ m sementes de chia=0,541 g[ Eq . 19]
4.1 Introdução
· Tamanho
· Forma
· Distribuição de tamanho
· Densidade aparente e real
· Porosidade
· Composição
Sendo um pó um conjunto de partículas sólidas, a primeira característica que se nos
apresenta como relevante definir é a dimensão das partículas. No caso geral elas não serão
todas iguais e terão forma irregular, pelo que convém começar por definir o que é a
dimensão de uma partícula.
No caso de uma partícula com forma regular (esfera cubo, octaedro, tetraedro, etc.) haverá
uma dimensão característica em termos da qual a partícula fica totalmente definida.
Porém, na generalidade dos casos, as partículas não terão forma regular, e, por isso, torna-
se necessário atribuir-lhe uma dimensão média, por exemplo o diâmetro da esfera com o
mesmo volume do que a partícula, ou o diâmetro da esfera com a mesma área superficial
do que a partícula.
12
Assim, a dimensão de uma partícula torna-se função do método de medida usado. De um
modo geral, todos eles avaliam a dimensão da partícula pela dimensão da esfera do mesmo
material que, nas mesmas circunstâncias, causasse o mesmo efeito.
A definição da forma das partículas é bastante mais complexa, e, de um modo geral, muito
menos estudada. Na maioria das aplicações, a forma é, no entanto, uma característica de
menor interesse.
Quanto mais irregular for a nossa forma, menor será a nossa densidade aparente, tema
que será abordado no ponto 3.4.
A densidade aparente do nosso pó é uma das propriedades fundamentais do pó. Esta
característica define o volume ocupado pela massa do pó solto, que afeta diretamente os
parâmetros de processamento.
É importante conhecer as densidades pois com estas podemos saber as propriedades
reológicas do pó, sobre a densificação durante a sinterização, etc.
Outra característica muito importante de um pó é a sua porosidade, ou seja, a fração do
volume do pó que não é ocupado por partículas.
Geometricamente a porosidade é independente da dimensão das partículas e depende
apenas da forma como estas se dispõem no espaço. No entanto, abaixo de uma certa
dimensão, as partículas tendem a mover-se em conjunto, já que as forças internas se
tornam comparáveis às externas. Isto significa, em termos simples, que tudo se passa
como se a unidade independente deixasse de ser a partícula e passasse a ser o agregado de
partículas, os quais deixam entre si espaços livres da ordem da porosidade dos pós soltos;
mas como não são, por sua vez, totalmente compactos, o volume realmente ocupado pelo
sólido é menor, e a porosidade tende a aumentar.
No caso dos pós soltos a irregularidade da forma das partículas normalmente conduz a um
aumento da porosidade, já que, tendo as partículas superfícies irregulares, o atrito se opõe
ao seu movimento relativo, e, por conseguinte, dificulta a ocorrência de estruturas
compactas. As partículas tendem a “encravar-se” umas às outras, e, portanto, a dispor-se
num arranjo mais aberto, ou seja, de maior porosidade.
Em geral os pós não são constituídos por partículas todas iguais, mas antes cobrem um
espectro granulométrico mais ou menos vasto. A dispersão do espectro é, sobretudo para
os pós soltos, uma característica muito importante, pois a existência de partículas
pequenas que possam ocupar os vazios entre as maiores sem aumento sensível do volume
total do pó conduz necessariamente à redução da porosidade.
A Lei de Stokes tem o objetivo de permitir o cálculo dos diâmetros de Stokes, que podem
posteriormente ser utilizados para o cálculo da área e volume do pó e subsequentemente,
a ASE.
13
A técnica consiste na remoção temporizada de amostras de uma suspensão de pó em água
para secagem e obtenção da massa de pó. Na teoria aquilo que acontece é a sedimentação
do pó, sendo que o pó de diâmetro superior, ou mais grosseiro, cai e sedimenta mais
depressa do que o pó de pequeno diâmetro. O que se espera encontrar é uma distribuição
de massas correspondentes aos respetivos diâmetros, com as amostras das secções
superiores a conterem maioritariamente pós finos e as amostras mais a baixo a conterem
todos os pós, já que a sua distribuição inicial era aleatória e, como tal, é de esperar que
algum pó fino se encontrasse já de partida perto do fundo do recipiente e todos s pós
grosseiros tenham caído rapidamente.
Para tal é necessário dividir uma proveta em subsecções de tamanho igual e verter a água
e o pó até encher exatamente todas as divisões. De seguida deve estabelecer-se o tempo ao
qual se vai retirar cada amostra com uma pipeta. Não há restrições ao tempo exceto o facto
de a divisão seguinte não poder ser retirada com o dobro do tempo da divisão anterior,
pois caso o fizéssemos estaríamos a retirar uma amostra correspondente sempre ao
mesmo diâmetro de partícula.
A divisão foi feita como mostra a imagem 1, 4 secções de
altura 36,3cm cada e o tempo escolhido para retirar
amostras foi de 4min para a primeira e 1min para as duas
seguintes. A última amostra não foi retirada para secagem
uma vez que a massa de pó é facilmente calculada pela
diferença entre a massa inicial e as massas retiradas nas
outras secções.
Após realização do ensaio os dados obtidos foram os
seguintes:
Tabela 3 - Massas experimentais da Lei de Stokes
mexp. (g)
1 0,0101 ± 0.0001
2 0,0082 ± 0.0001
3 0,0149 ± 0.0001
4 0,0732 ± 0.0001
Total 0,1064 ± 0.0001
Massas de Stokes
mexp. (g) mcorr. (g) mTotal (g)
14
1 0,0101 ± 0.0001 0,0101 0,0404
2 0,0082 ± 0.0001 0 0
3 0,0149 ± 0.0001 0,0149 0,0298
4 0,0732 ± 0.0001 0,0583 0,0583
A classe 2 apresenta um valor de massa corrigida de 0 uma vez que a sua subtração à
calsse anterior era negativa, o que mostra que a amostra retirada não correspondia a este
diâmetro de partículas, ou seja, não havia no nosso sistema partículas de diâmetro ϕ2.
Com estes valores de massa podemos então passar aos cálculos do diâmetro de Stokes.
Este diâmetro pode ser calculado a partir da altura e tempo de retiro de amostras, entre
outras constantes, de acordo com a seguinte equação:
√ 18 v η
ϕ¿ g( ρ − ρ ) [Eq . 20]
s l
ϕ(m) ϕ(cm)
1 3,06717E-05 0,003067174
2 3,8797E-05 0,003879702
3 4,33764E-05 0,004337639
4 0,000216882 0,021688196
Com estes valores podemos então passar ao cálculo do número de partículas encontradas
nos 0,1064g de pó estudados. Para tal foi inicialmente calculado o volume de uma
partícula para os diferentes diâmetros de stokes, depois a massa de uma partícula, com o
volume previamente calculado e a densidade teórica da alumina e, por fim, o número de
partículas de cada classe dividindo a massa total da classe pela massa de uma partícula da
respetiva classe. Os resultados estão descritos na tabela 6.
15
4 0,0583 5,34157E-06 2,10992E-05 2763,138 0,32269 0,014759
Tota
l 0,1285 - - 856281,5 100 0,032532
90 79.059445678931
6
80
70
60
50
40
30 20.617863993333
9
20
10 0.3226903277345
0 94
0
1 2 3 4
Classe ϕ
Por fim, resta apenas o cálculo da Área Superficial Específica (ASE) do nosso pó. Para tal
falta apenas calcular a área superficial do pó das diferentes classes representado na tabela
7.
Tabela 7 - Área de pó de cada classe de partículas
Para o cálculo do ASE foi utilizada a equação 21 e o valor obtido foi de 1,06*10 5 m-1.
16
A
ASE= [Eq . 21]
V
A densidade aparente considera o volume total da amostra, neste caso do nosso pó,
inclusive o espaço vazio entre os grãos que a compõem. Da densidade aparente podemos
obter a densidade solta e vibrada. Conhecer a densidade aparente do nosso pó é
importante para conhecer as propriedades reológicas, saber acerca do agrupamento de
partículas e obter informações acerca da densificação durante a sinterização.
Para obter a densidade solta ou a vibrada, precisamos apenas de um recipiente em que se
conheça o volume, de uma balança fidedigna (usamos a balança AND HM 300 que tem uma
incerteza de ±0.0001g) e do nosso pó. Utilizamos um paquímetro para obter o volume do
recipiente, que era um cilindro. Assim, com os seguintes valores, temos:
h2 =22.15 mm
h3 =16.7 mm
h 4=19.45 mm
h=20.5 mm
h pó =hrecipiente −h=33.1mm [Eq. 22]
m pó 5.4464
densidade solta pó = =
V pó π∗¿ ¿
A densidade vibrada é obtida por bater, com pancadas secas numa superfície nivelada,
com o recipiente, a um ritmo constante durante um intervalo de tempo predefinido.
Durante 30 segundos, batemos 90 vezes com o recipiente na mesa. Obtendo assim uma
frequência de 3 batidas por segundo. Foi medida a altura que o pó não ocupava no
recipiente quatro vezes, e assim, conseguimos proceder aos seguintes cálculos:
h5 =29.05 mm
17
h6 =29.2 mm
h7 =28.9 mm
h 8=29.1 mm
h2 =29.06 mm
m pó 5.4464
densidade vibrada pó = =
V pó π∗¿ ¿
O método do picnómetro tem o objetivo de medir a densidade real dos pós, incluindo
apenas a porosidade fechada. A técnica consiste na utilização de um balão volumétrico de
volume conhecido cuja massa é medida (m1). De seguida coloca-se uma pequena
quantidade do pó a analisar e faz-se uma segunda medição de massa (m2). No próximo
passo enche-se todo o volume do picnómetro com água destilada e volta a medir-se a
massa (m3). Por fim retira-se o pó e água presentes no picnómetro e enche-se novamente
até ao limite, mas desta vez apenas com água. Faz-se a última medição de massa (m4).
Apenas com estes 4 valores e a densidade da água destilada à temperatura ambiente é
possível calcular a densidade do nosso pó de acordo com a seguinte equação:
m (m 2−m 1)
ρ= = [ Eq . 26 ]
V ( m 4−m1 ) −( m3−m2 )∗dH 20
Para o nosso pó os valores medidos foram:
m1 = [20.1489 ± 0.0001] g
m2 = [20.2295 ± 0.0001] g
m3 = [43.0983 ± 0.0001] g
m4 = [43.0901 ± 0.0001] g
E a densidade da água utilizada foi 0.9978 g/cm3, que corresponde à densidade da água a
22˚C.
Assim, temos:
(20.2295−20.1489) g
ρ= =1.1157 3 [ Eq .2 7]
( 43.0901−20.1489 )−( 43.0983−20.2295 )∗0,9978 cm
18
5. Caracterização da Peça Final
5.1 Porosidade
Como o nosso produto final não apresentou consistência mecânica suficiente para
realização de ensaios como o método de Arquimedes, não foi possível medir a porosidade
da nossa peça.
5.2 Dimensões
Embora com pouca resistência mecânica, a pastilha 3, na qual foi utilizada maior
quantidade de água, permitiu a medição de um diâmetro pós sinterização de [10,80 ±
0,05] mm. Assim podemos calcular a retração linear e volúmica de acordo com as
equações 27 e 28 abaixo descritas e sabendo que o diâmetro inicial da peça era de 15mm.
ϕi−ϕf 15−10.8
Rl= = =0.28[ Eq. 2 7]
ϕi 15
Rv=3∗Rl = 3*0.28 = 0.84 [Eq.28]
Como a alumina é um material isotrópico podemos recorrer á equação x e concluir que a
retração volúmica é o triplo da retração linear.
6. Conclusão
19
A elaboração deste relatório e a pesquisa bibliográfica para o mesmo, permitiu-nos
conhecer mais sobre os diferentes tipos de matérias-primas cerâmicas, nomeadamente a
alumina, que foi alvo de maior estudo ao longo desta atividade. Com este relatório
conseguimos perceber e realizar o processo de obtenção da mesma através de uma folha
de alumínio convencional. Tendo também percebido que a alumina é uma matéria-prima
extremamente versátil e polivalente que pode ser utilizada nas mais variadas aplicações.
As suas grandes mais-valias prendem-se na sua elevada refratariedade e resistência
química, para além de ser quimicamente inerte.
Para além disso, aprofundamos o conhecimento sobre as diferentes técnicas de
processamento de um pó cerâmico, as quais são absolutamente cruciais para podermos
compreender o processo de fabrico dos pós cerâmicos e a influência de cada processo nas
propriedades finais dos mesmos. Os processos estudados e realizados nesta experiência
foram a prensagem, a moagem, a calcinação e a sinterização.
Ainda, conseguimos perceber as diferentes técnicas de caracterização de um pó cerâmico,
as quais são fundamentais para o processo de determinação das propriedades do pó, e
posteriormente a melhor aplicação para o mesmo. Ao longo deste trabalho falamos na Lei
de Stokes, método do picnómetro e densidade vibrada e solta.
Através da experiência realizada, concluímos que a mistura de pó de alumina com
sementes de chia não é a ideal para o fabrico de espumas macroporosas de alumina, uma
vez que após a prensagem e a carbonização das sementes, a pastilha ficou separada por
camadas e não era resistente ao toque, acabando mesmo por se desfazer em pó
novamente. Verificamos isto na pastilha 1 e, de forma a contrairmos esse facto tentamos
adicionar água na mistura antes da prensagem, no caso da pastilha 2 e 3. Esta adição de
água tinha como objetivo obtermos uma pastilha mais compacta, o que foi conseguido em
parte, pois a pastilha 2, com 3 gotas de água, e a pastilha 3, com 6 gotas de água
apresentaram melhor resistência ao toque, podendo ser manuseadas mais facilmente. No
entanto, em ambas as pastilhas ainda houve desmoronamento da mesma.
Em suma, com os resultados obtidos, concluímos que esta mistura não é a ideal para
fabricar espumas macroporosas de alumina, pelo menos recorrendo a este protocolo
experimental.
7. Referências
20
[1] Pereira, Mário, Apontamentos Disponibilizados na UC (2022).
[2] Ghulam, A., Noor, Abbas, N., Mohammed, Sachit, E., Dawood, Preparing of
Alumina from Aluminum Waste, Mustansiriyah University (2019)
21